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Flufenazina

CARACTERÍSTICAS DO Anatensol Decanoato bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

Anatensol Decanoato

1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO

ANATENSOL DECANOATO 25 mg/ml solução injectável

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO ANATENSOL DECANOATO

Cada mililitro da solução injectável contém 25 mg de decanoato de flufenazina. Excipientes, ver 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO ANATENSOL DECANOATO

Solução injectável para uso intramuscular ou subcutâneo.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO ANATENSOL DECANOATO

4.1.  Indicações terapêuticas

ANATENSOL DECANOATO está indicado no tratamento de longa duração das doenças psicóticas (esquizofrenia crónica).

O ANATENSOL DECANOATO não se destina ao tratamento das perturbações não psicóticas nem à terapêutica de curta duração (< 3 meses).

O ANATENSOL DECANOATO não se mostra eficaz no tratamento das complicações de comportamento nos doentes deficientes mentais.

4.2.  Posologia e modo de administração

A dose óptima e o intervalo entre as doses devem ser determinados para cada doente; as necessidades posológicas variam com as circunstâncias clínicas e as respostas individuais ao fármaco.

ANATENSOL DECANOATO pode ser administrado por via intramuscular ou subcutânea. A seringa e a agulha devem estar devidamente secas. A solução a administrar pode tornar-se turva pelo uso do material não seco.

DOENTE ADULTO

Dose inicial: para a maior parte dos doentes pode ser administrada uma dose de 12,5 a 25 mg (0,5 a 1 ml) para iniciar a terapêutica. As injecções subsequentes e os intervalos entre as doses são determinados em função da resposta do doente.

Pode ser aconselhável que os doentes sem antecedentes de tratamento com fenotiazinas sejam tratados inicialmente com uma formulação de flufenazina de acção mais rápida (formas farmacêuticas de cloridrato de flufenazina) antes da administração de ANATENSOL DECANOATO, para determinar a resposta do doente à flufenazina e estabelecer a dose apropriada.

Dose de manutenção: uma única injecção pode ser eficaz no controlo dos sintomas esquizofrénicos até 4 semanas ou mais. Na terapêutica de manutenção tem-se verificado que a resposta a uma dose única se prolonga por 6 semanas em alguns doentes. Não exceder a dose de 100 mg. Se se tornar necessário usar doses superiores a 50 mg, as doses subsequentes devem ser aumentadas com precaução e com incrementos de 12,5 mg.

Doentes extremamente agitados: estes doentes podem ser tratados inicialmente com uma fenotiazina de acção rápida. Quando tenham desaparecido os sintomas agudos, pode administrar-se 25 mg (1ml) do ANATENSOL DECANOATO; as doses subsequentes são ajustadas de acordo com as necessidades.

DOENTE IDOSO

Os medicamentos antipsicóticos devem ser usados com cuidado nos doentes idosos (mais de 60 anos) uma vez que estes doentes apresentam maior potencial para os efeitos secundários. Para a maior parte dos doentes idosos, pode ser suficiente usar doses mais baixas, correspondendo a 1/4 ou 1/3 das posologias usadas nos adultos mais jovens. A resposta ao tratamento deve ser monitorizada e a posologia deve ser ajustada. Se necessário, as doses devem ser gradualmente aumentadas.

4.3.  Contra-indicações

ANATENSOL DECANOATO está contra-indicado em doentes com história de hipersensibilidade ao decanoato de flufenazina ou a qualquer dos seus excipientes.

A flufenazina está contra-indicada em doentes com dano cerebral subcortical (suspeito ou declarado), em doentes submetidos a doses altas de fármacos com acção depressiva sobre o SNC (álcool, barbitúricos, narcóticos, hipnóticos, etc), em estados de coma ou de depressão grave e nos doentes com discrasias sanguíneas ou com doença hepática..

Deve ser usado com precaução em doentes com antecedentes de hipersensibilidade a outras fenotiazinas, pois pode ocorrer reacção cruzada.

4.4.  Advertências e precauções especiais de utilização

Discinesia tardia: a discinesia tardia é uma síndrome que consiste em movimentos discinéticos, involuntários, potencialmente irreversíveis, que se pode desenvolver nos doentes tratados com neurolépticos, incluindo a flufenazina. Não existe tratamento conhecido para os casos estabelecidos de discinesia tardia, se bem que a síndrome possa reverter, parcial ou completamente, se o tratamento neuroléptico for interrompido.

Síndrome neuroléptica maligna: foi referida uma síndrome complexa, potencialmente fatal, em associação com a utilização de fármacos antipsicóticos. O tratamento da síndrome neuroléptica maligna (SNM) deve incluir: 1) interrupção imediata de fármacos antipsicóticos e outros fármacos não essenciais para a terapêutica concomitante; 2) tratamento sintomático intensivo e vigilância clínica; 3) tratamento de quaisquer situações médicas graves concomitantes. Se após a recuperação da SNM o doente necessitar de tratamento com antipsicóticos, deve ser cuidadosamente considerada a reintrodução potencial do medicamento. O doente deve ser cuidadosamente monitorizado uma vez que tem sido descrito o reaparecimento da SNM.

Devido à possibilidade de sensibilidade cruzada, a flufenazina deve ser usada com precaução nos doentes que tenham desenvolvido icterícia colestática, dermatoses ou outras reacções alérgicas com os derivados fenotiazínicos.

Os doentes psicóticos medicados com doses elevadas de um fármaco fenotiazínico e que são submetidos a cirurgia devem ser cuidadosamente vigiados quanto a possíveis ocorrências de hipotensão. Também deve ser recordado que pode ser necessária a redução das quantidades de anestésicos ou de depressores do SNC.

Em alguns doentes medicados com flufenazina, as acções dos anticolinérgicos podem ser potenciadas devido aos efeitos aditivos anticolinérgicos.

No tratamento prolongado pode ocorrer dano hepático ou renal, retinopatia pigmentar, depósitos da córnea e do cristalino e desenvolvimento de discinesia irreversível. A flufenazina deve ser usada com precaução nos doentes expostos a calor excessivo ou a insecticidas fosforados; nos doentes com antecedentes de doenças convulsivas (uma vez que as convulsões do grande mal têm ocorrido nos doentes medicados com flufenazina); e nos doentes com situações especiais, tais como insuficiência mitral ou outras doenças cardiovasculares ou feocromocitoma.

Os fármacos neurolépticos aumentam as concentrações de prolactina; o aumento mantém-se durante o tratamento de longa duração.

Tal como com as outras fenotiazinas, o médico deve estar alertado para o possível desenvolvimento pneumonia “silenciosa” nos doentes sob tratamento de longa duração com flufenazina.

Pediatria: o ANATENSOL DECANOATO não se destina a ser utilizado em crianças com idade inferior a 12 anos.

Interrupção abrupta do tratamento: as fenotiazinas, geralmente, não produzem dependência psíquica. No entanto, foram relatados gastrite, náuseas e vómitos, tonturas e tremores após a interrupção abrupta da terapêutica com doses elevadas. Dados sugerem que estes sintomas podem ser reduzidos se se mantiver a terapêutica concomitante com fármacos antiparkinsónicos durante algumas semanas após a interrupção do tratamento com fenotiazinas.

4.5. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Depressores do SNC/Álcool/Analgésicos: a resposta do doente ao álcool e a outros depressores do SNC tais como hipnóticos, sedativos ou analgésicos fortes, pode ser exacerbada durante o tratamento com ANATENSOL DECANOATO. A utilização concomitante com analgésicos narcóticos pode causar hipotensão, bem como depressão do SNC ou respiratória.

Antidepressores tricíclicos: as fenotiazinas diminuem o metabolismo dos antidepressores tricíclicos. As concentrações séricas dos antidepressores tricíclicos e das fenotiazinas são aumentados. Os efeitos sedativos e antimuscarínicos podem ser potenciados ou prolongados. Os antidepressores tricíclicos podem aumentar o potencial para arritmia.

Lítio: foi relatada, raramente, neurotoxicidade quando o lítio é utilizado concomitantemente com a flufenazina.

Inibidores ECA/Diuréticos tiazídicos: a hipotensão pode resultar por via aditiva ou por mecanismo farmacológico sinérgico.

Antihipertensores: a acção antihipertensora da guanetidina, clonidina, e , possivelmente, de outros fármacos antihipertensores bloqueadores adrenérgicos pode ser bloqueada. A clonidina pode diminuir a actividade antipsicótica das fenotiazinas.

Beta bloqueadores: os níveis plasmáticos de ambos os fármacos podem ser aumentados. Recomenda-se a redução da dose de ambos os fármacos.

Metrizamida: as fenotiazinas podem predispor os doentes a convulsões induzidas pela metrizamida. Suspender a flufenazina durante 48 horas antes e, pelo menos, 24 horas após a mielografia.

Epinefrina e outros simpaticomiméticos: as fenotiazinas podem antagonizar a acção da adrenalina e de outros simpaticomiméticos e podem causar hipotensão grave.

Levodopa: as fenotiazinas podem diminuir o efeito antiparkinsónico da L-dopa.

Anticolinérgicos/Antimuscarínicos: o bloqueio colinérgico pode ser exagerado quando o ANATENSOL DECANOATO é administrado com fármacos anticolinérgicos, especialmente em doentes mais idosos. Os efeitos antimuscarínicos podem ser potenciados ou prolongados. É necessária uma vigilância rigorosa e acerto da dose cuidadoso quando o ANATENSOL DECANOATO é usado com outros fármacos anticolinérgicos ou antimuscarínicos.

Anticonvulsivantes: a acção anticonvulsivante pode ser diminuída pelo ANATENSOL DECANOATO.

Anticoagulantes: as fenotiazinas podem alterar os efeitos dos anticoagulantes.

Antidiabéticos: as fenotiazinas foram, raramente, associadas com a perda do controlo da glicemia nos doentes diabéticos.

Cimetidina: a cimetidina pode reduzir as concentrações plasmáticas das fenotiazinas.

Fármacos antiácidos/antidiarreicos: a administração concomitante pode interferir com a absorção da flufenazina. A administração de antiácidos deverá ser espaçada, pelo menos, 1 hora antes ou 2-3 horas após a dose de flufenazina.

Anfetaminas/Fármacos anorécticos: a administração concomitante pode produzir efeitos farmacológicos antagonistas.

4.6.  Gravidez e aleitamento

Não foi estabelecido o uso seguro da flufenazina durante a gravidez.

As fenotiazinas atravessam facilmente a placenta. Desconhece-se se a flufenazina é excretada no leite. No entanto, sabe-se que outras fenotiazinas são excretadas na leite humano materno.

4.7.  Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

O uso deste medicamento pode diminuir as faculdades físicas e mentais necessárias para a condução de um veículo ou para a utilização de máquinas, particularmente durante os primeiros dias do tratamento. Com o uso deste medicamento pode ocorrer a potenciação dos efeitos de álcool.

4.8. Efeitos indesejáveis

Sistema nervoso central: os efeitos secundários mais frequentemente referidos com as fenotiazinas são os sintomas extrapiramidais, incluindo pseudoparkinsonismo, distonia, discinesia, acatisia, crises oculogíricas, opistótono e hiper-reflectividade. Muitas vezes estes sintomas extrapiramidais são reversíveis; contudo, podem ser persistentes. Com qualquer derivado de fenotiazina, a incidência e a gravidade de tais acontecimentos dependem mais da sensibilidade do doente do que de outros factores, mas a dose e a idade do doente são também determinantes. As reacções extrapiramidais podem ser alarmantes, devendo o doente ser prevenido e tranquilizado. Estas reacções em geral, podem ser controladas pela administração de fármacos anticolinérgicos ou antiparkinsónicos e pela redução da posologia.

Discinesia tardia: Para aumentar a probabilidade de detecção o mais cedo possível da síndrome de discinesia tardia, a posologia dos neurolépticos deve ser reduzida periodicamente (se possível do ponto de vista clínico) e o doente deve ser observado quanto aos sinais desta perturbação.

Outros efeitos sobre o SNC: foram relatadas ocorrências de síndrome neuroléptica maligna em doentes sob terapêutica com neurolépticos. Pode ocorrer leucocitose, febre, aumento da creatinafosfoquinase, anomalia da função hepática e insuficiência renal aguda em conjunto com a síndrome neuroléptica maligna.

Pode ocorrer sonolência ou letargia. Em alguns doentes, as fenotiazinas podem causar inquietação, excitação ou sonhos bizarros. Podem ocorrer alterações nos electroencefalogramas e no proteinograma do líquido cefalorraquidiano; raramente, pode ocorrer edema cerebral.

Sistema nervoso autónomo: foi referida a ocorrência de hipertensão e de flutuação de pressão arterial com a flufenazina. A hipotensão apenas raramente foi um problema com a flufenazina. Se ocorrer hipotensão grave, as medidas de suporte devem ser instituídas imediatamente, incluindo o uso de medicamentos vasopressores por via intravenosa. O fármaco mais indicado é o bitartarato de levarterenol injectável; para este efeito a epinefrina não deve ser usada porque os derivados fenotiazínicos invertem a sua acção, conduzindo a maior redução da pressão arterial.

Podem ocorrer acontecimentos autonómicos, incluindo náuseas e perda do apetite, salivação, poliúria, transpiração, boca seca, cefaleias e obstipação. Os acontecimentos autonómicos podem, geralmente, ser controlados pela redução posológica ou pela interrupção temporária da medicação.

Em alguns doentes, os derivados fenotiazínicos têm causado visão turva, glaucoma, paralisia da bexiga, impactação fecal, íleus paralítico ou congestão nasal.

Metabólicos e endócrinos: nalguns doentes medicados com fenotiazinas ocorreram alteração do peso, edema periférico, hiponatremia, síndrome de secreção da hormona antidiurética inadequada, lactação anormal, ginecomastia, irregularidades menstruais, falsos resultados do teste de gravidez, impotência no homem e perturbação da líbido na mulher.

Reacções alérgicas: Foi descrito com os derivados fenotiazínicos a ocorrência de alterações na pele, tais como prurido, eritema, urticária, seborreia, fotossensibilidade, eczema e até mesmo dermatites exfoliativas. Deve ser tido em consideração a possibilidade da ocorrência de reacções anafilácticas nalguns doentes. Podem ocorrer, raramente, asma, edema da laringe e edema angioneurótico.

Hematológicos: devido à ocorrência de discrasias sanguíneas incluindo leucopenia, agranulocitose, púrpura trombocitopénica ou não trombocitopénica, eosinofilia e pancitopenia, com os derivados fenotiazínicos, é aconselhável a realização de hemogramas de rotina durante o tratamento. Se ocorrer qualquer sensibilidade da boca, gengivas ou garganta ou qualquer sintoma de infecção respiratória superior e a fórmula leucocitária confirmar depressão da medula óssea, o tratamento deve ser interrompido e as medidas apropriadas devem ser imediatamente instituídas.

Hepáticos: foi detectada icterícia colestática com a flufenazina, em particular nos primeiros meses de tratamento. Se ocorrer icterícia o tratamento deve ser interrompido. Foi relatada, nos doentes medicados com flufenazina, a ocorrência de alterações nos testes da função hepática e hepatite.

Outros: em doentes psicóticos, hospitalizados e medicados com fenotiazinas, foram relatadas mortes súbitas não esperadas e não explicadas. Podem ser factores predisponentes para morte súbita, dano cerebral prévio ou convulsões; deve ser evitado o uso de doses elevadas nos doentes com antecedentes de convulsões. Foram relatadas, com a terapêutica prolongada, febre, vómitos, síndrome tipo lúpus eritematoso sistémico e alterações do traçado electrocardiográfico; ocorreu pigmentação cutânea e opacidade da córnea e do cristalino.

4.9. Sobredosagem

Os sintomas de sobredosagem são, em geral, extensões das acções farmacológicas e das reacções adversas, sendo os mais proeminentes: reacções extrapiramidais graves, hipotensão ou sedação. A depressão do SNC pode progredir para coma com arreflexia. Na intoxicação inicial ou ligeira pode ocorrer inquietação, confusão e excitação. O medicamento deve ser interrompido e os sinais da sobredosagem tratados com as medidas de suporte adequadas. Se ocorrer hipotensão grave, as medidas de suporte devem ser imediatamente instituídas incluindo o uso de fármacos vasopressores por via intravenosa. O bitartarato de levarterenol é o fármaco mais adequado para este fim; a epinefrina não deve ser usada uma vez que as fenotiazinas invertem a sua acção, produzindo ainda maior hipotensão. No caso de reacções extrapiramidais graves, a medicação anti-parkinsónica deve ser administrada, e deve manter-se por várias semanas.

A interrupção dos anti-parkinsónicos deve ser feita gradualmente para evitar o aparecimento de sintomas extrapiramidais de “rebound”.

A experiência limitada indica que as fenotiazinas não são dialisáveis.

Na intoxicação com fenotiazinas a hemodiálise, diálise peritoneal, exsanguinotransfusão e diurese forçada são ineficazes.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO ANATENSOL DECANOATO

5.1.  Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: Grupo 2.9.2 Antipsicóticos, código ATC: N05A

A flufenazina apresenta-se como o ester do ácido decanóico (decanoato). Quimicamente, a flufenazina é o 4-(3-[2-(trifluormetil)-fenotiazina-10-il]propil)-1-piperazina, um derivado fenotiazínico.

Mecanismo de acção: O mecanismo de acção não é conhecido, contudo, pode estar relacionado com as acções antidopaminérgicas da flufenazina.

5.2.  Propriedades farmacocinéticas

A flufenazina é extensivamente metabolizada, sofre metabolismo de 1a passagem e é excretada pela urina e fezes. A flufenazina tem elevada ligação às proteínas plasmáticas (superior a 90 %) A difusão e a biodisponibilidade do fármaco é retardada pela sua esterificação com o ácido gordo de cadeia longa (ácido decanóico) e pela sua dissolução no veículo (óleo de sésamo). As concentrações plasmáticas máximas ocorrem nas 24 horas após a injecção intramuscular do ANATENSOL DECANOATO. O início da acção ocorre, em geral, nas 24 a 72 horas após a injecção e os efeitos do fármaco tornam-se significativos nas 48 a 96 horas. A semivida sérica é de 7 a 10 dias (aprox.).

As fenotiazinas atravessam a barreira hematoencefálica e não são removidas da circulação por diálise.

5.3.  Dados de segurança pré-clínica

Foi observado um aumento das neoplasias mamárias nos roedores após a administração crónica de fármacos neurolépticos. Até à presente data nem os estudos clínicos nem os estudos epidemiológicos efectuados evidenciaram uma associação entre a administração crónica destes fármacos e a tumorogénese mamária.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO ANATENSOL DECANOATO

6.1.  Lista dos excipientes

Álcool benzílico, óleo de sésamo

6.2.  Incompatibilidades

Na ausência de estudos de compatibilidade, este medicamento não deve ser misturado com outros.

6.3.  Prazo de validade

2 anos.

6.4.  Precauções especiais de conservação

Conservar entre 15°C-30°C. Não congelar e proteger da luz.

6.5.  Natureza e conteúdo do recipiente

Ampolas de vidro com 1 ml e 2 ml Frasco para injectáveis com 10 ml

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Bristol-Myers Squibb Farmacêutica Portuguesa, Lda. Edíficio Fernão de Magalhães, Quinta da Fonte

2780-730 Paço de Arcos

8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

8276600 – sol.injectável, 25 mg/ml : Emb. 1 ampola de 1 ml 8276618 – sol.injectável, 25 mg/ml : Emb. 1 ampola de 2 ml 8276634 – sol.injectável, 25 mg/ml : Emb. 1 frasco para injectáveis de 10 ml

9. DATA DA RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

1999.06.07

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO

Fevereiro de 2005

Categorias
Milnaciprano

CARACTERÍSTICAS DO IXEL bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
IXEL

1 – NOME DO MEDICAMENTO IXEL

IXEL 25 mg cápsulas
IXEL 50 mg cápsulas

2 – COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO IXEL

A substância activa é o milnacipran, sob a forma de cloridrato.

Cada cápsula contém 25 mg ou 50 mg de Milnacipran, cloridrato, equivalente a 21,77 mg ou 43,55 mg de Milnacipran base.

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3 – FORMA FARMACÊUTICA DO IXEL

Cápsula.
IXEL 25 mg cápsulas – Tampa e corpo rosa, impresso com “Ixel 25”.
IXEL 50 mg cápsulas – Tampa rosa e corpo cor de ferrugem, impresso com “Ixel 50”.

4 – INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO IXEL

4.1 – Indicações terapêuticas

Tratamento das crises de depressão major, compreendendo as formas graves nos doentes hospitalizados.

4.2 – Posologia e modo de administração
Posologia e modo de administração
A dose diária recomendada é de 100 mg dividida em duas tomas de 50 mg, 1 cápsula de manhã e outra à noite a administrar de preferência durante as refeições. Neste caso, usar as cápsulas de 50 mg.

Não é necessário proceder ao ajuste da dose, no idoso, desde que a função renal esteja normal (Ver secção 5.2).

Nos doentes com insuficiência renal é necessária uma adaptação posológica.
Recomenda-se reduzir a dose para 50 ou 25 mg dependendo do grau de alteração da função renal (Ver secção 5.2). Neste caso, usar as cápsulas de 25 mg. É recomendada a seguinte adaptação posológica:

Clearance de creatinina

(Clcr)

(ml/min)

Posologia/24 h
Clcr □ 60 50 mg x 2
60 > Clcr □ 30 25 mg x 2
30 > Clcr □ 10 25 mg

Duração do tratamento:
O tratamento com antidepressivos é sintomático.
Como com todos os antidepressivos, a eficácia do Milnacipran só se torna visível após um certo período de tempo que pode variar de 1 a 3 semanas. O tratamento de uma crise pode durar vários meses (habitualmente cerca de 6 meses) a fim de evitar as recaídas.

O tratamento com Milnacipran deve ser descontinuado gradualmente.

Tratamentos psicotrópicos associados:
A prescrição simultânea de medicamentos ansiolíticos ou sedativos pode ser útil no início do tratamento para prevenir a ocorrência ou o agravamento de sintomas da ansiedade.
No entanto, os ansiolíticos não protegem necessariamente o doente das tentativas de suicídio.

4.3 – Contra-indicações

Este medicamento nunca deve ser utilizado nos seguintes casos:
– hipersensibilidade conhecida ao Milnacipran ou a algum dos outros componentes deste medicamento;
– associação com inibidores não selectivos da M.A.O, inibidores selectivos da MAO-B, digitálicos e agonistas da 5HT1D (sumatriptano…) (Ver secção 4.5);
– aleitamento.

Geralmente, este medicamento não deve ser utilizado nos seguintes casos:
– em associação com a epinefrina e a norepinefrina pela via parentérica, clonidina e compostos relacionados e inibidores selectivos da MAO-A, (ver secção 4.4 e secção 4.5);
– hipertrofia prostática e outras alterações geniturinárias;
– gravidez (ver secção 4.6).

4.4 – Advertências e precauções especiais de utilização Suicídio/ideação suicida/agravamento da situação clínica
A depressão está associada ao aumento do risco de ideação suicida, auto-agressividade e suicídio (pensamentos/comportamentos relacionados com o suicídio). O risco prevalece até que ocorra remissão significativa dos sintomas. Como durante as primeiras semanas ou mais de tratamento pode não se verificar qualquer melhoria, os doentes deverão ter uma vigilância mais rigorosa até que essa melhoria ocorra. De acordo com a prática clínica, em geral o risco de suicídio pode aumentar nas fases iniciais da recuperação.

Os doentes com história de pensamentos/comportamentos relacionados com o suicídio, que apresentem um grau significativo destes sintomas antes do início do tratamento, apresentam também um maior risco de ideação suicida ou de tentativa de suicídio, devendo por este motivo ser cuidadosamente monitorizados durante o tratamento. Uma meta-análise de estudos clínicos controlados com placebo em adulto com distúrbios psiquiátricos demonstrou um aumento do risco de comportamentos relacionados com o suicídio em doentes com menos de 25 anos a tomar antidepressivos comparativamente aos doentes a tomar placebo. A terapêutica medicamentosa deverá ser acompanhada de uma monitorização rigorosa em particular nos doentes de maior risco especialmente na fase inicial do tratamento ou na sequência de alterações posológicas.

Os doentes, e os prestadores de cuidado de saúde, devem ser alertados para a necessidade de monitorização relativamente a qualquer agravamento da sua situação clínica, pensamentos/comportamentos relacionados com o suicídio e para procurar assistência médica imediatamente caso estes ocorram.

Utilização em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos Ixel não deve ser utilizado no tratamento de crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos. Foram observados com maior frequência comportamentos relacionados com o suicídio (tentativa de suicídio, ideação suicida) e hostilidade (predominantemente agressão, comportamento de oposição e cólera) em ensaios clínicos com crianças e adolescentes que se encontravam a tomar antidepressivos, em comparação com os que se encontravam a tomar placebo. Se, não obstante, com base na necessidade clínica, a decisão de tratamento for tomada, o doente deve ser rigorosamente monitorizado em relação ao aparecimento de sintomas suicidas. Não estão disponíveis dados de segurança a longo prazo em crianças e adolescentes no que se refere ao crescimento, à maturação e ao desenvolvimento cognitivo e comportamental.

Precauções de utilização
Os doentes com insónia ou nervosismo no início do tratamento poderão necessitar de tratamento sintomático transitório.
Se o doente sofrer de hipomania, o tratamento com Milnacipran deve ser descontinuado, sendo prescrito, na maioria dos casos, um agente antipsicótico sedativo.
Embora não tenha sido referida nenhuma interacção com o álcool, recomenda-se evitar a sua ingestão, tal como com qualquer medicação psicotrópica. A exposição sistémica ao Milnacipran aumentou 20%, quando associado à levomepromazina, em voluntários saudáveis. Poderá suspeitar-se de um aumento superior ao utilizar a associação destes fármacos, em doentes idosos ou com alteração da função renal.

O Milnacipran deve ser prescrito com precaução nos seguintes casos:
– em doentes com insuficiência renal:
A posologia deve ser reduzida, devido ao prolongamento da semi-vida de eliminação (ver secção 4.2);
– em doentes com história de obstrução urinária, principalmente em doentes com hipertrofia prostática e outras alterações geniturinárias. Devido ao componente noradrenérgico do mecanismo de acção do Milnacipran, é necessário monitorizar as alterações da micção;
– em doentes com hipertensão ou doença cardíaca:
Recomenda-se aumentar a monitorização clínica, dado que o Milnacipran pode aumentar ligeiramente a frequência cardíaca, em alguns doentes;
– em doentes com glaucoma de ângulo fechado;
– em doentes com epilepsia ou com antecedentes de epilepsia: O Milnacipran deve ser usado com precaução e deve ser descontinuado se o doente desenvolver uma crise.

Verificaram-se casos de hiponatremia em doentes tratados com inibidores da recaptação da serotonina, possivelmente devido à síndrome de secreção de hormona antidiurética inapropriada.

Aconselha-se precaução no idoso, em doentes a tomar diuréticos ou outros tratamentos conhecidos por induzirem hiponatremia, em doentes com cirrose ou com má nutrição.

Foram referidos casos de hemorragias, por vezes graves, com a utilização de inibidores da recaptação da serotonina. Deverá haver precaução em doentes tratados simultaneamente com anticoagulantes orais, medicamentos que actuem sobre a função plaquetária, p.ex, AINEs e ácido acetilsalicílico, ou outros medicamentos que possam aumentar o risco hemorrágico. Também deverá haver precaução em doentes com antecedentes de anomalias hemorrágicas.

4.5 – Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

ASSOCIAÇÕES CONTRA-INDICADAS:

• Com inibidores não selectivos da MAO (iproniazida) Risco de síndrome serotoninérgica* (ver adiante).
Deverá respeitar-se um intervalo de duas semanas entre a interrupção do tratamento com o inibidor da MAO e o início do tratamento com Milnacipran, e, pelo menos uma semana, entre o fim do tratamento com Milnacipran e o início do tratamento com um inibidor da MAO.

• Síndrome serotoninérgica:
Alguns casos de sobredosagem de fármacos ou certos tratamentos (lítio) podem provocar uma síndrome serotoninérgica que requer interrupção imediata do tratamento com Milnacipran.

A síndrome serotoninérgica consiste no desenvolvimento simultâneo ou sequencial (por vezes repentino) de um grupo de sintomas que podem conduzir à hospitalização ou mesmo causar a morte. Podem ocorrer os seguintes sintomas:
– psiquiátricos (agitação, confusão, hipomania, possibilidade de coma),
– motores (mioclonia, tremor, hiperreflexia, rigidez, hiperactividade),
– vegetativos (hipo ou hipertensão, taquicardia, arrepios, hipertermia, sudação),
– gastrointestinais (diarreia).
O cumprimento rigoroso da posologia prescrita é um factor essencial na prevenção do início desta síndrome.

• Com inibidores selectivos da MAO-B (selegilina) Risco de hipertensão paroxística.
Deverá respeitar-se um intervalo de duas semanas entre a interrupção do tratamento com o inibidor selectivo da MAO-B e o início do tratamento com Milnacipran, e pelo menos uma semana entre o fim do tratamento com Milnacipran e o início do tratamento com o inibidor da MAO-B.

• Com agonistas 5 HT1D (sumatriptano…)
Por extrapolação com os inibidores selectivos da recaptação da serotonina.
Risco de hipertensão, vasoconstrição da artéria coronária por efeitos serotoninérgicos
aditivos.
Esperar uma semana entre o fim do tratamento com Milnacipran e o início do tratamento com agonistas 5 HT1D.

• Com digitálicos (digoxina…)
Risco de potenciação dos efeitos hemodinâmicos, em particular pela via parentérica.

ASSOCIAÇÕES DESACONSELHADAS:

• Com epinefrina, norepinefrina (alfa e beta simpatomiméticos) Em caso de acção sistémica pela via parentérica.
Hipertensão paroxística com possível arritmia (inibição da entrada de epinefrina ou norepinefrina na fibra do grande simpático).

• Com clonidina e produtos relacionados (referido com desipramina e imipramina)
Inibição do efeito antihipertensor da clonidina (antagonismo com receptores adrenérgicos).

• Com inibidores selectivos da MAO-A (moclobemide, toloxatone) Risco de desenvolvimento de síndrome serotoninérgica* (ver acima) Caso esta associação não possa ser evitada, monitorizar o doente muito cuidadosamente.
Iniciar a associação com a menor dose recomendada. ASSOCIAÇÕES QUE REQUEREM PRECAUÇÃO DE UTILIZAÇÃO:
• Com epinefrina, norepinefrina (alfa e beta simpatomiméticos) Quando se pretende acção hemostática por injecção subcutânea ou gengival: Hipertensão paroxística com possível arritmia (inibição da entrada de epinefrina ou norepinefrina na fibra do grande simpático).
Limitar a toma, por exemplo, a menos que 0,1 mg de epinefrina em 10 minutos ou 0,3 mg numa hora, em adultos.

• Com lítio
Risco de desenvolvimento de síndrome serotoninérgica* (ver acima). Realizar regularmente a monitorização clínica do doente.

4.6 – Gravidez e aleitamento

Os estudos em animais mostraram que pequenas quantidades de Milnacipran atravessam a placenta.
Actualmente, não existem dados relevantes que revelem qualquer efeito teratogénico ou fetotóxico do Milnacipram, quando administrado durante a gravidez. Na verdade, até à data, as substâncias que causam malformações na espécie humana revelaram-se teratogénicas em estudos bem conduzidos em animais, em duas espécies animais.
Na ausência de efeitos teratogénicos demonstrados em animais, não se esperam malformações na espécie humana.
Consequentemente, como medida de precaução, é preferível não administrar Milnacipran durante a gravidez.
Dado que pequenas quantidades de Milnacipran são excretadas no leite materno, o aleitamento está contra-indicado.

4.7 – Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Embora não tenham sido observadas alterações nas funções cognitiva ou psicomotora, em voluntários saudáveis, este medicamento pode diminuir as capacidades físicas e
mentais necessárias à realização de certos trabalhos perigosos, tais como operar com máquinas ou conduzir veículos motorizados.

4.8 – Efeitos indesejáveis

Os efeitos indesejáveis observados durante o tratamento com Milnacipran ocorrem principalmente durante a primeira semana ou as duas primeiras semanas de tratamento, regredindo posteriormente, simultaneamente com a melhoria do episódio depressivo.

Estes efeitos são geralmente ligeiros e só raramente conduzem à interrupção do tratamento.

Os efeitos adversos mais frequentemente referidos com o tratamento isolado ou em associação com outros agentes psicotrópicos, durante os ensaios clínicos, e que ocorreram com menor frequência nos doentes tratados com placebo são vertigens, sudação excessiva, ansiedade, acessos de calor, e disúria.

Os efeitos adversos referidos com menor frequência foram náuseas, vómitos, secura da boca, obstipação, tremor, palpitações, agitação, dor de cabeça, urticária, rash, por vezes máculo-papular, eritematoso e prurido.
É de referir que os doentes com história de doença cardiovascular ou de tratamento cardíaco simultâneo podem apresentar uma maior incidência de efeitos adversos cardiovasculares (p.ex, hipertensão, hipotensão, hipotensão postural, taquicardia e palpitações).

Foram notificados casos de ideação/comportamento suicida notificados durante o tratamento com milnacipran ou imediatamente após a sua descontinuação (ver secção 4.4).

Em raros casos, pode ocorrer o seguinte:
– uma síndrome serotoninérgica, quando em associação com outros fármacos (ver secção 4.5);
– aumento moderado das transaminases;
– retenção urinária (ver secção 4.4);
– convulsões particularmente em doentes com antecedentes de epilepsia (ver secção 4.4);
– dor testicular, alterações da ejaculação.

Em casos excepcionais, pode ocorrer o seguinte:
– hiponatremia (ver secção 4.4);
– equimoses e outras hemorragias mucosas ou cutâneas (ver secção 4.4).

Além disso, alguns efeitos adversos estão relacionados com a natureza da doença depressiva:
– eliminação da inibição psicomotora, com risco de suicídio,
– alteração de humor, com episódios de mania,
– reactivação de um delírio em doentes psicóticos,
– sintomas paroxísticos de ansiedade (com antidepressivos psicoestimulantes). 4.9 – Sobredosagem
Foram registados alguns casos de sobredosagem com o Milnacipram.

Com doses elevadas, o efeito emético pode limitar consideravelmente o risco de sobredosagem.

Com uma dose de 200 mg, foram frequentemente observados os seguintes efeitos (> 10%): náusea, sudação excessiva e obstipação.

Com doses de 800 mg a 1 g, em monoterapia, os principais sintomas observados foram vómitos, dificuldades respiratórias (breves episódios apneicos) e taquicardia. Após uma dose maciça (1,9 g a 2,8 g), em associação com outros medicamentos (sobretudo benzodiazepinas), ocorreram os seguintes sintomas adicionais: sonolência, hipercapnia e perturbações da consciência.
Não foi referida cardiotoxicidade.
Tratamento da sobredosagem:
Não existe nenhum antídoto específico do Milnacipran.
O tratamento é sintomático com lavagem gástrica e carvão activado assim que possível, após a ingestão oral. A vigilância médica deverá ser mantida durante 24 horas, no mínimo.

5 – PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO IXEL

5.1 – Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 2.9.3 Sistema Nervoso Central. Psicofármacos. Antidepressores.

Código ATC: N06A X17

O Milnacipran é um duplo inibidor da recaptação da norepinefrina e da serotonina (5 HT). Ao contrário da maioria dos antidepressivos tricíclicos, o Milnacipran não possui afinidade para os receptores 1 adrenérgicos e H1 histaminérgicos. Estudos de ligação
sugerem que o Milnacipran não possui afinidade significativa para os receptores colinérgicos (muscarínicos). Além disso, o Milnacipran é também desprovido de afinidade para os receptores dopaminérgicos D1 e D2, da benzodiazepina e receptores opióides.

No homem:
– em doses terapêuticas, as concentrações plasmáticas observadas encontram-se consistentemente a níveis correspondentes a 50% a 90% de inibição da recaptação da norepinefrina e da serotonina.
– os efeitos farmacológicos observados nos sistemas gastrointestinal e genito-urinário parecem estar relacionados com a inibição da recaptação da norepinefrina que pode exercer um efeito antagonista sobre a acetilcolina (efeito anticolinérgico indirecto).
– o Milnacipran não induz nenhuma alteração clínica significativa sobre a repolarização ou condução cardíaca.
– não afecta a função cognitiva e possui pouco efeito sedativo.
– as alterações do sono melhoram em doentes deprimidos tratados com Milnacipran. O tempo de latência para adormecer reduz-se, assim como o número de despertares nocturnos, aumentando a latência para o início do sono paradoxal.
Aumenta a duração total do sono.
A eficácia do Milnacipran foi comparável à dos antidepressivos tricíclicos e SSRIs e considerada inferior à da clomipramina.

5.2 – Propriedades farmacocinéticas Absorção
O milnacipran é bem absorvido após administração oral. A biodisponibilidade é da ordem dos 85%. Não se modifica pela ingestão de alimentos. Os picos de concentrações plasmáticas (Cmáx.) atingem-se em cerca de 2 horas (Tmáx.) após a administração oral. Esta concentração é da ordem dos 120 ng/ml após uma dose única de 50 mg.
As concentrações são dependentes da dose até à administração da dose de 200 mg. Após administração repetida, o equilíbrio é atingido dentro de 2 a 3 dias, com um aumento na concentração de cerca de 70% a 100%, comparado com a administração de uma dose única (Cmáx: 216 ng/ml). A variabilidade inter-individual é fraca.

Distribuição
A taxa de ligação às proteínas é fraca (13%) e não saturável.
O volume de distribuição do Milnacipran é de cerca de 5 l/Kg com uma clearance total de cerca de 40 l/hora.
As clearances renal e não renal são equivalentes.

Biotransformação
O Milnacipran é metabolizado principalmente por conjugação com o ácido glucorónico. Os metabolitos activos foram encontrados em níveis muito baixos, sem relevância clínica.

Eliminação
A semivida de eliminação plasmática é de cerca de 8 horas. A eliminação faz-se essencialmente pelo rim (90% da dose administrada) com secreção tubular do produto na forma inalterada.
Após doses repetidas, o Milnacipran é totalmente eliminado dois a três dias após o final do tratamento.

Doentes de Risco Elevado

Doentes com insuficiência hepática
A insuficiência hepática não provoca quaisquer alterações significativas nos parâmetros farmacocinéticos do Milnacipran.

Doentes com insuficiência renal
Em caso de insuficiência renal, o Milnacipran é eliminado mais lentamente, proporcionalmente ao grau de alteração da função renal (ver secção 4.2).

Doentes com mais de 65 anos
Os parâmetros farmacocinéticos do Milnacipran não são significativamente alterados, no idoso. Contudo, a alteração fisiológica da função renal deve ser tida em conta (ver secção 4.2).

5.3 – Dados de segurança pré-clínica

Com a administração de doses repetidas, o fígado é o órgão alvo, em todas as espécies animais estudadas. Os primeiros efeitos desenvolvem-se com doses elevadas, cerca de 10 vezes a dose utilizada na prática clínica e são reversíveis. O Milnacipran não é mutagénico nem carcinogénico.
Os dados experimentais não revelam nenhum potencial teratogénico ou fetotóxico do Milnacipran.

6 – INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO IXEL

6.1 – Lista de excipientes

Hidrogenofosfato de cálcio di-hidratado, Carmelose cálcica, Polividona K30, Sílica coloidal anidra, Estearato de magnésio e Talco. Cápsula (cápsula de 25 mg)
Tampa e corpo (rosa): dióxido de titânio (E171), óxido de ferro vermelho (E 172), óxido de ferro amarelo (E 172) e gelatina. Cápsula (cápsula de 50 mg)
Tampa (rosa): dióxido de titânio (E171), óxido de ferro vermelho (E172), óxido de ferro amarelo (E 172) e gelatina.
Corpo (cor de ferrugem): dióxido de titânio (E171), óxido de ferro vermelho (E172), óxido de ferro amarelo (E 172) e gelatina.

6.2 – Incompatibilidades
Não aplicável.

6.3 – Prazo de validade
3 anos

6.4 – Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 30°C.

6.5 – Natureza e conteúdo do recipiente

Embalagens contendo 14 e 56 cápsulas a 25 mg em blister (PVC/Alumínio).
Embalagens contendo 14 e 56 cápsulas a 50 mg em blister (PVC/Alumínio).
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

6.6 – Precauções especiais de eliminação e manuseamento

7 – TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
PIERRE FABRE MÉDICAMENT PORTUGAL, LDA. Rua Rodrigo da Fonseca, n° 178 – 2° Esq. 1099-067 Lisboa Portugal

8 – NÚMEROS DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
IXEL 25 mg
N° de registo: 2217180 – 14 cápsulas, 25 mg, blisters de PVC/Alumínio.
N° de registo: 2217289 – 56 cápsulas, 25 mg, blisters de PVC/Alumínio.

IXEL 50 mg
N° de registo: 2713188 – 14 cápsulas, 50 mg, blisters de PVC/Alumínio.
N° de registo: 2217388 – 56 cápsulas, 50 mg, blisters de PVC/Alumínio.

9 – DATA DE AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da primeira autorização: 16/12/98 Data da última renovação: 16/12/2003

10 – DATA DA REVISÃO DO TEXTO
17-09-2008