RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
FORADIL
1. NOME DO MEDICAMENTO
Foradil, 12 g, pó para inalação cápsula,
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO FORADIL
Uma cápsula contém 12 microgramas de fumarato de formoterol. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA DO FORADIL
Pó para inalação, cápsulas.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO FORADIL
4.1 Indicações terapêuticas
Profilaxia e tratamento da broncoconstrição em doentes com asma adicionalmente ao tratamento com glucocorticosteróides inalados (ver secção 4.4 Advertências e Precauções Especiais de Utilização).
Profilaxia do broncospasmo induzido por inalação de alergenos, ar frio ou exercício.
Profilaxia e tratamento da broncoconstrição em doentes com doença pulmonar obstructiva crónica (DPOC) reversível ou irreversível, incluindo bronquite crónica e enfisema. Foradil demonstrou melhorar a qualidade de vida em doentes com DPOC.
4.2 Posologia e modo de administração
Para inalação do conteúdo das cápsulas por adultos e crianças com idade igual ou superior a 5 anos.
Foradil pó para inalação em cápsulas apenas deve ser utilizado em conjunto com o dispositivo Aerolizer com ele fornecido.
ADULTOS
Doença pulmonar obstructiva crónica
Na terapêutica de manutenção regular: 1 a 2 cápsulas para inalação (12 a 24 microgramas), duas vezes por dia
Asma
Na terapêutica de manutenção regular: 1-2 cápsulas para inalação (equivalente a 12-24 microgramas de formoterol), duas vezes por dia
A dose de manutenção máxima recomendada é de 48 microgramas por dia.
Em caso de necessidade, podem administrar-se diariamente, para alívio sintomático, 1 a 2 cápsulas adicionais desde que a dose máxima recomendada de 48 microgramas por dia não seja excedida. No entanto, se a necessidade de doses adicionais for mais que episódica (por exemplo, mais de 2 dias por semana), o médico deverá ser consultado para reavaliação terapêutica, uma vez que esta situação pode indicar um agravamento da patologia subjacente. Foradil não deve ser usado para aliviar os sintomas agudos da asma. Em caso de um ataque agudo, deverá ser usado um agonista beta 2 de curta duração.
Profilaxia do broncospasmo induzido por exercício ou antes de exposição inevitável a um alergeno conhecido
O conteúdo de uma cápsula para inalação (12 microgramas), deve ser inalado pelo menos 15 minutos antes do exercício ou exposição. Nos doentes com asma grave, poderão ser necessárias 2 cápsulas para inalação (24 microgramas).
CRIANÇAS COM IDADE IGUAL OU SUPERIOR A 5 ANOS
Asma
Na terapêutica de manutenção regular: 1 cápsula para inalação (12 microgramas), duas vezes por dia.
A dose de manutenção máxima recomendada é de 24 microgramas por dia.
Foradil não deve ser usado para aliviar os sintomas agudos da asma. Em caso de um ataque agudo, deverá ser usado um agonista beta 2 de curta duração.
Profilaxia do broncospasmo induzido por exercício ou antes de exposição inevitável a um alergeno conhecido
O conteúdo de uma cápsula para inalação (12 microgramas), deve ser inalado pelo menos 15 minutos antes do exercício ou exposição.
Foradil não está recomendado em crianças com idade inferior a 5 anos.
ADULTOS E CRIANÇAS COM IDADE IGUAL OU SUPERIOR A 5 ANOS
O efeito broncodilatador de Foradil continua a ser significativo 12 horas após a inalação. Assim, na maioria dos casos, a terapêutica de manutenção duas vezes por dia irá controlar a broncoconstrição associada a condições crónicas, tanto durante o dia como à noite.
4.3 Contra-indicações
Hipersensibilidade à substância activa, fumarato de formoterol ou a qualquer um dos excipientes.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
O formoterol, a substância activa de Foradil, pertence a uma classe de agonistas beta 2 adrenérgicos de longa duração. Num estudo com salmeterol, um agonista beta 2 de longa duração diferente, foi observada uma taxa de mortes devidas a asma mais elevada nos doentes tratados com salmeterol (13/13.176) do que no grupo placebo (3/13.179). Não foi efectuado nenhum estudo que determine de forma adequada se a taxa de mortes relacionadas com a asma aumenta com Foradil.
Dose recomendada
A dose de Foradil deve ser individualizada de acordo com as necessidades dos doentes e deverá ser a menor dose possível para atingir o objectivo terapêutico. Não deve ser aumentada para além da dose máxima recomendada (ver secção 4.2 Posologia e modo de administração).
Terapêutica anti-inflamatória:
Foradil não deve ser usado em associação com outro agonista beta 2 de longa duração.
No tratamento de doentes asmáticos Foradil apenas deverá ser usado como terapêutica adicional para doentes não controlados adequadamente com outras medicações usadas no cnontrolo da asma (por ex: doses baixas a médias de corticosteróides inalados) ou cuja gravidade da doença claramente garanta o início do tratamento com duas terapêuticas de manutenção, incluindo Foradil. Em doentes não medicados com terapêuticas anti-inflamatórias, esta deve ser iniciada ao mesmo tempo que Foradil. Sempre que Foradil for prescrito, os doentes devem ser avaliados quanto à adequabilidade da terapêutica anti-inflamatória a que são submetidos. Os doentes devem ser aconselhados a manter inalterada a terapêutica anti-inflamatória após a introdução de Foradil, mesmo quando se registar melhoria dos sintomas.
Uma vez que os sintomas da asma estejam controlados, deverá ser considerada a redução gradual da dose de Foradil. E importante a monitorização regular dos doentes durante a fase de redução do tratamento. Deve ser utilizada a menor dose efectiva de Foradil.
Exacerbações da asma
Os estudos clínicos com Foradil sugerem uma incidência mais elevada de exacerbações graves da asma em doentes a tomar Foradil do que em doentes sob placebo (ver secção 4.8 Efeitos indesejáveis). Estes estudos não permitem uma quantificação precisa das diferenças nas taxas de exacerbações graves da asma entre os grupos de tratamento.
O médico assistente deverá reavaliar a terapêutica asmática se os sintomas persistirem, ou se o número de doses de Foradil necessárias para controlar os sintomas aumentar, visto que este aumento indica que a condição subjacente piorou.
Foradil não deve ser iniciado ou a dose ser aumentada durante uma exacerbação da asma.
Foradil não deve ser usado para aliviar os sintomas agudos da asma. Em caso de um ataque agudo, deverá ser usado um agonista beta 2 de curta duração. Os doentes devem ser instruídos para procurar aconselhamento médico imediatamente se a sua asma se deteriorar de forma repentina.
Patologias concomitantes
Nos doentes tratados com Foradil, são necessários cuidados e monitorização especiais, com ênfase especial para os limites de dosagem, sempre que Foradil seja administrado em doentes com as seguintes patologias:
Doença cardíaca isquémica, arritmias cardíacas (em especial bloqueio auriculoventricular de terceiro grau, descompensação cardíaca grave, estenose subvalvular aórtica idiopática, cardiomiopatia obstructiva hipertrófica, tirotoxicose, suspeita ou diagnóstico de prolongamento do intervalo QT (QTc>0,44seg; ver secção 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção).
Dado o efeito hiperglicémico dos estimulantes beta 2, incluindo Foradil, recomendam-se monitorizações adicionais da glicemia dos doentes diabéticos.
Hipocaliemia
A terapêutica com agonistas beta 2, incluindo Foradil, pode provocar hipocaliemia potencialmente grave. A hipocaliemia pode aumentar a susceptibilidade para arritmias cardíacas. Recomenda-se precaução especial em doentes com asma grave, uma vez que a hipocaliemia pode ser potenciada pela hipoxia e pela terapêutica concomitante (ver secção 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção). Nestas situações, recomenda-se a monitorização dos níveis de potássio sérico.
Broncospasmo paradoxal
Tal como com qualquer outra terapêutica inalada, o potencial para broncospasmo paradoxal deve ser tido em conta. Caso ocorra, o tratamento deve ser imediatamente interrompido e substituído por uma terapêutica alternativa.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Foradil, como os outros agonistas beta 2, deve ser administrado com cuidado em doentes que estão a ser tratados com fármacos como a quinidina, disopiramida, procainamida, fenotiazinas, anti-histamínicos, inibidores da oxidase monoamina e antidepressivos tricíclicos ou qualquer medicamento com o efeito conhecido de prolongar o intervalo QT, pois a acção dos agonistas adrenérgicos no sistema cardiovascular pode ser potenciada por estes fármacos. Fármacos que estão associados a um prolongamento do intervalo QT têm um aumento do risco de arritmias ventriculares (ver secção 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização).
A administração concomitante de outros agentes simpaticomiméticos pode potenciar os efeitos indesejáveis de Foradil.
O tratamento concomitante com derivados da xantina, esteróides ou diuréticos pode potenciar um possível efeito hipocaliémico dos agonistas beta 2 (ver secção 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização).
Os bloqueadores adrenérgicos beta podem enfraquecer ou antagonisar o efeito de Foradil. Consequentemente, Foradil não deve ser administrado concomitantemente com bloqueadores adrenérgicos beta (incluindo gotas oftálmicas), excepto nos casos em que a sua utilização esteja absolutamente justificada.
4.6 Gravidez e aleitamento
Gravidez
A segurança de Foradil durante a gravidez e aleitamento não foi ainda devidamente estabelecida. O seu uso durante a gravidez deve ser evitado, excepto nos casos em que não existam quaisquer alternativas mais seguras. Tal como com outros estimuladores adrenérgicos beta 2, o formoterol pode inibir o trabalho de parto devido a um efeito relaxante sobre o músculo liso uterino.
Aleitamento
Desconhece-se se o formoterol passa ao leite materno. A substância foi detectada no leite das ratas lactantes. As mulheres tratadas com Foradil pó para inalação não devem amamentar.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de condução e utilização de máquinas
Os doentes que sintam tonturas ou outros efeitos indesejáveis semelhantes devem ser aconselhados a evitar conduzir ou utilizar máquinas.
4.8 Efeitos indesejáveis
Exacerbações gravem da asma
Em estudos clínicos controlados com placebo de, pelo menos 4 semanas de duração, com Foradil sugerem uma maior incidência de exacerbações graves da asma em doentes que receberam Foradil (0,9% com 10 a 12 microgramas, duas vezes por dia; 1,9% com 24 microgramas, duas vezes por dia) do que naqueles que receberam placebo (0,3%).
Experiência em doentes adolescentes e adultos com asma
Em dois estudos pivotais, controlados, de 12 semanas, efectuados para apoio ao registo do medicamento nos EUA com inclusão de 1.095 doentes com mais de 12 anos de idade, ocorreram exacerbações graves da asma (agravamento agudo da asma resultando em hospitalização) mais frequentemente com 24 microgramas de Foradil duas vezes por dia (9/271; 3,3%) do que com 12 microgramas de Foradil duas vezes por dia (1/275; 0,4%), placebo (2/277; 0,7%), ou albuterol (2/272; 0,7%).
Um ensaio clínico subsequente para envolveu 2.085 doentes para comparar efeitos indesejáveis graves relacionados com a asma nos grupos de dose alta e dose baixa. Os resultados deste estudo de 16 semanas não mostrou uma relação aparente com a dose para Foradil. A percentagem de doentes com exacerbações graves da asma foi algo superior para Foradil do que para o placebo nos três grupos de tratamento em dupla ocultação: Foradil 24 microgramas duas vezes por dia (2/527; 0,4%), Foradil 12 microgramas duas vezes por dia (3/527; 0,6%) e placebo (1/514; 0,2%) e no grupo aberto de tratamento: Foradil 12 microgramas duas vezes por dia mais 2 doses adicionais por dia (1/517; 0,2%).
Experiência em crianças asmáticas com mais de 5 anos de idade A segurança de Foradil 12 microgramas, duas vezes por dia comparativamente com Foradil 24 microgramas, duas vezes por dia e placebo foi investigada num grande ensaio clínico multicêntrico, em dupla ocultação,com 52 semanas de duração em 518 crianças com asma (idades: 5 a 12 anos) necessitando de broncodilatadores diariamente e terapêutica anti-inflamatória. Mais crianças que receberam Foradil 24 microgramas duas vezes por dia (11/171; 6,4%) ou Foradil 12 microgramas duas vezes por dia (8/171; 4,7%) do que crianças que receberam placebo (0/176; 0,0%) tiveram exacerbações graves da asma.
Outros efeitos indesejáveis
Os efeitos indesejáveis (Tabela 1) estão classificados numa ordem de frequência descendente: muito frequentes (> 1/10); frequentes (> 1/100 < 1/10); pouco frequentes (> 1/1 000, < 1/100); raros (> 1/10.000 < 1/1.000); muito raros (< 1/10.000) incluindo notificações isoladas. Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de frequência.
Tabela 1
Doenças do sistema imunitário
Muito raros: Hipersensibilidade (incluindo hipotensão, urticária, edema
angioneurótico, prurido, exantema)
Doenças psiquiátricas
Pouco Agitação, ansiedade, nervosismo, insónia
frequentes: Doenças do sistema nervoso
Frequentes: Cefaleias, tremores
Pouco Tonturas
frequentes:
Muito raros Disgeusia
Doenças cardíacas
Frequentes: Palpitações
Pouco Taquicardia
frequentes:
Muito raros Edema periférico
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Pouco frequentes Broncospasmo, incluindo broncospasmo paradoxal, irritação da orofaringe Doenças gastrointestinais
Muito raro: Náuseas
Doenças músculo-esqueléticas e do tecido conjuntivo
Pouco frequentes Cãibras musculares, mialgia
Foram observados os seguintes efeitos indesejáveis com outras formulações de Foradil: tosse e rash.
Foram reportados os seguintes eventos pós-comercialização em doentes tratados com Foradil:
Doenças do metabolismo e da nutrição: Hipocalemia, hiperglicemia
Exames complementares de diagnóstico: Prolongamento do intervalo QTc electrocardiográfico.
4.9 Sobredosagem Sintomas
Uma sobredosagem de Foradil deverá provocar os efeitos típicos dos estimuladores adrenérgicos beta 2: náuseas, vómitos, cefaleias, tremores, tonturas, palpitações, taquicardia, arritmias ventriculares, acidose metabólica, hipocaliemia, hiperglicemia.
Tratamento
Dever-se-á recorrer a tratamento sintomático e de suporte. Em casos graves, os doentes devem ser hospitalizados.
Pode ser considerado o uso de bloqueadores beta cardioselectivos, mas apenas sob supervisão de um médico e com extrema precaução, uma vez que a utilização de bloqueadores adrenérgicos beta pode provocar broncospasmo.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO FORADIL
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 5.1.1 Aparelho respiratório. Antiasmáticos e broncodilatadores. Agonistas adrenérgicos selectivos beta 2
Códico ATC: R03AC13
Formoterol é um potente estimulador adrenérgico beta 2 selectivo, que exerce um efeito broncodilatador nos doentes com obstrução reversível das vias aéreas. O efeito é rápido (após 1 a 3 minutos), sendo ainda significativo 12 horas após a inalação. Nas doses terapêuticas, os efeitos cardiovasculares são mínimos e ocorrem apenas ocasionalmente.
O formoterol inibe a libertação de histaminas e leucotrienos no pulmão humano sensibilizado passivamente. Observaram-se, em experiências realizadas no modelo animal, algumas propriedades anti-inflamatórias, nomeadamente a inibição do edema e a acumulação de células inflamatórias.
Estudos in vitro usando traqueia de cobaio indicaram que o formoterol racémico e os seus enantiómeros (R,R) e (S,S) são agonistas altamente selectivos dos adrenoceptores beta 2. O enantiómero (S,S) foi 800 a 1.000 vezes menos potente que o enantiómero (R,R) e não afectou a actividade do enantiómero (R,R) no músculo liso da traqueia. Não foi demonstrada uma base farmacológica para a utilização de um dos dois enantiómeros preferencialmente à mistura racémica.
No homem, Foradil demonstrou ser eficaz na prevenção de broncospasmo induzido por alergenos inalados, exercício, ar frio, histaminas ou metacolina.
Formoterol administrado através do inalador Aerolizer em doses de 12 microgramas duas vezes por dia e 24 microgramas duas vezes por dia demonstrou, de forma objectiva, proporcionar início rápido da broncodilatação em doentes com DPOC estável, que se manteve durante pelo menos 12 horas, e que foi acompanhada por benefício subjectivo em termos de Qualidade de Vida usando o Saint George’s Respiratory Questionnaire.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Foradil tem um intervalo terapêutico de 12 a 24 microgramas duas vezes ao dia. A informação sobre a farmacocinética do formoterol no plasma foi recolhida em voluntários saudáveis após a inalação de doses superiores ao intervalo recomendado e em doentes com DPOC após inalação de doses terapêuticas. A excreção urinária do formoterol inalterado foi usada como uma medida indirecta de exposição sistémica.
As taxas de excreção urinária correlacionam-se com os dados de eliminação plasmática do medicamento. As semi-vidas de eliminação calculadas para a urina e plasma são semelhantes.
Absorção
Após a inalação de uma dose única de 120 microgramas de fumarato de formoterol por voluntários saudáveis, o formoterol foi rapidamente absorvido no plasma, atingindo uma concentração máxima de 266 pmol/L dentro de 5 minutos após a inalação. Em doentes com DPOC tratados durante 12 semanas com fumarato de formoterol 12 ou 24 microgramas b.i.d., as concentrações plasmáticas de formoterol variaram entre 11,5 e 25,7 pmol/L e 23,3 e 50,3 pmol/L, respectivamente, aos 10 minutos, 2 horas e 6 horas após a inalação.
Estudos investigando a excreção urinária cumulativa de formoterol e/ou dos seus enantiómeros (R,R) e (S,S), demonstraram que a quantidade de formoterol disponível na circulação aumenta proporcionalmente com a dose inalada (12 a 96 microgramas).
Após a inalação de 12 microgramas ou 24 microgramas de fumarato de formoterol b.i.d. durante 12 semanas, a excreção urinária de formoterol inalterado aumentou entre 63 e 73% (última vs. primeira dose) em doentes com asma e entre 19 e 38% em doentes com DPOC. Isto sugere alguma acumulação limitada do formoterol no plasma com administração múltipla.
Não houve qualquer acumulação relativa de um enantiómero em relação ao outro após administração repetida.
Tal como relatado para outros fármacos inalados, é provável que a maior parte do formoterol administrado a partir de um inalador seja engolida e, depois, absorvida a partir do tracto gastrointestinal. Quando 80 microgramas de fumarato de formoterol marcado com 3H foram administrados oralmente a dois voluntários saudáveis, pelo menos 65% do fármaco foram absorvidos.
Distribuição
A ligação do formoterol às proteínas plasmáticas foi 61-64% e a ligação à albumina sérica humana foi 34%.
Não se observa qualquer saturação dos locais de ligação na gama de concentrações atingida com as doses terapêuticas.
Biotransformação
Formoterol é eliminado primariamente por via metabólica, sendo a glucoronidação directa a principal via de biotransformação. A O-desmetilação seguida por glucoronidação é outra das vias. Vias metabólicas menores envolvem a conjugação do formoterol com sulfato e a desformilação seguida por conjugação com sulfato. Múltiplas isoenzimas catalizam a glucuronidação (UGT1A1, 1A3, 1A6, 1A7, 1A8, 1A9, 1A10, 2B7 e 2B15) e a O-desmetilação (CYP2D6, 2C19, 2C9 e 2A6) do formoterol, sugerindo um baixo potencial para interacções fármaco-fármaco através da inibição de uma isoenzima específica envolvida no metabolismo do formoterol. O formoterol não inibiu as isoenzimas do citocromo P450 em concentrações terapêuticas relevantes.
Eliminação
Em doentes asmáticos ou com DPOC tratados durante 12 semanas com 12 a 24 microgramas de fumarato de formoterol duas vezes por dia, foram recuperados aproximadamente 10% a 7%, respectivamente, da dose de formoterol inalterado. Os enantiómentos (R,R) e (S,S) perfizeram respectivamente 40% e 60% do formoterol inalterado recuperado na urina, após uma dose única (12 a 120 microgramas) em voluntários saudáveis, e após uma dose única e após doses repetidas em doentes asmáticos.
O fármaco e os seus metabolitos foram completamente eliminados do organismo, com cerca de dois terços da dose oral a serem excretados na urina e um terço nas fezes. A depuração renal do formoterol foi igual a 150 ml/min.
Após inalação de uma dose única de 120 migrogramas de fumarato de formoterol por voluntários saudáveis, a semi-vida de eliminação terminal do formoterol a partir do plasma foi determinada como sendo 10 horas e as semi-vidas de eliminação terminal dos enantiómeros (R,R) e (S,S) derivadas das taxas de excreção urinária foram 13,9 e 12,3 horas, respectivamente.
Populações especiais
Sexo: Após a correcção para o peso corporal, a farmacocinética do formoterol não diferiu significativamente entre homens e mulheres.
Geriátrica: A farmacocinética do formoterol não foi estudada na população idosa.
Pediátrica: Num estudo de crianças com asma que tinham entre 5 e 12 anos de idade, quando o fumarato de formoterol a 12 ou 24 microgramas foi administrado duas vezes por dia por inalação oral durante 12 semanas, a excreção urinária do formoterol inalterado aumentou entre 18 e 84% em comparação com as quantidades medidas após a primeira dose. A acumulação em crianças não excedeu aquela em adultos, em que o aumento foi entre 63 e 73% (ver anteriormente). Nas crianças estudadas, cerca de 6% da dose foi recuperada na urina das crianças como formoterol inalterado.
Insuficiência Hepática/Renal: A farmacocinética do formoterol não foi estudada em doentes com insuficiência hepática ou renal.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Mutagenicidade
Procedeu-se à realização de testes de mutagenicidade, abrangendo uma ampla gama de parâmetros de avaliação final experimentais. Não foram observados quaisquer efeitos genotóxicos em qualquer dos ensaios in vitro ou in vivo realizados.
Carcinogenicidade
Os estudos de dois anos realizados no rato e ratinho não demonstraram qualquer potencial carcinogénico.
Os ratinhos macho tratados com níveis posológicos muito elevados demonstraram uma incidência ligeiramente superior de tumores benignos das células subcapsulares da supra-renal. Este achado não foi, contudo, observado num segundo estudo de alimentação de ratinhos, em que as alterações patológicas consistiram num aumento da incidência de tumores benignos do músculo liso no tracto genital das fêmeas e de tumores hepáticos em ambos os sexos em doses elevadas. Os tumores do músculo liso são um efeito conhecido dos agonistas beta em doses elevadas nos roedores.
Em dois estudos realizados no rato, que abrangeram diferentes gamas posológicas, foi demonstrado um aumento dos leiomiomas mesováricos. Estes neoplasmas benignos estão tipicamente associados com o tratamento prolongado dos ratos com doses elevadas de fármacos adrenérgicos beta 2. Observou-se igualmente um aumento da incidência de quistos ováricos e de tumores benignos das células da granulosa/teca; sabe-se que os agonistas beta exercem efeitos sobre os ovários do rato, efeitos esses provavelmente específicos dos roedores. Alguns tipos de tumor, observados no primeiro estudo em que se utilizaram doses mais elevadas, apresentaram incidências semelhantes às da população histórica de controlo, não tendo ocorrido no ensaio com dose mais reduzida.
Nenhuma das incidências de tumor registou aumentos a um nível considerado estatisticamente significativo quando se administrou a dose mais reduzida do segundo estudo em ratos, dose que implica uma exposição sistémica 10 vezes superior à prevista com a dose máxima recomendada de formoterol em humanos.
Com base nestes achados e na ausência de qualquer potencial mutagénico, conclui-se que o uso de formoterol nas doses terapêuticas não apresenta qualquer risco de carcinogenicidade.
Toxicidade na reprodução
Os ensaios realizados no modelo animal não evidenciaram quaisquer efeitos teratogénicos. Após a administração oral, o formoterol foi excretado no leite das ratas lactantes.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO FORADIL
6.1 Lista dos excipientes Lactose, gelatina e tinta preta.
6.2 Incompatibilidades
Não se conhecem incompatibilidades farmacêuticas
6.3 Prazo de validade 2 anos
6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a temperatura inferior a 25°C;.
Mantenha as cápsulas na embalagem original (blisters) juntamente com o inalador: Proteger da humidade.
Foradil deve ser mantido fora do alcance e vista das crianças.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blister Alu/Alu e dispositivo inalador Aerolizer
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
A fim de assegurar a administração adequada do fármaco, o médico ou outro profissional de saúde deve:
Mostrar ao doente como utilizar o inalador
Dispensar a cápsula apenas em conjunto com o inalador
Avisar o doente de que as cápsulas são somente para inalação, e não para serem deglutidas
Instruções detalhadas de manuseamento são incluídas no folheto informativo que é fornecido com o medicamento.
É importante para o doente perceber que a cápsula de gelatina pode fragmentar-se e pequenas partículas gelatinosas passarem para a boca ou a garganta após a inalação. Esta tendência para tal acontecer pode ser minimizada evitando-se a perfuração da cápsula mais do que uma vez. No entanto a cápsula é composta por gelatina comestível, que não é nociva.
As cápsulas só devem ser removidas da embalagem “blister” imediatamente antes do uso.
7.TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Novartis Farma – Produtos Farmacêuticos, S.A. Rua do Centro Empresarial, Edifício 8 Quinta da Beloura 2710-444 Sintra
8. NÚMERO (S) DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
N° registo 2328086 – 10 cápsulas + inalador, 12 ug, blister Alu/Alu N° registo 2328185 – 20 cápsulas + inalador, 12 ug, blister Alu/Alu N° registo 2328284 – 60 cápsulas + inalador, 12 ug, blister Alu/Alu
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 24 de Novembro de 1995
Data da última renovação: 24 de Novembro de 2000
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
21-11-2008.