Categorias
Glimepirida

CARACTERÍSTICAS DO AMARYL bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
AMARYL

1. NOME DO MEDICAMENTO AMARYL
AMARYL 6 mg, comprimidos

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO AMARYL
Cada comprimido contém 6 mg de glimepirida.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO AMARYL
Comprimido
O comprimido é oblongo, com ranhura em ambas as faces e é cor de laranja.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO AMARYL

4.1 Indicações terapêuticas

Amaryl está indicado para a diabetes mellitus tipo II, desde que não possa ser adequadamente controlada por dieta, exercício físico e redução de peso.

4.2 Posologia e modo de administração

Para administração oral.
A base para um tratamento com êxito da diabetes consiste numa boa dieta e actividade física regular, assim como controlos regulares de sangue e urina.

A não aderência do doente à dieta recomendada, não pode ser compensada por comprimidos ou insulina.

A posologia baseia-se nos resultados das determinações da glucose sanguínea e urinária.

A dose inicial é de 1 mg de glimepirida por dia. Se for alcançado um bom controlo metabólico, esta dose pode ser tomada como terapêutica de manutenção.

Estão disponíveis diferentes dosagens adequadas a vários regimes posológicos. Em caso de controlo insatisfatório, a posologia deverá ser aumentada gradualmente em função do controlo da glicémia, com intervalos de cerca de 1 a 2 semanas entre cada aumento da dose para 2, 3 ou 4 mg de glimepirida por dia.
Posologias superiores a 4 mg de glimepirida por dia só dão melhores resultados em casos excepcionais. A dose máxima recomendada é de 6 mg de glimepirida por dia.

Em doentes não controlados adequadamente com a dose diária máxima de metformina, a terapêutica concomitante com glimepirida pode ser iniciada. Enquanto se mantém a dose de metformina a terapêutica com glimepirida é iniciada com uma dose baixa, e é então elevada dependendo do nivel desejado de controlo metabólico até à dose diária máxima. A terapia de combinação deverá ser iniciada sob estrita vigilância médica.

Em doentes não controlados adequadamente com a dose máxima diária de Amaryl, uma terapêutica concomitante com insulina pode ser iniciada, se necessário. Mantendo a mesma dose de glimepirida, o tratamento com insulina é iniciado com uma dose baixa e aumentada em função do nível desejado de controlo metabólico. A terapêutica de combinação deve ser iniciada sob estrita vigilância médica.

Normalmente, uma dose única diária de glimepirida é suficiente. Recomenda-se que esta dose seja administrada pouco antes ou durante um pequeno-almoço substancial; ou – se o não tomar – pouco antes ou durante a primeira refeição principal. A omissão da tomada de uma dose não deve ser nunca corrigida aumentando a dose seguinte. Os comprimidos devem ser engolidos inteiros com um pouco de líquido.

Se um doente mostrar uma reacção hipoglicémica com 1 mg de glimepirida por dia, isto indica que o controlo só com dieta pode ser conseguido nesse doente.

Dado que a melhoria do controlo da diabetes está associada com uma maior sensibilidade à insulina, as necessidades de glimepirida podem baixar com a continuação do tratamento. Para evitar uma hipoglicémia, a redução da dose ou a interrupção da terapêutica podem ser tomadas em consideração no decurso do tratamento. Também pode ser necessária uma correcção da dose quando se altere o peso do doente, haja modificação do estilo de vida do doente ou surjam outros factores que aumentem o risco de hipoglicémia ou de hiperglicémia.

Passagem de outros antidiabéticos orais para Amaryl:
A passagem de outros antidiabéticos orais para Amaryl pode geralmente ser efectuada. Para esta passagem, a potência e a semi-vida da medicação anterior têm de ser tomadas em consideração. Nalguns casos, especialmente em anti-diabéticos com uma semi-vida longa (p.ex., clorpropamida), é recomendado um período de “wash out” de alguns dias a fim de minimizar o risco de reacções hipoglicémicas devidas ao efeito aditivo.

A dose inicial recomendada é de 1 mg por dia de glimepirida. Baseado na resposta metabólica, a posologia da glimepirida pode ser aumentada gradualmente, como indicado para primeiro tratamento.

Passagem de insulina para Amaryl
Em casos excepcionais de doentes diabéticos tipo II controlados com insulina, pode estar indicada uma passagem para Amaryl. Esta passagem deve ser feita sob vigilância médica estrita.
Populações especiais

Doentes com insuficiência renal ou hepática: Ver secção 4.3

Crianças e adolescentes:
Não há dados disponíveis acerca do uso de glimepirida em doentes com menos de 8 anos de idade. Para crianças com idades compreendidas entre 8 e 17 anos, há dados limitados do uso da glimepirida em monoterapia (ver secções 5.1 e 5.2). Os dados de eficácia e segurança disponíveis na população pediátrica são insuficientes pelo que o seu uso não é recomendado.

4.3 Contra-indicações

A glimepirida está contra-indicada em doentes que têm:

hipersensibilidade à glimepirida , outras sulfonilureias ou sulfonamidas ou a qualquer um
dos excipientes
diabetes insulino-dependente
coma diabético
cetoacidose
perturbações renais ou hepáticas graves. Em caso de perturbações renais ou hepáticas graves, é necessário passar para insulina.

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização

O Amaryl tem de ser tomado pouco antes ou durante uma refeição.

Em caso de refeições com intervalos irregulares, ou não tomando algumas refeições, o tratamento com Amaryl pode levar a hipoglicémia. Os sintomas possíveis de hipoglicémia incluem: cefaleias, fome voraz, náuseas, vómitos, lassitude, sonolência, sono perturbado, inquietude, agressividade, perturbações da concentração, vigília e tempo de reacção, depressão, confusão, perturbações visuais e da fala, afasia, tremor, parésias, perturbações sensoriais, tonturas, sensação de desespero perda de auto-controlo, delírio, convulsões cerebrais, sonolência e perda da consciência até situações mais graves como coma, respiração superficial e bradicardia. Para além disso, podem estar presentes sinais de contra-regulação adrenérgica, tais como suores, pele húmida, ansiedade, taquicardia, hipertensão, palpitações, angina de peito e arritmias cardíacas.

O quadro clínico de um ataque hipoglicémico grave pode assemelhar-se ao de um AVC.

Os sintomas podem ser controlados quase sempre pela ingestão de hidratos de carbono (açúcar).
Os adoçantes artificiais não têm efeito.

Sabe-se de outras sulfonilureias que, apesar de as contra-medidas inicialmente terem dado bom resultado, pode recorrer uma hipoglicémia.
Em caso de hipoglicémia grave ou prolongada só controlada temporariamente pelas quantidades habituais de açúcar, é necessário tratamento médico imediato e ocasionalmente hospitalização.

Os factores que favorecem a hipoglicémia incluem:

-recusa ou (mais frequentemente em doentes idosos) incapacidade do doente de cooperar, -subnutrição, refeições irregulares ou falhadas, ou períodos de jejum, -alterações da dieta,
-desfazamento entre o exercício físico e a ingestão de hidratos de carbono, -consumo de álcool, especialmente em combinação com refeições falhadas, -perturbação da função renal, -perturbação grave da função hepática, -sobredosagem com Amaryl,
-certas perturbações descompensadas do sistema endócrino afectando o metabolismo dos hidratos de carbono ou a contra-regulação da hipoglicémia (como, por exemplo, em certas perturbações da função tiroideia e na insuficiência suprarenal ou da hipófise anterior), -administração concomitante de certos outros medicamentos (ver secção 4.5).

O tratamento com Amaryl exige monitorização regular dos níveis de glucose no sangue e na urina. Para além disso, é recomendada a determinação da proporção da hemoglobina glicosilada.

É necessário um controlo regular do hemograma (especialmente leucócitos e trombócitos) e da função hepática durante o tratamento com Amaryl.

Em situações de stress (p.ex. acidentes, cirurgia, infecções febris, etc.), pode ser indicada uma mudança temporária para insulina.

Não há experiência relativamente ao uso de Amaryl em doentes com perturbação grave da função hepática e em doentes dializados. Em doentes com perturbação grave da função hepática ou renal, está indicada a passagem para insulina.

O tratamento de doentes com deficiência G6PD com sulfonilureias pode conduzir a anemia hemolítica. Uma vez que a glimepirida pertence à classe das sulfonilureias devem ser tomadas precauções em doentes com deficiência G6PD e deve ser considerada uma alternativa às sulfonilureias.

Amaryl contém lactose monohidratada. Os doentes com os raros problemas hereditários de intolerância à galactose, a deficiência da lactase de Lapp ou a má absorção da glucose-galactose não devem tomar este medicamento.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Tomando glimepirida em simultâneo com certos outros medicamentos, podem ocorrer aumentos ou baixas da acção hipoglicemiante da glimepirida. Por isso, só devem ser tomados outros medicamentos com conhecimento (ou receita) do médico.
A glimepirida é metabolisada pelo citocromo P450 2C9 (CYP2C9). O seu metabolismo é conhecido por ser influenciado pela administração concomitante de indutores do CYP2C9 (por ex. rifampicina) ou inibidores (por ex. fluconazol).

Os resultados dum estudo de interacções in vivo foram relatados em publicações que mostram que a AUC da glimepirida aumentou cerca de duas vezes com o fluconazol, um dos mais potentes inibidores do CYP2C9.

Baseado na experiência com glimepirida e outras sulfonilureias, têm de se mencionar as interacções seguintes:

Pode ocorrer uma potenciação do efeito hipoglicemiante e portanto, nalguns casos, hipoglicémia quando um dos seguintes medicamentos é administrado em simultâneo com glimepirida, por exemplo:

-fenilbutazona, azapropazona e oxifenobutazona,
-insulina e produtos antidiabéticos orais, tal como a metformina
-salicilatos e ácido p-amino-salicílico,
-esteróides anabolizantes e hormonas sexuais masculinas,
-cloranfenicol, algumas sulfonamidas de acção longa, tetraciclinas, antibióticos da classe
quinolonas e claritromicina
-anticoagulantes cumarínicos,
-fenfluramina,
-fibratos,
-inibidores da ECA, -fluoxetina, inibidores da MAO -alopurinol, probenecida, sulfinpirazona -simpaticolíticos,
-ciclofosfamida, trofosfamida e ifosfamidas, -miconazol, fluconazol.

Pode ocorrer uma baixa do efeito hipoglicemiante, e portanto um aumento dos níveis da glicémia, quando um dos medicamentos seguintes é administrado em simultâneo com a glimepirida, por exemplo:

-estrogéneos e progestagéneos,
-saluréticos, diuréticos tiazídicos,
-tireomiméticos e glucocorticóides,
-derivados fenotiazínicos, clorpromazina,
-adrenalina e simpaticomiméticos,
-ácido nicotínico (doses elevadas) e seus derivados,
-laxativos (uso prolongado),
-fenitoína, diazóxido,
-glucagon, barbitúricos e rifampicina,
-acetozolamida.

Os antagonistas dos receptores H2, bloqueadores beta, clonidina e reserpina podem levar quer a uma potenciação quer a uma diminuição do efeito hipoglicemiante.
Sob a influência de medicamentos simpaticolíticos tais como bloqueadores beta, clonidina, guanetidina e reserpina, os sinais de contraregulação adrenérgica à hipoglicémia podem ser reduzidos ou estar ausentes.

A ingestão de álcool pode potenciar ou diminuir o efeito hipoglicemiante da glimepirida de maneira imprevisível.
O efeito dos derivados da cumarina pode ser potenciado ou diminuído pela glimepirida.

4.6 Gravidez e aleitamento
Gravidez
Risco relacionado com a diabetes
Valores séricos anormais de glicémia durante a gravidez estão associados a uma incidência mais elevada de alterações congénitas e mortalidade perinatal. Consequentemente, os níveis sanguíneos de glucose devem ser rigorosamente monitorizados durante a gravidez de forma a evitar o risco de teratogenicidade. Nestas circunstâncias é necessário o uso de insulina.As doentes que planeiam uma gravidez devem informar o seu médico.

Risco relacionado com a glimepirida
Não existem dados adequados relativamente à utilização da glimepirida em mulheres grávidas. Os estudos em modelos animais demonstraram toxicidade reprodutiva a qual está provavelmente relacionada com a acção farmacológica (hipoglicemia) da glimepirida (ver secção 5.3).

Consequentemente, a glimepirida não deve ser utilizada no decurso total da gravidez. No caso de tratamento com glimepirida, se a doente planear engravidar ou no caso de se descobrir que a doente está grávida, o tratamento deve ser alterado o mais rapidamente que possível para terapêutica insulínica.

Aleitamento

Desconhece-se se ocorre excreção no leite humano. A glimepirida é excretada no leite de ratinhos. Dado que outras sulfonilureias são excretadas no leite humano e uma vez que existe um risco de hipoglicemia em crianças a ser amamentadas, não é aconselhável o aleitamento materno durante o tratamento com glimepirida.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Não foram efectuados estudos sobre os efeitos na capacidade de conduzir ou usar
máquinas.
A capacidade do doente para se concentrar e reagir pode ser alterada, como resultado de uma hipoglicémia ou hiperglicémia ou, por exemplo como resultado duma perturbação visual. Isto pode constituir um risco em situações onde estas capacidades têm especial importância (por ex. conduzir um carro ou utilização de máquinas).
Os doentes devem ser avisados para terem precaução de modo a evitar uma hipoglicémia enquanto conduzem. Isto é particularmente importante para aqueles que têm reduzida ou ausência de percepção de aviso dos sintomas de uma hipoglicémia ou têm frequentes episódios de hipoglicémia. Deve ser tomada em consideração se é aconselhável conduzir ou utilizar máquinas nestas circunstâncias.

4.8 Efeitos indesejáveis

Os seguintes efeitos secundários são baseados na experiência com Amaryl e outras sulfonilureias,

Doenças do sangue e do sistema linfático
Raros: trombocitopénia, leucopénia, granulocitopénia, agranulocitose, eritrocitopénia, anemia hemolítica e pancitopénia que são em geral reversíveis após a descontinuação da terapêutica.

Doenças do sistema imunitário
Muito raros:
vasculite leucocitoclástica, reacções de hipersensibilidade moderada que podem originar uma reacção grave com dispneia, diminuição de pressão arterial e algumas vezes choque.

São possíveis reacções alérgicas cruzadas com sulfonilureias, sulfonamidas ou substâncias semelhantes.

Doenças do metabolismo e da nutrição Raros: hipoglicémis
Estas reacções hipoglicémicas que ocorrem imediatamente, na maior parte dos casos, podem ser graves e não são sempre fáceis de corrigir. A ocorrência de tais reacções, tal como para outras terapêuticas hipoglicemiantes, depende de factores individuais, tais como hábitos dietéticos e posologia (ver também secçõ 4.4).

Afecções oculares
Especialmente no início do tratamento, podem ocorrer perturbações transitórias da visão devido a alterações dos níveis de glicémia.

Doenças gastrointestinais
Muito raros:
náuseas, vómitos, diarreia, distensão abdominal, desconforto abdominal, e dor abdominal que implicam poucas vezes a interrupção do tratamento.

Afecções hepatobiliares Aumento das enzimas hepáticas.
Muito raros:
função hepática anormal (p.ex. com colestase e icterícia), hepatite e insuficiência hepática.

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Podem ocorrer reacções cutâneas de hipersensibilidade, como prurido, rash, urticária e fotossensibilidade.
Exames complementares de diagnóstico Muito raros: diminuição da concentração do sódio no sangue.

4.9 Sobredosagem

Após ingestão de uma sobredosagem, pode ocorrer hipoglicémia que pode durar 12 a 72 horas e que pode recorrer após uma recuperação inicial. Os sintomas podem não ocorrer até 24 horas após ingestão. Em geral, é recomendada observação num hospital. Podem ocorrer náuseas, vómitos e dor epigástrica. A hipoglicémia pode em geral ser acompanhada por sintomas neurológicos tais como inquietude, tremor, perturbações visuais, dificuldade de coordenação, sonolência, coma e convulsões.

O tratamento consiste essencialmente em prevenir que a glimepirida seja absorvida induzindo o vómito e bebendo em seguida água ou limonada com carvão activado (adsorvente) e sulfato de sódio (laxante). Em caso de ter sido ingerida uma dose elevada, está indicada lavagem gástrica, seguida por carvão activado e sulfato de sódio. Em caso de sobredosagem (grave), hospitalização numa UCI é indicada, iniciando-se tão cedo quanto possível a administração de glucose. Se necessário, dar primeiro 50 ml de uma solução a 50% de glucose endovenosa como bólus, seguida da administração de uma solução a 10% como infusão sob controlo estreito da glicémia. Em seguida, tratamento sintomático.

Em particular, quando se tratar uma hipoglicémia devida a ingestão acidental de Amaryl em lactentes e crianças pequenas, a dose de glucose administrada deve ser cuidadosamente ajustada para evitar a possibilidade de causar hiperglicémia perigosa. A glicémia deve ser controlada sob estreita monitorização.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO AMARYL
5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Grupo fármaco-terapêutico: 8.4.2. Antidiabéticos orais;Código ATC: A10B B12
A glimepirida é uma substância hipoglicemiante activa oralmente que pertence ao grupo das sulfonilureias. Pode ser usada em caso de diabetes mellitus não insulino-dependente.

A glimepirida actua essencialmente pela estimulação da libertação da insulina pelas células beta pancreáticas.
Como com outras sulfonilureias, este efeito baseia-se num aumento da resposta da célula beta pancreática ao estímulo fisiológico da glucose. Para além disso, a glimepirida parece ter marcados efeitos extrapancreáticos também postulados para outras sulfonilureias.

Libertação de insulina
As sulfonilureias regulam a secreção de insulina fechando o canal do potássio sensível ao ATP na membrana da célula beta.
Ao fechar o canal do potássio, induz-se a despolarização da célula beta o que leva à abertura dos canais do cálcio e portanto a um aumento à entrada de cálcio na célula, activando a libertação de insulina por exocitose.

A glimepirida liga-se com uma taxa de troca elevada à proteína da membrana da célula beta que está associada com o canal de potássio sensível ao ATP mas que é diferente do local de ligação habitual das sulfonilureias.

Actividade extrapancreática

Os efeitos extrapancreáticos são p.ex. uma melhoria da sensibilidade dos tecidos periféricos à insulina e uma diminuição da captação da insulina pelo fígado. A captação periférica da glucose do sangue para o interior das células musculares e adiposas ocorre via proteínas de transporte especiais, localizadas na membrana das células. O transporte da glucose nestes tecidos é a fase que limita a utilização da glucose. A glimepirida eleva rapidamente o número das moléculas de transporte da glucose nas membranas plasmáticas das células musculares e adiposas, de que resulta uma estimulação da captação de glucose.

A glimepirida aumenta a actividade da fosfolipase C específica do glicosilfosfatidinositol, o que pode estar relacionado com a lipogénese e a glicogénese induzida pelo medicamento em células musculares e adiposas isoladas. A glimepirida inibe a produção hepática de glucose ao elevar a concentração intracelular de frutose-2,6-bifosfato que por sua vez inibe a gluconeogénese.

Geral

Em pessoas saudáveis, a dose oral eficaz mínima é aproximadamente de 0.6 mg. O efeito da glimepirida depende da dose e é reprodutível. A resposta fisiológica ao exercício físico agudo, isto é, a redução da secreção de insulina, está ainda presente sob glimepirida.

Não houve diferenças significativas no efeito quer o medicamento fosse dado 30 minutos ou imediatamente antes de uma refeição. Em doentes diabéticos, pode-se obter um bom controlo metabólico durante as 24 horas com uma dose única.

Embora o metabolito hidroxilado da glimepirida cause uma ligeira mas significativa baixa da glicémia em pessoas saudáveis, ele só é responsável por uma pequena parte do efeito medicamentoso total.

Terapêutica de combinação com metformina

Em doentes não adequadamente controlados com a dose máxima de metformina, foi verificado num estudo a melhoria do controlo metabólico em terapia concomitante, comparada à de um estudo com apenas metformina.

Terapêutica de combinação com insulina
Os dados para a terapêutica de combinação são limitados. Em doentes não controlados adequadamente com a dose máxima de glimepirida, uma terapêutica concomitante com insulina pode ser iniciada. Em dois estudos, a combinação alcançou a mesma melhoria do controlo metabólico do que a insulina isolada; contudo, foi necessária uma dose média mais baixa de insulina na terapêutica de combinação.

Populações especiais

Crianças e adolescentes
Um ensaio clínico activo controlado (glimepirida até 8 mg por dia ou metformina até 2 mg por dia) de 24 semanas de duração foi realizado em 285 crianças (8-17 anos de idade) com diabetes tipo 2. Tanto a glimepirida como a metformina mostraram uma descida significativa da HbA1 c a partir da baseline (glimepirida – 0,95 (erro padrão 0,41); metformina – 1,39 (erro padrão 0,40)). No entanto a glimepirida não alcançou o critério de não-inferioridade em relação à metformina na diferença média da HbA1c a partir da baseline. A diferença entre os tratamentos foi de 0,44% a favor da metformina. O limite superior (1,05) do intervalo de confiança a 95% para a diferença não foi abaixo da margem de não-inferioridade de 0,3%.
No decorrer do tratamento com a glimepirida, não foram observadas novas questões de segurança em crianças, em comparação com os doentes adultos com diabetes mellitus tipo 2. Não estão disponíveis dados de segurança e eficácia a longo prazo em doentes pediátricos.

5.2 Propriedades farmacocinéticas

Absorção: A biodisponibilidade após administração oral da glimepirida é total. A ingestão de alimentos não tem influência relevante na absorção, cuja taxa é só ligeiramente diminuída. As concentrações séricas máximas (Cmax) são alcançadas cerca de 2.5 horas após ingestão oral (média 0,3 |ig/ml durante doses múltiplas de 4 mg por dia) e há uma relação linear entre a dose e as Cmax e AUC (área subjacente à curva concentração/tempo).
Distribuição: A glimepirida tem um volume de distribuição muito baixo (cerca de 8,8 litros) que é aproximadamente igual ao espaço de distribuição da albumina, uma ligação proteica elevada (>99%) e uma baixa clearance (cerca de 48 ml/min).

Em animais, a glimepirida é excretada no leite. A glimepirida é transferida para a placenta. A passagem para a barreira hematoencefálica é baixa.

Biotransformação e eliminação: A semi-vida sérica dominante média, que é relevante para as concentrações séricas sob condições de doses múltiplas, é de cerca de 5 a 8 horas. Após doses elevadas, registaram-se semi-vidas ligeiramente mais longas.

Após uma dose única de glimepirida rádio-marcada, 58% da radioactividade foi recuperada na urina e 35% nas fezes. Não foi detectada na urina substância inalterada. Dois metabolitos – muito provavelmente resultantes do metabolismo hepático (o CYP2C9 é o enzima mais importante) – foram identificados tanto na urina como nas fezes; o derivado hidroxilado e o derivado carboxilado. Após administração oral da glimepirida, as semi-vidas terminais destes metabolitos foram de 3 a 6 e de 5 a 6 horas, respectivamente.
A comparação da administração de doses únicas e de doses múltiplas diárias não revelou diferenças significativas na farmacocinética e a variabilidade intra-individual foi muito pequena.
Não houve acumulação relevante. Populações especiais
A farmacocinética foi semelhante em homens e mulheres, assim como em doentes jovens e idosos (acima de 65 anos). Em doentes com clearance da creatinina baixa, houve uma tendência para o aumento da clearance da glimepirida e para a diminuição das concentra¬ções séricas médias, o que resultou muito provavelmente de uma mais rápida eliminação devido a uma redução da ligação proteica. A eliminação renal dos dois metabolitos foi afectada. Globalmente, não é de presumir um risco adicional de acumulação em tais doentes.
A farmacocinética em cinco doentes não diabéticos após cirurgia das vias biliares foi semelhante à dos indivíduos saudáveis.

Crianças e adolescentes
Um estudo com alimentos para estudar a farmacocinética, segurança e tolerabilidade de uma única dose de 1 mg em 30 doentes pediátricos (4 crianças com idades entre 10-12 anos e 26 crianças com idades entre 12-17 anos) com diabetes tipo 2 mostrou uma AUC média, uma Cmax e um t1/2 semelhantes ao previamente observado em adultos.

5.3 Dados de segurança pré-clínica

Os efeitos pré-clínicos observados, ocorridos em exposições suficientemente em excesso, na exposição máxima em humanos, indicaram pouca relevância no uso clínico, ou foram devidos à acção farmacodinamica (hipoglicémia) do composto. Esta conclusão é baseada na segurança farmacológica convencional, toxicidade em doses repetidas, genotoxicidade, carcinogenotoxicidade e estudos de toxicidade de reprodução. Mais tarde, (cobrindo a embriotoxicidade, teratogenicidade e toxicidade no desenvolvimento), os efeitos indesejáveis observados foram considerados secundários aos efeitos hipoglicemiantes induzidos pelo composto em fêmeas em idade de procriar e sua descendência.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO AMARYL

6.1 Lista de excipientes

Lactose monohidratada, amido glicolato de sódio (tipo A), estearato de magnésio, celulose microcristalina, polividona 25000 e laca de alumínio amarela sunset FCF (E110) .

6.2 Incompatibilidades

Não aplicável.
6.3 Prazo de validade 2 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 25°C. Conservar na embalagem de origem.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blisteres de PVC/alumínio.
14, 20, 28, 30, 50, 60, 90, 112, 120 e 280 comprimidos de Amaryl. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

SANOFI-AVENTIS – Produtos Farmacêuticos, S.A. Empreendimento Lagoas Park Edifício 7 – 3° Piso
2740-244 Porto Salvo

8. NÚMERO DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO [NÚMERO(S)
DE REGISTO DO MEDICAMENTO]

Amaryl 6 mg está registado com os números 5881784 (14x6mg)
3443884 (20x6mg)
5881883 (28x6mg)
3443983 (30x6mg) 3444080 (50x6mg) 2446086 (60×6 mg)
3444189 (90x6mg) 5881982 (112x6mg)
3444288 (120x6mg) 5882089 (280x6mg)

9.DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO OU RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO
DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da Primeira Autorização de Introdução no Mercado – Maio 1996
Data da Renovação da Autorização de Introdução no Mercado – Setembro 2005

10. DATA DE REVISÃO (PARCIAL) DO TEXTO
27-11-2008