Categorias
Lisinopril

Zestril bula do medicamento

Neste folheto:

1. O que é ZESTRIL e para que é utilizado

2. Antes de tomar ZESTRIL

3. Como tomar ZESTRIL

4. Efeitos secundários ZESTRIL

5. Conservação de ZESTRIL

ZESTRIL

lisinopril

Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico.

Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.

1. O QUE É ZESTRIL E PARA QUE É UTILIZADO

ZESTRIL pertence a um grupo de medicamentos denominados inibidores da ECA (inibidores da enzima de conversão da angiotensina). ZESTRIL actua através da dilatação dos vasos sanguíneos, o que ajuda a reduzir a pressão arterial e facilita o fornecimento de sangue pelo seu coração a todas as partes do seu organismo.

O seu médico receitou ZESTRIL para uma das seguintes situações:

– Se tem pressão arterial elevada (hipertensão).

– Se tem uma doença cardíaca conhecida por insuficiência cardíaca sintomática, em que o coração não bombeia tão bem o sangue pelo seu organismo quanto necessário.

– Se teve um ataque cardíaco (enfarte do miocárdio) que poderá levar a um enfraquecimento do seu coração.

– Se tem problemas renais relacionados com a diabetes e pressão arterial elevada.

2. ANTES DE TOMAR ZESTRIL

Não tome ZESTRIL

– Se está grávida.

– Se foi previamente tratado com um medicamento do mesmo grupo de medicamentos de ZESTRIL (inibidores da ECA) e se teve reacções alérgicas que tenham causado inchaço das mãos, pés ou tornozelos, da cara, lábios, língua e/ou garganta, com dificuldade em engolir ou respirar, ou ainda se você ou algum membro da sua família teve uma reacção semelhante.

– Se alguma vez teve uma reacção alérgica A ZESTRIL ou a qualquer outro dos ingredientes.

ZESTRIL não deve ser dado a crianças com idade inferior a 18 anos e a doentes com transplantes renais recentes. Existe informação limitada sobre a segurança e eficácia de Zestril em crianças e em doentes com transplantes renais.

Fale com o seu médico se não tiver a certeza se deve começar a tomar ZESTRIL.

Tome especial cuidado com ZESTRIL

Informe o seu médico sobre quaisquer problemas de saúde que possa ter ou que já tenha tido, e em especial:

– Estreitamento da aorta (estenose aórtica), da artéria renal (estenose da artéria renal) ou das válvulas do coração (estenose da válvula mitral), ou um aumento da espessura do músculo cardíaco (cardiomiopatia hipertrófica, “HOCM”).

– Outros problemas de saúde, tais como:

  • Pressão arterial baixa (que se poderá manifestar sob a forma de tonturas ou da sensação de cabeça vazia, especialmente quando se está de pé).
  • Doença renal ou se faz hemodiálise
  • Doença hepática
  • Doença dos vasos sanguíneos (doença do colagénio vascular) e/ou tratamento com alopurinol (para a gota), procainamida (para o batimento cardíaco irregular), imunossupressores (medicamentos para suprimir a resposta imunitária do organismo).
  • Diarreia ou vómitos
  • Dieta com restrição de sal ou se está a tomar suplementos de potássio

Pare de tomar ZESTRIL e contacte o seu médico imediatamente se lhe acontecer alguma das seguintes situações: (uma reacção alérgica)

– Se tiver dificuldade em respirar com ou sem inchaço da cara, lábios, língua e/ou garganta.

– Se tiver inchaço da cara, lábios, língua e/ou garganta que possam causar dificuldade em engolir.

– Se tiver comichão intensa na pele (com inchaços ou protuberâncias).

Informe o seu médico se está ou irá fazer um tratamento de dessensibilização para uma alergia, por exemplo, a picadas de insectos. O tratamento de dessensibilização reduz os efeitos da alergia (por ex., picadas de abelhas ou vespas) mas, por vezes, pode causar uma reacção alérgica mais grave se estiver a tomar inibidores da ECA durante o tratamento de dessensibilização.

Informe o seu médico se for hospitalizado para ser submetido a uma cirurgia. Informe o seu médico ou dentista que está a tomar ZESTRIL antes de receber uma anestesia local ou geral. ZESTRIL, em combinação com alguns anestésicos, poderá causar uma descida da pressão arterial durante um curto período, logo após a toma dos comprimidos.

Tome especial cuidado quando tomar a primeira dose de ZESTRIL. Poderá causar uma maior descida da pressão arterial do que a que ocorrerá com a continuação do tratamento. Poderá sentir tonturas ou a sensação de cabeça vazia e poderá ser útil deitar-se. Se esta situação o preocupar, consulte o seu médico.

Tomar ZESTRIL com outros medicamentos

Informe o seu médico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo preparações contendo plantas medicinais, alimentos saudáveis ou suplementos alimentares que tenha comprado para si. O mesmo se aplica a medicamentos que tenha utilizado já há algum tempo. Estes medicamentos podem afectar a acção de outros medicamentos. Deve informar o seu médico se estiver a tomar algum dos seguintes medicamentos:

– Diuréticos (medicamentos que aumentam a quantidade de urina, incluindo os poupadores de potássio, tais como espironolactona, triametereno ou amilorida).

– Outros medicamentos para a pressão arterial elevada (anti-hipertensores).

– Anti-inflamatórios não-esteroídes (AINEs), tais como a indometacina ou doses elevadas de aspirina (mais de 3 gramas por dia), os quais são utilizados no tratamento da artrite e dores musculares.

– Medicamentos utilizados no tratamento de perturbações mentais, tais como lítio, antipsicóticos e antidepressivos tricíclicos.

– Comprimidos de potássio ou substitutos de sal contendo potássio.

– Medicamentos para o tratamento da diabetes, tais como insulina ou aqueles que são tomados por via oral, para reduzir os níveis de açúcar no sangue.

– Medicamentos que estimulam o sistema nervoso central (simpaticomiméticos). Estes incluem a efedrina, pseudoefedrina e salbutamol e podem aparecer nalguns descongestionantes, medicamentos para a tosse/resfriado e para a asma.

– Medicamentos para suprimir a resposta imunitária do organismo (imunossupressores), tratamento com alopurinol (para a gota) ou procainamida (para o batimento cardíaco irregular).

Gravidez e aleitamento

Informe o seu médico se está grávida ou planeia engravidar. ZESTRIL não deve ser tomado durante a gravidez. Informe o seu médico se está a amamentar ou planeia amamentar. ZESTRIL não dever ser utilizado durante o aleitamento.

Condução de veículos e utilização de máquinas

É improvável que os comprimidos de ZESTRIL afectem a sua capacidade de conduzir veículos ou operar máquinas. Contudo, não deverá desempenhar tais tarefas, que requerem atenção especial até saber como tolera o seu medicamento.

Contacte o seu médico se não tiver a certeza se deve começar a tomar Zestril.

3. COMO TOMAR ZESTRIL

Que quantidade tomar

O seu médico decidirá quantos comprimidos deverá tomar por dia. A dosagem é adaptada a cada caso individual e é importante que tome os comprimidos de acordo com o receitado pelo seu médico. A sua dose inicial e a dose de manutenção vão depender da sua situação clínica e se está a tomar outros medicamentos. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.

Para a pressão arterial elevada: A dose inicial usualmente recomendada é de 10 mg tomados uma vez por dia. A dose de manutenção usual é de 20 mg tomados uma vez por dia.

Para a insuficiência cardíaca sintomática: A dose inicial usualmente recomendada é de 2,5 mg tomados uma vez por dia. A dose de manutenção usual é de 5 a 35 mg tomados uma vez por dia.

Após um ataque cardíaco: A dose inicial usualmente recomendada é de 5 mg no dia 1 e no dia 2, e posteriormente 10 mg tomados uma vez por dia.

Para problemas relacionados com a diabetes: A dose usual é de 10 mg ou 20 mg tomados uma vez por dia.

Como tomar

Deve engolir o comprimido com água.

Tente tomar os comprimidos sempre à mesma hora em cada dia. Pode tomar ZESTRIL com ou sem alimentos.

Não pare de tomar os comprimidos mesmo que se esteja a sentir bem, a não ser que o seu médico o recomende.

Lembre-se que a primeira dose de ZESTRIL poderá causar uma maior descida da pressão arterial do que a que ocorrerá com a continuação do tratamento. Poderá sentir tonturas ou a sensação de cabeça vazia e poderá ser útil deitar-se. Se esta situação o preocupar, consulte o seu médico logo que possível. Fale com seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que ZESTRIL é demasiado forte ou demasiado fraco, logo que possível.

Se tomar mais ZESTRIL do que deveria

Contacte imediatamente o seu médico ou hospital mais próximo se tomou mais do que deveria (dose excessiva).

Caso se tenha esquecido de tomar ZESTRIL

Se falhou uma dose, não tome uma dose a dobrar para compensar a dose que se esqueceu de tomar. Continue de acordo com o seu programa habitual.

4. EFEITOS SECUNDÁRIOS ZESTRIL

Como acontece com todos os medicamentos, ZESTRIL pode ter efeitos secundários. Não fique alarmado com a lista de efeitos secundários, poderá não ter nenhum deles. A maioria dos doentes não nota quaisquer efeitos secundários. No entanto, fale com o seu médico se os tiver e se o incomodarem.

Efeitos secundários frequentes que podem ocorrer:

  • Dores de cabeça
  • Tonturas ou sensação de cabeça vazia especialmente quando se levanta depressa
  • Diarreia
  • Tosse
  • Vómitos

ZESTRIL poderá afectar os rins e causar uma produção de menor quantidade de urina ou nenhuma.

Efeitos secundários pouco frequentes que podem ocorrer:

  • Alterações do humor
  • Alteração da cor (azul pálido seguido de vermelhidão) e /ou entorpecimento ou formigueiros nos dedos das mãos ou dos pés Alterações do paladar
  • Sonolência ou dificuldade em adormecer, sonhos estranhos Batimento cardíaco acelerado Corrimento nasal Náuseas
  • Dores de estômago ou indigestão
  • Exantema cutâneo
  • Comichão
  • Impotência
  • Cansaço
  • Fraqueza (perda de força)

Os doentes com doença coronária cardíaca; ou com estreitamento da aorta (estenose aórtica), da artéria renal (estenose da artéria renal) ou das válvulas do coração (estenose da válvula mitral); ou os doentes com um aumento da espessura do músculo cardíaco (cardiomiopatia hipertrófica) poderão sentir uma redução excessiva da pressão arterial.

Efeitos secundários raros que podem ocorrer:

Reacções alérgicas.

Pare de tomar Zestril e contacte o seu médico imediatamente se lhe acontecer alguma das seguintes situações:

– Se tiver dificuldade em respirar com ou sem inchaço da cara, lábios, língua e/ou garganta.

– Se tiver inchaço da cara, lábios, língua e/ou garganta que possam causar dificuldade em engolir.

– Se tiver comichão intensa na pele (com inchaços ou protuberâncias). Raramente poderão ocorrer alterações sanguíneas. É possível que o seu médico peça ocasionalmente análises de sangue, para verificar se Zestril teve algum efeito a nível do sangue. Por vezes, estas alterações podem manifestar-se através de cansaço ou dores de garganta, ou serem acompanhadas de febre, dores musculares e das articulações, inchaço das articulações ou glândulas, ou de sensibilidade à luz solar.

Outros efeitos secundários que são raros: Confusão Boca seca Perda de cabelo Psoríase

Desenvolvimento das mamas no homem

Efeitos secundários muito raros que podem ocorrer: Dores na cavidade nasal Respiração ofegante Inflamação dos pulmões Pele e/ou olhos amarelados (Icterícia) Inflamação do fígado ou pâncreas

Alterações da pele graves (que podem incluir vermelhidão, vesículas e descamação da pele) Sudorese

Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

5. CONSERVAÇÃO DE ZESTRIL

Manter fora do alcance e da vista das crianças. Os seus comprimidos podem prejudicá-las.

Mantenha os seus comprimidos na embalagem de origem. Não conservar acima de 30°C.

Conserve os seus comprimidos num lugar fresco e seco.

Devolva ao seu farmacêutico todos os comprimidos de ZESTRIL que não tenha tomado.

O nome do seu medicamento é ZESTRIL e apresenta-se sob a forma farmacêutica de comprimidos.

A substância activa é o lisinopril dihidratado. Cada comprimido contém 5 mg (ZESTRIL-5), 10 mg (ZESTRIL MITE), 20 mg ou 30 mg de lisinopril. ZESTRIL contém outros ingredientes não activos. Estes são: manitol, hidrogenofosfato de cálcio, amido de milho, amido pré-gelatinizado, estearato de magnésio. Adicionalmente os comprimidos cor-de-rosas contêm óxido de ferro vermelho (E172).

ZESTRIL apresenta-se em embalagens de 14,28 e 56 comprimidos de 5 mg; em embalagens de 28 e 56 comprimidos de 10 mg, em embalagens de 28 e 56 comprimidos de 20 mg e em embalagens de 28 e 56 comprimidos de 30 mg. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

Classificação farmacoterapêutica (F.H.N.M): IV-6-e) Inibidores da enzima de conversão da angiotensina.

O titular da autorização de introdução no mercado é AstraZeneca Produtos Farmacêuticos, Lda. Rua Humberto Madeira, 7, Valejas, 2745-663 Barcarena.

Este folheto informativo foi revisto em 24-03-2004.

Categorias
Felodipina + Ramipril

Unimax 2,5 bula do medicamento

Neste folheto:

1.O que é UNIMAX 2.5 e para que é utilizado
2.Antes de tomar UNIMAX 2.5
3.Como tomar UNIMAX 2.5
4.Efeitos secundários UNIMAX 2.5
5.Conservação de UNIMAX 2.5

UNIMAX 2.5

felodipina + ramipril

Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico.

Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.

1. O QUE É UNIMAX 2.5 E PARA QUE É UTILIZADO

A felodipina pertence a um grupo de medicamentos designados por antagonistas do cálcio. O ramipril pertence a um grupo de medicamentos designados por inibidores da enzima de conversão da angiotensina. Esta combinação, essencialmente desenvolvida para o tratamento da hipertensão arterial, actua através da redução da resistência dos pequenos vasos sanguíneos.

UNIMAX 2.5 está indicado no tratamento da hipertensão arterial.

Se sofre de hipertensão (pressão arterial alta), saiba que está predisposto a sofrer de problemas como doenças cardíacas, doenças renais e trombose. O tratamento da hipertensão arterial é efectuado com o intuito de reduzir a pressão arterial e de reduzir as probabilidades de sofrer destes problemas.

2. ANTES DE TOMAR UNIMAX 2.5

Não tome UNIMAX 2.5 se:

  • teve alguma reacção alérgica à felodipina (ou outra dihidropiridina), ao ramipril ou outros inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA), ou a qualquer dos excipientes de UNIMAX 2.5. Se sim, poderá sofrer de uma reacção semelhante se tomar este medicamento; alguma vez teve algum inchaço, por exemplo dos lábios, olhos, língua ou garganta. Se sim, isso poderá ter sido um angioedema e, o uso de UNIMAX 2.5 poderá aumentar o risco de sofrer de uma situação mais grave;
  • sofrer de insuficiência cardíaca, enfarte agudo do miocárdio (ataque cardíaco), angina de peito ou trombose;
  • sofrer de doença grave da artéria renal, por exemplo estenose da artéria renal grave em ambos os rins. Se sim, ao tomar UNIMAX 2.5 pode agravar o funcionamento do rim;
  • efectuar diálise.

Se por algum motivo necessitar de efectuar uma diálise ou hemofiltração (processo semelhante) o seu médico deverá ser informado de que está a tomar UNIMAX 2.5, para que possa escolher uma técnica diferente, de modo a prevenir a ocorrência de reacções de hipersensibilidade graves; tiver de se submeter a um procedimento especial (conhecido por aférese das lipoproteínas de baixa-densidade) para baixar a sua gordura no sangue. Se sim, tomar UNIMAX 2.5 poderá provocar-lhe uma reacção alérgica durante este procedimento; estiver grávida, a tentar engravidar ou se estiver a amamentar. Se sim, tomar UNIMAX 2.5 poderá prejudicar o seu bebé.

UNIMAX 2.5 não deve ser tomado por pessoas com doença renal ou hepática grave e crianças.

Tomar UNIMAX 2.5 com outros medicamentos:

Antes de tomar este medicamento, informe o seu médico ou farmacêutico, de todos os medicamentos que está a tomar ou que tenha tomado recentemente, incluindo aqueles que comprou sem receita médica. Isto porque os efeitos de UNIMAX 2.5 ou de outros medicamentos (alguns dos quais se encontram listados a seguir) podem ser alterados, ou podem provocar efeitos secundários. Caso esteja a tomar outros medicamentos, pode ser necessário a realização de mais exames.

O efeito de UNIMAX 2.5 sobre a pressão arterial pode ser aumentado se o tomar com:

  • Diuréticos, medicamentos que utilize para baixar a pressão arterial e medicamentos que tenham como efeito indesejável a diminuição da pressão arterial;
  • Cimetidina (normalmente prescrita para reduzir a acidez no estômago);
  • Eritromicina, itraconazole e cetoconazole (para o tratamento de infecções);
  • Toranja ou sumo de toranja;
  • Álcool.
  • O efeito de UNIMAX 2.5 sobre a pressão arterial pode ser reduzido se o tomar com: Fenitoína, carbamazepina e barbitúricos (usados para o tratamento da epilepsia, espasmos e convulsões; os barbitúricos são também usados como medicamentos para dormir);
  • Rifampicina (para o tratamento da tuberculose).
  • Ácido acetilsalicílico (aspirina), ibuprofeno e outros AINES (medicamentos anti-inflamatórios não esteróides) que aliviam a dor e a inflamação;
  • Efedrina (usado frequentemente na congestão nasal), adrenalina (usado frequentemente no tratamento da asma) e outros medicamentos denominados simpaticomiméticos que actuam a nível do coração e dos vasos sanguíneos; Sal (regime alimentar com elevada ingestão de sal).

UNIMAX 2.5 pode afectar a quantidade de células sanguíneas se o tomar com:

  • Alopurinol (para o tratamento da gota);
  • Imunosupressores (usados frequentemente na artrite reumatóide ou após transplantes de órgãos);
  • Glucocorticóides (esteróides);
  • Procainamida (para o tratamento de distúrbios do ritmo cardíaco);
  • Citotóxicos (citostáticos – usados no tratamento de cancro);
  • Outros medicamentos que possam reduzir o número de células sanguíneas.

A concentração sérica de Lítio pode aumentar se tomar UNIMAX 2.5 com: Preparações à base de lítio (usado no tratamento de doenças maníaco-depressivas).

A concentração sérica de potássio pode aumentar se tomar UNIMAX 2.5 com: Sais de potássio;

Alguns diuréticos que provocam aumento de potássio no sangue, por exemplo

amiloride, espironolactona, triamtereno;

Heparina.

O tratamento antidiabético poderá ser potenciado se tomar UNIMAX 2.5 com: Insulina, glibenclamida e outros medicamentos para a diabetes mellitus.

O tratamento concomitante com UNIMAX 2.5 poderá afectar os níveis de tacrolimus no sangue (um fármaco normalmente administrado para prevenir a rejeição de órgãos transplantados, p.ex., rim ou fígado).

Antes de tomar um novo medicamento, pergunte ao seu médico ou farmacêutico se este se encontra inserido num dos grupos acima citados.

Tome especial cuidado com UNIMAX 2.5

Certas doenças que pode ter ou já ter tido podem requerer um cuidado especial antes ou durante a administração de UNIMAX 2.5. Por isso, antes de usar este medicamento deve informar o seu médico se:

  • sofre de hipertensão grave, de insuficiência cardíaca, de doença renal ou doença hepática;
  • sofre de alguma perturbação das artérias que irrigam o coração ou o cérebro; está a tomar lítio, diuréticos ou se perdeu grandes quantidades de sal e de água, por exemplo, devido a um episódio grave de vómitos ou diarreia, ou através de sudação intensa.
  • tiver de ser submetido a uma cirurgia ou anestesia, a terapia de dessensibilização ou tratamento extracoroporal (diálise ou hemofiltração).

Tomar UNIMAX 2.5 com alimentos e bebidas

Os comprimidos devem ser engolidos inteiros com uma quantidade suficiente de líquido e, podem ser ingeridos sem alimentos ou a seguir a uma refeição ligeira pobre em gorduras ou em hidratos de carbono.

Os comprimidos não devem ser divididos, esmagados ou mastigados.

O efeito antihipertensivo de UNIMAX 2.5 poderá ser reduzido devido a um aumento da ingestão de sal no regime alimentar e, agravado pela utilização simultânea de álcool.

Gravidez e aleitamento:

Não tome UNIMAX 2.5 se estiver grávida ou a amamentar, pois pode prejudicar o seu bebé.

Certifique-se de que não se encontra grávida antes de tomar UNIMAX 2.5;

Durante a medicação com UNIMAX 2.5, deverá tomar as precauções adequadas para não engravidar;

Se engravidar ou se suspeita que está grávida, suspenda a medicação com UNIMAX 2.5 e informe o seu médico imediatamente.

Condução de veículos e utilização de máquinas

Ao iniciar o tratamento com UNIMAX 2.5 ou no caso do seu médico lhe aumentar a dose, poderá sofrer de alguns efeitos indesejáveis tais como vertigens ou tonturas como consequência da redução da pressão arterial. Estes efeitos indesejáveis podem reduzir a sua capacidade de concentração e reacção. Isto pode constituir um risco se estiver a conduzir um automóvel ou operar com máquinas ou em situações semelhantes.

3. COMO TOMAR UNIMAX 2.5

Siga as instruções do seu médico no que se refere à quantidade e frequência da toma de UNIMAX 2.5.

Os comprimidos são administrados por via oral.

A dose inicial habitual é um comprimido, uma vez por dia. O seu médico pode recomendar-lhe mais tarde um aumento da dose. A dose máxima recomendada é de 2 comprimidos de UNIMAX 2.5 uma vez por dia.

Tome UNIMAX 2.5 comprimidos com meio copo de água ou outro líquido. Os comprimidos não devem ser divididos, esmagados ou mastigados. Pode tomar o comprimido sem alimentos ou após uma refeição ligeira pobre em gorduras ou hidratos de carbono. Se estiver a tomar diuréticos, o seu médico poderá reduzir a dose ou pedir que pare de os tomar quando iniciar o tratamento com UNIMAX 2.5.

Se tomar mais UNIMAX 2.5 do que deveria:

Se por engano tiver tomado o dobro da dose prescrita, poderá sentir vertigens e tonturas devido à diminuição da pressão arterial. Se tiver algum destes sintomas, informe o seu médico. Se tomar mais do que o dobro da dose prescrita, informe o seu médico imediatamente. Ele dir-lhe-á o que fazer.

Caso se tenha esquecido de tomar UNIMAX 2.5:

Prossiga o tratamento tomando a dose seguinte como é habitual. Não tome uma dose adicional para compensar a dose que se esqueceu de tomar.

4. EFEITOS SECUNDÁRIOS UNIMAX 2.5

Tal como se verifica com todos os medicamentos, UNIMAX 2.5 poderá, ocasionalmente, ter efeitos secundários.

Os efeitos secundários que podem surgir durante a toma de UNIMAX 2.5 encontram-se descritos a seguir de acordo com o seu grau de frequência: “Frequente” (>1/100); “Pouco Frequente” (>1/1000, <1/100); “Raro” (>1/10000, <1/1000); “Muito Raro” (<1/10000).

Aparelho Circulatório (coração e vasos)

Frequentes: Rubor, inchaço dos membros inferiores (edema periférico), palpitações, dores de cabeça.

Pouco Frequentes: Batimento cardíaco sentido e rápido (taquicardia, palpitação), vertigens, problemas de equilíbrio, zumbidos, cansaço, fraqueza, torpor, tonturas, inércia.

Raros: Baixa de tensão (Hipotensão), angina de peito, irregularidade do batimento cardíaco (arritmia cardíaca), nervosismo, depressão, cansaço, perturbações do sono, tremores, confusão, ansiedade, perturbações visuais (por exemplo visão turva), aumento de sudação, distúrbios de audição.

Muito Raros: Doença aguda do coração, ataque cardíaco (enfarte do miocárdio), trombose, palidez. Poderá ainda experimentar entorpecimento ou desconforto em alguns dedos das mãos ou pés (fenómeno de Raynaud). Se já sofre destes sintomas, estes poderão agravar-se.

Aparelho Respiratório Frequentes: Tosse seca irritativa.

Raros: Sinusite, bronquite, asma, falta de ar (dispneia), congestão nasal. broncospasmo.

Distúrbios do Metabolismo e da Nutrição Raros: Perda de apetite. Muito Raros: hiperglicémia.

Pele e Tecidos Subcutâneos

Pouco Frequentes: Comichão (prurido), inchaço dos lábios, olhos, pele e garganta ( angioedema), urticária.

Raros: Inchaço profundo da língua ou garganta, originando problemas respiratórios ( angioedema). Outro tipo de reacções alérgicas como por exemplo reacções cutâneas ou respiratórias ou uma diminuição acentuada da pressão arterial (reacções anafilactóide/anafiláctica).

Muito Raros: Agravamento de psoríase, eritema multiforme, sensibilidade ao Sol, dor ao engolir (síndroma Steven-Johnson), descamação extensa da pele, perda do cabelo e das unhas.

Aparelho Digestivo

Pouco Frequentes: Náusea, dor abdominal, aumento de enzimas hepáticas e bilirrubina no sangue, icterícia.

Raros: Vómito, secura da boca, desconforto abdominal, distúrbio digestivo, obstipação, diarreia, aumento dos níveis das enzimas pancreáticas no sangue, inflamação da língua, boca e outras partes do sistema digestivo, perturbações do estômago, aumento das enzimas pancreáticas no sangue e inchaço das gengivas (isto poderá ser prevenido com uma higiene bucal regular).

Muito Raros: Doença hepática grave, inflamação do pâncreas, lesão grave do fígado com, por exemplo, coloração amarela da pele e mucosa dos olhos (icterícia), sensação de mal-estar, aumento das gengivas e sua inflamação (hiperplasia gengival, gengivite), inflamação da língua e da boca (glossite), redução da função renal que poderá levar a insuficiência renal, redução da quantidade de sódio no sangue, aumento de perda de proteínas na urina (apenas se já sofreu desta situação). Pode ser necessário um aumento de ingestão de água.

Sistema Linfático e Sanguíneo

Raros: Redução dos glóbulos vermelhos e conteúdo da hemoglobina, dos glóbulos brancos, das plaquetas sanguíneas, reacção alérgica grave (anafilaxia). Muito Raros: Diminuição de todas as células sanguíneas, aumento dos glóbulos brancos (eosinofilia), elevação da VS, que pode ser um sinal de, por exemplo, agranulocitose,

pancitopénia ou anemia hemolítica grave. Sintomas destas reacções incluem febre, garganta irritada, úlceras inflamatórias, por exemplo na boca, garganta, ânus e áreas genitais, palidez, cansaço ou tendência para formar hematomas e sangrar facilmente. É mais provável que venha a sofrer de reacções secundárias sanguíneas se o seu rim não estiver a funcionar correctamente ou, se sofre de doenças do tecido conjuntivo tais como lúpus eritematoso ou esclerodermia, ou se estiver a tomar medicamentos que diminuam o número de algumas células sanguíneas.

Estado Geral, Sistema Nervoso Central, Olhos e Ouvido Frequentes: Dor de cabeça.

Pouco Frequentes: Conjuntivite, cansaço, fraqueza, sonolência, sensação de vazio cerebral, tontura, perturbação do equilíbrio, tempo de reacção perturbado, sensação de encortiçamento (parestesia).

Raros: Distúrbio visual, zumbido, sudação, desmaio (síncope), tremor, alteração do cheiro e do sabor. Muito Raros: Febre.

Aparelho Reprodutor e da Mama

Raros: Disfunção eréctil transitória, impotência, perda de interesse sexual.

Muito Raros: Ginecomastia.

Músculo-esqueléticos, do tecido conjuntivo

Raros: Cãibras, dor nas articulações e muscular (artralgia e mialgia). Muito Raros: Inflamação do músculo (miosite).

Distúrbios Psiquiátricos

Raros: Nervosismo, humor deprimido, confusão, perturbação do sono, redução da vontade de ter relações sexuais.

Aparelho Urinário e Equilíbrio Electrolítico

Pouco Frequentes: Aumento da ureia e da creatinina no sangue.

Raros: Aumento do potássio no sangue.

Muito Raros: Redução do sódio no sangue, micção frequente.

Se sentir alguns destes sintomas ou qualquer sintoma não habitual ou não esperado, contacte o seu médico ou farmacêutico.

Alguns efeitos secundários raros poderão tornar-se graves ou colocarem a vida em perigo. Estes englobam o angioedema grave e alguns efeitos alérgicos cutâneos, renais, hepáticos e sanguíneos. Alguns destes efeitos secundários podem começar com sintomas ligeiros.

Se sofrer de alguma reacção súbita ou inesperada a UNIMAX 2.5, suspenda imediatamente a medicação e contacte o seu médico imediatamente. Não volte a tomar UNIMAX 2.5 a não ser por indicação do seu médico.

5. CONSERVAÇÃO DE UNIMAX 2.5

Manter fora do alcance e da vista das crianças. Não conservar acima de 30°C. Conservar na embalagem de origem.

Não utilize UNIMAX 2.5 após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Não se esqueça de devolver ao seu farmacêutico quaisquer comprimidos que não tenha utilizado.

O nome do seu medicamento é UNIMAX 2.5 e apresenta-se sob a forma farmacêutica de comprimidos de libertação prolongada.

As substâncias activas são felodipina e ramipril.

Cada comprimido de contém 2,5 mg de felodipina e 2,5 mg de ramipril. UNIMAX 2.5 contém também outros ingredientes não activos. Estes são: celulose microcristalina, hiprolose, hipromelose, óxidos de ferro E172, lactose anidra, macrogol 6000, macrogol-glicol hidroxiestearato, amido de milho, parafina, galhato de propilo, silicato de alumínio e sódio, estearil fumarato de sódio e dióxido de titânio E171.

UNIMAX 2.5 apresenta-se eni embalagens de 14, 15, 28, 30, 49, 50, 56, 98, 100, 10 x 49 ou 250 comprimidos. É possível que nem todas as apresentações sejam comercializadas.

Classificação Farmacoterapêutica (F.H.N.M.): 3.4 Medicamentos anti-hipertensores.

O titular da autorização de introdução no mercado é AZ Farma Produtos Farmacêuticos, Lda.Rua Humberto Madeira, 7, Valejas, 2745-663 Barcarena.

Este folheto informativo foi revisto em 23-10-2006.

Categorias
Moexipril

Tensotec 7,5 mg / 15 mg bula do medicamento

Neste folheto:

1.  O que é Tensotec e para que é utilizado
2.  Antes de tomar Tensotec
3.  Como tomar Tensotec
4.  Efeitos secundários Tensotec
5.  Como conservar Tensotec
6.  Outras informações

Tensotec 7,5 mg / 15 mg

Comprimido revestido

Cloridrato de moexipril

Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.

Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

1. O QUE É TENSOTEC E PARA QUE É UTILIZADO

Indicações terapêuticas Tratamento da hipertensão.

Em monoterapia como tratamento inicial ou em associação com outras classes de agentes anti-hipertensores.

2. ANTES DE TOMAR TENSOTEC

Não tome Tensotec

  • se tem alergia (hipersensibilidade) à substância activa ou a qualquer outro componente de Tensotec.
  • se tem história de edema angioneurótico associado com tratamento anterior com inibidores da ECA
  • se tem edema angioneurótico hereditário/idiopático
  • se tiver mais do que três meses de gravidez. (Também é preferível não tomar Tensotec no início da gravidez)
  • Se está a amamentar (as crianças alimentadas ao peito devem ser desmamadas)

Devido à falta de experiência terapêutica suficiente, TENSOTEC não deve ser utilizado em:

  • Doentes submetidos a diálise
  • Doentes com hepatopatia primária ou perturbações da função hepática
  • Crianças.

Tome especial cuidado com Tensotec

Nas circunstâncias a seguir indicadas, o TENSOTEC só pode ser utilizado após avaliação criteriosa da relação risco/benefício, e sob monitorização regular de determinados parâmetros clínicos e laboratoriais:

  • Estenose das válvulas aorta ou mitral, ou outras obstruções do fluxo proveniente do ventrículo esquerdo (por exemplo, cardiomiopatia hipertrófica)
  • Obstrução da artéria renal (bilateral ou unilateral)
  • Insuficiência renal severa (depuração da creatinina inferior a 40 ml/min.)
  • Aumento da quantidade de proteínas excretadas na urina (mais de 1 g/dia)
  • Perturbações graves do equilíbrio electrolítico
  • Alterações da resposta imunitária, ou doenças do colagéneo (por exemplo, lupus eritematoso, esclerodermia)
  • Terapêutica medicamentosa concomitante com fármacos supressores das defesas orgânicas (por exemplo, corticóides, citostáticos, antimetabolitos), alopurinol, procainamida ou lítio.

Deverá controlar-se a função renal antes do início da terapêutica com TENSOTEC.

Deve informar o seu médico se pensa estar grávida (ou planeia engravidar). Tensotec não está recomendado no início da gravidez e não deve ser tomado após o terceiro mês de gravidez, uma vez que pode ser gravemente prejudicial para o bebé se utilizado a partir desta altura.

Especialmente no início da terapêutica, o TENSOTEC só deverá ser utilizado nos grupos de doentes a seguir indicados se a tensão arterial e/ou determinados parâmetros laboratoriais forem controlados com frequência:

  • Doentes com deficiência em sal e/ou fluídos
  • Doentes com hipertensão grave e/ou hipertensão induzida por doença renal
  • Doentes com idade superior a 65 anos
  • Doentes com insuficiência cardíaca concomitante.

A monitorização do equilíbrio electrolítico e da creatinémia, assim como do quadro hematológico estão indicados por um curto período de tempo, especialmente no início do tratamento e nos doentes de alto risco (doentes com insuficiência renal, doenças colagénicas, ou os que seguem um tratamento com fármacos supressores dos mecanismos de defesa do organismo, com alopurinol ou procainamida).

Se durante a terapêutica com TENSOTEC surgirem sintomas como febre, intumescência dos nódulos linfáticos, e/ou inflamação da garganta, deverá consultar o seu médico assistente e efectuar de imediato um leucograma.

No decurso do tratamento com TENSOTEC não deverá ser praticado nenhum processo de diálise sanguínea (hemodiálise ou hemofiltração) com membranas de alto fluxo de sulfonato de poliacrilonitrilo-metalil (por exemplo, AN 69), na medida em que a diálise e a hemofiltração estão associadas ao risco de reacções de hipersensibilidade (reacções do tipo anafiláctico), até choque, com risco da própria vida.

No caso de a diálise ou a hemofiltração serem inevitáveis, o tratamento da hipertensão deverá efectuar-se por um fármaco que não seja um inibidor da ECA.

Deverá, por conseguinte, informar o seu médico de que está a seguir um tratamento com TENSOTEC, ou de que necessita de diálise, para que tais factos possam ser tidos em consideração durante o tratamento.

Durante a aférese (com hipercolesterinémia severa) LDL (lipoproteínas de baixa densidade), nos doentes tratados com um inibidor da ECA, podem ocorrer reacções de hipersensibilidade com risco da própria vida.

Durante a terapia de dessensibilização versus venenos dos insectos (p.ex: picadas de abelhas ou vespas) e o tratamento concomitante com um inibidor da ECA, podem ocorrer reacções de hipersensibilidade com risco parcial da própria vida (p.ex: queda da tensão arterial, dificuldades respiratórias, vómitos, reacções alérgicas cutâneas).

No caso de ser necessária uma aférese LDL ou uma terapia de dessensibilização versus venenos de insectos, o inibidor da ECA deve ser temporariamente substituído por um outro fármaco anti-hipertensor.

Especialmente durante o primeiro mês de tratamento com um IECA, deverão ser cuidadosamente monitorizados os níveis de glicémia no diabético previamente medicado com antidiabéticos orais ou insulina.

Ao tomar Tensotec com outros medicamentos

Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.

Durante o tratamento com TENSOTEC ou com outros inibidores da ECA foram descritas as seguintes interacções com a administração simultânea de:

  • Potássio, diuréticos poupadores do potássio (por exemplo, espironolactona, amiloride, triamtereno) e outros (por exemplo, a heparina): podem levar a um aumento pronunciado da concentração de potássio sérico.
  • Fármacos hipotensores: potenciação do efeito anti-hipertensor do TENSOTEC, especialmente pelos que aumentam a excreção de urina (diuréticos) -Lítio: aumento da concentração sérica de lítio (é necessário controlo regular) -Indutores do sono, narcóticos: descida acentuada dos valores da tensão arterial (o anestesista deverá ser informado, caso o doente siga um tratamento com TENSOTEC)
  • Alopurinol, fármacos supressores dos mecanismos de defesa do organismo (citostáticos, imunossupressores, corticóides sistémicos), procainamida: diminuição do número de glóbulos brancos no sangue (leucopenia).
  • Analgésicos e anti-inflamatórios (por exemplo, ácido acetilsalicílico, indometacina): eventual atenuação do efeito anti-hipertensor do TENSOTEC -Sal comum: atenuação do efeito anti-hipertensor do TENSOTEC -Ingestão de bebidas alcoólicas: potenciação dos efeitos do álcool
  • Antidiabéticos (insulina, derivados da sulfonil ureia): a administração concomitante de inibidores ECA e antidiabéticos orais ou insulina, pode potenciar o efeito de diminuição da glucose sanguínea com risco de hipoglicémia. Este fenómeno poderá ocorrer com maior frequência: durante as primeiras semanas de tratamento; em doentes com insuficiência renal.

Ao tomar Tensotec com alimentos e bebidas Não aplicável

Gravidez e aleitamento

Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.

Na mulher fértil a gravidez deve ser excluída antes de se iniciar o tratamento com um inibidor da ECA. Nestas mulheres, durante o tratamento com TENSOTEC, deve ser aplicado um método contraceptivo apropriado.

Deve informar o seu médico se pensa que está grávida (ou planeia engravidar). O seu médico normalmente aconselhá-la-á a interromper Tensotec antes de engravidar ou assim que estiver grávida e a tomar outro medicamento em vez de Tensotec. Tensotec não está recomendado no início da gravidez e não deve ser tomado após o terceiro mês de gravidez, uma vez que pode ser gravemente prejudicial para o bebé se utilizado a partir desta altura.

Deverá informar o seu médico de que se encontra a amamentar ou que pretende iniciar a amamentação. Tensotec não está recomendado em mães a amamentar, especialmente se o bebé for recém-nascido ou prematuro; nestes casos o seu médico poderá indicar outro tratamento.

Condução de veículos e utilização de máquinas

O tratamento com TENSOTEC requer controlo médico regular.

As reacções ao fármaco, que variam de indivíduo para indivíduo, podem influenciar a capacidade de condução e a utilização de máquinas. Esta advertência aplica-se principalmente no início do tratamento, ao mudar de um outro produto para TENSOTEC, e em caso de ingestão simultânea de bebidas alcoólicas.

Informações importantes sobre alguns componentes de Tensotec Tensotec contém lactose.

Se foi informado pelo seu médico que sofre de intolerância a alguns açucares, antes de tomar este medicamento contacte o seu médico.

3. COMO TOMAR TENSOTEC

Tomar Tensotec sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.

Observação importante:

No início do tratamento com TENSOTEC pode ocorrer uma diminuição excessiva da tensão arterial, sobretudo nos doentes com deficiência em sal e/ou fluídos (por exemplo, dialisados, vómitos/diarreia, tratamento com diuréticos), insuficiência cardíaca, hipertensão grave ou hipertensão induzida por doença renal.

Sempre que possível, as deficiências em sal e/ou fluídos devem ser corrigidas antes do início do tratamento com TENSOTEC. Nos casos de um tratamento anterior com fármacos que aumentam a excreção urinária (diuréticos), a mesma deve ser reduzida ou mesmo interrompida, se necessário.

Nestes doentes, deve iniciar-se o tratamento com uma toma única da dose mais baixa, 3,75 mg (correspondente a /4 comprimido de TENSOTEC 7,5), de manhã.

A seguir à administração da primeira dose, e também quando se procede a um aumento da dose de TENSOTEC e/ou dos diuréticos da ansa, os doentes devem permanecer sob controlo médico durante pelo menos 2 horas, de modo a evitar uma diminuição excessiva e descontrolada da tensão arterial.

Nos doentes com hipertensão severa (hipertensão maligna), o tratamento com TENSOTEC deverá ser ajustada no hospital.

Nos outros casos, salvo prescrição médica em contrário, deve ser seguida a seguinte posologia:

A dose inicial é normalmente de 7,5 mg (correspondente a 1 comprimido de TENSOTEC 7,5 ou Y2 de TENSOTEC 15), de manhã.

Se com esta dose não for obtida a normalização da tensão arterial, haverá então que aumentar para 15 mg/dia (correspondente a 2 comprimidos de TENSOTEC 7,5 ou a 1 comprimido de TENSOTEC 15).

A dose de manutenção é normalmente de 7,5 ou de 15 mg/dia (correspondente a 1 comprimido de TENSOTEC 7,5, a 2 comprimidos de TENSOTEC 7,5, ou a 1 comprimido de TENSOTEC 15, respectivamente); não deve exceder-se a dose máxima de 30 mg/dia (correspondente a 2 comprimidos de TENSOTEC 15).

A adição de um diurético pode aumentar o efeito anti-hipertensor do moexipril.

Dosagem em doentes com insuficiência renal moderada (depuração da creatinina > 40 ml/min), doentes idosos (com idade superior a 65 anos), e doentes com cirrose hepática:

Com base nos estudos disponíveis, normalmente não é necessária a adaptação da dose. O médico assistente deve decidir sobre uma diminuição individual da dose inicial de moexipril de p.ex: 3,75 mg (correspondente a V2 comprimido de TENSOTEC 7,5).

Dosagem em doentes com insuficiência renal grave (depuração da creatinina < 40 ml/min.):

Nos doentes com insuficiência renal grave, é recomendada a dose inicial de 3,75 mg (correspondente a V2 comprimido de TENSOTEC 7,5).

A dose diária indicada deve ser administrada em toma única. Em casos raros e excepcionais, podem ser aconselháveis duas administrações diárias. A duração do tratamento deverá ser determinada pelo médico assistente.

Tomar Tensotec com a ajuda de um copo de água, por via oral. Tomar o medicamento de manhã.

Se tomar mais Tensotec do que deveria

Os sintomas a seguir descritos podem ocorrer, dependendo da extensão da sobredosagem: hipotensão, bradicardia, choque sistémico, perturbações no equilíbrio electrolítico, insuficiência renal. Consultar o médico imediatamente.

Caso se tenha esquecido de tomar Tensotec

Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar. Se se esqueceu de tomar uma dose tome-a logo que se lembre e retome o esquema posológico recomendado pelo seu médico.

Se parar de tomar Tensotec Não aplicável.

Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico.

4. EFEITOS SECUNDÁRIOS TENSOTEC

Como todos os medicamentos, Tensotec pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.

Coração e vasos sanguíneos

Uma descida excessiva da tensão arterial (hipotensão e ortostatismo), com sintomas como tonturas, sensação de fraqueza e perturbações da visão, raramente acompanhadas de perda de consciência (síncope), podem surgir ocasionalmente, em especial no início da administração de TENSOTEC, nos doentes com deficiências de sal ou de fluídos (por exemplo, antes do tratamento com fármacos que aumentam a excreção urinária (diuréticos), com insuficiência cardíaca, hipertensão grave, ou hipertensão induzida por doença renal, e ainda quando é aumentada a dose de TENSOTEC e/ou de diuréticos.

Em casos isolados, e relativamente aos inibidores da ECA, foram observados os seguintes efeitos secundários, associados a uma acentuada redução da tensão arterial: batimentos cardíacos acelerados (taquicárdia), palpitações, alterações do ritmo cardíaco, angina pectoris, enfarte do miocárdio, acidente isquémico transitório (AIT) e AVC (acidente vascular cerebral).

Função renal

Ocasionalmente, podem ocorrer, ou ser exacerbadas, as perturbações da função renal. Embora não tenha ainda sido observada insuficiência renal aguda durante o tratamento com moexipril, aliás como no caso de outros fármacos que baixam a tensão arterial, a mesma pode, em princípio, ocorrer em casos isolados.

Em casos raros, observou-se um aumento da excreção urinária de proteínas (proteinúria), por vezes simultânea a uma degradação da função renal.

Vias respiratórias

Poderá surgir ocasionalmente tosse seca e irritativa e bronquite. Raramente poderá ocorrer dificuldade respiratória, inflamação dos seios perinasais (sinusite), constipação vulgar (rinite), casos isolados de obstrução convulsiva dos brônquios, com consequente dificuldade respiratória (broncospasmo), alteração inflamatória da mucosa língua (glossite) e secura da boca.

Em casos isolados, observou-se tumefacção dos tecidos (angioedema) induzida pelo inibidor da ECA, envolvendo a laringe, a faringe e/ou a língua. Em presença de um efeito secundário deste tipo, administrar de imediato 0,3-0,5 mg de adrenalina por via subcutânea, ou 0,1 mg de adrenalina intravenosa lenta (seguindo as instruções de diluição indicadas), controlando simultaneamente o doente através de ECG e de medição da tensão arterial, a que se seguirá a administração de glucocorticóides.

Recomenda-se igualmente a administração intravenosa de anti-histamínicos e de antagonistas dos receptores H2.

Nos casos de reconhecida deficiência dos inactivadores do C1, para além do uso de adrenalina, pode considerar-se igualmente a administração de um inactivador do C1.

Tracto gastrintestinal

Poderão surgir ocasionalmente náuseas, mal-estar na parte superior do abdómen e perturbações da digestão. Em casos raros, foram ainda referidos vómitos, diarreia, obstipação e perda do apetite.

Casos isolados de icterícia, devido a congestão biliar (icterícia colestática), perturbações da função hepática, inflamação do fígado (hepatite), inflamação do pâncreas (pancreatite) e obstrução intestinal (íleus), foram referidos durante o tratamento com inibidores da ECA.

Pele e vasos sanguíneos

Podem surgir ocasionalmente reacções cutâneas do tipo alérgico, como rash (exantema), podendo raramente manifestar-se sob a forma de urticária, comichão (prurido), e angioedema, envolvendo os lábios, a face e/ou as extremidades.

Em casos isolados, foram descritas reacções cutâneas graves, como eritema multiforme.

As alterações cutâneas podem estar associadas a febre, dores musculares e articulares (mialgia e artralgia), inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite) e certas alterações nos valores laboratoriais (eosinofilia e/ou títulos elevados de ANA).

Caso se suspeite de reacção cutânea grave, consultar de imediato o médico assistente e, se necessário, suspender o tratamento com TENSOTEC.

Durante o tratamento com inibidores da ECA, foram ainda observados casos isolados de alterações cutâneas do tipo psoríase, sensibilidade à luz (fotossensibilidade), queda de cabelo (alopécia), fragilidade das unhas (onicólise) e um aumento do vasospasmo na doença de Raynaud.

Sistema nervoso

Podem ocorrer por vezes cefaleias ou fadiga; raramente, surgem tonturas, depressão, perturbações do sono, impotência, sensação de formigueiro, entorpecimento ou sensação de frio nos membros (parestesia), perturbações do equilíbrio, confusão, tinido, visão turva e alterações do paladar ou mesmo a sua perda temporária.

Valores laboratoriais

Ocasionalmente poderá ocorrer redução da concentração de hemoglobina, do hematócrito ou da contagem de glóbulos brancos ou de plaquetas. Em casos raros, especialmente nos doentes com insuficiência renal ou doenças do colagéneo, ou ainda nos doentes que seguem um tratamento concomitante com alopurinol, procaínamida ou determinados fármacos supressores dos mecanismos naturais de defesa do organismo, pode verificar-se uma descida patológica dos valores hematológicos (anemia, trombocitopenia, neutropenia, eosinofilia). Em casos isolados, pode mesmo ocorrer perda total de certas, ou de todas as células sanguíneas (agranulocitose ou pancitopénia).

Embora, em casos isolados, tenha sido observada hemólise/anemia hemolítica no decorrer do tratamento com inibidores da ECA, não se estabeleceu qualquer relação causal entre o fármaco administrado e a doença.

Em casos isolados, pode ainda observar-se um aumento das concentrações de bilirrubina e dos enzimas hepáticos.

Pode também ocorrer aumento da excreção urinária de proteínas.

Em casos raros, especialmente nos doentes com insuficiência renal, podem aumentar os níveis séricos de ureia, creatinina e potássio, diminuindo simultaneamente os níveis de sódio.

Uma vez que o moexipril diminui a secreção de aldosterona, pode ocorrer um aumento do potássio sérico. Os suplementos de potássio e os diuréticos poupadores de potássio devem ser administrados com precaução e os níveis de potássio sérico nos doentes devem ser controlados frequentemente. Nos doentes diabéticos (diabetes mellitus), observou-se um aumento da concentração sérica de potássio.

Observação importante:

Os parâmetros laboratoriais acima indicados devem ser controlados antes do início do tratamento com TENSOTEC e em intervalos regulares durante o mesmo.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

5. COMO CONSERVAR TENSOTEC

Não são necessárias precauções especiais de conservação. Manter fora do alcance e da vista das crianças.

Não utilize Tensotec após o prazo de validade impresso no rótulo e na embalagem exterior. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.

Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.

6. OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Tensotec

A substância activa é o cloridrato de moexipril.

Os outros componentes são lactose, crospovidona, óxido de magnésio de baixo teor, gelatina, estearato de magnésio, metilhidroxipropilcelulose, hidroxipropilcelulose, macrogol 6000, óxido de ferro, dióxido de titânio.

Qual o aspecto de Tenstotec e conteúdo da embalagem

Os comprimidos revestidos Tensotec são acondicionados em blister Alumínio/Alumínio.

Cada embalagem de Tensotec 7,5 mg pode conter 10, 20, 30 ou 60 unidades. Cada embalagem de Tensotec 15 mg pode conter 20, 30 ou 60 unidades.

Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante

Neo-Farmacêutica, S.A.

Av. D. João II, Lote 1.02.2.1 D 2°

1990-090 Lisboa

Tel.: 21 781 2300 Fax: 21 781 2390

Fabricante

Schwarz Pharma AG Monheim Am Rhein. Alemanha.

Este folheto foi aprovado pela última vez em 26-02-2009.

Categorias
Enalapril

Tensazol 5 mg / 20 mg bula do medicamento

Neste folheto:

1.  O que é Tensazol e para o que é utilizado.
2.  Antes de tomar Tensazol.
3.  Como tomar Tensazol.
4.  Efeitos secundários Tensazol.
5.  Como conservar Tensazol.
6.  Outras informações.

Tensazol 5 mg / 20 mg

Comprimidos

Maleato de enalapril

Leia atentamente este folheto antes de utilizar este medicamento. Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.

Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial, mesmo que apresentem os mesmos sintomas.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

1. O QUE É TENSAZOL E PARA O QUE É UTILIZADO

Grupo farmaco-terapêutico:

Aparelho cardiovascular. Anti-hipertensores. Modificadores do eixo renina angiotensina. Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA)

O seu médico receitou-lhe Tensazol para tratar a hipertensão (pressão arterial elevada) ou a insuficiência cardíaca (fraqueza do músculo cardíaco, débito cardíaco insuficiente). Tensazol é também utilizado na prevenção da insuficiência cardíaca com sintomas.

Em muitos doentes com insuficiência cardíaca com sintomas, Tensazol retarda o seu agravamento, diminui a necessidade de hospitalização devida a insuficiência cardíaca, e ajuda alguns destes doentes a viver durante mais tempo.

Em doentes em fase precoce de insuficiência cardíaca (ainda sem sintomas), Tensazol ajuda a evitar o enfraquecimento do músculo cardíaco e retarda o desenvolvimento de sintomas, tais como, falta de ar, cansaço após actividade física ligeira (por ex: andar a pé), inchaço dos tornozelos e pés. A necessidade de hospitalização por insuficiência cardíaca será menos provável nestes doentes.

Tensazol diminui o risco de ataque cardíaco em doentes com insuficiência cardíaca.

COMO ACTUA TENSAZOL?

Tensazol promove o relaxamento dos vasos sanguíneos, facilitando a capacidade do coração bombear o sangue para todas as partes do corpo. Esta acção ajuda a reduzir a pressão arterial. Em muitos doentes com insuficiência cardíaca, Tensazol ajuda o coração a funcionar melhor.

O QUE DEVO SABER SOBRE A MINHA PRESSÃO ARTERIAL? O que é a pressão arterial?

É a pressão que o seu coração transmite, ao bombear o sangue para todas as partes do corpo. Sem pressão arterial, não haveria circulação de sangue pelo organismo. A pressão arterial normal é um dos indicadores de boa saúde. A pressão arterial sofre alterações durante o dia, conforme a actividade, o stress e a excitação a que está sujeito(a).

A sua pressão arterial é representada por dois números, por exemplo 120/80. O primeiro mede a pressão enquanto o seu coração bate, o segundo mede a pressão entre batimentos.

O que é pressão arterial elevada (hipertensão)?

Se a sua pressão arterial permanecer elevada mesmo quando está calmo e descontraído, então tem hipertensão. Esta surge quando os seus vasos sanguíneos estreitam, tornando difícil a passagem do sangue.

Como poderei saber se tenho pressão arterial elevada?

A hipertensão, geralmente, não dá sintomas. A única maneira de saber se a sua pressão arterial está elevada é medindo-a regularmente.

Porque se deve tratar a pressão arterial elevada?

A pressão arterial elevada se não for tratada pode danificar órgãos vitais como o coração e os rins. Poderá sentir-se bem e não ter sintomas, mas se a hipertensão não for tratada, poderá provocar lesões nos vasos sanguíneos do cérebro, do coração e dos rins que resultam em acidentes vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e cegueira.

A pressão arterial elevada pode ser tratada e controlada com medicamentos como Tensazol.

O seu médico poderá dizer-lhe qual a pressão arterial que deverá ter e a maneira de a controlar. Siga os conselhos do seu médico.

O QUE DEVO SABER SOBRE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

O que é insuficiência cardíaca?

Ter insuficiência cardíaca significa que o seu coração tem dificuldade em bombear, com a força necessária, o sangue para todas as partes do corpo.

Ter insuficiência cardíaca não significa ter ataque cardíaco. No entanto, alguns doentes desenvolvem insuficiência cardíaca depois de terem tido ataques cardíacos. Há, no entanto, outras causas para o aparecimento de insuficiência cardíaca.

Os doentes poderão não ter sintomas no início da doença, mas à medida que ela progride, poderão começar a sentir falta de ar, cansar-se facilmente, mesmo depois de actividade física ligeira (por ex.: andar a pé). Além disso, podem ter diferentes partes do corpo inchadas, começando normalmente nos tornozelos e pés. Na insuficiência cardíaca grave, os doentes poderão ter sintomas, mesmo quando estão em repouso.

Porque se deve tratar a insuficiência cardíaca?

Todos os sintomas de insuficiência cardíaca podem dificultar as suas actividades diárias.

O seu médico poderá recomendar-lhe medicamentos para melhorar os sinais e sintomas da doença (por ex: Tensazol e/ou um diurético). Se seguir os conselhos do seu médico, conseguirá mais facilmente desenvolver as suas actividades diárias, porque poderá respirar melhor, sentir-se menos cansado(a) e reduzir os inchaços no corpo.

No caso de doentes com insuficiência cardíaca, mas ainda sem sintomas, o tratamento com medicamentos, tais como Tensazol, pode ajudar a retardar o agravamento da doença e o início dos sintomas. Nalguns doentes com insuficiência cardíaca com sintomas, Tensazol demonstrou retardar o agravamento da insuficiência cardíaca e ajudar os doentes a viver durante mais tempo. Tensazol demonstrou também reduzir o risco de ataque cardíaco e a necessidade de hospitalização por insuficiência cardíaca, em muitos doentes.

2. ANTES DE TOMAR TENSAZOL

Não tome Tensazol:

  • Se tem alergia (hipersensibilidade) à substância activa, maleato de enalapril ou a qualquer outro componente de Tensazol;
  • Se fez tratamento com algum medicamento do mesmo grupo do Tensazol (inibidores ECA) e teve reacções alérgicas como inchaço da cara, dos lábios, da língua e/ou garganta, com dificuldade em engolir ou respirar; Não deve tomar Tensazol se já teve reacções deste tipo sem causa conhecida, ou se lhe foi diagnosticado angioedema hereditário ou idiopático;
  • Se tiver mais do que três meses de gravidez. (Também é preferível não tomar Tensazol no início da gravidez – Ver secção Gravidez).

Se tem dúvidas quanto ao tratamento com Tensazol, fale com o seu médico ou farmacêutico.

Tome especial cuidado com Tensazol

Fale com o seu médico sobre quaisquer problemas de saúde que possa ter, ou já tenha tido, e sobre as suas alergias.

Informe também o seu médico se sofre de doença cardíaca, perturbações sanguíneas, problemas do fígado, está a fazer diálise ou a ser tratado com medicamentos diuréticos (para urinar) ou teve recentemente vómitos ou diarreia prolongados. Informe também o seu médico se está a fazer dieta pobre em sal, está a tomar suplementos de potássio, medicamentos poupadores de potássio ou substitutos de sal contendo potássio, se tem mais de 70 anos de idade, se tem diabetes ou outros problemas de rins (incluindo transplante renal), uma vez que estes podem originar um aumento dos níveis de potássio no sangue, que podem ser graves. Caso sofra de uma destas patologias, o seu médico poderá ter de ajustar a sua dose diária de Tensazol ou controlar o seu nível de potássio no sangue. Se sofre de diabetes e está a tomar medicamentos antidiabéticos orais ou insulina deve controlar rigorosamente os seus níveis de glucose no sangue, especialmente durante o primeiro mês de tratamento com TENSAZOL.

Informe o seu médico se já teve uma reacção alérgica com inchaço da face, lábios, língua e/ou garganta, com dificuldade em engolir ou respirar. Informe também o seu médico se for fazer um tratamento chamado aferese das LDL, ou um tratamento de dessensibilização para reduzir o efeito alérgico às picadas de abelha ou vespa.

Informe o seu médico se sofre de pressão arterial baixa (pode aperceber-se se tiver sensação de desmaio ou tonturas, especialmente quando está de pé).

Se for ao dentista ou tiver de ser operado, informe o médico cirurgião (ou anestesista) ou o dentista que está a tomar Tensazol, pois em associação com a anestesia poderá ocorrer uma descida acentuada da pressão arterial.

Deve informar o seu médico se pensa que está (ou pode vir a estar) grávida. Tensazol não está recomendado no início da gravidez e não deve ser tomado após o terceiro mês de gravidez, uma vez que pode ser gravemente prejudicial para o bebé se utilizado a partir desta altura.

Se lhe foi diagnosticada uma intolerância a alguns açúcares, contacte o seu médico antes de tomar este medicamento.

Ao tomar Tensazol com outros medicamentos

Geralmente, Tensazol pode ser tomado com outros medicamentos. No entanto, deve informar o seu médico sobre todos os medicamentos que está a tomar, incluindo aqueles que são comprados sem receita médica, pois alguns deles poderão interferir entre si.

Para que o seu médico possa receitar-lhe a dose adequada de Tensazol, ele precisa de saber se está a tomar outro (s) medicamento (s) para baixar a pressão arterial, diuréticos, medicamentos contendo potássio (incluindo os substitutos de sal para dieta), medicamentos para a diabetes (incluindo antidiabéticos orais e insulina), lítio (um medicamento receitado para tratar um certo tipo de depressão), antidepressivos tricíclicos, medicamentos antipsicóticos, medicamentos simpaticomiméticos, alguns medicamentos para a dor ou para a artrite incluindo o tratamento contendo sais de ouro, ou álcool.

Utilização nas crianças e nos adolescentes

Tensazol foi estudado em crianças. Para mais informações, consulte o seu médico. Utilização nos idosos (mais de 65 anos de idade)

O seu médico poderá determinar uma posologia diferente de acordo com a sua função renal.

Gravidez e aleitamento

Se estiver grávida ou a amamentar deve consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.

Gravidez

Deve informar o seu médico se pensa que está (ou pode vir a estar) grávida. O seu médico normalmente aconselhá-la-á a interromper Tensazol antes de engravidar ou assim que estiver grávida e a tomar outro medicamento em vez de Tensazol. Tensazol não está recomendado no início da gravidez e não deve ser tomado após o terceiro mês de gravidez, uma vez que pode ser gravemente prejudicial para o bebé se utilizado a partir desta altura.

Aleitamento

Deverá informar o seu médico de que se encontra a amamentar ou que pretende iniciar o aleitamento. Não é recomendado o aleitamento de recém-nascidos (primeiras semanas após o nascimento) e, especialmente bebés prematuros, enquanto a mãe toma Tensazol.

No caso de uma criança mais velha, o seu médico deverá aconselhá-la sobre os benefícios e riscos de tomar Tensazol enquanto amamenta, comparativamente com outros medicamentos.

Condução de veículos e utilização de máquinas

As respostas individuais a este medicamento podem variar. Poderá sentir tonturas e fadiga, principalmente no início do tratamento ou quando se aumenta a dose. Alguns efeitos secundários relatados com Tensazol podem afectar a capacidade de alguns doentes para conduzir ou utilizar máquinas. (Ver 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS TENSAZOL)

3. COMO TOMAR TENSAZOL

Tome Tensazol sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.

Tensazol pode ser tomado durante ou no intervalo das refeições. A maioria das pessoas toma Tensazol com água.

O seu médico decidirá qual a dose de Tensazol apropriada para si, consoante a sua doença e os medicamentos que estiver a tomar na altura.

Tome Tensazol todos os dias, conforme indicado pelo seu médico. É importante que tome Tensazol durante o tempo que o seu médico considerar necessário. Não altere a dose receitada.

Hipertensão Arterial

Na maioria dos casos, a dose inicial recomendada é de 5 mg (um comprimido de 5 mg) a 20 mg (um comprimido de 20 mg ou quatro comprimidos de 5 mg), uma vez por dia. Alguns doentes poderão precisar de uma dose inicial mais baixa.

A dose de manutenção usual é de 20 mg (um comprimido de 20 mg ou quatro comprimidos de 5 mg) tomados uma só vez ao dia.

A posologia não deverá exceder 40 mg por dia.

Se já estiver a tomar medicamentos diuréticos ou a fazer uma dieta com pouco sal, o seu médico recomendar-lhe-á que interrompa o diurético 2 ou 3 dias antes de começar o tratamento com Tensazol, ou poderá reduzir a dose inicial de Tensazol.

Insuficiência Cardíaca:

A dose inicial normalmente recomendada é de 2,5 mg (meio comprimido de 5 mg), uma vez por dia. O seu médico procederá a aumentos graduais de posologia até atingir a dose de manutenção adaptada ao seu caso.

A dose de manutenção usual é de 20 mg (um comprimido de 20 mg ou quatro comprimidos de 5 mg) tomados uma só vez ao dia ou em duas doses (meio comprimido de 20 mg ou dois comprimidos de 5 mg, duas vezes por dia).

Tenha especial cuidado quando tomar a sua primeira dose ou quando a sua posologia for aumentada. Informe o seu médico imediatamente no caso de sentir tonturas ou vertigens.

Se tomar mais Tensazol do que deveria

No caso de tomar uma dose excessiva, contacte o seu médico imediatamente, para que ele o(a) observe. O sintoma mais provável será uma sensação de tonturas ou vertigens, devido a uma queda brusca ou excessiva da pressão arterial.

Caso se tenha esquecido de tomar Tensazol

Deve tomar Tensazol dentro do horário recomendado pelo seu médico, ou assim que puder. Mas, se estiver quase na hora de tomar a próxima dose, não o faça. Não tome uma dose dupla.

Volte a tomar o (s) comprimido (s) dentro do horário previsto.

4. EFEITOS SECUNDÁRIOS TENSAZOL

Como todos os medicamentos, Tensazol pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.

Os efeitos indesejáveis mais frequentes do Tensazol são tonturas, visão turva, tosse, náuseas e fraqueza. Os efeitos indesejáveis frequentes são dores de cabeça, depressão, estonteamento devido a uma queda da pressão arterial (incluindo a queda da pressão arterial ao levantar-se com rapidez), desmaios, dor no peito, angina, alterações no ritmo cardíaco, taquicardia, respiração ofegante, diarreia, dor abdominal, alterações no paladar, exantema cutâneo (erupções na pele), reacções alérgicas com inchaço da face, lábios, língua, e/ou garganta com dificuldade em engolir ou respirar, cansaço, valores elevados de potássio sanguíneo, e valores elevados de creatinina no sangue.

Outros efeitos indesejáveis podem ocorrer menos frequentemente ou raramente, e alguns deles poderão ser graves, como ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, possivelmente devido a tensão arterial demasiado baixa em doentes de alto risco (doentes com alterações do fluxo sanguíneo do coração e/ou cérebro) . Peça ao seu médico ou ao farmacêutico informações mais detalhadas sobre os efeitos colaterais. Ambos têm uma lista mais completa.

Pare de tomar Tensazol e contacte o seu médico imediatamente, nos seguintes casos:

  • se ocorrer inchaço da face, lábios, língua e/ou garganta causando dificuldade em engolir ou respirar;
  • se as suas mãos, pés ou tornozelos incharem;
  • se tiver urticária.

Os doentes de raça negra têm um maior risco de apresentarem este tipo de reacções aos inibidores ECA.

A dose inicial pode provocar uma descida maior na pressão arterial do que a que ocorre ao longo do tratamento. Pode aperceber-se disto se tiver sensação de desmaio ou tonturas, que podem melhorar se se deitar. Se isto o preocupa, por favor consulte o seu médico.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

5. COMO CONSERVAR TENSAZOL

Manter fora do alcance e da vista das crianças.

Não conservar acima de 30°C e evitar expor a temperaturas ocasionais superiores a 50°C.

Não utilize Tensazol após o prazo de validade impresso na embalagem exterior e blister. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês. Os dois primeiros algarismos indicam o mês, os quatro últimos indicam o ano.

Não utilize Tensazol se verificar sinais visíveis de deterioração.

Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.

6.  OUTRAS INFORMAÇÕES

Qual a composição de Tensazol 5 mg

-A substância activa é o maleato de enalapril. Cada comprimido contém 5 mg de maleato de enalapril.

-Os outros componentes são: bicarbonato de sódio, lactose, amido de milho, estearato de magnésio e amido de milho pré-gelificado.

Qual a composição de Tensazol 20 mg

-A substância activa o maleato de enalapril. Cada comprimido contém 20 mg de maleato de enalapril.

-Os outros componentes são: bicarbonato de sódio, lactose, amido de milho, estearato de magnésio, óxido de ferro vermelho (E172), óxido de ferro amarelo (E172) e amido de milho pré-gelificado.

Qual o aspecto de Tensazol e conteúdo da embalagem

Tensazol 5 mg:

Tensazol 5 mg são comprimidos brancos, triangulares, com ranhura numa das faces.

Tensazol 5 mg é acondicionado em blister de alumínio /alumínio e está disponível em embalagens de 20 e 60 comprimidos doseados a 5 mg.

Tensazol 20 mg:

Tensazol 20 mg são comprimidos cor de pêssego, triangulares, com ranhura numa das faces

Tensazol 20 mg é acondicionado em blister de alumínio /alumínio e está disponível em embalagens de 20, 30 e 60 comprimidos doseados a 20 mg.

É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

Titular da Autorização de Introdução no Mercado

TECNIFAR – Indústria Técnica Farmacêutica Rua Tierno Galvan, Torre 3-12° 1099-036 Lisboa

Tel: 210330700 – Fax: 210330709 Linha de Farmacovigilância:213 860 929 e-mail: farmalerta@tecnifar.pt

Fabricante

Merck Sharp & Dohme, B.V. Waarderweg, 39 NL-2031 BN – Haarlem Holanda

Este folheto foi aprovado pela última vez em 30-04-2009.

Categorias
Trandolapril Verapamilo

Tarka bula do medicamento

Neste folheto:

1. Indicações terapêuticas

2. Efeitos secundários Tarka

3. Interacções medicamentosas

4. Precauções especiais de utilização

5. Aconselhamento ao utente

Tarka 2 mg + 180 mg

Cápsula de libertação modificada

Cloridrato de Verapamilo

Trandolapril

Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico.

Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA

Cada cápsula contém 180 mg de cloridrato de verapamilo e 2 mg de trandolapril

FORMA FARMACÊUTICA E RESPECTIVO CONTEÚDO

Cápsula de libertação modificada Embalagens contendo 14 e 56 cápsulas.

CATEGORIA FÁRMACO-TERAPÊUTICA

Inibidores da enzima de conversão da angiotensina Bloqueadores da entrada de cálcio

1. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS

Hipertensão arterial essencial em doentes cuja pressão arterial foi já anteriormente normalizada com os componentes individuais em doses nas mesmas proporções.

CONTRA-INDICAÇÕES

Hipersensibilidade conhecida ao trandolapril ou a qualquer outro inibidor da ECA e/ou ao verapamilo ou a qualquer dos excipientes; História de edema angioneurótico associado a uma terapêutica prévia com um inibidor da ECA; Edema angioneurótico hereditário/idiopático; Choque cardiogénico; Enfarte do miocárdio recente com complicações; Bloqueio Av de 2° ou de 3° grau sem pace-maker funcional; Bloqueio SA; Síndroma do nódulo sinusal em doentes sem pacemaker funcional; Insuficiência cardíaca congestiva; Flutter/fibrilhação auricular em associação com uma via acessória (ex. síndroma – WPW); Insuficiência renal grave (depuração da creatinina <10 ml/min); Diálise; Cirrose hepática com ascite; Estenose aórtica ou mitral, cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva; Aldosteronismo primário; Gravidez; Lactação e em crianças e adolescentes ( < 18 anos).

2. EFEITOS SECUNDÁRIOS TARKA

Os efeitos secundários de Tarka são consistentes com os efeitos conhecidos dos seus componentes isolados ou os da respectiva classe.

Frequentes: Tosse, cefaleias, obstipação, vertigem, tonturas e rubor facial. Pouco frequentes: Reacções alérgicas inespecíficas, hiperlipidémia, sonolência, tremor, bloqueio AV 1° grau, palpitação, dor abdominal, diarreia, alterações gastrointestinais inespecíficas, náuseas, edema facial, prurido, rash cutâneo, aumento da transpiração, poliúria, dor no peito e testes da função hepática alterados.

Raros: Anorexia, desmaio, alopécia, herpes simplex, alterações cutâneas inespecíficas e hiperbilirrubinémia.

Muito raros: Leucopénia, pancitopénia, trombicitopénia, aumento das gamaglobulinas, hipersensibilidade inespecífica, agressão, ansiedade, depressão, nervosismo, distúrbios do equilíbro, insónia, parestesias ou hiperestesias, síncope ou insuficiência circulatória aguda com perda de consciência, alterações de paladar, fragilidade, visão nublada, angina pectoris, fibrilhação auricular, bloqueio AV completo ou inespecífico, bradicardia, paragem cardíaca, hemorragia cerebral, edema periférico ou inespecífico, insuficiência cardíaca, efeitos hipotensivos, incluindo hipotensão ortostática ou variação da pressão arterial (ver também “Precauções especiais de utilização”), taquicardia, asma, bronquite, dispneia, congestão sinusal, boca/garganta secas, pancreatite, vómitos, colestase, hepatite, elevação nos níveis yGT, LDH e lipase, icterícia, edema angioneurótico (ver também “Precauções especiais de utilização”), eritema multiforme, exantema ou dermatite, psoríase, urticária, artralgia, mialgia, miastenia, insuficiência renal aguda (ver também “Precauções especiais de utilização”), ginecomastia, impotência, fadiga ou astenia, elevação dos níveis de fosfatase alcalina, potássio sérico e transaminases.

Efeitos secundários observados com um IECA ou com bloqueadores dos canais de cálcio podem também ocorrer com Tarka.

3. INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS

Associações não recomendadas, salvo indicação médica em contrário: Diuréticos poupadores de potássio ou suplementos de potássio como a espironolactona, triantereno ou amiloride, suplementos de potássio ou substitutos do sódio contendo potássio podem levar a aumentos significativos dos níveis séricos de potássio, particularmente na presença de uma insuficiência renal. Tomar precaução na utilização concomitante de Tarka com estes medicamentos e proceder a uma monitorização frequente dos níveis séricos de potássio.

O uso simultâneo de verapamilo e dantroleno não é recomendado.

Associações com precauções de utilização:

Medicamentos anti-hipertensivos: aumento do efeito hipotensor de Tarka.

Diuréticos: pode ocorrer uma redução excessiva na pressão arterial após o início do tratamento com um IECA. De forma a diminuir estes efeitos hipotensores interromper a administração do diurético, aumentar a ingestão de sal ou líquidos antes de tomar o medicamento e iniciar a terapêutica com doses baixas. Aumentos posteriores na dose devem ser feitos com precaução.

Lítio: monitorizar os níveis séricos de lítio que podem ser alterados com a utilização de Tarka.

Medicamentos anestésicos: Tarka pode intensificar o efeito hipotensor de certos medicamentos anestésicos.

Narcóticos/Antipsicóticos: pode ocorrer hipotensão postural.

Alopurinol, medicamentos citostáticos ou imunossupressivos, corticosteróides sistémicos ou procainamida: a administração simultânea com IECA pode aumentar o risco de leucopenia.

Fármacos cardiodepressores: a administração simultânea de verapamilo pode provocar efeitos aditivos indesejáveis.

Quinidina: a administração simultânea de quinidina e verapamilo oral em doentes com cardiomiopatia hipertrófica (obstrutiva) pode causar hipotensão arterial e edema pulmonar.

Digoxina: a administração simultânea de digoxina e verapamilo pode originar concentrações plasmáticas de digoxina mais elevadas, obrigando à redução da dose de digoxina.

Relaxantes musculares: o efeito dos relaxantes musculares (tais como bloqueadores neuromusculares) pode ser intensificado.

Tranquilizantes/Antidepressivos: como sucede com todos os anti-hipertensores, existe um risco acrescido de hipotensão ortostática quando se associa Tarka com tranquilizantes potentes ou com antidepressivos contendo imipramina.

Associações a ter em consideração:

Anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs): podem reduzir o efeito anti-hipertensor de um IECA.

Antiácidos: induzem uma redução na biodisponibilidade dos IECAs.

Simpaticomiméticos: podem reduzir os efeitos anti-hipertensores dos IECAs; os doentes devem ser cuidadosamente vigiados para confirmar a obtenção do efeito desejado.

Álcool: intensifica o efeito hipotensor.

Verapamilo pode aumentar as concentrações plasmáticas de carbamazepina, ciclosporina e teofilina, e portanto aumentar o risco de toxicidade destes fármacos.

Rifampicina, fenitoína e fenobarbital reduzem as concentrações plasmáticas do verapamilo, enquanto que a cimetidina pode aumentar as concentrações plasmáticas do verapamilo

Antidiabéticos: Ajustar, se necessário, a dosagem dos medicamentos antidiabéticos ou de Tarka, especialmente no início do tratamento, devido a uma maior redução da glicémia.

O sumo de toranja aumenta os níveis plasmáticos de Verapamilo, pelo que não deverá ser ingerido em simultâneo com Tarka.

4. PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO

Hipotensão sintomática:

Tarka pode ocasionalmente causar hipotensão sintomática. Este risco é elevado em doentes com estimulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (nomeadamente com depleção do volume plasmático ou hidrossalino, devida à utilização de diuréticos, a um regime alimentar pobre em sódio, diálise, desidratação, diarreia ou vómitos; diminuição da função ventricular esquerda, hipertensão renovascular). Antes de iniciar a terapêutica com Tarka, proceder à correcção do volume plasmático ou da depleção hidrossalina e de preferência iniciar a terapêutica num ambiente hospitalar. Pode continuar o tratamento com Tarka após correcção eficaz do volume sanguíneo e da pressão arterial.

Insuficiência renal (ver também “Contra-indicações”):

Em doentes com insuficiência renal moderada, a função renal deverá ser monitorizada regularmente. Tarka pode induzir hipercaliémia em doentes com disfunção renal e deterioração aguda da função renal (insuficiência renal aguda).

Proteinúria:

Pode ocorrer proteinúria particularmente em doentes com insuficiente função renal ou sob doses relativamente altas de IECA(s).

Insuficiência hepática grave:

Tarka não deve ser recomendado a doentes com insuficiência hepática grave. Tarka está contra-indicado em doentes com cirrose hepática com ascite (ver também “Contra-indicações”).

Edema angioneurótico:

Doentes com antecedentes de edema angioneurótico idiopático requerem cuidados especiais. Tarka está contra-indicado se o edema angioneurótico ocorreu como reacção adversa a um inibidor da ECA (ver também “Contra-indicações”).

Neutropenia/Agranulocitose:

Raramente se observa em doentes sem complicações, mas pode ocorrer em doentes com algum grau de insuficiência renal, especialmente se for associada a uma doença vascular do colagéneo, tais como lúpus eritematoso sistémico, esclerodermia e terapêutica com medicamentos imunossupressores. A neutropenia é reversível após a suspensão do IECA.

Tosse:

Pode surgir uma tosse seca e não produtiva, que desaparece após a suspensão do medicamento.

Hipercaliémia:

Pode ocorrer hipercaliémia especialmente em presença de insuficiência renal e/ou insuficiência cardíaca. Monitorizar frequentemente os níveis séricos do potássio.

Doentes idosos:

A disponibilidade sistémica de Tarka é superior nos doentes idosos quando comparados com os jovens hipertensos. Alguns doentes idosos apresentam efeitos mais pronunciados na diminuição da pressão arterial do que outros. É recomendada uma avaliação da função renal no início do tratamento.

Cirurgia:

Em doentes submetidos a grandes intervenções cirúrgicas exigindo anestesia geral, os IECAs podem causar hipotensão, a qual pode ser corrigida com expansores do plasma.

Distúrbios de condução:

Deve-se tomar precaução no tratamento de doentes com bloqueio atrioventricular de primeiro grau (ver também “Contra-indicações”).

Bradicardia:

Tomar precaução no uso de Tarka em doentes com bradicardia. Doenças neuromusculares:

Tarka deve ser utilizado com precaução em doentes que apresentem alterações na transmissão neuromuscular (miastenia grave, síndrome de Lambert-Eaton, distrofia muscular Duchenne grave).

Doentes sob hemodiálise (ver também “Contra-indicações”):

Podem ocorrer reacções anafilactóides em doentes submetidos simultaneamente a uma terapia com IECA e a uma hemodiálise com membranas de metalil-sulfonato de poliacrilonitrilo de alto fluxo (por ex. “AN 69”). Não se deve usar membranas deste tipo neste grupo de doentes.

Dessensibilização:

Podem desenvolver-se reacções anafilactóides (em alguns casos potencialmente fatais) em doentes submetidos a uma terapêutica de IECA e concomitante dessensibilização contra venenos animais.

Aferese de lipoproteínas de baixa densidade (LDL):

Reacções anafilactóides potencialmente fatais ocorreram quando doentes sob aferese de lipoproteínas de baixa densidade administraram simultaneamente inibidores da ECA.

Lactose:

Tarka cápsulas contem lactose. Os doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência em lactase ou má absorção de glucose-galactose não devem administrar este medicamento.

Sódio:

Este medicamento contém 1,12 mmol (ou 25,71 mg) de sódio por dose. Este facto deve ser considerado nos doentes em dieta controlada de sódio.

EFEITOS EM GRÁVIDAS, LACTENTES, CRIANÇAS, IDOSOS E DOENTES COM PATOLOGIAS ESPECIAIS

A utilização de Tarka na gravidez está contra-indicada (ver “Contra-indicações”). Não está suficientemente documentada a segurança da administração de Tarka a mulheres grávidas pelo que está contra-indicado durante a gravidez. Mulheres que desejem engravidar ou que estão grávidas devem consultar imediatamente o seu médico devendo ser instituído um tratamento farmacológico alternativo.

Tarka está contra-indicado durante a amamentação.

Em crianças: Tarka está contra-indicado em crianças e adolescentes (<18 anos) (ver também “Contra-indicações”).

Em doentes idosos: considerando que a a disponibilidade sistémica é superior nos doentes idosos quando comparados com os jovens hipertensos, alguns doentes idosos apresentam efeitos mais pronunciados na diminuição da pressão arterial do que outros (ver “Precauções especiais de utilização”).

Em doentes com insuficiência renal: Tarka está contra-indicado na disfunção renal grave (ver “Contra-indicações”).

Em doentes com insuficiência hepática: a utilização de Tarka não está recomendada em doentes com disfunção hepática grave; Tarka está contra-indicado em doentes com cirrose hepática com ascite (ver “Contra-indicações” e “Precauções especiais de utilização”).

EFEITOS SOBRE A CAPACIDADE DE CONDUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE MÁQUINAS

Muito embora não se tenha estabelecido qualquer efeito sobre a capacidade de condução ou de utilização de máquinas, não se pode excluir totalmente a diminuição da vigilância, dado que Tarka pode causar tonturas e fadiga.

LISTA DOS EXCIPIENTES

Amido de milho, polividona, estearil fumarato de sódio, lactose, celulose microcristalina, alginato de sódio, estearato de magnésio, hipromelose, hiprolose, Macrogol 400 e 6000, docusato sódico, laurilsulfato de sódio, talco, sílica coloidal anidra, dióxido de titânio (E 171), óxido de ferro (E 172) e gelatina.

POSOLOGIA TARKA

A dose recomendada é de uma cápsula uma vez por dia administrada de manhã antes, durante ou depois do pequeno-almoço.

MODO E VIA DE ADMINISTRAÇÃO

Via oral.

As cápsulas devem ser administradas inteiras com um pouco de água antes, durante ou depois do pequeno-almoço.

INDICAÇÃO DO MOMENTO MAIS FAVORÁVEL À ADMINISTRAÇÃO DO MEDICAMENTO

Ver “Modo e via de administração”.

DURAÇÃO DO TRATAMENTO MÉDIO

De acordo com o critério médico.

Instruções sobre a ATITUDE A TOMAR QUANDO FOR OMITIDA UMA OU MAIS DOSES

Em caso de omissão de uma ou mais doses, o doente deverá continuar o tratamento de acordo com a prescrição médica. Não tome uma dose a dobrar para compensar a dose que se esqueceu de tomar.

INDICAÇÃO DE COMO SUSPENDER O TRATAMENTO SE A SUA SUSPENSÃO CAUSAR EFEITOS DE PRIVAÇÃO

Não se aplica.

MEDIDAS A ADOPTAR EM CASO DE SOBREDOSAGEM E OU INTOXICAÇÃO Até à data não existem casos de sobredosagem ocorridos com o produto de associação.

A hipotensão arterial constitui o sintoma mais importante que se prevê após uma sobredosagem significativa.

5. ACONSELHAMENTO AO UTENTE

Comunicar ao médico ou farmacêutico os efeitos indesejáveis detectados e que não constem deste folheto.

Não utilizar Tarka após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Manter o medicamento fora do alcance e da vista das crianças

PRECAUÇÕES PARTICULARES DE CONSERVAÇÃO

Não conservar acima de 25° C.

PRECAUÇÕES ESPECIAIS PARA A DESTRUIÇÃO DOS PRODUTOS NÃO UTILIZADOS

Não se aplica.

TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Abbott Laboratórios, Lda.

Rua Cidade de Córdova, 1A – Alfragide

2610-038 Amadora

DATA DA ÚLTIMA REVISÃO DO FOLHETO 21-11-2006.

Categorias
Captopril

CARACTERÍSTICAS DO HIPOTENSIL bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

HIPOTENSIL

1. NOME DO MEDICAMENTO

Hipotensil 25 mg comprimidos Hipotensil 50 mg comprimidos

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO HIPOTENSIL

Cada comprimido de Hipotensil 25 mg contém 25 mg de captopril.

Excipiente:

Cada comprimido contém: 84,3 mg de lactose monohidratada

Cada comprimido de Hipotensil 50 mg contém 50 mg de captopril.

Excipiente:

Cada comprimido contém: 168,6 mg de lactose monohidratada

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO HIPOTENSIL

Comprimido.

Os comprimidos de Hipotensil são ranhurados. Os comprimidos doseados a 25 mg possuem ranhura em cruz numa das faces podendo ser divididos em metades (12,5 mg cada metade) ou quartos (6,25 mg cada quarto) iguais. Os comprimidos doseados a 50 mg possuem uma ranhura em linha numa das faces podendo ser divididos em metades iguais (25 mg cada metade).

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO HIPOTENSIL

4.1 Indicações terapêuticas

Hipotensil está indicado no tratamento de:

Hipertensão arterial como monoterapia ou terapêutica combinada.

Insuficiência cardíaca congestiva.

Disfunção ventricular esquerda após enfarte do miocárdio.

Nefropatia diabética (com proteinúria > 500 mg/dia) em doentes com diabetes tipo I e retinopatia.

4.2 Posologia e modo de administração

O Hipotensil deve ser tomado de preferência cerca de uma hora antes das refeições, a fim de assegurar a máxima absorção.

O Hipotensil (captopril) pode ser utilizado como monoterapia inicial, como fármaco de segunda linha substituindo outro que se tenha revelado ineficaz ou com efeitos adversos intoleráveis. Pode ser também utilizado como componente de regimes terapêuticos com outros antihipertensores.

O Hipotensil deve ser iniciado sob cuidadosa vigilância clínica. A dose máxima de captopril diária é de 450 mg.

Em doentes com hipertensão maligna ou insuficiência cardíaca grave, o tratamento com Hipotensil deverá ser iniciado e ajustado num hospital.

Dose recomendada e esquema posológico

O tratamento da hipertensão com captopril deve ser feito com a dose mínima eficaz, a qual deverá ser aumentada de acordo com a resposta tensional obtida.

–  Hipertensão ligeira a moderada: A dose inicial é 12,5 mg, duas vezes por dia, a qual pode ser aumentada por etapas, com intervalos de 2 a 4 semanas, até ser obtida uma resposta satisfatória ou até atingir uma dose máxima de 50 mg, duas vezes por dia.

–  Hipertensão grave: No tratamento da hipertensão grave, quando a terapêutica de primeira linha tiver sido ineficaz ou inadequada devido aos efeitos adversos, a dose inicial deve ser de 12,5 mg, duas vezes por dia, ou de 25 mg, uma vez por dia. A dose deve ser aumentada por etapas até uma dose máxima de 50 mg, três vezes por dia.

–  Insuficiência cardíaca: Uma dose inicial de 6,25 mg ou de 12,5 mg pode reduzir um efeito hipotensivo transitório. A possibilidade deste se manifestar, pode ser reduzida pela interrupção ou redução da dose da terapêutica diurética, se possível dois ou três dias antes de se iniciar o tratamento com Hipotensil. A dose normal de manutenção é de 50 mg, duas ou três vezes por dia, a qual pode ser aumentada por etapas, com intervalos de duas semanas, até ser obtida uma resposta satisfatória.

–  Disfunção ventricular após enfarte do miocárdio: A terapêutica com captopril poderá ser iniciada ao 3° dia com 6,25 mg, três vezes por dia, aumentando depois para 12,5 mg, três vezes por dia. Nos dias seguintes a dose deve ser aumentada para 25 mg, três vezes ao dia, podendo fixar-se em 50 mg, três vezes ao dia, ao fim de algumas semanas se for tolerada. Os doentes com fracção de ejecção mais elevada parecem beneficiar menos de terapêutica com IECA. Não está estabelecida a duração óptima para a terapêutica após enfarte agudo do miocárdio.

–  Doentes idosos: Considerando que os doentes idosos podem ter uma função renal reduzida ou outras disfunções orgânicas, recomenda-se que inicialmente seja usada uma dose baixa de captopril.

–  Crianças: Não se recomenda o uso de Hipotensil em crianças.

– Doentes com insuficiência renal e em diálise: Se for clinicamente indicado em doentes com hipertensão grave e com função renal deficiente, a dose usada deve ser a mais baixa possível para permitir a continuação de um controlo adequado da tensão arterial, devendo ser tomados em linha de conta os valores da depuração da creatinina referidos na tabela abaixo. Nestes doentes deve ser usado um diurético que actue no ramo ascendente da ansa de Henle em vez de uma tiazida. O captopril é rapidamente eliminado por hemodiálise.

Depuração da creatinina Creatinina sérica Dose máxima Dose inicial
(ml/min/1,73 m3) (mg/100 ml) diária (mg) (mg)
> 41 40 – 21 20 – 11 < 10 < 2 2 – 5

>  5

>  5

150 (teórico)

100

75

37,5

25 – 50 25 12,5 6,25

4.3  Contra-indicações

O Hipotensil está contra-indicado nos seguintes casos:

Hipersensibilidade à substância activa (captopril) ou a qualquer dos excipientes. Hipersensibilidade aos inibidores da ECA.

História de edema angioneurótico relacionado com o uso prévio de inibidores da ECA. Edema angioneurótico hereditário ou idiopático. Estenose arterial renal bilateral. Gravidez.

Período de lactação.

4.4  Advertências e precauções especiais de utilização

Doentes com hipertensão renovascular

Nos doentes com hipertensão renovascular e com prévia estenose da artéria renal unilateral ou bilateral, aos quais são administrados inibidores da ECA, existe um risco aumentado de hipotensão grave. Se houver suspeita de estenose renal, deverá ser realizada uma renografia antes do início da terapêutica. O tratamento deverá ser iniciado em meio hospitalar, sob vigilância médica rigorosa, usando uma dose baixa de captopril e fazendo aumentos cuidadosos da dose. Durante as primeiras semanas de tratamento deverá ser interrompido o uso de diuréticos e ser feita a monitorização da função renal.

Doentes com insuficiência renal

Os doentes com insuficiência renal podem requerer doses reduzidas ou menos frequentes (a inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona pode alterar a função renal em indivíduos susceptíveis) e deverão ser tratados com precaução. A função renal deverá ser rigorosamente monitorizada durante o tratamento. Existem casos de insuficiência renal, associada ao uso de inibidores da ECA, que ocorreram principalmente em doentes com insuficiência cardíaca grave ou doença renal subjacente. Estes doentes apresentam um risco acrescido de fenómenos hipotensivos. Ocorreram aumentos das concentrações da ureia e creatinina no sangue em alguns doentes, aparentemente sem doença renal prévia, quando foi usado simultaneamente um diurético. Pode ser necessário reduzir a dose do inibidor da ECA e/ou interromper o diurético. A função renal deverá ser monitorizada durante as primeiras semanas de tratamento. Os doentes tratados com inibidores da ECA que são dialisados com membranas de poliacrilonitrilo de alto fluxo têm maior probabilidade de sofrer reacções anafilactóides severas (edema facial, rubor, hipotensão, dispneia) poucos minutos após o início da diálise. Deve suspender-se de imediato a diálise e iniciar uma terapêutica de suporte agressiva, se necessário. Recomenda-se o uso de uma membrana alternativa ou de um fármaco anti-hipertensivo alternativo.

Doentes com insuficiência cardíaca grave, depleção de volume, medicados com diuréticos e hiponatrémia

Apresentam um risco acrescido de fenómenos hipotensivos.

Doentes com cardiopatia isquémica e doença cerebrovascular

Apresentam risco acrescido de fenómenos isquémicos cardíacos ou cerebrais durante potencias hipotensões induzidas pelo captopril. Deve ser feita a sua monitorização, preferencialmente em meio hospitalar, durante o período previsto para o máximo efeito hipotensivo após a dose inicial de Hipotensil, ou quando a dose de Hipotensil (captopril) e/ou diurético é aumentada. A utilização de IECA por via parentérica no período imediato após enfarte de miocárdio não é recomendada.

Doentes idosos e crianças

Nos doentes idosos pode ocorrer uma resposta mais intensa pelo que se aconselha a utilização de doses iniciais baixas e avaliação da função renal no início do tratamento. O Hipotensil não deverá ser utilizado em crianças por falta de estudos de eficácia e segurança do medicamento neste grupo etário.

Cirurgia/Anestesia

Podem ocorrer hipotensão ou choque hipotensivo em doentes submetidos a grande cirurgia ou durante a anestesia, devido à intensificação dos efeitos dos agentes hipotensores. Se for impossível a interrupção de captopril, deverá ser feita a correcção adequada com fluidoterapia endovenosa.

Estenose aórtica/Cardiomiopatia hipertrófica

O Hipotensil deve ser usado com precaução em doentes com obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo.

A função hepática deverá ser cuidadosamente monitorizada em doentes tratados com Hipotensil que refiram sintomas compatíveis com lesão hepática (anorexia, náuseas, vómitos, icterícia) e/ou desenvolvam alterações da função hepática (transaminases, bilirrubina, fosfatase alcalina, y-GT). Perante a presença de valores de transaminases, bilirrubina conjugada ou fosfatase alcalina superiores a 2 vezes o valor normal, o medicamento deverá ser suspenso de imediato e deve ser iniciada investigação para esclarecimento da situação. A reexposição ao medicamento deve ser evitada.

No caso de edema angioneurótico envolvendo a língua, glote e/ou laringe o tratamento com Hipotensil deverá ser imediatamente interrompido e tomadas as medidas de urgência recomendadas nesta situação.

Outros

Este medicamento contém lactose na sua composição. Doentes com doenças hereditárias raras de intolerância galactose, deficiência de lactase de Lapp ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este medicamento.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Associações não recomendadas

Não se recomenda o uso de diuréticos poupadores de potássio ou de suplementos de potássio. Pode ocorrer um aumento significativo do potássio sérico com o uso simultâneo de diuréticos que poupam potássio (por exemplo espironolactona, triamtereno, amiloride), suplementos de potássio ou substitutos de sal contendo potássio. Se for necessário usá-los em caso de hipocaliémia, deverão ser usados com precaução e o potássio sérico deve ser monitorizado com frequência, uma vez que o efeito dos poupadores de potássio pode persistir meses.

A administração concomitante de inibidores da ECA e antidiabéticos (insulina ou hipoglicemiantes orais) aumenta o risco de hipoglicémia. Este fenómeno pode ocorrer com maior frequência durante as primeiras semanas de tratamento e em doentes com insuficiência renal.

Reacções anafilactóides podem ocorrer com LDL-aferese e a dessensibilização ao veneno de himenópetros.

Precauções de uso

–  Diuréticos: O tratamento com Hipotensil (captopril) pode causar uma redução excessiva da tensão arterial em doentes que estão a tomar diuréticos, especialmente naqueles que têm uma depleção do volume e/ou de sal. O risco de efeitos hipotensivos pode ser reduzido das seguintes formas:

–  Interrupção do tratamento com diuréticos

–  Aumento do volume ou da ingestão de sal antes da administração do inibidor da ECA. Vasodilatadores: A nitroglicerina e outros vasodilatadores, nomeadamente os nitratos e a hidralazina, devem ser administrados desfasadamente ou as doses diminuídas.

Lítio: A excreção de lítio pode ser reduzida pela administração simultânea de captopril e lítio. Deverá ser feita a monitorização frequente dos níveis séricos de lítio. Fármacos narcóticos/antipsicóticos: Podem dar origem a hipotensão postural.

Agentes anti-hipertensivos: Aumentam o efeito hipotensivo do captopril. Glicosídeos cardíacos: As concentrações plasmáticas de digoxina devem ser monitorizadas e pesquisados sinais de toxicidade digitálica em terapêutica concomitante com captopril.

Associações/interacções que devem ser consideradas

–  Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): O efeito anti-hipertensivo de um inibidor da ECA pode ser reduzido pela administração de um AINE. Um efeito aditivo sobre o aumento do potássio sérico foi descrito quando AINEs e inibidores da ECA são usados simultaneamente, podendo ser reduzida também a função renal. Estes efeitos, que ocorrem especialmente em doentes com uma função renal comprometida são, em princípio, reversíveis.

–  Anti-ácidos: Provocam uma redução da absorção dos inibidores da ECA.

–  Simpaticomiméticos: Os efeitos anti-hipertensivos dos inibidores da ECA podem ser reduzidos. Para confirmar que se obtém o efeito desejado, o doente deverá ser cuidadosamente monitorizado.

–  Probenecid: Atrasa a excreção renal e, por conseguinte, aumenta os níveis sanguíneos de captopril.

–  Álcool: Aumenta o efeito hipotensivo dos inibidores da ECA.

–  Alimentos: A biodisponibilidade do captopril pode ser diminuída.

4.6 Gravidez e aleitamento

–  Não existem estudos clínicos adequados e bem controlados sobre os efeitos do captopril na gravidez humana.

–  Os inibidores da ECA atravessam a barreira placentária pelo que pode ocorrer morbilidade e mortalidade neonatal quando administrados durante a gravidez.

–  Casos de hipotensão neonatal, de insuficiência renal, de deformidades da face ou do crânio e/ou morte têm sido associados à exposição do feto durante o segundo e terceiro trimestres da gravidez. Foi descrito oligohidrâmnios materno (que é indicativo de diminuição da função renal fetal). Relatos de contracturas dos membros, deformidades crânio-faciais, desenvolvimento hipoplásico dos pulmões e atraso do crescimento intra-uterino foram associados a oligohidrâmnios.

Foram ainda descritos atraso no crescimento uterino, prematuridade, persistência do canal arterial e morte fetal, mas não se conhece a sua relação com a inibição da ECA ou com a doença materna subjacente.

Desconhece-se o efeito da exposição do feto durante o primeiro trimestre. Se considerado adequado deve ponderar-se a possibilidade de contracepção durante o tratamento com Hipotensil

–  Estudos em animais sugerem que o captopril pode causar fetotoxicidade.

–  O Hipotensil (captopril) não deve ser usado durante a gravidez.

Se ocorrer uma gravidez durante o tratamento, a mulher deverá ser informada do possível risco para o feto.

–  Deverá ser feita uma observação cuidadosa dos lactentes, expostos ao captopril durante a gestação, no que respeita a hipotensão, oligúria e hipercaliémia. Se ocorrer oligúria, o tratamento deverá ter como objectivo a manutenção da tensão arterial e da perfusão renal.

–  Não se recomenda o uso de Hipotensil (captopril) durante a lactação por mães a amamentar. O captopril é excretado no leite materno e o efeito sobre o lactente é desconhecido.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Alguns efeitos indesejáveis associados ao captopril podem interferir com a capacidade de condução e utilização de máquinas (ver ponto 4.8 – Efeitos indesejáveis).

4.8 Efeitos indesejáveis

Os efeitos indesejáveis abaixo indicados encontram-se referidos por ordem decrescente de frequência para os diferentes órgãos e sistemas. As frequências indicadas baseiam-se em ensaios clínicos (cerca de 7000 doentes).

–  Pele e anexos: Eritema cutâneo (4 a 7%) habitualmente de tipo maculopapular, prurido (2%), urticária e fotossensibilidade. Podem associar-se a estas manifestações, febre, mialgias, artralgias, eosinofilia e aumento dos títulos de anticorpos anti-nucleares (ANA). Foram também descritos casos de eritema multiforme, Síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica (síndrome de Lyell), eflorescências semelhantes a psoríase e alopécia.

–  Aparelho respiratório: Tosse (0,5 a 2%), dispneia, sinusite, rinite, bronquite e broncospasmo. Foram também descritos casos de pneumonite com eosinofilia e infiltrados pulmonares.

–  Aparelho cardiovascular: Hipotensão (ver “Advertências e precauções especiais de utilização”), taquicárdia e palpitações. Foram descritos casos de angina de peito, enfarte do miocárdio, síncopes, crises isquémicas transitórias e hemorragia cerebral.

–  Sistema nervoso e órgãos dos sentidos: Diminuição ou perda do paladar reversível (2 a 4%), visão desfocada, cefaleias, tonturas e fadiga. Mais raramente, podem ocorrer depressão, perturbações do sono, parestesias, impotência, perturbações do equilíbrio, confusão e zumbidos.

–  Aparelho urinário: Proteinúria transitória (0,7 a 1%), insuficiência renal aguda (0,1 a 0,2%), síndrome nefrótico, oligúria e poliúria. Elevação persistente da ureia e creatinina plasmáticas (risco aumentado em doentes com insuficiência cardíaca congestiva).

–   Sistema hematopoiético: Neutropénia e agranulocitose, particularmente em doentes com deterioração da função renal (0,2%). Anemia e trombocitopénia ocorreram ocasionalmente nestes doentes. Os episódios de neutropénia ocorreram sobretudo entre a 3a e a 12a semanas. Em doentes com doença vascular do colagénio e deterioração da função renal, a incidência da neutropénia foi de 3,7%. Após a interrupção da administração do captopril a contagem dos neutrófilos retoma, de forma geral, valores normais em duas semanas. Foram descritos casos de trombocitopénia e anemia hemolítica em doentes com deficiência de G-6-P-D.

–   Tracto gastrintestinal: Náuseas, vómitos, dor abdominal, diarreia, obstipação e boca seca. Casos raros de glossite, pancreatite e oclusão intestinal

–   Sistema hepatobiliar: Elevações das transaminases, fosfatase alcalina e -GT, habitualmente ligeiras e reversíveis. Foram descritos casos de hepatite, colestase e hepatite fulminante, alguns dos quais fatais.

–   Outras reacções: Angioedema (0,1%), reacção anafilactóide, doença do soro e elevação da velocidade de sedimentação.

4.9 Sobredosagem

Os sintomas de sobredosagem incluem hipotensão grave, choque, estupor, bradicárdia, perturbações electrolíticas e insuficiência renal.

No caso de sobredosagem, os doentes deverão permanecer sob vigilância médica rigorosa, de preferência numa unidade de cuidados intensivos. Deverá ser realizada a monitorização frequente dos electrólitos do soro e da creatinina. O tratamento dependerá da natureza e da gravidade dos sintomas.

Pode usar-se hemodiálise para remover os inibidores da ECA da circulação, mas deverá evitar-se o uso de membranas de poliacrilonitrilo de fluxo elevado.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO HIPOTENSIL

5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 3.4.2.1- Aparelho cardiovascular. Anti-hipertensores. Modificadores do eixo renina angiotensina. Inibidores da enzima de conversão da angiotensina

Código ATC: C09AA01

O benefício do Hipotensil (captopril) no tratamento da hipertensão e da insuficiência cardíaca parece resultar principalmente da supressão do sistema renina-angiotensina-aldosterona do plasma. A renina, uma enzima endógeno produzida pelos rins, é libertada na circulação e converte o angiotensinogénio em angiotensina (um decapéptido relativamente inactivo). A enzima conversora da angiotensina (uma peptidilpeptidase) converte a angiotensina I em angiotensina II, um vasoconstritor potente, que provoca vasoconstrição arterial e aumento da tensão arterial. É também responsável pela estimulação da glândula suprarrenal, que em resposta, segrega aldosterona.

O captopril previne a conversão de angiotensina I em angiotensina II por um mecanismo de competição pelo sítio activo da ECA. A inibição da ECA resulta numa diminuição da angiotensina II plasmática. Esta origina a redução da actividade vasopressora e da secreção da aldosterona. A última redução é pequena, mas pode resultar num pequeno aumento da concentração do potássio sérico juntamente com uma perda de sódio e fluidos. Ocorre um aumento reflexo da actividade da renina plasmática após a perda/redução da inibição da retroregulação negativa de angiotensina II sobre a secreção da renina e/ou por estimulação de mecanismos reflexos por intermédio dos barorreceptores. Foi sugerido que o efeito hipotensivo dos IECA pode resultar em parte de efeito directo sobre a parede dos vasos.

A ECA também degrada a bradicinina (um potente vasodilatador) em metabolitos inactivos. Em consequência, a inibição da ECA provoca um aumento da actividade do sistema cinina-calicreína circulante e local, que poderá também contribuir para a vasodilatação periférica (activação do sistema das prostaglandinas). Este mecanismo, que é responsável por determinados efeitos colaterais, pode estar implicado no efeito hipotensivo dos inibidores da ECA.

A administração de inibidores da ECA a doentes com hipertensão reduz a tensão arterial na posição de decúbito e de pé numa proporção praticamente igual e, habitualmente, sem um aumento compensador do ritmo cardíaco.

Pode levar várias semanas para se obter uma redução óptima da tensão arterial. Parece não haver um desenvolvimento de tolerância aos efeitos hipotensivos do captopril com a terapêutica de longa duração. A hipertensão reaccional não parece estar associada à paragem abrupta do tratamento.

O captopril é mais efectivo em doentes hipertensos com níveis de renina normais ou elevados. Pode baixar a tensão arterial em doentes com níveis plasmáticos baixos de renina embora estes doentes respondam melhor quando se associa um diurético.

Em doentes com HTA, o captopril reduz a pressão arterial diminuindo a resistência vascular periférica sem alterações da frequência cardíaca, volume de ejecção ou débito cardíaco.

O captopril provoca vasodilatação arterial e provavelmente venosa.

Em doentes com ICC, o captopril reduz a resistência vascular periférica, resistência vascular pulmonar, pressão de encravamento pulmonar e as pressões média arterial e auricular direita. O índex cardíaco, débito cardíaco, volume de ejecção e tolerância ao exercício são aumentados nestes doentes. A frequência cardíaca diminui ou permanece inalterada de forma geral.

Existe alguma evidência que elevadas doses de IECA podem interferir com a libertação pré-sináptica de noradrenalina e a actividade dos receptores alfa-2 pós-sinápticos. O significado clínico desta evidência não está estabelecido.

O aumento da prolactina sérica foi relatado durante a terapêutica com captopril.

5.2 Propriedades farmacocinéticas

Deverá prestar-se uma atenção especial às alterações dos parâmetros farmacocinéticos em certos grupos de doentes, como por exemplo os doentes idosos.

Absorção, distribuição e eliminação: Cerca de 60 a 75 % de uma dose oral de captopril é absorvida no tracto gastrintestinal. A alimentação prévia diminui a absorção em aproximadamente 35%. Cerca de 30% ligam-se às proteínas. O captopril atravessa a placenta e a concentração no leite materno é de 1% da concentração plasmática. Cerca de 40 a 50% do captopril é excretado pela urina de forma inalterada e o restante sob a forma de metabolitos. A semi-vida de eliminação é de 2 a 3 horas, mas está aumentada na insuficiência renal. O captopril é removido por diálise.

5.3 Dados de segurança pré-clínica

Estudos de toxicidade crónica, realizados em ratinhos, ratos, cães e macacos, revelaram toxicidade significativa, relacionada com a ingestão de captopril, a nível hematopoiético, renal e gastrintestinal, bem como alterações irreversíveis do calibre dos vasos sanguíneos da retina.

Estudos em animais realizados durante a organogénese com captopril não mostraram efeito teratogénico, mas o captopril produziu toxicidade fetal em diversas espécies, incluindo mortalidade fetal durante o final da gravidez, atraso no crescimento e mortalidade pós-natal no rato. Com base nos estudos convencionais de farmacologia de segurança, de toxicidade de dose repetida, de genotoxidade e de carcinogenidade, os dados pré-clínicos não revelaram outros perigos específicos para o ser humano.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO HIPOTENSIL

6.1 Lista dos excipientes

Celulose microcristalina, lactose monohidratada, croscarmelose sódica, sílica coloidal anidra e ácido esteárico.

6.2  Incompatibilidades

Não aplicável.

6.3  Prazo de validade

3 anos.

6.4  Precauções particulares de conservação

Conservar a temperatura inferior a 25°C, na embalagem de origem. Proteger da humidade.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente

Blisters de OPA-Al-PVC/AL contendo 10 comprimidos por blister.

6.6 Precauções especiais de eliminação

Não existem requisitos especiais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Laboratório Medinfar – Produtos Farmacêuticos, S.A. Rua Manuel Ribeiro de Pavia, 1 – 1° Venda-Nova – 2700-547 Amadora

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da primeira autorização: 23 de Abril de 1992

Data da última renovação: 23 de Abril de 2002

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO

06-02-2009.

Categorias
Perindopril

CARACTERÍSTICAS DO COVERSYL bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

COVERSYL


1.   NOME DO MEDICAMENTO

COVERSYL comprimidos 4 mg

2.   COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO COVERSYL

4 mg de perindopril sal de tert-butilamina, equivalente a 3,338 mg de perindopril

Cada comprimido contém:

4 mg de perindopril sal de tert-butilamina, equivalente a 3,338 mg de perindopril

Lista completa de excipientes: ver secção 6.1

3.  FORMA FARMACÊUTICA DO COVERSYL
Comprimidos.

COVERSYL 4 mg: comprimido verde claro, em forma de bastonete, gravado com numa face e com ranhura nas duas faces.

4.  INFORMAÇÕES CLINICAS DO COVERSYL

4.1  Indicações Terapêuticas

Hipertensão:

Tratamento da hipertensão. Insuficiência cardíaca:

Tratamento da insuficiência cardíaca sintomática. Doença arterial coronária estável:

Redução do risco de eventos cardíacos em doentes com história de enfarte do miocárdio e/ou revascularização.

4.2  Posologia e modo de administração

Recomenda-se que o COVERSYL seja tomado uma vez por dia, de manhã antes da refeição.

A dose deve ser individualizada de acordo com o perfil do doente (ver 4.4 “Advertências e precauções especiais de utilização”) e a resposta da pressão arterial.

Hipertensão:

COVERSYL pode ser utilizado em monoterapia ou em associação com outras classes de antihipertensores.

A dose inicial recomendada é de 4 mg administrados uma vez por dia, de manhã.

Nos doentes com um sistema renina-angiotensina-aldosterona fortemente activado (em particular, com hipertensão renovascular, depleção de sal e/ou volume, descompensação cardíaca ou hipertensão grave) poderá registar-se uma descida excessiva da pressão arterial após a dose inicial. Nestes doentes, recomenda-se uma dose inicial de 2 mg, devendo instituir-se a terapêutica sob vigilância médica.

A dose pode ser aumentada para 8 mg, uma vez por dia após um mês de tratamento.

Poderá ocorrer hipotensão sintomática após o inicio da terapêutica com COVERSYL; esta situação é mais provável em doentes que estejam a ser tratados concomitantemente com diuréticos. Recomenda-se, portanto, precaução uma vez que estes doentes podem apresentar depleção de volume e/ou sal.

Se possível, o tratamento com o diurético deverá ser interrompido 2 a 3 dias antes do início da terapêutica com COVERSYL (ver secção 4.4 “Advertências e precauções especiais de utilização”).

Nos doentes hipertensos em que o diurético não possa ser interrompido, a terapêutica com COVERSYL deverá ser iniciada com uma dose de 2 mg. Deverá proceder-se à monitorização da função renal e dos níveis de potássio sérico. A posologia subsequente de COVERSYL deverá ser ajustada de acordo com a resposta da pressão arterial. Se necessário poderá reiniciar-se a terapêutica com o diurético.

Nos doentes idosos, o tratamento deverá ser iniciado com uma dose de 2 mg a qual poderá ser progressivamente aumentada para 4 mg após 1 mês de tratamento e, em seguida, para 8 mg, se necessário, dependendo da função renal (ver quadro abaixo).

Insuficiência cardíaca sintomática:

Recomenda-se que o tratamento com COVERSYL, geralmente associado a um diurético não poupador de potássio e/ou digoxina e/ou um betabloqueante, seja iniciado sob rigorosa vigilância médica, na dose inicial recomendada de 2 mg, administrada de manhã. Esta dose pode ser aumentada em incrementos de 2 mg a intervalos não inferiores a 2 semanas, até 4 mg uma vez por dia, se tolerada. O ajustamento da dose deve ser baseado na resposta clínica individual do doente.

Em doentes com insuficiência cardíaca grave e noutros doentes considerados em alto risco (doentes com insuficiência renal e tendência para alterações electrolíticas, doentes em tratamento simultâneo com diuréticos e/ou vasodilatadores), o tratamento deve ser iniciado sob cuidadosa vigilância (ver 4.4 “Advertências e precauções especiais de utilização”).

Nos doentes em risco elevado de hipotensão sintomática, por ex., doentes com depleção salina com ou sem hiponatremia, doentes com hipovolemia ou doentes que tenham sido submetidos a uma terapêutica diurética forte, devem ter estas condições corrigidas, se possível, antes da instituição da terapêutica com COVERSYL. Deve proceder-se a uma monitorização rigorosa da pressão arterial, função renal e níveis de potássio sérico, antes e durante o tratamento com COVERSYL (ver secção 4.4 “Advertências e precauções especiais de utilização”).

Doença arterial coronária estável:

COVERSYL deve ser iniciado com uma dose de 4 mg uma vez por dia durante 2 semanas e depois, dependendo da função renal e desde que a dose de 4 mg seja bem tolerada, aumentado para 8 mg uma vez por dia. Os doentes idosos devem receber 2 mg uma vez por dia durante 1 semana, seguido de 4 mg uma vez por dia na semana seguinte, antes de aumentar a dose para 8 mg uma vez por dia, dependendo da função renal (ver Quadro 1 “Ajustamento posológico na insuficiência renal”). A dose só deve ser aumentada se a dose inferior for bem tolerada.

Ajustamento posológico na insuficiência renal:

A posologia em doentes com insuficiência renal deve basear-se na depuração da creatinina, de acordo com o quadro 1 a seguir:

Quadro 1: Ajustamento posológico na insuficiência renal

Dose recomendada

Clearence da creatinina (ml/min)

ClCR > 60                                                                             4 mg por dia

30 < CIcr < 60                                                                   2 mg por dia

15 < ClCR < 30                                                                    2 mg dia sim dia não

Doentes em hemodiálise*

ClCR< 15                                                                              2 mg no dia da diálise

* O perindoprilato é dialisável a 70 ml/min. Nos doentes em hemodiálise, a dose deve ser tomada após diálise.

Ajustamento posológico na insuficiência hepática:

Não é necessário efectuar qualquer ajustamento posológico em doentes com insuficiência hepática (ver secções 4.4 “Advertências e precauções especiais de utilização” e 5.2 “Propriedades farmacocinéticas).

Utilização pediátrica:

A eficácia e a segurança da utilização em crianças não foi estabelecida. Assim, não se recomenda a utilização do medicamento em crianças.

4.3  Contra-indicações

–     Hipersensibilidade ao perindopril, a qualquer um dos excipientes ou a qualquer outro inibidor da ECA;

–     Antecedentes de angioedema associado a uma terapêutica prévia com inibidores

da ECA;

–     Angioedema hereditário ou idiopático;

–     Segundo e terceiro trimestres da gravidez (ver 4.6 “Gravidez e aleitamento”).

4.4  Advertências e precauções especiais de utilização

Doença arterial coronária estável:

Se durante o primeiro mês de tratamento com perindopril ocorrer um episódio de angina de peito instável (grave ou não), deve ser feita uma cuidadosa avaliação do benefício/risco, antes da continuação do tratamento.

Hipotensão:

Os inibidores ECA podem causar diminuição da pressão arterial. Observa-se, raramente, hipotensão sintomática em doentes com hipertensão não complicada e a sua ocorrência é mais provável em doentes com depleção de volume, por exemplo por terapêutica diurética, dieta com restrição em sal, diálise, diarreia ou vómitos, ou com hipertensão grave renina-dependente (ver secções 4.5 “Interacções medicamentosas e outras formas de interacção” e 4.8 “Efeitos indesejáveis”). Em doentes com insuficiência cardíaca sintomática, com ou sem insuficiência renal associada, foi observada hipotensão sintomática. A ocorrência deste efeito é mais provável em doentes com insuficiência cardíaca mais grave, que se reflecte na utilização de doses elevadas de diuréticos da ansa, hiponatremia ou insuficiência renal funcional. Nos doentes em risco elevado de hipotensão sintomática, o início da terapêutica e o ajustamento posológico devem ser rigorosamente monitorizados (ver 4.2 “Posologia e modo de administração e 4.8 ” Efeitos indesejáveis). As mesmas considerações aplicam-se aos doentes com isquémia cardíaca ou doença cerebrovascular, nos quais uma descida excessiva da pressão arterial pode provocar um enfarte do miocárdio ou um acidente vascular cerebral.

Se ocorrer hipotensão o doente deve ser deitado e, se necessário, deve receber por via intravenosa uma perfusão salina normal. Uma resposta hipotensora transitória não é uma contra-indicação para doses futuras, que podem ser administradas sem dificuldade logo que a pressão arterial tenha aumentado após expansão do volume.

Em alguns doentes com insuficiência cardíaca congestiva e com pressão arterial normal ou baixa, pode ocorrer uma descida adicional da pressão arterial com COVERSYL. Este efeito é previsível e não é, normalmente, motivo para interromper o tratamento. Se a hipotensão se tornar sintomática, pode ser necessária a redução da dose ou a interrupção do tratamento com COVERSYL.

Estenose da aorta e da válvula mitral/ cardiomiopatia hipertrófica: Tal como com outros inibidores da ECA, COVERSYL deve ser administrado com precaução a doentes com estenose da válvula mitral e obstrução no efluxo do ventrículo esquerdo tal como estenose da aorta ou cardiomiopatia hipertrófica.

Insuficiência renal:

Em caso de insuficiência renal (depuração da creatinina <60 ml/min) a posologia inicial de perindopril deve ser ajustada de acordo com os valores de depuração da creatinina do doente (ver 4.2 “Posologia e modo de administração”), e a dose de manutenção de acordo com a resposta do doente ao tratamento. A monitorização, periódica, do potássio e da creatinina faz parte da prática médica normal nestes doentes (ver 4.8 ” Efeitos indesejáveis”).

Em doentes com insuficiência cardíaca sintomática, a hipotensão na sequência do início da terapêutica com inibidores da ECA pode provocar danos adicionais na função renal. Tem sido descrita, nesta situação, insuficiência renal aguda normalmente reversível.

Nalguns doentes com estenose bilateral da artéria renal ou estenose da artéria em rim único tratados com inibidores da ECA, foram observados aumentos da ureia sanguínea e creatinina sérica, normalmente reversíveis com a descontinuação do tratamento. Este efeito é mais provável em doentes com insuficiência renal. Se estiver também presente uma hipertensão renovascular existe um risco aumentado de hipotensão grave e insuficiência renal. Nestes doentes o tratamento deve começar sob rigorosa vigilância médica com doses baixas e cuidadosos aumentos posológicos. Uma vez que o tratamento com diuréticos pode contribuir para os efeitos acima mencionados, estes devem ser descontinuados e a função renal deve ser monitorizada durante as primeiras semanas de tratamento com COVERSYL.

Alguns doentes hipertensos sem doença vascular renal preexistente aparente, apresentaram aumentos da ureia sanguínea e da creatinina sérica, normalmente baixos e transitórios, especialmente quando o COVERSYL foi administrado concomitantemente com um diurético. A ocorrência deste efeito é mais provável em doentes com insuficiência renal preexistente. Pode ser necessária a redução da posologia e/ou a descontinuação do diurético e/ou do COVERSYL.

Doentes hemodialisados:

Foram referidas reacções do tipo anafiláctico em doentes dialisados com membranas de alto fluxo e tratados concomitantemente com um inibidor da ECA. Nestes doentes deve considerar-se o uso de um tipo diferente de membrana de diálise ou um medicamento de uma classe anti-hipertensora diferente.

Transplante renal:

Não existe experiência no que se refere à administração de COVERSYL em doentes com um transplante renal recente.

Hipersensibilidade/Angioedema:

Foi notificado raramente em doentes tratados com um inibidor da ECA, incluindo o perindopril angioedema da face, das extremidades, dos lábios, das mucosas, da língua, da glote e/ou da laringe (ver 4.8 “Efeitos indesejáveis”). Nestes casos o perindopril deve ser imediatamente interrompido e iniciada monitorização adequada até ao completo desaparecimento dos sintomas.

Quando o edema só atinge a face e os lábios, a evolução é em geral benigna, regredindo sem tratamento, apesar dos antihistamínicos serem úteis no alívio dos sintomas.

O angioedema associado a um edema da laringe pode ser fatal. Quando atinge a língua, a glote ou a laringe e pode provocar uma obstrução das vias aéreas, deve ser rapidamente instituído tratamento de emergência que inclua a administração de uma solução de adrenalina e/ou a manutenção da ventilação do doente. O doente deve permanecer sob vigilância médica rigorosa até à completa resolução dos sintomas.

Os inibidores da ECA causam uma taxa mais elevada de angioedema em doentes de raça negra do que em doentes de raça não negra.

Os doentes com história de angioedema não associado à terapêutica com um inibidor da ECA, podem ter um risco aumentado de angioedema quando em tratamento com um inibidor da ECA (ver 4.3 contra-indicações).

Reacções do tipo anafiláctico durante a aferese de lipoproteínas de baixa densidade (LDL):

Foram relatados, raramente, casos de doentes que sofreram reacções do tipo anafiláctico, com risco de vida, ao receberem inibidores da ECA durante a aferese de lipoproteínas de baixa densidade com sulfato de dextrano. Estas reacções foram evitadas com a interrupção temporária da terapêutica com o inibidor da ECA antes de cada aferese.

Reacções anafilácticas durante a dessensibilização:

Doentes que receberam inibidores da ECA durante tratamentos de dessensibilização (ex.: com veneno de himenópteros) sofreram reacções do tipo anafiláctico. Nos mesmos doentes, estas reacções foram evitadas quando os inibidores da ECA foram interrompidos temporariamente, no entanto reapareceram após readministração inadvertida.

Insuficiência hepática:

Os inibidores da ECA têm sido associados raramente a um síndroma que começa com icterícia colestática e progride para necrose hepática fulminante e (por vezes) morte. O mecanismo deste síndroma não está esclarecido. Os doentes medicados com inibidores da ECA que desenvolvam icterícia ou elevação marcada das enzimas hepáticas devem descontinuar o tratamento com o inibidor da ECA e fazer seguimento médico apropriado (ver 4.8 Efeitos indesejáveis).

Neutropenia/agranulocitose/trombocitopenia/anemia:

Foram notificados em doentes tratados com inibidores da ECA casos de neutropenia/agranulocitose, trombocitopenia e anemia. Em doentes com função renal normal e sem outros factores de risco, raramente ocorre neutropenia. O perindopril deve ser usado com precaução extrema nos doentes com doença vascular colagénica, terapêutica imunosupressora, tratamento com alopurinol ou procainamida ou com uma combinação destes factores de risco, especialmente em caso de insuficiência renal preexistente. Alguns destes doentes desenvolveram infecções graves, as quais nalguns casos não responderam a terapêutica antibiótica intensiva. Se o perindopril for usado nestes doentes, recomenda-se a monitorização periódica do hemograma (série branca) e os doentes devem ser instruídos na detecção de qualquer sinal precoce de infecção.

Raça:

Os inibidores da ECA causam uma taxa mais elevada de angioedema em doentes de raça negra do que em doentes de raça não negra.

Tal como com outros inibidores da ECA, o perindopril pode ser menos eficaz na diminuição da pressão arterial em doentes de raça negra do que nos de raça não negra, possivelmente devido a uma maior prevalência de renina baixa na população hipertensa de raça negra.

Tosse:

A tosse tem sido notificada com o uso de inibidores da ECA. Caracteristicamente, a tosse é não-produtiva, é persistente e desaparece com a descontinuação do tratamento. A tosse induzida por um inibidor da ECA deve ser considerada como parte do diagnóstico diferencial da tosse.

Cirurgia/Anestesia:

Em doentes submetidos a grande cirurgia ou durante a anestesia com medicamentos com potencial hipotensor, o COVERSYL pode bloquear a formação de angiotensina II secundária à libertação compensatória de renina. O tratamento deve ser interrompido um dia antes da cirurgia. Se ocorrer hipotensão e for considerado ser devida a este mecanismo, pode ser corrigida por expansão de volume.

Hipercaliémia:

Foi observado em alguns doentes tratados com inibidores da ECA, incluindo perindopril, aumentos do potássio sérico. Os doentes em risco de hipercaliémia incluem os que têm insuficiência renal, diabetes mellitus não controlada, ou os que utilizam concomitantemente diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio ou substitutos do sal contendo potássio e ainda os doentes a tomar simultaneamente outros medicamentos associados ao aumento do potássio sérico (ex.: heparina). Se o uso concomitante dos medicamentos acima mencionados for considerado apropriado, recomenda-se uma monitorização regular do potássio sérico.

Doentes diabéticos:

Em doentes diabéticos tratados com antidiabéticos orais ou insulina, o controlo da glicémia deve ser rigorosamente monitorizado durante o primeiro mês de tratamento com um inibidor da ECA (ver 4.5 ” Interacções medicamentosas e outras formas de interacção”, Antidiabéticos).

Lítio:

A combinação de lítio e perindopril não é geralmente recomendada (ver 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção)

Diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio ou substitutos do sal contendo potássio:

A combinação de perindopril com diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio ou substitutos do sal contendo potássio não é geralmente recomendada (ver 4.5 “Interacções medicamentosas e outras formas de interacção”).

Gravidez e Aleitamento:

(Ver secção 4.3 “Contra-indicações” e secção 4.6 “Gravidez e aleitamento”).

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Diuréticos:

Em doentes a fazer diuréticos e especialmente nos que têm depleção de volume e/ou de sal, pode ocorrer uma excessiva redução da pressão arterial após o início da terapêutica com um inibidor da ECA. A possibilidade de efeitos hipotensores pode ser reduzida pela descontinuação do diurético, aumento da volémia ou pela toma de sal antes do início da terapêutica que deve ser iniciada com doses baixas e aumento progressivo de perindopril.

Diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio ou substitutos do sal contendo potássio:

Apesar de normalmente os níveis de potássio permanecerem dentro dos limites normais, pode ocorrer hipercaliémia em alguns doentes tratados com perindopril. Diuréticos poupadores de potássio (espirolactona, triantereno ou amilorida), suplementos de potássio ou substitutos do sal contendo potássio podem levar a aumentos significativos no potássio sérico. Assim a combinação de perindopril com os fármacos acima mencionados não é recomendada (ver secção 4.4). Se a utilização concomitante for indicada devido a hipocaliémia demonstrada devem ser usados com precaução e sob monitorização frequente dos níveis de potássio.

Lítio:

Foram notificados durante a administração concomitante de lítio e inibidores da ECA aumentos reversíveis das concentrações séricas e toxicidade do lítio. O uso concomitante de diuréticos tiazidicos pode aumentar o risco de toxicidade por lítio e agravar o risco já aumentado de toxicidade do lítio quando associado aos inibidores da ECA. A utilização de perindopril com lítio não é recomendada, mas se a associação for necessária, deve ser feita uma cuidadosa monitorização dos níveis séricos do lítio (ver 4.4)

Anti-inflamatórios não esteroides (AINE) incluindo aspirina > 3g/dia:

A administração de anti inflamatórios não esteroides pode reduzir o efeito anti-hipertensor dos inibidores da ECA. Para além disso, os AINE e os inibidores da ECA exercem um efeito aditivo no aumento do potássio sérico que pode resultar numa deterioração da função renal. Estes efeitos são, normalmente, reversíveis. Pode ocorrer raramente insuficiência renal aguda, especialmente em doentes com a função renal comprometida tal como nos doentes idosos ou desidratados.

Anti hipertensores e vasodilatadores:

A utilização concomitante destes medicamentos pode aumentar o efeito hipotensor do perindopril. A utilização concomitante de nitroglicerina e outros nitratos, ou outros vasodilatadores pode reduzir ainda mais a pressão arterial.

Antidiabéticos:

Estudos epidemiológicos sugerem que a administração concomitante de inibidores da ACE e antidiabéticos (insulinas, hipoglicemiantes orais) pode aumentar o efeito hipoglicemiante com risco de hipoglicémia. A ocorrência deste efeito é mais provável durante as primeiras semanas de tratamento combinado e em doentes com insuficiência renal.

Ácido acetilsalicílico, trombolitícos, betabloqueantes, nitratos:

O perindopril pode ser utilizado concomitantemente com ácido acetilsalicilico (quando usado como trombolitico) outros tromboliticos, betabloquentes e /ou nitratos. Antidepressores triciclicos/antipsicóticos/anestésicos:

A utilização concomitante de certos anestésicos, antidepressores triciclicos e antipsicóticos com inibidores da ECA pode provocar uma redução acrescida da pressão arterial (ver 4.4).

Simpaticomiméticos:

Os simpaticomiméticos podem reduzir os efeitos anti-hipertensores dos inibidores da ECA.

4.6 Gravidez e aleitamento

Gravidez:

COVERSYL não deve ser usado durante o primeiro trimestre da gravidez. Quando uma gravidez é planeada ou está confirmada, a transferência para um tratamento alternativo deve ser iniciada o mais cedo possível. Não foram realizados em humanos estudos controlados com inibidor da ECA, mas num número limitado de casos com exposição durante o primeiro trimestre não parece terem existido malformação consistente com fetotoxicidade humana, conforme abaixo descrito.

O perindopril está contra-indicado durante o segundo e terceiro trimestres da gravidez.

A exposição prolongada a um inibidor da ECA durante o segundo e terceiro trimestres induz fetotoxicida humana (diminuição da função renal, oligoâmnios, atraso na ossificação do crânio) e toxicidade neonatal (insuficiência renal, hipotensão, hipercaliemia) (ver 5.3 “Dados de segurança pré-clínica”).

Se a exposição ao perindopril tiver ocorrido a partir do segundo trimestre da gravidez, recomenda-se uma avaliação da função renal e do crânio, por ultra-sonografia.

Aleitamento:

Não se dispõe de dados sobre a excreção do perindopril no leite humano. Deste modo, não se recomenda a utilização de COVERSYL em mulheres que amamentam.

4.7  Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Durante a condução de veículos ou utilização de máquinas deve ser tido em consideração que podem ocorrer ocasionalmente tonturas ou cansaço.

4.8  Efeitos indesejáveis

Os seguintes efeitos indesejáveis foram observados durante tratamentos com perindopril e classificados com a seguinte frequência:

Muito frequentes (>1/10); frequentes (>1/100, <1/10); pouco frequentes (>1/1000, <1/100);   raros   (>1/10000,   <   1/1000);   muito   raros   (<1/10000),   incluindo comunicações isoladas. Perturbações do foro psiquiátrico:

Pouco frequentes: alterações do humor ou perturbações do sono Doenças do sistema nervoso:

Frequentes: dor de cabeça, tontura, vertigem, parestesia

Muito raro: confusão

Afecções oculares: Frequentes: distúrbios da visão

Afecções do ouvido e do labirinto: Frequentes: zumbidos

Cardiopatias e vasculopatias:

Frequentes: hipotensão e efeitos relacionados com hipotensão Muito raro: arritmia, angina de peito, enfarte do miocárdio e AVC, possivelmente secundário a excessiva hipotensão em doentes de alto risco (ver 4.4 “Advertências e precauções especiais de utilização”).

Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino: Frequentes: tosse, dispneia Pouco frequentes: broncoespasmo Muito raro: pneumonia eosinofila, rinite

Doenças gastrointestinais:

Frequentes: náuseas, vómitos, desconforto abdominal, disgeusia, dispepsia, diarreia, obstipação

Pouco frequentes: secura de boca

Muito raro: pancreatite

Afecções hepatobiliares:

Muito raros: hepatite citolítica ou colestática (ver 4.4 “Advertências e precauções especiais de utilização”).

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos: Frequentes: rash, prurido

Pouco frequentes: angioedema da face, extremidades, lábios, mucosas, língua, glote e/ou laringe, urticária (ver 4.4 “Advertências e precauções especiais de utilização”).

Muito raros: eritema multiforme

Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos:

Frequentes: cãibras musculares.

Doenças renais e urinárias:

Pouco frequentes: insuficiência renal

Muito raros: falência renal aguda

Doenças dos órgãos genitais e da mama: Pouco frequentes: impotência

Perturbações gerais e alterações no local de administração: Frequentes: astenia Pouco frequentes: sudação

Doenças do sangue e do sistema linfático:

Foram notificados raramente diminuição na hemoglobina e hematócrito, trombocitopenia, leucopenia/neutropenia e casos de agranulocitose ou panciotopenia. Em doentes com deficiência congénita de G-6PDH, foram notificados muito raramente casos de anemia hemolítica (ver 4.4 “Advertências e precauções especiais de utilização”).

Exames complementares de diagnóstico:

Pode ocorrer, especialmente em presença de insuficiência renal, falência cardíaca grave e hipertensão renovascular, aumento dos valores da ureia sanguínea e da creatinina plasmática e hipercaliémia reversível com a descontinuação do tratamento. Foi notificado raramente aumento das enzimas hepáticas e da bilirubina.

Ensaios clínicos:

Durante o período aleatório do estudo EUROPA só foram recolhidos os eventos adversos graves. Poucos doentes sofreram eventos adversos graves: 16 (0,3%) dos 6122 doentes tratados com perindopril e 12 (0,2%) dos 6107 doentes tratados com placebo. Nos doentes tratados com perindopril, foi observada hipotensão em 6 doentes, angioedema em 3 doentes e paragem cardíaca súbita num doente. Foram excluídos mais doentes devido a tosse, hipotensão ou outra intolerância tratados com perindopril (6,0% (n=366)) do que com placebo (2,1% (n=129)).

4.9 Sobredosagem

Os dados disponíveis sobre a sobredosagem no Homem são limitados. Os sintomas associados a uma sobredosagem com inibidores da ECA podem incluir hipotensão, choque circulatório, alterações electrolíticas, falência renal, hiperventilação, taquicardia, palpitações, bradicardia, vertigens, ansiedade e tosse.

O tratamento recomendado para a sobredosagem é a administração por perfusão intravenosa de uma solução salina normal. Se ocorrer hipotensão o doente deve ser colocado em posição de choque. Se disponível, pode também ser considerado o tratamento por perfusão de angiotensina II e/ou catecolaminas por via intravenosa. O perindopril pode ser removido da circulação geral por hemodiálise (ver 4.4 “Advertências e precauções especiais de utilização”, doentes hemodialisados). Recomenda-se terapêutica pacemaker em caso de bradicardia resistente à terapia. Os sinais vitais, electrólitos no soro e concentrações de creatinina devem ser monitorizados permanentemente.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO COVERSYL

5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Código ATC:C09A A04

O   perindopril é um inibidor do enzima que converte a angiotensina I em angiotensina II (Enzima de Conversão da Angiotensina – ECA). A enzima de conversão ou cinase é uma exopeptidase, que permite a conversão da angiotensina

1  na substância vasoconstritora, angiotensina II, provocando simultaneamente a degradação da substância vasodilatadora bradicinina num heptapéptido inactivo. A inibição da ECA resulta numa redução da angiotensina II no plasma, que conduz ao aumento da actividade da renina plasmática (por inibição do feedback negativo sobre a libertação de renina) e à redução da secreção de aldosterona. Uma vez que a ECA inactiva a bradicinina, a inibição da ECA também resulta numa actividade aumentada dos sistemas calicreíno-cinina circulantes e locais (activando também o sistema prostaglandina). É possível que este mecanismo contribua para a acção hipotensora dos inibidores da ECA e seja parcialmente responsável por alguns dos seus efeitos secundários (por ex.: a tosse).

O perindopril actua através do seu metabolito activo, o perindoprilato. Os outros metabolitos não exercem um efeito inibitório da actividade da ECA in vitro.

Hipertensão:

O perindopril é eficaz em todos os graus de hipertensão: ligeira, moderada, grave e observa-se uma redução das pressões arteriais sistólica e diastólica em decúbito e em posição ortostática.

O perindopril reduz a resistência vascular periférica, conduzindo à redução da pressão arterial. Consequentemente, o fluxo sanguíneo periférico aumenta, sem exercer efeito na frequência cardíaca.

Em regra o fluxo sanguíneo renal aumenta, enquanto que a taxa de filtração glomerular (TFG) se mantém, normalmente, inalterada.

A actividade anti-hipertensora é máxima entre 4 a 6 horas após uma dose única e mantém-se durante, pelo menos, 24 horas: os efeitos no vale são cerca de 87-100% dos efeitos máximos.

A descida da pressão arterial ocorre rapidamente. Nos doentes que respondem à terapêutica, a normalização é atingida ao fim de um mês e mantém-se sem ocorrência de taquifilaxia.

A interrupção do tratamento não provoca efeito “rebound”. O perindopril reduz a hipertrofia ventricular esquerda.

No homem, foram confirmadas as propriedades vasodilatadoras do perindopril. Melhora a elasticidade dos grandes vasos arteriais e diminui o rácio média/lúmen das pequenas artérias.

Uma terapêutica adjuvante com um diurético tiazídico origina sinergia de tipo aditivo. A associação de um inibidor da ECA a uma tiazida também diminui o risco de hipocaliémia induzida pelo tratamento diurético.

Insuficiência cardíaca:

COVERSYL reduz o trabalho cardíaco por uma diminuição na pré e pós carga.

Os estudos realizados em doentes com insuficiência cardíaca demonstraram:

–     diminuição das pressões de enchimento ventricular esquerda e direita,

–     redução da resistência vascular periférica total,

– aumento do débito cardíaco e melhoria do índice cardíaco.

Foi demonstrado em estudos comparativos que a primeira administração de 2 mg de COVERSYL em doentes com insuficiência cardíaca ligeira a moderada não esteve associada a qualquer redução significativa da pressão arterial em comparação com o placebo.

Doentes com doença arterial coronária estável:

O estudo EUROPA foi um estudo clínico multicêntrico, internacional, aleatório, com dupla ocultação e controlado por placebo que teve uma duração de 4 anos.

Doze mil duzentos e dezoito (12218) doentes com idades superiores a 18 anos foram aleatorizados: para perindopril 8 mg (n=6110) ou placebo (n=6108).

A população em estudo apresentava doença arterial coronária sem evidência de sinais clínicos de insuficiência cardíaca (90% dos doentes tiveram um enfarte prévio do miocárdio e/ou uma revascularização coronária prévia). A maioria dos doentes recebeu a medicação em estudo além da terapêutica convencional incluindo inibidores plaquetários, agentes antidislipémicos e beta-bloqueadores.

O principal critério de eficácia foi o composto de morte cardiovascular, enfarte do miocárdio não fatal e/ou paragem cardíaca com reanimação bem sucedida. O tratamento com perindopril 8 mg uma vez por dia resultou numa significativa redução absoluta no “endpoint” primário de 1,9%, (redução do risco relativo de 20%, 95%IC [9,4; 28,6] – p<0,001).

Em doentes com história de enfarte do miocárdio e/ou revascularização, foi observada uma redução absoluta de 2,2% correspondente a uma RRR de 22,4% (95%IC[12,0;31,6]-p<0,001) no “endpoint” primário em comparação com o placebo.

5.2 Propriedades farmacocinéticas

Após administração oral, a absorção do perindopril é rápida e a concentração plasmática máxima atinge-se em 1 hora. A biodisponibilidade é de 65 a 70 %.

Cerca de 20% da quantidade total de perindopril absorvido é transformado em perindoprilato, o metabolito activo. Além do perindoprilato activo o perindopril dá origem a cinco metabolitos, todos inactivos. O tempo de semi-vida plasmático do perindopril é de 1 hora. A concentração plasmática máxima do perindoprilato é atingida em 3 a 4 horas.

Como a ingestão de alimentos diminui a transformação em perindoprilato, e portanto a sua biodisponibilidade, COVERSYL deve ser administrado por via oral, numa única toma diária, de manhã antes duma refeição.

O volume da distribuição é cerca de 0,2 l/kg para o perindoprilato livre. A ligação às proteínas é pouco importante, (a ligação do perindoprilato à enzima de conversão da angiotensina é inferior a 30%), mas está dependente da concentração plasmática.

O perindoprilato é eliminado por via urinária e a semi-vida da sua fracção livre é aproximadamente 3 a 5 horas. A dissociação da ligação do perindoprilato à enzima de conversão da angiotensina conduz a uma semi-vida de eliminação “efectiva” de 25 horas, conduzindo ao estado estacionário em 4 dias.

Não se observou acumulação do perindopril após administração repetida.

A eliminação do perindoprilato está diminuída nos indivíduos idosos, nos doentes com insuficiência cardíaca ou insuficiência renal. O ajustamento posológico em doentes com insuficiência renal é desejável em função do grau de insuficiência renal (depuração da creatinina).

A depuração do perindoprilato por diálise é de 70 ml/mn.

A cinética do perindopril é modificada em doentes com cirrose: a depuração hepática da molécula original é reduzida para metade. Contudo a quantidade de perindoprilato formado não é reduzida e, deste modo, não é necessário ajustamento posológico (ver também secções 4.2 “Posologia e modo de administração” e 4.4 ” Advertências e precauções especiais de utilização”).

5.3 Dados de Segurança Pré-Clínica

Em estudos de toxicidade crónica oral (ratos e macacos), o órgão atingido é o rim, com alterações reversíveis.

Em estudos in vitro e in vivo não foi observada mutagenicidade.

Os estudos de toxicidade reprodutiva (ratinhos, ratos, coelhos e macacos) não demonstraram sinais de embriotoxicidade ou teratogenicidade. Contudo, os inibidores da ECA, enquanto classe, têm demonstrado provocar efeitos adversos no desenvolvimento fetal, provocando morte fetal e efeitos congénitos em roedores e coelhos: foram observadas lesões renais e um aumento na mortalidade peri e pós natal.

Não se observou carcinogenicidade em estudos a longo termo, em ratos e ratinhos.

6.  INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO COVERSYL

6.1  Lista dos Excipientes

COVERSYL 4 mg: Celulose microcristalina, lactose, sílica coloidal hidrófoba, estearato de magnésio, laca alumínica do complexo de cobre clorofilina.

6.2  Incompatibilidades

Não aplicável.

6.3    Prazo de validade 2 anos.

6.4    Precauções especiais de conservação

Conservar abaixo de 30°C.

6.5  Natureza e conteúdo do recipiente

Caixas de 14, 30 e 60 comprimidos doseados a 4 mg em blisters PVC/alumínio

6.6  Instruções de utilização, manipulação e eliminação

Não existem requisitos especiais.

7.  TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
SERVIER PORTUGAL, Especialidades Farmacêuticas, L.da

Av. António Augusto de Aguiar, 128 1069 – 133 LISBOA


8.NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

COVERSYL 4 mg caixas de 14 comprimidos – 4345781 COVERSYL 4 mg caixas de 30 comprimidos – 8760421

COVERSYL 4 mg caixas de 60 comprimidos – 4345880

9.  DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da primeira autorização: 29-10-1990

Data da última renovação: 29-10-2000

10.  DATA DA REVISÃO DO TEXTO

09-02-2006.

Categorias
Lisinopril

CARACTERÍSTICAS DO Zestril bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
Zestril

1. NOME DO MEDICAMENTO Zestril

Zestril-5, 5 mg, comprimidos. Zestril Mite, 10 mg, comprimidos. Zestril, 20 mg, comprimidos.

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO ZESTRIL

Cada comprimido contém lisinopril dihidratado equivalente a 5 mg de lisinopril anidro. Cada comprimido contém lisinopril dihidratado equivalente a 10 mg de lisinopril anidro.
Cada comprimido contém lisinopril dihidratado equivalente a 20 mg de lisinopril anidro.

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO ZESTRIL
Comprimidos.
Os comprimidos de 5 mg são cor-de-rosa, redondos e biconvexos. Os comprimidos apresentam um diâmetro de 6 mm.
Os comprimidos de 10 mg são cor-de-rosa, redondos e biconvexos. Os comprimidos apresentam um diâmetro de 8 mm.
Os comprimidos de 20 mg são cor-de-rosa, redondos e biconvexos. Os comprimidos apresentam um diâmetro de 8 mm.

Todos os comprimidos são marcados com um número numa das faces, que identifica a dosagem do comprimido.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO ZESTRIL
4.1 Indicações terapêuticas
Hipertensão

Tratamento da hipertensão arterial. Insuficiência Cardíaca
Tratamento da insuficiência cardíaca sintomática.
Enfarte Agudo do Miocárdio
Tratamento de curta duração (6 semanas) de doentes hemodinamicamente estáveis, nas 24 horas seguintes a um enfarte agudo do miocárdio.

Complicações Renais da Diabetes Mellitus
Tratamento da doença renal nos doentes hipertensos com diabetes mellitus do Tipo 2 e nefropatia incipiente (ver secção 5.1).

4.2 Posologia e modo de administração

Zestril deve ser administrado por via oral, numa toma única diária. Tal como acontece com todos os outros medicamentos de toma única diária, Zestril deve ser tomado aproximadamente sempre à mesma hora do dia. A absorção de Zestril comprimidos não é afectada pelos alimentos.

A dose deve ser individualizada de acordo com o perfil do doente e com a resposta em termos da pressão arterial (ver secção 4.4).

Hipertensão
Zestril pode ser utilizado em monoterapia ou em associação com outras classes de medicamentos anti-hipertensores.

Dose inicial
Nos doentes com hipertensão, a dose inicial habitualmente recomendada é de 10 mg. Os doentes com um sistema renina-angiotensina-aldosterona fortemente activado (em particular, hipertensão renovascular, depleção de sais e/ou volume, descompensação cardíaca ou hipertensão grave) poderão sentir uma diminuição excessiva da pressão arterial após a administração da dose inicial. Recomenda-se uma dose inicial de 2,5-5 mg nestes doentes e o tratamento deve ser iniciado sob supervisão médica. É necessária uma dose inicial mais baixa em presença de insuficiência renal (ver Quadro 1, abaixo).

Dose de manutenção
A dose de manutenção habitualmente eficaz é de 20 mg administrados numa toma única diária. Em geral, se o efeito terapêutico pretendido não for atingido num período de 2 a 4 semanas com uma determinada dose, essa dose pode ser aumentada. A dose máxima usada em ensaios clínicos controlados de longa duração foi de 80 mg/dia.

Doentes Medicados com Diuréticos
Poderá ocorrer hipotensão sintomática após o início da terapêutica com Zestril. Esta situação é mais provável nos doentes que estejam a ser tratados com diuréticos. Assim, recomenda-se, precaução, dado que estes doentes podem apresentar depleção de sais e/ou de volume. Se possível, o diurético deverá ser interrompido 2 ou 3 dias antes do início da terapêutica com Zestril. Nos doentes hipertensos em que não se possa interromper o tratamento com o diurético, a terapêutica com Zestril deverá iniciar-se
com uma dose de 5 mg. Dever-se-á monitorizar a função renal e o potássio sérico. A posologia subsequente de Zestril deverá ser ajustada de acordo com a resposta da pressão arterial. Se necessário, a terapêutica diurética pode ser retomada (ver secção 4.4 e secção 4.5).

Ajuste Posológico na Insuficiência Renal
A posologia em doentes com insuficiência renal deverá basear-se na depuração da creatinina, conforme apresentado no Quadro 1 que se segue.

Quadro 1 Ajuste posológico na insuficiência renal.
Depuração da Creatinina (ml/min) Dose Inicial (mg/dia)
Inferior a 10 ml/min (incluindo doentes em 2,5 mg* diálise)
10-30 ml/min 2,5-5 mg
31-80 ml/min 5-10 mg
* A posologia e/ou a frequência de administração devem ser ajustadas de acordo com a resposta da pressão arterial.
A posologia pode ser aumentada até a pressão arterial se encontrar controlada ou até uma dose máxima de 40 mg por dia. Insuficiência Cardíaca
Em doentes com insuficiência cardíaca sintomática, Zestril deve ser utilizado como terapêutica adjuvante dos diuréticos e, sempre que considerado adequado, dos digitálicos ou bloqueadores-beta. Zestril pode ser iniciado com uma dose de 2,5 mg uma vez por dia, que deverá ser administrada sob supervisão médica para determinar o efeito inicial sobre a pressão arterial. A dose de Zestril deve ser aumentada: Em incrementos não superiores a 10 mg Em intervalos não inferiores a 2 semanas
Até à dose mais elevada tolerada pelo doente, num máximo de 35 mg, uma vez por dia. O ajuste posológico deve ser feito de acordo com a resposta clínica individual dos doentes.

Os doentes com elevado risco de hipotensão sintomática, por ex., os que apresentam depleção salina com ou sem hiponatremia, doentes com hipovolemia ou doentes que tenham sido submetidos a uma terapêutica diurética intensa, deverão ter estas condições corrigidas, se possível, antes de iniciarem a terapêutica com Zestril. A função renal e o potássio sérico deverão ser monitorizados (ver secção 4.4).

Enfarte Agudo do Miocárdio
Os doentes deverão ser medicados, conforme apropriado, com os tratamentos habitualmente recomendados, tais como trombolíticos, aspirina e bloqueadores-beta. O trinitrato de glicerilo administrado por via intravenosa ou transdérmica pode ser utilizado concomitantemente com Zestril.

Dose inicial (primeiros 3 dias após o enfarte)
O tratamento com Zestril pode ser iniciado nas 24 horas subsequentes ao início dos sintomas. O tratamento não deverá ser iniciado caso a pressão arterial sistólica seja inferior a 100 mm Hg. A primeira dose de Zestril é de 5 mg administrados por via oral, seguida de 5 mg após 24 horas, 10 mg após 48 horas e depois 10 mg, uma vez por dia, nos dias subsequentes. Aos doentes com uma pressão arterial sistólica baixa (120 mm Hg ou menos) deve ser administrada uma dose mais baixa – 2,5 mg por via oral -quando se inicia o tratamento ou durante os primeiros 3 dias após o enfarte (ver secção 4.4).

Nos casos de insuficiência renal (depuração da creatinina <80 ml/min), a posologia inicial de Zestril deve ser ajustada de acordo com a depuração da creatinina do doente (ver Quadro 1).

Dose de manutenção
A dose de manutenção é de 10 mg uma vez por dia. Se ocorrer hipotensão (pressão arterial sistólica menor ou igual a 100 mm Hg) poderá ser administrada uma dose diária de manutenção de 5 mg, com reduções temporárias para 2,5 mg, caso seja necessário. Se ocorrer hipotensão prolongada (pressão arterial sistólica menor que 90 mm Hg durante mais de 1 hora) o tratamento com Zestril deve ser interrompido.

O tratamento deverá continuar durante 6 semanas, período após o qual se deverá proceder à reavaliação do doente. Os doentes que desenvolvam sintomas de insuficiência cardíaca devem continuar o tratamento com Zestril (ver secção 4.2).

Complicações Renais da Diabetes Mellitus
Em doentes hipertensos com diabetes mellitus do tipo 2 e nefropatia incipiente, a dose diária de Zestril é de 10 mg, uma vez por dia, a qual poderá ser aumentada para 20 mg, uma vez por dia, se necessário, a fim de atingir uma pressão arterial diastólica, em posição sentada, inferior a 90 mm Hg.

Nos casos de insuficiência renal (depuração da creatinina <80 ml/min), a posologia inicial de Zestril deve ser ajustada de acordo com a depuração da creatinina do doente (ver Quadro 1).

Uso Pediátrico
A eficácia e segurança da utilização em crianças não foram totalmente estabelecidas. Assim, não se recomenda a utilização em crianças. Utilização nos Idosos
Nos estudos clínicos, não houve alteração da eficácia ou perfil de segurança do fármaco relacionadas com a idade. No entanto, quando a idade avançada está associada a uma diminuição da função renal, dever-se-ão utilizar as indicações do Quadro 1 para determinar a dose inicial de Zestril. Posteriormente, a posologia deverá ser ajustada de acordo com a resposta da pressão arterial.

Utilização nos doentes submetidos a transplante renal
Não existe experiência relativa à administração de Zestril em doentes com transplantes renais recentes. Assim, não se recomenda o tratamento com Zestril.

4.3 Contra-indicações

Hipersensibilidade ao Zestril, a qualquer um dos excipientes ou a qualquer outro inibidor da enzima de conversão da angiotensina (ECA).
Antecedentes de angioedema associado a tratamento prévio com inibidores da ECA Angioedema hereditário ou idiopático. Segundo e terceiro trimestres da gravidez (ver secção 4.6)

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Hipotensão Sintomática
Raramente tem sido observada hipotensão sintomática em doentes hipertensos sem complicações. O aparecimento de hipotensão é mais provável nos doentes hipertensos medicados com Zestril se o doente apresentar depleção de volume, por ex., por terapêutica diurética, dieta restrita em sal, diálise, diarreia ou vómitos, ou nos doentes que apresentem hipertensão grave dependente da renina (ver secção 4.5 e secção 4.8). Nos doentes com insuficiência cardíaca, com ou sem insuficiência renal associada, observou-se hipotensão sintomática. Esta situação ocorre mais frequentemente em doentes com insuficiência cardíaca de maior gravidade, e que se reflecte na utilização de doses elevadas de diuréticos da ansa, hiponatremia ou insuficiência renal funcional. Em doentes com risco acrescido de hipotensão sintomática, o início da terapêutica e o ajuste posológico devem ser cuidadosamente monitorizados. São aplicáveis considerações idênticas aos doentes com isquémia cardíaca ou doença cerebrovascular, nos quais uma diminuição excessiva da pressão arterial pode ter como consequência um enfarte do miocárdio ou um acidente vascular cerebral.

Se ocorrer hipotensão o doente deve ser colocado em posição supina e, se necessário, deverá administrar-se soro fisiológico em perfusão intravenosa. Uma resposta hipotensora transitória não constitui uma contra-indicação para doses adicionais, que podem ser administradas habitualmente sem dificuldades logo que a pressão arterial tenha subido após expansão da volémia.

Nalguns doentes com insuficiência cardíaca e cuja pressão arterial é normal ou baixa, pode ocorrer uma redução adicional da pressão arterial sistémica com Zestril. Este efeito pode ser previsto e não constitui, habitualmente, razão para suspender o tratamento. Se a hipotensão se tornar sintomática poderá ser necessária uma redução da dose ou a interrupção do tratamento com Zestril.

Hipotensão no Enfarte Agudo do Miocárdio
O tratamento com Zestril não deve ser iniciado em doentes com enfarte agudo do miocárdio que se encontrem em risco de deterioração hemodinâmica grave após tratamento com um vasodilatador. Estes doentes têm uma pressão sistólica igual ou inferior a 100 mm Hg ou estão em choque cardiogénico. Durante os três primeiros dias após o enfarte, a dose deve ser reduzida caso a pressão sistólica seja igual ou inferior a 120 mm Hg. As doses de manutenção devem ser reduzidas para 5 mg ou, temporariamente, para 2,5 mg se a pressão sistólica for igual ou inferior a 100 mm Hg. Se a hipotensão persistir (pressão sistólica menor que 90 mm Hg durante mais de 1 hora), o tratamento com Zestril deve ser interrompido. Estenose das válvulas aórtica e mitral / cardiomiopatia hipertrófica Tal como com outros inibidores da ECA, Zestril deve ser administrado com precaução nos doentes com estenose da válvula mitral e obstrução do débito do ventrículo esquerdo, nomeadamente estenose da aorta ou cardiomiopatia hipertrófica.

Insuficiência Renal
Nos casos de insuficiência renal (depuração da creatinina <80 ml/min), a posologia inicial de Zestril deve ser ajustada de acordo com a depuração da creatinina do doente (ver Quadro 1 na secção 4.2.) e, subsequentemente, em função da resposta do doente ao tratamento. A monitorização de rotina dos níveis de potássio e de creatinina constitui parte integrante da prática clínica normal nestes doentes.

Em doentes com insuficiência cardíaca, a hipotensão após o início da terapêutica com inibidores da ECA pode originar um agravamento adicional da insuficiência renal. Nesta situação foi notificada insuficiência renal aguda, geralmente reversível.

Nalguns doentes com estenose da artéria renal bilateral ou com estenose da artéria em rim único, que foram tratados com inibidores da enzima de conversão da angiotensina, observaram-se aumentos da uremia e da creatinina sérica, geralmente reversíveis após suspensão da terapêutica. Estas alterações são particularmente mais prováveis em doentes com insuficiência renal. Caso esteja também presente hipertensão renovascular, existe um risco aumentado de hipotensão grave e de insuficiência renal. Nestes doentes, o tratamento deve ser iniciado sob vigilância médica rigorosa, com doses baixas e procedendo a titulações cuidadosas da dose. Uma vez que o tratamento com diuréticos pode constituir um factor contribuinte para a situação anteriormente referida, a sua administração deve ser suspensa, procedendo-se à monitorização da função renal, durante as primeiras semanas da terapêutica com Zestril.

Alguns doentes hipertensos sem doença vascular renal pré-existente aparente apresentaram aumentos da uremia e da creatinina sérica, geralmente pequenos e transitórios, em especial quando Zestril foi administrado concomitantemente com um diurético. Esta situação é mais provável de ocorrer em doentes com insuficiência renal pré-existente. Poderá ser necessário proceder a uma redução da posologia e/ou suspensão do diurético e/ou de Zestril.

No enfarte agudo do miocárdio, o tratamento com Zestril não deve ser iniciado em doentes com diagnóstico de disfunção renal, definida por uma concentração sérica de creatinina superior a 177 micromol/l e/ou proteinúria superior a 500 mg/24 h. Se a disfunção renal se desenvolver durante o tratamento com Zestril (concentração de
creatinina sérica superior a 265 micromol/l ou uma duplicação do valor obtido antes do tratamento) o médico deverá considerar a suspensão de Zestril. Hipersensibilidade / Angioedema
Foram notificados casos pouco frequentes de angioedema da face, extremidades, lábios, língua, glote e/ou laringe em doentes tratados com inibidores da enzima de conversão da angiotensina, incluindo o Zestril. Esta situação pode ocorrer em qualquer momento, durante a terapêutica. Nestes casos, Zestril deverá ser imediatamente suspenso, instituindo-se tratamento e monitorização adequados a fim de assegurar a resolução completa dos sintomas antes do final do período de hospitalização. Mesmo nos casos em que ocorre unicamente edema da língua, sem qualquer dificuldade respiratória, os doentes poderão necessitar de observação prolongada, uma vez que o tratamento com anti-histamínicos e corticosteróides poderá não ser suficiente.

Muito raramente, foram notificados casos de morte devido a angioedema associado a edema da laringe ou a edema da língua. Os doentes que apresentam envolvimento da língua, glote ou laringe poderão apresentar obstrução das vias respiratórias, em especial no caso dos doentes com antecedentes de cirurgia das vias respiratórias. Nestes casos dever-se-á administrar imediatamente terapêutica de emergência. Esta pode incluir a administração de adrenalina e/ou a manutenção de uma via respiratória patente. O doente deve ser mantido sob rigorosa supervisão médica até à resolução completa e sustentada dos sintomas.

Os inibidores da enzima de conversão da angiotensina causam um maior número de angioedemas em doentes de raça negra do que em doentes de outras raças.

Doentes com história de angioedema não associado a uma terapêutica com inibidor da ECA poderão apresentar um aumento do risco de ocorrência de angioedema, enquanto estão a ser medicados com um inibidor da ECA (ver 4.3 Contra-indicações).

Reacções anafilactóides em doentes hemodialisados
Foram notificadas reacções anafilactóides em doentes hemodialisados com membranas de fluxo elevado (por exemplo, AN 69) e tratados concomitantemente com um inibidor da ECA. Nestes doentes deverá ser considerada a hipótese de utilizar um tipo diferente de membrana de diálise ou uma classe diferente de fármaco anti-hipertensor. Reacções anafilactóides durante a aférese das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) Raramente, os doentes tratados com inibidores da ECA durante a aférese das lipoproteínas de baixa densidade com sulfato de dextrano apresentaram reacções anafilactóides potencialmente fatais. Estas reacções foram evitadas pela retenção temporária da terapêutica com inibidor da ECA antes de cada aférese.

Dessensibilização
Os doentes tratados com inibidores da ECA mantiveram reacções anafilactóides durante o tratamento de dessensibilização (por ex. veneno de hymenoptera). Nos mesmos doentes, estas reacções foram evitadas quando foram retidos temporariamente os inibidores da ECA, embora reaparecessem com a re-administração inadvertida do medicamento.

Insuficiência hepática
Muito raramente, os inibidores da ECA foram associados a uma síndrome que se inicia com icterícia colestática e que progride para necrose hepática fulminante e (por vezes) morte. O mecanismo desta síndrome não é conhecido. Os doentes que estejam a tomar Zestril e que desenvolvam icterícia, ou que apresentem elevações acentuadas das enzimas hepáticas, devem suspender Zestril e ser submetidos a acompanhamento médico apropriado.

Neutropenia / Agranulocitose
Foram notificados casos de neutropenia / agranulocitose, trombocitopenia e anemia nos doentes submetidos a tratamento com inibidores da ECA. Raramente ocorre neutropenia nos doentes com função renal normal e sem quaisquer outros factores de complicação. A neutropenia e a agranulocitose são reversíveis após a suspensão do tratamento com inibidor da ECA. Zestril deve ser utilizado com extrema precaução nos doentes com doença vascular do colagénio, submetidos a terapêutica de imuno-supressão, a tratamento com alopurinol ou procainamida, ou a uma combinação destes factores de complicação, em especial nos casos de insuficiência renal pré-existente. Alguns destes doentes desenvolveram infecções graves que, nalguns casos, não respondem a antibioterapia intensa. Quando Zestril é utilizado nestes doentes, é aconselhável uma monitorização periódica da contagem de leucócitos, pedindo-se aos doentes que comuniquem imediatamente qualquer sinal de infecção.

Raça
Os inibidores da enzima de conversão da angiotensina causam um maior número de angioedemas em doentes de raça negra do que em doentes de outras raças. Tal como com outros inibidores da ECA, Zestril poderá ser menos eficaz na redução da pressão arterial dos doentes de raça negra do que nos de outras raças, possivelmente devido a uma maior prevalência de estados com renina reduzida na população negra com hipertensão.

Tosse
Tem sido notificado o aparecimento de tosse com a utilização de inibidores da ECA. Esta tosse caracteriza-se por ser não produtiva, persistente e resolve-se após suspensão da terapêutica. A tosse induzida pelos inibidores da ECA deve ser considerada como parte do diagnóstico diferencial da tosse.

Cirurgia/Anestesia
Em doentes submetidos a grande cirurgia ou durante a anestesia com agentes que provocam hipotensão, Zestril pode bloquear a formação de angiotensina II resultante de uma libertação compensatória de renina. Se ocorrer hipotensão atribuível a este mecanismo, esta poderá ser corrigida com expansores de volume.

Hipercaliemia

Têm sido observadas elevações do potássio sérico nalguns doentes tratados com inibidores da ECA, incluindo o Zestril. Os doentes que se encontram em risco de desenvolvimento de hipercaliemia incluem os que têm insuficiência renal, diabetes mellitus, ou os que utilizam concomitantemente diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio ou substitutos de sal contendo potássio, ou os doentes que estejam a tomar outros fármacos associados a aumentos do potássio sérico (por ex. heparina). Quando se considera apropriado o uso concomitante dos agentes supracitados, recomenda-se proceder à monitorização regular do potássio sérico (ver secção 4.5). Doentes diabéticos
Nos doentes diabéticos tratados com agentes antidiabéticos orais ou insulina, o controlo glicémico deve ser cuidadosamente monitorizado no decurso do primeiro mês de tratamento com um inibidor da ECA (ver secção 4.5). Lítio
Não se recomenda, geralmente, a associação de lítio e Zestril (ver secção 4.5). Gravidez e aleitamento
Os inibidores da ECA não devem ser iniciados durante a gravidez. A não ser que a terapêutica continuada com inibidores da ECA seja considerada essencial, as doentes que planeiam engravidar deverão mudar para tratamentos anti-hipertensivos alternativos que tenham um perfil de segurança comprovado para utilização durante a gravidez. Quando a gravidez é diagnosticada, o tratamento com inibidores da ECA deve ser interrompido de imediato, e, caso apropriado, deverá iniciar-se uma terapêutica alternativa (ver secções 4.3 e 4.6).
Não se recomenda a utilização de lisinopril durante o aleitamento. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Diuréticos
Quando um diurético é adicionado à terapêutica de um doente tratado com Zestril, o efeito anti-hipertensor é geralmente aditivo.
Os doentes que já se encontrem em terapêutica diurética, e especialmente aqueles em que esta foi recentemente instituída podem, ocasionalmente, ter uma redução excessiva da pressão arterial quando se adiciona Zestril. A possibilidade de hipotensão sintomática com Zestril pode ser minimizada pela suspensão do diurético antes do início do tratamento com Zestril (ver secção 4.4 e secção 4.2).

Suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio ou substitutos do sal contendo potássio
Embora nos ensaios clínicos o potássio sérico permaneça geralmente dentro dos limites normais, registou-se hipercaliemia nalguns doentes. Os factores de risco para o desenvolvimento de hipercaliemia incluem insuficiência renal, diabetes mellitus e o uso concomitante de diuréticos poupadores de potássio (por ex. espironolactona,
triamtereno ou amilorida), suplementos de potássio ou substitutos do sal que contenham potássio. O uso de suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio ou substitutos do sal que contenham potássio, particularmente em doentes com insuficiência renal, pode levar a um aumento significativo do potássio sérico. Se Zestril for administrado com um diurético expoliador de potássio, a hipocaliemia induzida pelo diurético pode ser minimizada. Lítio
Foram notificados aumentos reversíveis das concentrações séricas de lítio, bem como de toxicidade, durante a administração concomitante de lítio e inibidores da ECA. O uso concomitante de diuréticos da tiazida poderá aumentar o risco de toxicidade do lítio e potenciar a toxicidade já aumentada do lítio por acção dos inibidores da ECA. O uso concomitante de Zestril e lítio não é recomendado, mas caso esta associação terapêutica se revele necessária, dever-se-á proceder à monitorização cuidadosa dos níveis séricos do lítio (ver secção 4.4).

Anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) incluindo ácido acetilsalicílico > 3g/dia A administração crónica de AINEs poderá reduzir o efeito anti-hipertensivo de um inibidor da ECA. Os AINEs e os inibidores da ECA exercem um efeito aditivo sobre o aumento do potássio sérico e poderá resultar numa deterioração da função renal. Estes efeitos são, geralmente, reversíveis. Raramente, poderá ocorrer insuficiência renal aguda, em especial nos doentes com função renal comprometida, tal como nos idosos ou nos doentes desidratados.

Ouro
Foram notificadas reacções nitritóides com mais frequência (sintomas de vasodilatação incluindo rubor, náuseas, tonturas e hipotensão, que podem ser muito graves), após administração de ouro parenteral (por exemplo, aurotiomalato de sódio), em doentes sob terapêutica com inibidores da ECA.

Outros agentes anti-hipertensores
O uso concomitante destes agentes poderá aumentar os efeitos hipotensores de Zestril. O uso concomitante com trinitrato de glicerilo e outros nitratos, ou com outros vasodilatadores, poderá reduzir ainda mais a pressão arterial.

Antidepressivos tricíclicos / Antipsicóticos / Anestésicos
O uso concomitante de alguns medicamentos anestésicos, antidepressivos tricíclicos e antipsicóticos com inibidores da ECA poderá resultar numa redução adicional da pressão arterial (ver secção 4.4)

Simpaticomiméticos
Os simpaticomiméticos podem reduzir os efeitos anti-hipertensivos dos inibidores da ECA.

Antidiabéticos
Os estudos epidemiológicos têm sugerido que a administração concomitante de inibidores da ECA e de medicamentos antidiabéticos (insulinas, agentes hipoglicémicos orais) poderão causar um aumento do efeito de diminuição da glucose sanguínea com risco de hipoglicemia. A ocorrência deste fenómeno pareceu ser mais provável durante as primeiras semanas de tratamento combinado e nos doentes com insuficiência renal.

Ácido acetilsalicílico, trombolíticos, bloqueadores-beta, nitratos
Zestril pode ser utilizado concomitantemente com ácido acetilsalicílico (em doses
cardiológicas), trombolíticos, bloqueadores-beta e/ou nitratos.

4.6 Gravidez e aleitamento

Gravidez

Não se recomenda a utilização de inibidores da ECA durante o primeiro trimestre da gravidez (ver secção 4.4). O uso de inibidores da ECA está contra-indicado durante o segundo e terceiro trimestres da gravidez (ver secções 4.3 e 4.4).

A evidência epidemiológica relativamente ao risco de teratogenicidade após exposição a inibidores da ECA durante o primeiro trimestre de gravidez não tem sido conclusiva, não podendo ser excluído, no entanto, um ligeiro aumento do risco. A não ser que a terapêutica continuada com inibidores da ECA seja considerada essencial, as doentes que planeiam engravidar deverão mudar para tratamentos anti-hipertensivos alternativos que tenham um perfil de segurança comprovado para utilização durante a gravidez. Quando a gravidez é diagnosticada, o tratamento com inibidores da ECA deve ser interrompido de imediato, e, caso apropriado, deverá iniciar-se uma terapêutica alternativa.

É conhecido que a exposição à terapêutica com inibidor da ECA durante o segundo e terceiro trimestres induz fetotoxicidade humana (função renal diminuída, oligohidramnios, retardamento da ossificação da caixa craniana) e toxicidade neonatal (insuficiência renal, hipotensão, hipercaliemia) (ver secção 5.3).

Caso tenha ocorrido exposição a inibidores da ECA a partir do segundo trimestre de gravidez, recomenda-se a realização de um exame ultrassonográfico da função renal e do crânio.

Os bebés cujas mães tenham tomado inibidores da ECA deverão ser cuidadosamente observados relativamente à hipotensão (ver secções 4.3 e 4.4).

Aleitamento
Desconhece-se se Zestril é excretado no leite materno humano. Lisinopril é excretado no leite das fêmeas lactentes do rato. Não se recomenda a utilização de Zestril nas mulheres que estejam a amamentar.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Na condução ou utilização de máquinas, deve ter-se em conta que podem ocorrer, ocasionalmente, tonturas ou fadiga.

4.8 Efeitos indesejáveis

Os efeitos indesejáveis que se seguem foram observados e notificados durante o tratamento com Zestril e com outros inibidores da ECA, apresentando as seguintes frequências: Muito frequentes ( 1/10), frequentes ( 1/100 a <1/10), pouco frequentes £1/1.000 a <1/100), raros £1/10.000 a <1/1.000), muito raros (<1/10.000), desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis).

Doenças do sangue e do sistema linfático: raros: reduções da hemoglobina, reduções do hematócrito muito raros: depressão da medula óssea, anemia, trombocitopenia, leucopenia, neutropenia, agranulocitose (ver secção 4.4), anemia hemolítica, linfadenopatia, doença auto-imune.

Doenças do metabolismo e da nutrição muito raros: hipoglicemia.

Doenças do sistema nervoso e perturbações do foro psiquiátrico: frequentes: tonturas, cefaleias pouco frequentes: alterações do humor, parestesias, vertigem, alterações do paladar, perturbações do sono. raros: confusão mental.
frequência desconhecida: sintomas depressivos, síncope. Cardiopatias e vasculopatias:
frequentes: efeitos ortostáticos (incluindo hipotensão)
pouco frequentes: enfarte do miocárdio ou acidente vascular cerebral, possivelmente devidos a hipotensão excessiva em doentes de alto risco (ver secção 4.4), palpitações, taquicardia, fenómeno de Raynaud.

Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino: frequentes: tosse pouco frequentes: rinite
muito raros: broncospasmo, sinusite, alveolite alérgica / pneumonia eosinofílica.

Doenças gastrointestinais : frequentes: diarreia, vómitos
pouco frequentes : náuseas, dor abdominal e indigestão raros: secura de boca
muito raros: pancreatite, angioedema intestinal, hepatite – tanto hepatocelular como colestática, icterícia, insuficiência hepática (ver secção 4.4).

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas:
pouco frequentes:
exantema, prurido, hipersensibilidade/edema angioneurótico: edema angioneurótico da face, extremidades, lábios, língua, glote e/ou laringe (ver secção 4.4) raros: urticária, alopecia, psoríase
muito raros: diaforese, pênfigo, necrólise epidérmica tóxica, Síndrome de Stevens-Johnson, eritema multiforme, pseudolinfoma cutâneo.

Foi notificado um complexo sintomático que poderá incluir um ou mais dos efeitos seguintes: poderão ocorrer febre, vasculite, mialgia, artralgia/artrite, anticorpos antinucleares positivos (ANA), taxa de sedimentação dos eritrócitos elevada (TSE), eosinofilia e leucocitose, exantema, fotossensibilidade ou outras manifestações dermatológicas.

Doenças renais e urinárias: frequentes: disfunção renal raros: uremia, insuficiência renal aguda. muito raros: oligúria/anúria.

Doenças dos órgãos genitais e da mama: pouco frequentes: impotência raros: ginecomastia.

Perturbações gerais e alterações no local de administração: pouco frequentes: fadiga, astenia.

Exames complementares de diagnóstico:
pouco frequentes: aumentos da uremia, aumentos da creatinina sérica, aumentos das enzimas hepáticas, hipercaliemia. raros: aumentos da bilirrubina sérica, hiponatremia.

4.9 Sobredosagem

Os dados disponíveis sobre a sobredosagem no ser humano são limitados. Os sintomas associados à sobredosagem com inibidores da ECA podem incluir hipotensão, choque circulatório, perturbações dos electrólitos, insuficiência renal, hiperventilação, taquicardia, palpitações, bradicardia, tonturas, ansiedade e tosse.

O tratamento recomendado da sobredosagem inclui a perfusão intravenosa de uma solução de soro fisiológico. Se ocorrer hipotensão, o doente deverá ser colocado em posição de choque. Caso se encontre disponível, o tratamento com perfusão de angiotensina II e/ou catecolaminas por via intravenosa poderá também ser considerado. Se a ingestão for recente, dever-se-ão tomar medidas destinadas a eliminar Zestril (por
ex. emese, lavagem gástrica, administração de absorventes e de sulfato de sódio). Zestril pode ser removido da circulação geral através de hemodiálise (ver secção 4.4). A terapêutica com pacemaker está indicada na bradicardia resistente ao tratamento. Dever-se-á monitorizar frequentemente os sinais vitais, os electrólitos séricos e a creatinina.

5. PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS DO ZESTRIL
5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 3.4.2.1 Inibidores da enzima de conversão da angiotensina
Código ATC: C09AA03

Zestril é um inibidor da peptidil dipeptidase. Zestril inibe a enzima de conversão da angiotensina (ECA) que catalisa a conversão da angiotensina I, no péptido vasoconstritor, a angiotensina II. A angiotensina II também estimula a secreção de aldosterona pelo córtex supra-renal. A inibição da ECA provoca uma redução das concentrações angiotensina II, o que conduz a uma diminuição da actividade vasopressora e à redução da secreção de aldosterona. Esta última redução poderá resultar num aumento da concentração de potássio sérico.

Embora se pense que o mecanismo de acção do lisinopril na redução da pressão arterial se deva principalmente à supressão do sistema renina-angiotensina-aldosterona, o lisinopril tem um efeito anti-hipertensor mesmo em doentes hipertensos com baixos níveis de renina. A ECA é idêntica à quininase II, uma enzima que degrada a bradiquinina. Continua por elucidar se o aumento dos níveis de bradiquinina, um potente vasodilatador peptídico, desempenha um papel nos efeitos terapêuticos de lisinopril.

O efeito de Zestril sobre a mortalidade e morbilidade na insuficiência cardíaca têm sido estudados por comparação de uma dose alta (32,5 mg ou 35 mg, uma vez por dia) com uma dose baixa (2,5 mg ou 5 mg, uma vez por dia). Num estudo realizado em 3164 doentes, com um período mediano de acompanhamento de 46 meses para os doentes sobreviventes, a dose mais elevada de lisinopril produziu uma redução do risco de 12% no parâmetro de avaliação final combinado de mortalidade por todas as causas e hospitalização por todas as causas (p=0,002) e uma redução do risco de 8% na mortalidade por todas as causas e hospitalização por causa cardiovascular (p=0,036), quando comparado com a dose mais baixa. As reduções de risco observadas foram de 8% (p=0,128) para a mortalidade por todas as causas e de 10% (p=0,073) para a mortalidade cardiovascular. Numa análise “post hoc”, o número de hospitalizações por insuficiência cardíaca registou uma redução de 24% (p=0,002) nos doentes tratados com doses elevadas de Zestril, quando comparado com o grupo tratado com as doses baixas. Os benefícios sintomáticos foram semelhantes aos observados nos doentes tratados com doses altas e doses baixas de Zestril.
Os resultados do estudo demonstraram que o perfil global de efeitos secundários para os doentes tratados com doses elevadas ou reduzidas de Zestril foi semelhante quer em natureza quer em número. Os efeitos previsíveis da inibição da ECA, tais como a hipotensão ou função renal alterada, foram tratados e raramente conduziram à interrupção do tratamento. A tosse foi menos frequente em doentes tratados com doses altas de Zestril em comparação com a dose baixa.

No ensaio GISSI-3, em que se utilizou um desenho factorial de 2×2 para comparar os efeitos de Zestril e de trinitrato de glicerilo administrados em monoterapia ou em associação durante 6 semanas, versus controlo, num total de 19394 indivíduos, nos doentes que receberam tratamento nas 24 horas seguintes a um enfarte agudo do miocárdio, Zestril produziu uma redução estatisticamente significativa do risco de mortalidade de 11% versus o controlo (2p=0,03). A redução do risco com trinitrato de glicerilo não foi significativa, embora a combinação de Zestril e trinitrato de glicerilo tenha produzido uma redução significativa na mortalidade de 17% versus o controlo (2p=0,02). Nos subgrupos de idosos (idade >70 anos) e doentes do sexo feminino, pré-definidos como doentes em elevado risco de mortalidade, observaram-se benefícios significativos no parâmetro de avaliação final combinado de mortalidade e função cardíaca. O parâmetro de avaliação final combinado para todos os doentes, bem como os subgrupos de alto risco demonstraram igualmente, decorridos 6 meses, benefícios significativos para os doentes tratados com Zestril ou com Zestril e trinitrato de glicerilo durante 6 semanas, o que indica um efeito profiláctico para Zestril. Tal como seria de esperar com um tratamento vasodilatador, o tratamento com Zestril apresentou-se associado a um aumento das incidências de hipotensão e disfunção renal, embora estes efeitos não se encontrassem associados a um aumento proporcional da mortalidade.

Num ensaio com dupla-ocultação, distribuição aleatória, multicêntrico, em que se comparou Zestril com um bloqueador dos canais de cálcio em 335 indivíduos hipertensos com diabetes mellitus do Tipo 2 e com nefropatia incipiente caracterizada por microalbuminúria, Zestril 10 mg a 20 mg administrado uma vez por dia durante 12 meses reduziu a pressão arterial sistólica/diastólica em 13/10 mm Hg, e a taxa de excreção urinária de albumina em 40%. Comparativamente com o bloqueador dos canais do cálcio, que produziu uma redução semelhante na pressão arterial, os doentes tratados com Zestril mostraram uma redução significativamente superior na taxa de excreção urinária de albumina, evidenciando que a acção inibidora da ECA pelo Zestril reduziu a microalbuminúria através de um mecanismo directo sobre os tecidos renais, para além do seu efeito redutor da pressão arterial.

O tratamento com lisinopril não afecta o controlo glicémico, conforme demonstrado pela ausência de efeito significativo sobre os níveis de hemoglobina glicosilada (HbA1c).

5.2 Propriedades farmacocinéticas
O lisinopril é um inibidor da ECA, oralmente activo, que não contém sulfidril. Absorção
Após administração oral do lisinopril, as concentrações plasmáticas máximas ocorrem decorridas, aproximadamente, 7 horas, embora se observe uma tendência para um ligeiro atraso no tempo necessário para atingir as concentrações plasmáticas máximas nos doentes com enfarte agudo do miocárdio. Com base na reabsorção urinária, verificou-se que a extensão da absorção média do lisinopril é de, aproximadamente, 25%, com variabilidade inter-individual de 6-60% em todas as doses testadas (5¬80 mg).A biodisponibilidade absoluta está reduzida em, aproximadamente, 16% nos doentes com insuficiência cardíaca. A absorção do lisinopril não é afectada pela presença de alimentos.

Distribuição
O lisinopril não se encontra, aparentemente, ligado a outras proteínas séricas para além da enzima de conversão da angiotensina (ECA) circulante. Estudos efectuados em ratos indicam que o lisinopril não atravessa facilmente a barreira hemato-encefálica.

Eliminação
Lisinopril não sofre qualquer metabolismo e é excretado na urina, totalmente sob a forma inalterada. O lisinopril administrado em doses repetidas apresenta uma semi-vida de acumulação efectiva de 12,6 horas. A depuração de lisinopril nos indivíduos saudáveis é de aproximadamente 50 ml/min. Na diminuição das concentrações séricas verifica-se uma fase terminal prolongada, que não contribui para acumulação do fármaco. Esta fase terminal deve-se provavelmente a uma saturação das ligações à ECA e não é proporcional à dose.

Insuficiência hepática
A insuficiência da função hepática nos doentes cirróticos produziu uma redução da absorção de lisinopril (cerca de 30%, conforme determinado pela reabsorção urinária), induzindo contudo um aumento da exposição (cerca de 50%), em comparação com os indivíduos saudáveis, devido a uma redução da depuração.

Insuficiência renal
A insuficiência renal reduz a eliminação de lisinopril, que é excretado por via renal, embora esta redução só se torne clinicamente importante quando a taxa de filtração glomerular é inferior a 30 ml/min. Na insuficiência renal ligeira a moderada (depuração da creatinina 30-80 ml/min) a AUC média foi aumentada em apenas 13%, enquanto na insuficiência renal grave foi observado um aumento de 4,5 vezes da AUC média (depuração da creatinina 5-30 ml/min).
O lisinopril pode ser removido por diálise. Durante um período de 4 horas de hemodiálise, as concentrações plasmáticas de lisinopril registaram uma redução média de 60%, com uma depuração da diálise compreendida entre 40 e 55 ml/min.

Insuficiência cardíaca
Os doentes com insuficiência cardíaca apresentam uma exposição ao lisinopril superior à observada nos indivíduos saudáveis (um aumento médio da AUC de 125%), embora com base na reabsorção urinária de lisinopril se observe uma redução de aproximadamente 16% na absorção, quando comparado com os indivíduos saudáveis.

Idosos
Os doentes de idade mais avançada apresentam valores sanguíneos mais elevados, bem como valores mais elevados na área sob a curva de concentração plasmática versus o tempo (aumento de aproximadamente 60%), quando comparados com os indivíduos mais jovens.

5.3 Dados de segurança pré-clínica

Os dados pré-clínicos não revelaram qualquer perigo para o ser humano, com base nos estudos convencionais sobre farmacologia geral, toxicidade de dose repetida, genotoxicidade e potencial carcinogénico. Os inibidores da enzima de conversão da angiotensina têm demonstrado, como classe, induzir efeitos adversos sobre o desenvolvimento fetal tardio, resultando em morte fetal e efeitos congénitos, que afectam em particular o crânio. Foi igualmente notificada fetotoxicidade, atraso do desenvolvimento intra-uterino e patência do canal arterial. Pensa-se que estas alterações do desenvolvimento se devam parcialmente a uma acção directa dos inibidores da ECA sobre o sistema renina-angiotensina do feto, bem como em parte a uma isquemia decorrente da hipotensão materna e de reduções do fluxo sanguíneo fetal-placentário e do transporte de oxigénio/nutrientes para o feto.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO ZESTRIL
6.1 Lista dos excipientes

Manitol
Hidrogenofosfato de cálcio Óxido Vermelho de Ferro (E172) Amido de milho Amido pré-gelificado Estearato de Magnésio

6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.

6.3 Prazo de validade
4 anos.

6.4 Precauções especiais de conservação
Comprimidos de 5 mg, 10 mg e 20 mg: Não conservar acima de 30°C.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Comprimidos de 5 mg: embalagens com blister de Alumínio/PVC-PVDC, Alumínio/PVC ou Alumínio/Alumínio de 14, 20, 28, 28×1, 30, 42, 50, 56, 60, 84, 98, 100, 400 e 500 comprimidos.
Embalagens com frascos de HDPE de 20, 30, 50, 100 e 400 comprimidos.
Comprimidos de 10 mg : embalagens com blister de Alumínio/PVC-PVDC ou Alumínio/PVC de 14, 20, 28, 30, 50, 56, 84, 98, 100 e 400 comprimidos.
Embalagens com frascos de HDPE de 20, 30, 50, 100 e 400 comprimidos.
Comprimidos de 20 mg : embalagens blister de Alumínio/PVC-PVDC, Alumínio/PVC ou Alumínio/Alumínio de 14, 20, 28, 30, 42, 50, 56, 56×1, 60, 84, 98, 100, 400 e 500 comprimidos.
Embalagens com frascos de HDPE de 20, 30, 50, 100 e 400 comprimidos.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

AstraZeneca Produtos Farmacêuticos, Lda.
Rua Humberto Madeira, 7
Valejas
2745-663 Barcarena

8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Zestril-5
N° de registo: 8708206 – 14 comprimidos N° de registo: 4545380 – 28 comprimidos
N° de registo: 8708214 – 56 comprimidos Zestril Mite
N° de registo: 8708248 – 28 comprimidos
N° de registo: 8708255 – 56 comprimidos Zestril
N° de registo: 8708222 – 28 comprimidos
N° de registo: 8708230 – 56 comprimidos

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da primeira autorização: Zestril-5 e Zestril – 24 Abril 1989 Zestril Mite 16 Janeiro 1990

Data da última renovação: 21 Agosto 2006

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
28-01-2009

Categorias
Captopril

CARACTERÍSTICAS DO CAPTOPRIL bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
CAPTOPRIL

1. Nome do Medicamento CAPTOPRIL

Captopril Cinfa 25 mg Comprimidos Captopril Cinfa 50 mg Comprimidos

2. Composição Qualitativa e Quantitativa Do CAPTOPRIL

Cada comprimido contém:

Captopril Cinfa 25 mg Comprimidos 25 mg de captopril como substância activa. Excipiente(s): 25 mg de lactose mono-hidratada.

Captopril Cinfa 50 mg Comprimidos 50 mg de captopril como substância activa. Excipiente(s): 50 mg de lactose mono-hidratada.

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. Forma Farmacêutica Do CAPTOPRIL
Comprimido.
Os comprimidos de Captopril Cinfa apresentam ranhuras que permitem o fraccionamento dos mesmos para ajustar a dose às necessidades do doente segundo indicação médica.

4. Informações Clínicas Do CAPTOPRIL
4.1 Indicações terapêuticas

Hipertensão: o Captopril Cinfa está indicado no tratamento da hipertensão.
Insuficiência cardíaca: o Captopril Cinfa está indicado no tratamento da insuficiência cardíaca crónica com redução da função ventricular sistólica, em combinação com diuréticos e, quando adequado, digitálicos e bloqueadores beta.

Enfarte do miocárdio:
– Tratamento a curto prazo (4 semanas): o Captopril Cinfa está indicado nas primeiras 24 horas de enfarte do miocárdio em qualquer doente clinicamente estável.
– Prevenção a longo prazo da insuficiência cardíaca sintomática: Captopril Cinfa está indicado em doentes clinicamente estáveis com disfunção ventricular esquerda assintomática (fracção de ejecção = 40%).

Nefropatia diabética do tipo I: o Captopril Cinfa está indicado no tratamento da nefropatia diabética macroproteinúrica em doentes com diabetes do tipo I. (Ver secção 5.1)

4.2 Posologia e modo de administração

A dose deve ser individualizada em função do perfil do doente (ver secção 4.4) e da resposta da pressão arterial. A dose diária máxima recomendada é de 150 mg. Captopril Cinfa pode ser tomado antes, durante ou após as refeições.

Hipertensão: a dose inicial recomendada é de 25-50 mg diariamente em duas tomas divididas. A dose pode ser gradualmente aumentada, com intervalos de pelo menos 2 semanas, para 100-150 mg/dia em duas tomas divididas conforme necessário para atingir a pressão arterial desejada. O Captopril Cinfa pode ser utilizado isoladamente ou com outros fármacos anti-hipertensores, especialmente diuréticos tiazídicos. Um regime de uma toma diária pode ser adequado quando for adicionada outra medicação anti-hipertensora concomitante, tal como diuréticos tiazídicos.

Em doentes com um sistema renina-angiotensina-aldosterona fortemente activo (hipovolemia, hipertensão renovascular, descompensação cardíaca) é preferível começar com uma dose única de 6,25 mg ou 12,5 mg. O início deste tratamento deve fazer-se preferencialmente com vigilância clínica cuidadosa. As doses serão então administradas em duas tomas por dia. A dose pode ser aumentada gradualmente para 50 mg por dia em uma ou duas tomas e, se necessário, para 100 mg por dia em uma ou duas tomas.

Insuficiência cardíaca: o tratamento com Captopril Cinfa para a insuficiência cardíaca deve ser iniciado com vigilância clínica rigorosa. A dose inicial usual é de 6,25 mg-12,5 mg, duas vezes ao dia ou três vezes ao dia. O ajuste para a dose de manutenção (75-150 mg por dia) deve ser realizado com base na resposta do doente, estado clínico e tolerância, até um máximo de 150 mg por dia, em tomas divididas. A dose deve ser aumentada com incrementos e com intervalos de, pelo menos, 2 semanas para avaliar a resposta dos doentes.

Enfarte do miocárdio: Tratamento a curto prazo
O tratamento com Captopril Cinfa deve iniciar-se no hospital tão cedo quanto possível após o aparecimento de sinais e/ou sintomas em doentes com hemodinâmica estável. Deve ser administrada uma dose teste de 6,25 mg, com uma dose de 12,5 mg
administrada 2 horas depois e uma dose de 25 mg administrada 12 horas depois. A partir do dia seguinte, o Captopril Cinfa deve ser administrado numa dose de 100 mg/dia, em duas tomas diárias durante 4 semanas, desde que não se verifiquem reacções hemodinâmicas adversas. No final das 4 semanas de tratamento, deve reavaliar-se o estado do doente antes de se tomar uma decisão quanto ao tratamento a seguir na fase do pós-enfarte do miocárdio. Tratamento crónico
Se o tratamento com o Captopril Cinfa não se tiver iniciado nas primeiras 24 horas do enfarte agudo do miocárdio, sugere-se que o tratamento se inicie entre o 3° e o 16° dia após o enfarte do miocárdio quando se tiverem obtido as condições de tratamento necessárias (hemodinâmica estável e tratamento de qualquer isquemia residual).

O tratamento deve iniciar-se no hospital com rigorosa vigilância clínica (particularmente pressão arterial) até que se atinja a dose diária de 75 mg. A dose inicial tem que ser baixa (ver secção 4.4), em particular se o doente no início do tratamento apresentar uma pressão arterial normal ou baixa. O tratamento deve iniciar-se com a dose de 6,25 mg, seguida de 12,5 mg, 3 vezes ao dia durante 2 dias e depois 25 mg, 3 vezes ao dia, diariamente, desde que não se verifiquem reacções hemodinâmicas adversas. A dose recomendada para a cardioprotecção efectiva durante o tratamento a longo prazo é de 75 a 150 mg diariamente em duas ou três doses. Nos casos de hipotensão sintomática, como em insuficiência cardíaca, a dose de diuréticos e/ou outros vasodilatadores concomitantes pode ser reduzida de modo a atingir a dose de estado estacionário do Captopril Cinfa. Quando necessário, a dose de Captopril Cinfa deve ser ajustada em função da resposta clínica do doente. O Captopril Cinfa pode ser usado em combinação com outros tratamentos para o enfarte do miocárdio tais como trombolíticos, bloqueadores beta e ácido acetilsalicílico.

Nefropatia diabética do tipo I: em doentes com nefropatia diabética do tipo I, a dose diária recomendada de Captopril Cinfa é de 75-100 mg em doses divididas. Se for desejável uma redução adicional da pressão arterial pode adicionar-se medicação anti-hipertensora adicional.

Insuficiência renal: como o captopril é excretado principalmente pelo rim, no doente
com compromisso da função renal a dose deve ser reduzida ou o intervalo entre as
doses deve ser aumentado. Em doentes com insuficiência renal grave, quando é
necessário uma terapêutica diurética concomitante é preferível o tratamento com um
diurético de ansa (por exemplo, furosemida) a um diurético tiazídico.
Em doentes com insuficiência renal para evitar a acumulação de captopril pode
recomendar-se a dose diária seguinte:
Depuração da creatinina (ml/ min/1,73 m2) Dose inicial diária (mg) Dose máxima diária (mg)
>40 25-50 150
21-40 25 100
10-20 12,5 75
<10 6,25 37,5
Idosos: tal como com outros anti-hipertensores, deve considerar-se o início da terapêutica com uma dose inicial mais baixa (6,25 mg duas vezes ao dia) em doentes idosos, os quais podem ter função renal diminuída e outras disfunções orgânicas (ver acima e secção 4.4).
A dose deve ser ajustada em função da resposta da pressão arterial e ser mantida tão baixa quanto possível para obter o controlo adequado.

Crianças e adolescentes: a eficácia e a segurança do Captopril Cinfa não foram totalmente estabelecidas. O uso de Captopril Cinfa em crianças e adolescentes deve iniciar-se com rigorosa vigilância clínica. A dose inicial de Captopril Cinfa é de cerca de 0,3 mg/kg de peso corporal. Em doentes que requerem precauções especiais (crianças com disfunção renal, prematuros, recém-nascidos e lactentes, porque a função renal não é a mesma das crianças mais velhas e adultos) a dose inicial deve ser apenas 0,15 mg/kg peso. Geralmente, em crianças o Captopril Cinfa é administrado 3 vezes ao dia, mas a dose e o intervalo entre as doses deve ser adaptado em função da resposta do doente.

4.3 Contra-indicações

Hipersensibilidade à substância activa, a qualquer dos excipientes ou a qualquer outro inibidor da ECA.
História de angioedema associado a terapêutica prévia com inibidor da ECA.
Edema angioneurótico hereditário/idiopático.
Segundo e terceiro trimestres de gravidez (ver secções 4.4 e 4.6).

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização

Hipotensão: raramente, é observada hipotensão em doentes hipertensos sem complicações. É mais provável que ocorra hipotensão sintomática em doentes hipertensos com depleção de volume e/ou sódio por terapêutica diurética intensa, restrição dietética do sal, diarreia, vómitos ou em hemodiálise. A depleção do volume e/ou sódio deve ser corrigida antes da administração do inibidor da ECA e deve considerar-se uma dose inicial mais baixa.
Os doentes com insuficiência cardíaca têm um risco maior de hipotensão e quando se inicia o tratamento com um inibidor da ECA recomenda-se uma dose inicial mais baixa. Em doentes com insuficiência cardíaca recomenda-se precaução sempre que se aumenta a dose de Captopril Cinfa ou de diurético.
Tal como outros anti-hipertensores, a redução excessiva da pressão arterial em doentes com isquemia cardiovascular ou doença cerebrovascular pode aumentar o risco de enfarte do miocárdio ou acidente vascular cerebral. Se se desenvolver hipotensão, o doente deve ser colocado em posição de supino. Pode ser necessária a reposição do volume com soro fisiológico intravenoso.
Hipertensão renovascular: há um risco aumentado de hipotensão e de insuficiência renal quando doentes com estenose da artéria renal bilateral ou estenose da artéria do único rim funcionante são tratados com inibidores da ECA. Pode ocorrer perda da função renal com apenas ligeiras alterações na creatinina sérica. Nestes doentes, o tratamento deve iniciar-se sob rigorosa vigilância clínica com doses baixas, ajustes posológicos cuidadosos e monitorização da função renal.

Insuficiência renal: em casos de insuficiência renal (depuração da creatinina = 40 m1/min), a dose inicial de Captopril Cinfa tem de ser ajustada em função da depuração da creatinina (ver secção 4.2), e em função da resposta do doente ao tratamento. Nestes doentes, a monitorização periódica do potássio e da creatinina constituem um procedimento normal.

Angioedema: o angioedema das extremidades, face, lábios, membranas mucosas, língua, glote ou laringe pode ocorrer em doentes tratados com inibidores da ECA, particularmente durante as primeiras semanas do tratamento. Contudo, em casos raros, pode desenvolver-se angioedema grave após o tratamento de longa duração com um inibidor da ECA. O tratamento deve ser imediatamente interrompido. O angioedema envolvendo a língua, glote ou laringe pode ser fatal. A terapêutica de emergência deve ser instituída. O doente deve ser hospitalizado e observado durante pelo menos 12 a 24 horas e não deve ter alta até à resolução completa dos sintomas.

Tosse: a tosse foi relatada com o uso de inibidores da ECA. Caracteristicamente, é uma tosse não-produtiva, persistente e resolve após a interrupção do tratamento.

Falência hepática: raramente, os inibidores da ECA foram associados com uma síndrome que se inicia com icterícia colestática e progride para necrose hepática fulminante e (por vezes) morte. Não está compreendido o mecanismo desta síndrome. Os doentes medicados com inibidores da ECA que desenvolvem icterícia ou aumentos acentuados nas enzimas hepáticas devem interromper a medicação com inibidores da ECA e devem submeter-se a controlo médico adequado.

Hipercaliemia: em alguns doentes tratados com inibidores da ECA, incluindo o Captopril Cinfa, foram observados aumentos do potássio sérico. Os doentes em risco de desenvolver uma hipercaliemia incluem os que têm insuficiência renal, diabetes mellitus e os que concomitantemente usam diuréticos poupadores do potássio, suplementos do potássio ou substitutos do sal contendo potássio; ou os doentes que tomam outros fármacos associados com o aumento do potássio sérico (por exemplo, heparina). Recomenda-se a monitorização regular do potássio sérico se for necessário o uso concomitante destes agentes.

Lítio: não é recomendada a associação de lítio e de Captopril Cinfa (ver secção 4.5).

Estenose aórtica ou da válvula mitral/Cardiomiopatia Hipertrófica Obstrutiva: os inibidores da ECA devem ser usados com precaução em doentes com obstrução do fluxo do ventrículo esquerdo e evitados nos casos de choque cardiogénico e de obstrução hemodinamicamente significativa.

Neutropenia/agranulocitose: neutropenia/agranulocitose, trombocitopenia e anemia foram relatados em doentes medicados com inibidores da ECA, incluindo o Captopril Cinfa. Em doentes com função renal normal e sem outras complicações, a neutropenia raramente ocorre. O Captopril Cinfa deve ser usado com extrema precaução em doentes com doença vascular do colagénio, terapêutica imunossupressora, tratamento com alopurinol ou procaínamida, ou uma combinação destes factores, especialmente se se houver verificado anteriormente o compromisso da função renal. Alguns destes doentes desenvolveram infecções graves, as quais em alguns casos não responderam a terapêutica antibiótica intensa.
Se o Captopril Cinfa for usado em tais doentes, recomenda-se fazer contagem dos glóbulos brancos e contagem diferencial antes de iniciar o tratamento, depois de 2 em 2 semanas nos primeiros 3 meses de tratamento com o Captopril Cinfa e depois periodicamente. Os doentes devem ser informados para relatar qualquer sinal de infecção (por exemplo, dor de garganta, febre) durante o tratamento, momento em que se deve realizar uma contagem diferencial dos glóbulos brancos. O Captopril Cinfa e outra medicação concomitante (ver secção 4.5) deve ser interrompido se for detectada ou se houver suspeita de neutropenia (neutrófilos menos que 1.000/mm3). Na maior parte dos doentes os neutrófilos regressam aos valores normais rapidamente após a interrupção do Captopril Cinfa.

Proteinúria: pode ocorrer proteinúria particularmente em doentes com compromisso da função renal ou com doses relativamente altas de inibidores da ECA. Valores da proteína urinária total superiores a 1 g por dia foram observados em cerca de 0,7% de doentes medicados com Captopril Cinfa. A maioria dos doentes tinha evidência de doença renal prévia ou tinha recebido doses relativamente altas de Captopril Cinfa (superiores a 150 mg/dia), ou ambas as situações. Em cerca de um quinto dos doentes com proteinúria ocorreu síndrome nefrótico. Na maioria dos casos, a proteinúria diminuiu ou desapareceu em seis meses quer se tenha continuado ou não a terapêutica com o Captopril Cinfa. Os parâmetros da função renal, tais como a ureia e a creatinina, estavam raramente alterados em doentes com proteinúria. Os doentes com doença renal anterior devem fazer a avaliação da proteína urinária (dip-stick na primeira urina da manhã) antes do tratamento e depois periodicamente.

Reacções anafilácticas durante dessensibilização: reacções anafilácticas potencialmente fatais foram relatadas raramente em doentes em tratamento para dessensibilização do veneno de Hymenoptera enquanto recebiam outro inibidor da ECA. Nos mesmos doentes, estas reacções foram evitadas quando temporariamente se suspendeu o inibidor da ECA, mas reapareceram quando inadvertidamente se reiniciou o tratamento. Como tal recomenda-se precaução em doentes tratados com inibidores da ECA e sujeitos a técnicas de dessensibilização.
Reacções anafilácticas durante diálise de alto fluxo/exposição a membranas de aférese de lipoproteínas: foram relatadas reacções anafilácticas em doentes hemodialisados com membranas de diálise de alto fluxo ou sujeitos a aférese de lipoproteínas de baixa densidade com absorção pelo sulfato de dextrano. Nestes doentes deve considerar-se o uso de um tipo diferente de membranas de diálise ou outra classe de medicação.

Cirurgia/anestesia: pode ocorrer hipotensão em doentes sujeitos a grande cirurgia ou durante o tratamento com anestésicos que se sabe que baixam a pressão arterial. Se ocorrer hipotensão, esta pode ser corrigida pela expansão de volume.

Diabéticos: os níveis de glicemia deverão ser cuidadosamente monitorizados no doente diabético previamente medicado com antidiabéticos orais ou insulina, principalmente durante o primeiro mês de tratamento com um inibidor da ECA.

Lactose: Captopril Cinfa contém lactose pelo que não deve ser usado em doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, malabsorção de glucose -galactose ou deficiência de lactase (doenças metabólicas raras).

Diferenças étnicas: tal como outros inibidores da enzima de conversão da angiotensina, o captopril é aparentemente menos eficaz na redução da pressão sanguínea nos doentes de raça negra do que nos doentes que não sejam de raça negra, possivelmente devido a uma incidência superior de estados da renina baixa na população hipertensa de raça negra.

Gravidez: os IECA não devem ser iniciados durante a gravidez. A não ser em situações em que a manutenção da terapêutica com IECA seja considerada essencial, nas doentes que planeiem engravidar o tratamento deve ser alterado para anti-hipertensores cujo perfil de segurança durante a gravidez esteja estabelecido. Quando é diagnosticada a gravidez, o tratamento com IECA deve ser interrompido imediatamente e, se apropriado, deverá ser iniciada terapêutica alternativa (ver secção 4.3. e 4.6.).

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Diuréticos poupadores de potássio ou suplementos de potássio: os inibidores da ECA atenuam a perda de potássio induzida por diuréticos. Os diuréticos poupadores de potássio (por exemplo, espironolactona, triamterene, ou amilorida), suplementos do potássio ou substitutos do sal contendo potássio podem conduzir a aumentos significativos do potássio sérico. Se a utilização concomitante estiver indicada devido a hipercaliemia demonstrada, devem ser utilizados com precaução e com monitorização frequente do potássio sérico (ver secção 4.4).

Diuréticos (tiazídicos ou de ansa): o tratamento prévio com doses elevadas de diuréticos pode resultar na depleção de volume e em risco de hipotensão quando se inicia a terapêutica com Captopril Cinfa (ver secção 4.4). Os efeitos hipotensores podem ser reduzidos pela interrupção do diurético, pelo aumento do volume ou ingestão de sal ou
pelo início da terapêutica com uma dose baixa de Captopril Cinfa. No entanto, em estudos específicos com hidroclorotiazida ou furosemida não foram observadas interacções farmacológicas clinicamente significativas.

Outros fármacos anti-hipertensores: o Captopril Cinfa tem sido co-administrado com segurança com outros fármacos anti-hipertensores utilizados frequentemente (por exemplo, bloqueadores-beta e bloqueadores dos canais de cálcio de longa duração). O uso concomitante destes fármacos pode aumentar os efeitos hipotensores do Captopril Cinfa.
O tratamento com nitroglicerina e outros nitratos, ou outros vasodilatadores, deve ser usado com precaução.

Tratamento do enfarte do miocárdio agudo: o Captopril Cinfa pode ser usado concomitantemente com ácido acetilsalicílico (em doses para cardiologia), trombolíticos, bloqueadores beta e/ou nitratos em doentes com enfarte do miocárdio.

Lítio: aumentos reversíveis nas concentrações séricas de lítio e toxicidade foram referidos durante a administração concomitante de lítio com inibidores da ECA. O uso concomitante de diuréticos tiazídicos pode aumentar o risco de toxicidade pelo lítio e potenciar o risco já existente de toxicidade pelo lítio com inibidores da ECA. A utilização do Captopril Cinfa com lítio não é recomendada, mas se a associação for considerada necessária, deve ser realizada a monitorização cuidadosa dos níveis séricos de lítio (ver secção 4.4).

Antidepressivos tricíclicos/antipsicóticos: os inibidores da ECA podem aumentar os efeitos hipotensivos de certos antidepressivos tricíclicos e de antipsicóticos (ver secção 4.4). Pode ocorrer hipotensão postural.

Alopurinol, procaínamida, citostáticos ou fármacos imunossupressores: a administração concomitante com inibidores da ECA pode conduzir a um risco aumentado de leucopenia, especialmente quando os inibidores da ECA são utilizados em doses superiores às recomendadas.

Anti-inflamatórios não esteróides: foi descrito que os anti-inflamatórios não esteróides (AINE) e os inibidores da ECA exercem um efeito aditivo no aumento do potássio sérico, enquanto a função renal pode diminuir. Estes efeitos são, em princípio, reversíveis. Pode ocorrer, raramente, falência renal aguda, particularmente em doentes com compromisso da função renal, tais como idosos ou doentes desidratados. A administração crónica de AINE pode reduzir o efeito anti-hipertensivo de um inibidor
da ECA.

Simpaticomiméticos: podem reduzir os efeitos anti-hipertensivos dos inibidores da ECA; os doentes devem ser cuidadosamente monitorizados.
Antidiabéticos: estudos farmacológicos mostraram que nos diabéticos os inibidores da ECA, incluindo o Captopril Cinfa, podem potenciar os efeitos da insulina e dos antidiabéticos orais, tal como a sulfonilureia, na redução da glucose sanguínea. Se esta interacção muito rara ocorrer, pode ser necessário reduzir a dose do antidiabético durante o tratamento simultâneo com inibidores da ECA.

Química clínica: o Captopril Cinfa pode causar um teste da acetona na urina falso-positivo.

4.6 Gravidez e aleitamento Gravidez
A administração de IECA não é recomendada durante o primeiro trimestre de gravidez (ver secção 4.4.). A administração de IECA está contra-indicada durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez (ver secções 4.3 e 4.4).

A evidência epidemiológica relativa ao risco de teratogenicidade após a exposição aos IECA durante o primeiro trimestre de gravidez não é conclusiva; contudo, não é possível excluir um ligeiro aumento do risco. A não ser que a manutenção do tratamento com IECA seja considerada essencial, nas doentes que planeiem engravidar a medicação deve ser substituída por terapêuticas anti-hipertensoras alternativas cujo perfil de segurança durante a gravidez esteja estabelecido. Quando é diagnosticada a gravidez, o tratamento com IECA deve ser interrompido imediatamente e, se apropriado, deverá ser iniciada terapêutica alternativa.
A exposição ao IECA durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez está reconhecidamente associada à indução de toxicidade fetal em humanos (diminuição da função renal, oligohidrâmnio, atraso na ossificação do crânio) e toxicidade neonatal (insuficiência renal, hipotensão, hipercaliemia) (ver secção 5.3). No caso da exposição ao IECA ter ocorrido a partir do segundo trimestre de gravidez, recomenda-se a monitorização ultrassonográfica da função renal e dos ossos do crânio. Recém-nascidos cujas mães estiveram expostas a IECA devem ser cuidadosamente observados no sentido de diagnosticar hipotensão (ver secções 4.3 e 4.4).

Aleitamento
Dados farmacocinéticos limitados demonstraram concentrações muito reduzidas no leite materno (ver secção 5.2). Apesar destas concentrações poderem não ter relevância clínica, a utilização de Captopril Cinfa não está recomendada durante o aleitamento de crianças pré-termo e nas primeiras semanas após o nascimento, devido ao risco hipotético de efeitos cardiovasculares e renais e à insuficiente experiência clínica. No caso de uma criança mais velha, a utilização de Captopril Cinfa pela mãe em aleitamento poderá ser considerada, se a terapêutica for necessária para a mãe e a criança for acompanhada de modo a detectar efeitos adversos.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Tal como outros anti-hipertensores, a capacidade de conduzir e usar máquinas pode estar reduzida, principalmente no início do tratamento ou quando se modifica a posologia, e também quando utilizado em combinação com bebidas alcoólicas, mas estes efeitos dependem da susceptibilidade individual.

4.8 Efeitos indesejáveis

Os efeitos indesejáveis relatados para a terapêutica com o Captopril Cinfa e/ou inibidores da ECA incluem:

Doenças do sangue e do sistema linfático
Muito raros:
neutropenia/agranulocitose (ver secção 4.4), pancitopenia particularmente em doentes com disfunção renal (ver secção 4.4), anemia (incluindo aplásica e hemolítica), trombocitopenia, linfoadenopatia, eosinofilia, doenças auto-imunes e/ou títulos positivos de anticorpos antinucleares.

Doenças do metabolismo e da nutrição Raros: anorexia.
Muito raros:
hipercaliemia, hipoglicemia (ver secção 4.4).

Perturbações do foro psiquiátrico Frequentes: alterações do sono. Muito raros: confusão, depressão.

Doenças do sistema nervoso Frequentes: perda do paladar, tonturas. Raros: sonolência, cefaleias e parestesia.
Muito raros: incidentes cerebrovasculares, incluindo acidente vascular cerebral e síncope.

Afecções oculares Muito raros: visão turva.

Cardiopatias
Pouco frequentes:
taquicardia ou taquiarritmia, angina de peito, palpitações. Muito raros: paragem cardíaca, choque cardiogénico.

Vasculopatias
Pouco frequentes:
hipotensão (ver secção 4.4), síndrome de Raynaud, rubor, palidez. Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Frequentes: tosse seca, irritativa (não produtiva) (ver secção 4.4) e dispneia. Muito raros: broncospasmo, rinite, alveolite alérgica/pneumonia eosinofílica.
Doenças gastrointestinais
Frequentes:
náuseas, vómitos, irritação gástrica, dor abdominal, diarreia, obstipação, secura da boca.
Raros: estomatite/ulcerações aftosas.
Muito raros: glossite, úlcera péptica, pancreatite.

Afecções hepatobiliares
Muito raros:
compromisso da função hepática e colestase (incluindo icterícia), hepatite incluindo necrose, enzimas hepáticas aumentadas e bilirrubina.

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas
Frequentes:
prurido com ou sem exantema, exantema e alopecia.
Pouco frequentes: angioedema (ver secção 4.4).
Muito raros: urticária, síndrome de Stevens-Johnson, eritema multiforme, fotossensibilidade, eritroderma, reacções penfigóides e dermatite exfoliativa.

Afecções músculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Muito raros:
mialgia, artralgia.

Doenças renais e urinárias
Raros:
alterações da função renal incluindo falência renal, poliúria, oligúria, aumento da frequência urinária.
Muito raros: síndrome nefrótico.

Doenças dos órgãos genitais e da mama Muito raros: impotência, ginecomastia.

Distúrbios gerais:
Pouco frequentes: dor torácica, fadiga, mal-estar. Muito raros: febre.

Ensaios laboratoriais
Muito raros:
proteinúria, eosinofilia, aumento do potássio sérico, diminuição do sódio sérico, aumento da ureia sérica, creatinina sérica e bilirrubina sérica, diminuição da hemoglobina, hematócrito, leucócitos, trombócitos e dos títulos de anticorpos antinucleares positivos e aumento da velocidade de sedimentação eritrocitária.

4.9 Sobredosagem

Os sintomas de sobredosagem são hipotensão grave, choque, letargia, bradicardia, desequilíbrio electrolítico e falência renal.
As medidas para evitar a absorção (por exemplo, lavagem gástrica, administração de adsorventes e sulfato de sódio nos 30 minutos após a ingestão) e acelerar a eliminação devem ser aplicadas se a ingestão for recente.
Se ocorrer hipotensão, o doente deve ser colocado na posição adequada e deve ser administrado rapidamente suplemento salino e fluidos. Deve ser equacionado o tratamento com angiotensina II.
A bradicardia e as reacções vagais extensas devem ser tratadas com a administração de atropina. Pode ser considerado o uso de pacemaker. O captopril pode ser removido da circulação por hemodiálise.

5. Propriedades Farmacológicas Do CAPTOPRIL
5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 3.4.2.1 Aparelho Cardiovascular. Anti-hipertensores. Modificadores do eixo renina angiotensina. Inibidor da enzima de conversão da angiotensina.
Código ATC: C09AA01.

O captopril é um inibidor competitivo, altamente específico da enzima de conversão da angiotensina (inibidor da ECA).

Os efeitos benéficos dos inibidores da ECA parecem resultar primariamente da supressão no plasma do sistema renina-angiotensina-aldosterona. A renina é uma enzima endógena sintetizada pelo rim e libertada na circulação onde converte o angiotensinogénio em angiotensina I, um decapéptido relativamente inactivo. A angiotensina I é então convertida pela enzima de conversão da angiotensina, uma peptidilpeptidase, em angiotensina II. A angiotensina II é um vasoconstritor potente, responsável pela vasoconstrição arterial e pressão arterial aumentada, assim como pela estimulação da glândula supra-renal para produzir aldosterona. A inibição da ECA resulta na diminuição plasmática da angiotensina II, o que conduz a actividade vasopressora diminuída e a produção reduzida de aldosterona. Apesar desta redução da produção de aldosterona ser pequena, podem ocorrer aumentos pequenos nas concentrações do potássio sérico, assim como perda de sódio e fluidos. A cessação do feedback negativo da angiotensina II na secreção de renina resulta num aumento da actividade da renina plasmática.
Outra função da enzima de conversão é degradar o potente vasoconstritor péptido bradiquinina em metabolitos inactivos. Portanto, a inibição da ECA resulta numa actividade aumentada do sistema calicreína-quinina local e circulante o qual contribui para a vasodilatação periférica pela activação do sistema prostaglandina; é possível que este mecanismo esteja envolvido nos efeitos hipotensivos dos inibidores da ECA e seja responsável por certas reacções adversas.
As reduções da pressão arterial geralmente são máximas 60 a 90 minutos após a administração oral de uma dose individual de captopril. A duração do efeito está dependente da dose. A redução na pressão arterial pode ser progressiva, pelo que para atingir os efeitos terapêuticos máximos podem ser necessárias várias semanas de tratamento. Os efeitos redutores da pressão arterial do captopril e dos diuréticos tiazídicos são aditivos.

Em doentes com hipertensão, o captopril causa uma redução na pressão arterial tanto em supino como em pé, sem induzir qualquer aumento compensatório na frequência cardíaca nem na retenção de líquidos ou sódio.
Em estudos de hemodinâmica, o captopril causou uma redução marcada na resistência arterial periférica. Em geral não houve alterações clinicamente relevantes no débito renal plasmático ou na taxa de filtração glomerular.

Em muitos doentes, os efeitos anti-hipertensivos iniciam-se cerca de 15 a 30 minutos após a administração oral de captopril; os efeitos máximos foram obtidos depois de 60 a 90 minutos. A redução máxima na pressão arterial de uma dose definida de captopril foi visível geralmente após três a quatro semanas.

Na dose diária recomendada, os efeitos anti-hipertensivos persistem mesmo durante o tratamento a longo prazo. A interrupção temporária do captopril não provoca qualquer aumento rápido, excessivo na pressão arterial (rebound). O tratamento da hipertensão com o captopril conduz a uma diminuição na hipertrofia ventricular esquerda.

Os estudos de hemodinâmica em doentes com insuficiência cardíaca mostraram que o captopril causou uma redução na resistência sistémica periférica e um aumento na capacidade venosa. Isto resultou numa redução na pré-carga e na pós-carga (redução na pressão de enchimento ventricular). Além disso, durante o tratamento com o captopril foram observados aumentos do débito cardíaco, do índice cardíaco e da capacidade de tolerância ao esforço.

Num grande estudo controlado por placebo em doentes com disfunção ventricular esquerda (Fracção de ejecção do ventrículo esquerdo = 40%) após o enfarte do miocárdio observou-se que o captopril (iniciado entre o 3° e o 16° dia depois do enfarte) prolongou o tempo de sobrevivência e reduziu a mortalidade cardiovascular. A redução na mortalidade cardiovascular foi manifestada como um atraso no desenvolvimento de insuficiência cardíaca sintomática e uma redução na necessidade de hospitalização por insuficiência cardíaca comparada com o placebo. Houve também uma redução no re-enfarte e nas técnicas de revascularização cardíaca e/ou na necessidade de medicação adicional com diuréticos e/ou digitálicos ou um aumento da dose em comparação com o placebo.

A análise retrospectiva mostrou que o captopril reduziu os enfartes recorrentes e as técnicas de revascularização cardíaca (nenhum era critério no estudo).

Outro grande estudo controlado com placebo em doentes com enfarte do miocárdio mostrou que o captopril (administrado nas 24 horas do evento e durante um mês) reduziu significativamente a mortalidade global depois de 5 semanas comparado com o placebo. Os efeitos favoráveis do captopril na mortalidade total ainda eram detectados ao fim de um ano. Não se verificou nenhuma indicação de um efeito negativo em relação à mortalidade precoce no primeiro dia de tratamento.

Os efeitos cardioprotectores do captopril são observados independentemente da idade ou do sexo do doente, da localização do enfarte e dos tratamentos concomitantes com eficácia comprovada durante o período de pós-enfarte (trombolíticos, bloqueadores beta e ácido acetilsalicílico).

Nefropatia diabética do tipo I
Num ensaio clínico multicêntrico com dupla ocultação controlado com placebo em diabéticos insulino-dependentes (tipo 1) com proteinúria, com ou sem hipertensão (foi permitida a administração simultânea de outros anti-hipertensores para controlar a pressão arterial), o captopril reduziu significativamente (por 51%) o tempo para duplicar as concentrações basais de creatinina comparado com o placebo; a incidência de insuficiência renal terminal (diálise, transplante) ou morte foi também significativamente menos frequente nos doentes que receberam o captopril do que nos do placebo (51%). Em doentes com diabetes e microalbuminúria, o tratamento com captopril reduziu a excreção de albumina nos dois anos.

Os efeitos do tratamento com captopril na preservação da função renal são adicionais a qualquer benefício que possa derivar da redução na pressão arterial.

5.2 Propriedades farmacocinéticas

O captopril é um fármaco activo por via oral que não necessita de biotransfomação para ter actividade. A absorção mínima média é de cerca de 75%. As concentrações plasmáticas máximas obtêm-se nos 60 a 90 minutos. A presença de alimentos no tracto gastrointestinal reduz a absorção em cerca de 30-40%. Aproximadamente 25-30% do fármaco circulante está ligado às proteínas plasmáticas.
A semi-vida de eliminação aparente do captopril inalterado no sangue é de cerca de 2 horas. Mais de 95% da dose absorvida é eliminada na urina em 24 horas; 40-50% é fármaco inalterado e o restante é metabolitos dissulfito inactivos (dissulfito de captopril e dissulfito-cisteína de captopril). A insuficiência renal pode conduzir a acumulação do fármaco. Portanto, em doentes com compromisso da função renal a dose deve ser reduzida e/ou o intervalo entre doses aumentado (ver secção 4.2). Os estudos em animais indicam que o captopril não atravessa a barreira hematoencefálica de modo significativo.

Aleitamento
Em doze mulheres a tomar por via oral 100mg de captopril 3 vezes/dia, o valor médio do nível máximo no leite foi de 4,7 |ig/L e ocorreu 3,8 horas após a administração da dose. Com base nestes dados, é estimado que a criança em aleitamento receba uma dose diária inferior a 0,002% da dose materna diária.

5.3 Dados de segurança pré-clínica

Estudos em animais realizados durante a organogénese com captopril não mostraram efeito teratogénico, mas o captopril produziu toxicidade fetal em diversas espécies, incluindo mortalidade fetal durante o final da gravidez, atraso no crescimento e mortalidade pós-natal no rato. Com base nos estudos convencionais de farmacologia de segurança, de toxicidade de dose repetida, de genotoxicidade e de carcinogenicidade, os dados pré-clínicos não revelaram outros perigos específicos para o ser humano.

6. Informações Farmacêuticas Do CAPTOPRIL

6.1 Lista dos excipientes

Celulose microcristalina, amido de milho, lactose mono-hidratada, ácido esteárico e sílica coloidal anidra.

6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.

6.3 Prazo de validade
18 meses

6.4 Precauções especiais de conservação
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blisteres de PVC-PVDC/Alumínio.

Captopril Cinfa 25 mg Comprimidos: embalagens de 20, 60 e 100 comprimidos. Captopril Cinfa 50 mg Comprimidos: embalagens de 60 e 100 comprimidos.

É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento

Os comprimidos de Captopril Cinfa apresentam ranhuras que permitem o fraccionamento dos mesmos para ajustar a dose às necessidades do doente segundo indicação médica. As fracções não administradas devem ser guardadas em local seco.

7. Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Cinfa Portugal, Lda
Av.Tomás Ribeiro, n.°43, Bloco 1 – 4.° B Edifício Neopark
2790-221 Carnaxide

8. Números da Autorização de Introdução no Mercado

N.° de registo: 5342282 – 20 comprimidos, 25 mg, blister de PVC-PVDC/Alumínio. N.° de registo: 5342381 – 60 comprimidos, 25 mg, blister de PVC-PVDC/Alumínio. N.° de registo: 5342480 – 100 comprimidos, 25 mg, blister de PVC-PVDC/Alumínio.

N.° de registo: 5342589 – 60 comprimidos, 50 mg, blister de PVC-PVDC/Alumínio. N.° de registo: 5342688 – 100 comprimidos, 50 mg, blister de PVC-PVDC/Alumínio.

9. Data da Primeira Autorização / Renovação da Autorização de Introdução no Mercado
Data da primeira autorização: 07 de Março de 2005

10. Data da Revisão do Texto
03-03-2009

Categorias
Captopril

Hipotensil bula do medicamento

Neste folheto:

1.  O que é Hipotensil e para o que é utilizado.

2.  Antes de tomar Hipotensil.

3.  Como tomar Hipotensil.

4.  Efeitos secundários Hipotensil

5.  Como conservar Hipotensil.

6.  Outras informações.

Hipotensil 25 mg/50mg

Comprimidos

Captopril

Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento.

Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.

Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

1. O QUE É HIPOTENSIL E PARA O QUE É UTILIZADO

Hipotensil é um medicamento que contém o captopril como substância activa.

O medicamento apresenta-se sob a forma de comprimidos, destinados a absorção oral, doseados a 25 mg e a 50 mg de captopril.

Hipotensil está incluído no grupo dos medicamentos anti-hipertensores. A substância activa do medicamento, o captopril, é um inibidor da enzima de conversão da angiotensina (inibidor da ECA), ou seja, a enzima responsável pela transformação da angiotensina I em angiotensina II (uma das substâncias vasoconstritoras mais potentes). A acção do captopril traduz-se por uma diminuição da resistência vascular periférica, com consequente descida da pressão arterial. A redução da formação de angiotensina II leva também à diminuição da secreção de aldosterona pela glândula supra-renal, com consequente perda de sódio e de líquidos e de um aumento da concentração de potássio no sangue.

Em doentes com insuficiência cardíaca congestiva, o captopril aumenta o índex cardíaco, o débito cardíaco, o volume de injecção e a tolerância ao exercício; em geral, a frequência cardíaca diminui ou não se altera.

A administração de inibidores da ECA a doentes com hipertensão reduz a tensão arterial tanto na posição de deitado como de pé e habitualmente, sem um aumento compensador do ritmo cardíaco.

Pode levar várias semanas até se obter uma redução óptima da tensão arterial.

O captopril é rapidamente absorvido quando administrado por via oral. Após a toma dos comprimidos de Hipotensil cerca de 60-75% da dose são absorvidos no tracto gastrintestinal; a alimentação prévia diminui a absorção em cerca de 35%. O captopril pode ser removido por hemodiálise.

Hipotensil é um medicamento utilizado para o tratamento de:

  • Hipertensão arterial como monoterapia ou terapêutica combinada.
  • Insuficiência cardíaca congestiva.
  • Disfunção ventricular esquerda após enfarte do miocárdio.
  • Nefropatia diabética.

2. ANTES DE TOMAR HIPOTENSIL

Não tome Hipotensil

  • Se tem hipersensibilidade (alergia) ao captopril, a qualquer outro inibidor da ECA ou a qualquer outro componente de Hipotensil.
  • Se tem história de edema angioneurótico relacionado com o uso prévio de inibidores da ECA.
  • Se tem edema angioneurótico hereditário ou idiopático.
  • Se tem estenose da artéria renal bilateral.
  • Se está grávida ou a amamentar.

Tome especial cuidado com Hipotensil

Os doentes com hipertensão renovascular e com estenose da artéria renal tratados com inibidores da ECA, têm um risco aumentado de surgir hipotensão grave. Os doentes devem ser submetidos a exames para avaliação da função renal. O tratamento deverá ser iniciado em meio hospitalar, sob vigilância médica rigorosa.

Os doentes com insuficiência renal deverão ser tratados com precaução: podem necessitar de reduzir a dose do Hipotensil ou da administração menos frequente do medicamento.

A função renal deverá ser controlada durante o tratamento. Existem casos de insuficiência renal, associada ao uso de inibidores da ECA, que ocorreram principalmente em doentes com insuficiência cardíaca grave ou doença renal subjacente. Estes doentes apresentam um risco acrescido de fenómenos hipotensivos. Nalguns doentes hipertensos e sem manifestações clínicas de nefropatia, pode surgir uma elevação ligeira e transitória da urémia e da creatinémia, quando tratados simultaneamente com captopril e com diuréticos. Neste caso, poderá ser necessário reduzir a dose de captopril ou suspender o diurético.

Os doentes tratados com inibidores da ECA que são dialisados com membranas de poliacrilonitrilo de alto fluxo têm maior probabilidade de sofrer reacções alérgicas graves (edema facial, rubor, hipotensão, dispneia) poucos minutos após início da diálise. Se tal ocorrer, a diálise deve ser interrompida e tomadas as medidas de urgência adequadas à situação.

Os doentes com insuficiência cardíaca grave, depleção de volume, medicados com diuréticos e hiponatrémia apresentam um risco acrescido de fenómenos hipotensivos.

Os doentes com cardiopatia isquémica e doença cerebrovascular apresentam um risco acrescido de fenómenos isquémicos cardíacos ou cerebrais durante potencias hipotensões induzidas pelo captopril.

Nos doentes idosos pode ocorrer uma resposta mais intensa pelo que se aconselha a utilização de doses iniciais baixas e avaliação da função renal no início do tratamento.

O Hipotensil não deverá ser utilizado em crianças por falta de estudos de eficácia e segurança do medicamento neste grupo etário.

Se possível, os doentes submetidos a grande cirurgia ou a anestesia, deverão interromper o tratamento com Hipotensil, dado o risco de hipotensão ou choque hipotensivo, por intensificação do efeito hipotensivo destes medicamentos.

O Hipotensil deve ser usado com precaução em doentes com obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo (estenose aórtica/cardiomiopatia hipertrófica).

A função hepática deverá ser controlada nos doentes tratados com Hipotensil e com sintomas de doença hepática e/ou que desenvolvam alterações da função hepática (transaminases, bilirrubina, fosfatase alcalina, -GT). Nalguns casos, poderá ser necessário interromper o tratamento com Hipotensil. Deve ser evitada a re-exposição ao medicamento.

Caso surja durante o tratamento com Hipotensil, edema da língua, glote e/ou laringe, o tratamento deve ser imediatamente interrompido e tomadas as medidas de urgência adequadas à situação.

Ao tomar Hipotensil com outros medicamentos

Informe o seu médico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos sem receita médica.

Deve tomar particular atenção se estiver a tomar conjuntamente com o Hipotensil os seguintes medicamentos:

  • Diuréticos poupadores do potássio, suplementos de potássio ou substitutos do sal contendo potássio (por exemplo espironolactona, triamtereno, amiloride), pode ocorrer um aumento significativo do potássio sérico.

Se for necessário usar estes medicamentos, o potássio sérico deverá ser controlado regularmente, uma vez que o efeito dos diuréticos poupadores de potássio pode persistir durante meses.

  • Antidiabéticos (insulina ou hipoglicemiantes orais): aumento do risco de hipoglicémia. Este fenómeno ocorre com maior frequência durante as primeiras semanas de tratamento e em doentes com insuficiência renal.
  • Diuréticos: o uso concomitante com Hipotensil pode causar uma redução excessiva da tensão arterial.
  • Vasodilatadores (nitroglicerina, nitratos e hidralazina): estes medicamentos devem ser administrados desfasadamente ou as doses diminuídas.
  • Lítio: a excreção do lítio pode ser reduzida pela administração concomitante de captopril.
  • Fármacos narcóticos/antipsicóticos: podem dar origem a hipotensão postural.
  • Agentes anti-hipertensivos: aumentam o efeito hipotensivo do Hipotensil (captopril).
  • Glicosídeos cardíacos: as concentrações plasmáticas de digoxina devem ser monitorizadas e pesquisados sinais de toxicidade digitálica em terapêutica concomitante com Hipotensil (captopril).
  • Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): o efeito anti-hipertensivo do Hipotensil pode ser reduzido pela administração de um AINE.
  • Anti-ácidos: provocam uma redução da absorção dos inibidores da ECA.
  • Simpaticomiméticos: os efeitos anti-hipertensivos dos inibidores da ECA podem ser reduzidos.
  • Probenecid: atrasa a excreção renal e, por conseguinte, aumenta os níveis sanguíneos de captopril.
  • Álcool: aumenta o efeito hipotensivo dos inibidores da ECA.
  • Alimentos: A biodisponibilidade do captopril pode ser diminuída.
  • Podem ocorrer reacções anafilactóides com LDL-aferese e a dessensibilização ao veneno de himenópteros.

Gravidez e aleitamento

Não existem estudos clínicos adequados e bem controlados sobre os efeitos do captopril na gravidez humana. Também se desconhece o efeito da exposição do feto ao captopril durante o primeiro trimestre. Como tal, Hipotensil não deve ser usado durante a gravidez.

Se ocorrer uma gravidez durante o tratamento, a mulher deverá ser informada do possível risco para o feto.

Se considerado adequado deve ponderar-se a possibilidade de contracepção durante o tratamento com Hipotensil.

O captopril é excretado no leite materno e o efeito sobre o lactente é desconhecido. Assim, Hipotensil não deve ser usado por mães a amamentar.

Condução de veículos e utilização de máquinas

Alguns efeitos indesejáveis associados ao captopril podem interferir com a capacidade de condução e utilização de máquinas

Informações importantes sobre alguns componentes de Hipotensil

Hipotensil contém lactose na sua composição. Se o seu médico o informou que tem intolerância a qualquer açúcar, deverá falar com ele antes de tomar este medicamento.

3. COMO TOMAR HIPOTENSIL

Tomar Hipotensil sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.

Os comprimidos de Hipotensil destinam-se a administração oral, devendo ser tomados de preferência 1 hora antes das refeições.

Hipotensil pode utilizar-se só ou em regimes terapêuticos combinados com outros medicamentos antihipertensores.

Hipotensil deve ser iniciado sob cuidadosa vigilância clínica.

O tratamento da hipertensão com captopril deve ser feito com a dose mínima eficaz, a qual deverá ser aumentada de acordo com a resposta tensional obtida. A dose máxima diária de captopril é de 450 mg.

A dose recomendada e o esquema de tratamento são os seguintes:

  • Na hipertensão ligeira a moderada, a dose inicial é de 12,5 mg duas vezes por dia, a qual pode ser aumentada por etapas, com intervalos de 2 a 4 semanas, até ser obtida uma resposta satisfatória ou até se atingir uma dose máxima de 50 mg, duas vezes por dia.
  • Na hipertensão grave, a dose inicial deve ser de 12,5 mg, duas vezes por dia, ou de 25 mg, uma vez por dia. A dose deve ser aumentada por etapas até uma dose máxima de 50 mg, três vezes por dia.
  • Na insuficiência cardíaca, a dose inicial habitual é de 6,25 mg ou de 12,5 mg. A dose habitual de manutenção é de 50 mg, duas ou três vezes por dia, a qual pode ser aumentada por etapas, com intervalos de duas semanas, até ser obtida uma resposta satisfatória.

O possível efeito hipotensivo transitório pode ser reduzido utilizando as doses iniciais acima indicadas e interrompendo o medicamento diurético, se possível, 2 ou 3 dias antes de iniciar o tratamento com Hipotensil.

Na disfunção ventricular após enfarte do miocárdio, o tratamento com Hipotensil poderá ser iniciado ao 3° dia com 6,25 mg, três vezes por dia, aumentando depois para 12,5 mg, três vezes por dia. Nos dias seguintes a dose deve ser aumentada para 25 mg, três vezes ao dia, podendo fixar-se em 50 mg, três vezes ao dia ao fim de algumas semanas, se for tolerado.

Nos doentes idosos, recomenda-se que inicialmente seja usada uma dose baixa de captopril.

Nas crianças não se recomenda o uso de Hipotensil.

Nos doentes com insuficiência renal e em diálise, a dose usada deve ser a mais baixa possível e que permita o controlo adequado da tensão arterial. Devem ser tomados em linha de conta os valores da depuração da creatinina:

Depuração da creatinina (ml/min/1,73 m3) Creatinina sérica (mg/100 ml) Dose máxima diária (mg) Dose inicial (mg)
> 41 40 – 21 20 – 11 < 10 < 2 2 – 5>  5

>  5

150 (teórico)100

75

37,5

25 – 50 25 12,5 6,25

Hipotensil é rapidamente eliminado por hemodiálise.

Se tomar mais Hipotensil do que deveria

Uma dose excessiva do medicamento, poderá provocar hipotensão grave, entorpecimento, choque, bradicardia, perturbações electrolíticas e insuficiência renal.

No caso de tomar uma dose excessiva, deve contactar o seu médico imediatamente, para que seja observado(a) e receba o tratamento que eventualmente seja necessário.

Caso se tenha esquecido de tomar Hipotensil

Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar. Contudo, deve tomar a dose esquecida assim que se lembrar, a não ser que já esteja próxima a hora da toma seguinte. Neste caso, deve prosseguir com o tratamento como de costume, voltando a tomar o medicamento no horário normal.

Se parar de tomar Hipotensil

Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico.

4. EFEITOS SECUNDÁRIOS HIPOTENSIL

Como todos os medicamentos, Hipotensil pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.

Descrevem-se a seguir os efeitos secundários, por ordem decrescente de frequência, observados em doentes tratados com captopril. As frequências baseiam-se em ensaios clínicos (7000 doentes):

Efeitos sobre a pele e anexos: eritema cutâneo (4-7%) em geral de tipo maculopapular, prurido, urticária e fotossensibilidade. A estas manifestações podem associar-se febre, dores musculares, dores nas articulações, eosinofilia e aumento dos títulos de anticorpos ANA. Foram também descritos casos de eritema multiforme, Síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica (síndrome de Lyell), eflorescências semelhantes a psoríase e alopécia.

Efeitos no aparelho respiratório: tosse (0,2-5%), dispneia, sinusite, rinite, bronquite, e broncospasmo. Foram também descritos casos de pneumonite com eosinofilia e infiltrados pulmonares.

Efeitos no aparelho cardiovascular: hipotensão, taquicárdia e palpitações. Foram descritos casos de angina de peito, enfarte do miocárdio, síncopes, crises isquémicas transitórias e hemorragia cerebral.

Efeitos no sistema nervoso e órgãos dos sentidos: diminuição ou perda do paladar reversível (2-4%), visão desfocada, cefaleias, tonturas e fadiga. Mais raramente, podem ocorrer depressão, perturbações do sono, parestesias, impotência, perturbações do equilíbrio, confusão e zumbidos.

Efeitos no aparelho urinário: proteinúria transitória (0,7-1%), insuficiência renal aguda (0,1-0,2%), síndrome nefrótico, oligúria e poliúria. Elevação persistente da ureia e creatinina plasmáticas (risco aumentado em doentes com insuficiência cardíaca congestiva).

Efeitos no sistema hematopoiético: neutropénia e agranulocitose, particularmente em doentes com deterioração da função renal (0,2%). Anemia e trombocitopénia ocorreram ocasionalmente nestes doentes; há relato de casos em doentes com deficiência de G-6-P-D. Os episódios de neutropénia ocorreram sobretudo entre a 3a e a 12a semanas. Após a interrupção da administração do captopril a contagem dos neutrófilos retoma, de forma geral, valores normais em duas semanas.

Efeitos no tracto gastrintestinal: náuseas, vómitos, dor abdominal, diarreia, obstipação e boca seca. Casos raros de glossite, pancreatite e oclusão intestinal.

Efeitos no sistema hepatobiliar: elevações das transaminases, fosfatase alcalina e y-GT, habitualmente ligeiras e reversíveis. Foram descritos casos de hepatite, colestase e hepatite fulminante, alguns dos quais fatais.

Outras reacções: angioedema (0,1%), reacção anafilactóide, doença do soro e elevação da velocidade de sedimentação.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

5.  COMO CONSERVAR HIPOTENSIL
Manter fora do alcance e da vista das crianças.

Não utilize Hipotensil após o prazo de validade impresso na embalagem exterior, após ‘Val.:’. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.

Conservar a temperatura inferior a 25°C, na embalagem de origem. Não guardar a embalagem em zonas húmidas (proteger da humidade).

Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.

6.  OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Hipotensil

  • A substância activa é o captopril. Cada comprimido contém 25 mg ou 50 mg de captopril.
  • Os outros componentes são: celulose microcristalina, lactose monohidratada, croscarmelose sódica, sílica coloidal anidra e ácido esteárico.

Qual o aspecto de Hipotensil e conteúdo da embalagem

Os comprimidos de Hipotensil são ranhurados.

Os comprimidos doseados a 25 mg possuem ranhura em cruz numa das faces podendo ser divididos em metades (12,5 mg cada metade) ou quartos (6,25 mg cada quarto) iguais.

Os comprimidos doseados a 50 mg possuem uma ranhura em linha numa das faces podendo ser divididos em metades iguais (25 mg cada metade).

Hipotensil 25 mg encontra-se disponível em embalagens de 10, 20, 30, 60 ou 90 comprimidos.

Hipotensil 50 mg encontra-se disponível em embalagens de 10, 20, 30, 60 ou 90 comprimidos.

Titular da Autorização de Introdução no Mercado

Laboratório Medinfar, Produtos Farmacêuticos, S.A. Rua Manuel Ribeiro de Pavia, 1 – 1° Venda Nova – 2700-547 Amadora

Fabricantes

Farmalabor – Produtos Farmacêuticos, Lda. Zona Industrial de Condeixa-a-Nova Condeixa-a-Nova Portugal

Laboratório Medinfar – Produtos Farmacêuticos, S.A.

Rua Henrique Paiva Couceiro, 29

Amadora

Portugal

Este folheto foi aprovado pela última vez em 06-02-2009.