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Pamidronato de sódio

Arédia bula do medicamento

Neste folheto:

1.O que é Arédia e para que é utilizado
2.Antes de utilizar Arédia
3.Como utilizar Arédia
4.Efeitos secundários possíveis
5.Conservação de Arédia
6.Outras informações

Arédia pó e solvente para solução para perfusão

Leia atentamente este folheto antes de utilizar o medicamento.

Arédia pó e solvente para solução para perfusão

Pamidronato dissódico

-A substância activa é pamidronato dissódico.

-Os outros componentes são manitol e ácido fosfórico.

Arédia está disponível em frascos para injectáveis de 15 mg, 30 mg, 60 mg ou 90 mg. A embalagem contém também ampolas de solvente para uso parentérico (frascos de 15 mg de pó: ampolas de 5 ml; frascos de 30 mg, 60 mg e 90 mg de pó: ampolas de 10 ml).

Titular da Autorização de Introdução no Mercado

Novartis Farma – Produtos Farmacêuticos, S.A. Rua do Centro Empresarial, Edifício 8 Quinta da Beloura 2710-444 Sintra


1.O QUE É ARÉDIA E PARA QUE É UTILIZADO

Arédia é um inibidor da reabsorção óssea. Pertence ao grupo farmacoterapêutico XVII – antineoplásicos

O pamidronato dissódico é um potente inibidor da reabsorção óssea osteoclástica. Apresenta uma forte ligação aos cristais de hidroxiapatite e inibe a formação e dissolução destes cristais. In vivo, a inibição da reabsorção óssea osteoclástica pode ser parcialmente resultante da ligação do fármaco ao mineral ósseo. O pamidronato dissódico impede o acesso dos precursores dos osteoclastos ao osso e a sua transformação em osteoclastos maduros de reabsorção. Contudo, o efeito anti-reabsorção local e directo de bifosfonato ligado ao osso parece ser o modo predominante de acção.

Estudos experimentais demonstraram que opamidronato dissódico inibe a osteólise induzida por tumores, quando administrado antes ou no momento da inoculação ou do transplante de células tumorais. A hipercalcémia pode induzir uma deplecção do volume de fluido extracelular e uma redução da taxa de filtração glomerular (TFG). O controlo da hipercalcémia induzido pelo Arédia melhora a TFG e reduz os níveis de creatinina sérica elevados, na maioria dos doentes.

Ensaios clínicos em doentes com metástases ósseas predominantemente líticas ou mieloma múltiplo demonstraram que Arédia preveniu ou retardou fenómenos relacionados com o esqueleto (hipercalcemia, fracturas, radioterapia, cirurgias ósseas, compressão da espinal-medula) e diminuiu as dores ósseas. Quando usado em associação com o tratamento anti-canceroso usual, Arédia induz um abrandamento da progressão das metástases ósseas.

A doença óssea de Paget, que se caracteriza por áreas locais de aumento de reabsorção e formação ósseas, responde bem ao tratamento com Arédia.

Arédia é utilizado no tratamento de situações associadas com aumento da actividade osteoclástica:

metástases ósseas predominantemente líticas e mieloma múltiplo; hipercalcemia induzida por tumor osteolítico; doença óssea de Paget.

2.ANTES DE UTILIZAR ARÉDIA Não utilize Arédia:

-se o doente tiver hipersensibilidade ao pamidronato dissódico, a qualquer outro componente de Arédia ou a outros bifosfonatos.

Antes de lhe ser dministrado Arédia, informe o seu médico caso:

  • Tenha um problemas de fígado grave
  • Tenha tido ou tenha um problema de rins grave
  • Tenha tido ou tenha problemas cardíacos.

Tome especial cuidado com Arédia:

Após o início do tratamento com Arédia, deve proceder-se à monitorização dos electrólitos séricos, do cálcio e do fosfato. Doentes que sofreram cirurgias da tiróide podem ser particularmente susceptíveis de desenvolver hipocalcémia devido a um hipoparatiroidismo relativo.

Doentes que recebem perfusões frequentes de Arédia durante um período de tempo prolongado, especialmente aqueles com doença renal pré-existente ou uma pré-disposição para insuficiência renal (por ex. doentes com mieloma múltiplo e/ou hipercalcemia induzida por tumores), devem fazer avaliações periódicas dos parâmetros usuais laboratoriais e clínicos da função renal, uma vez que a deterioração da função renal (incluindo insuficiência renal) foi observada após tratamentos prolongados com Arédia, em doentes com mieloma múltiplo. Contudo, a progressão da doença subjacente e/ou complicações concomitantes também estavam presentes e, como tal, uma relação causal com Arédia não está provada.

Arédia não foi estudado em doentes com insuficiência renal grave. O médico deve decidir se o potencial benefício compensa o potencial risco em tais doentes.

Nos pacientes com doença cardíaca, especialmente os idosos, uma sobrecarga salina adicional pode precipitar a insuficiência cardíaca (insuficiência ventricular esquerda ou insuficiência cardíaca congestiva). A febre (sintomas tipo gripal) pode também contribuir para esta deterioração.

Os pacientes com doença óssea de Paget, que podem sofrer de carência de cálcio ou vitamina D, devem receber suplemento oral de cálcio e vitamina D de maneira a minimizar o risco de hipocalcemia.

Arédia não deve ser administrado em bólus injectável, mas deve ser sempre diluído e administrado em perfusão intravenosa lenta (ver Como utilizar Arédia).

Arédia não deve ser administrado em conjunto com outros bifosfonatos, uma vez que os seus efeitos combinados não foram investigados.

Gravidez

Na experimentação animal, o pamidronato não revelou potencial teratogénico nem afectou a capacidade geral de reprodução ou a fertilidade. Nos ratos estudados, o parto prolongado e a taxa reduzida de sobrevivência das crias foram provavelmente causados por um decréscimo nos níveis do cálcio sérico materno. Em ratas prenhas, verificou-se que o pamidronato atravessa a barreira placentária e acumula-se nos ossos fetais de forma idêntica àquela observada nos animais adultos.

Não existe experiência clínica com Arédia na mulher grávida. Por conseguinte, dever-se-á evitar a utilização de Arédia no decurso da gravidez, salvo nos casos de hipercalcemia com perigo de vida.

Aleitamento

Um estudo efectuado em ratas lactantes demonstrou que o pamidronato pode passar para o leite. Assim, as mulheres submetidas a tratamento com Arédia não devem amamentar os seus filhos.

Condução de veículos e utilização de máquinas:

Os doentes devem ser advertidos de que, em raros casos pode ocorrer sonolência e/ou vertigem após a perfusão de Arédia, pelo que se devem abster de conduzir, utilizar máquinas potencialmente perigosas, ou dedicar-se a outras actividades que se possam tornar arriscadas devido a agilidade diminuída.

Utilizar Arédia com outros medicamentos:

Arédia tem sido utilizado concomitantemente com outros fármacos anti-tumorais comuns sem que se tenha registado interacção.

Arédia tem sido utilizado em associação com a calcitonina, em doentes com hipercalcemia grave, dando origem a um efeito sinérgico que se traduz por uma descida mais rápida do cálcio sérico.

Devem ser tomadas precauções quando Arédia é usado com outros fármacos potencialmente nefrotóxicos.

Em doentes com mieloma múltiplo, o risco de disfunção renal pode estar aumentado quendo Arédia é usado em combinação com a talidomida.

3.COMO UTILIZAR ARÉDIA

Arédia nunca deve ser administrado em bólus (ver Tome especial cuidado com Arédia). A solução reconstituída de Arédia a partir da substância liofilizada em frasco para injectável deve ser diluída numa solução para perfusão isenta de cálcio (por ex. 0,9% cloreto de sódio ou 5% de glucose) e perfundida lentamente.

A taxa de perfusão não deve exceder 60 mg/h (1 mg/min), e a concentração de Arédia na perfusão não deve ser superior a 90 mg/250 mL. Uma dose de 90 mg deve, normalmente, ser administrada em perfusão de 2 horas numa solução de perfusão de 250 mL. Contudo, em doentes com mieloma múltiplo e em doentes com hipercalcémia induzida por tumores, é recomendado que não se excedam os 90 mg em 500 mL passado 4 horas.

A fim de reduzir ao mínimo as reacções locais na área da perfusão, a cânula deve ser inserida cuidadosamente numa veia relativamente grossa.

Adultos e idosos

■   Metástases ósseas predominantemente líticas e mieloma múltiplo: 90 mg,

administrados em perfusão única com intervalos de quatro semanas. Em doentes com metástases ósseas que recebam quimioterapia a intervalos de três semanas, Arédia a 90 mg também poderá ser administrado com intervalos de três semanas.

Hipercalcémia induzida por tumores: recomenda-se que os doentes sejam rehidratados com soro fisiológico, antes ou durante o tratamento. A dose total de Arédia a administrar durante um curso terapêutico depende dos níveis iniciais de cálcio sérico do doente. As directrizes a seguir referidas foram obtidas a partir de dados clínicos sobre os valores de cálcio não corrigidos. No entanto, doses dentro dos limites indicados são, também, aplicáveis para valores de cálcio corrigidos em função das proteínas séricas, em doentes rehidratados.

Cálcio sérico inicial

Dose total recomendada

(mg)

(nmol/L)

(mg %)

até 3,0

até 12,0

15 – 30

3,0 – 3,5

12,0 – 14,0

30 – 60

3,5 – 4,0

14,0 – 16,0

60 – 90

> 4,0

90

A dose total de Arédia pode ser administrada, quer em perfusão única quer em perfusões múltiplas, durante 2-4 dias consecutivos. A dose máxima por curso terapêutico é de 90 mg, tanto para o curso inicial como para os cursos repetidos.

Observa-se, geralmente, uma descida significativa do cálcio sérico 24-48 h após a administração de Arédia, atingindo-se habitualmente o valor normal decorridos 3 a 7 dias. Se não se atingir a normocalcémia durante esse período, poder-se-á administrar uma dose adicional. A duração da resposta pode variar de doente para doente e o tratamento pode ser repetido sempre que se verificar recorrência da hipercalcemia. A experiência clínica existente até à data sugere que a eficácia de Arédia pode diminuir à medida que aumenta o número de tratamentos.

Doença óssea de Paget: a dose total para um curso terapêutico é de 180-210 mg, podendo ser administrada em 6 doses unitárias de 30 mg, uma vez por semana (dose total 180 mg), ou em 3 doses unitárias de 60 mg em semanas alternadas. Se forem utilizadas doses unitárias de 60 mg, o tratamento deve sr iniciado com uma dose de 30 mg (dose total 210 mg).

Este regime, exceptuando a dose inicial, pode ser repetido após 6 meses até se verificar a remissão da doença, ou em caso de recorrência.

Insuficiência renal

Arédia não deve ser administrado a doentes com insuficiência renal grave (depuração da creatinina < 30 mL/min), a não ser em casos de hipercalcemia induzida por tumor que envolvam risco de vida e em que o benefício compense o potencial risco.

Tal como com outros bifosfonatos intravenosos, recomenda-se monitorização renal, por exemplo, medição da creatinina sérica antes da administração de cada dose de Arédia. Em doentes a receber Arédia para o tratamento de metástases ósseas e que mostrem evidência de deterioração da função renal, o tratamento com Aréda deve ser suspenso até que a função renal retorne a valores de cerca de 10% da linha basal. Esta recomendação é baseada num estudo clínico no qual a deterioração renal foi definida como se segue:

  • Para doentes com valores basais normais de creatinina, aumento de 0,5 mg/dL
  • Para doentes com valores basais anormais de creatinina, aumento de 1,0 mg/dL

Um estudos farmacocinéticos em doentes com cancro e função renal normal ou insuficiente indicou que não é necessário um ajuste da dose em doentes com qualquer grau de insuficiência renal ligeira (depuração da creatinina 61-90 mL/min) a moderada (depuração da creatinina 30-60 mL/min). Nestes doentes, Contudo, até se ganhar mais experiência, recomenda-se uma taxa de perfusão não deve exceder 90 mg/4h (máxima deaproximadamente 20-22 mg/h em doentes com insuficiência renal).

Crianças

Não existe experiência clínica com Arédia em crianças.

Se utilizar mais Arédia do que deveria:

Os doentes submetidos a doses superiores às recomendadas devem ser cuidadosamente monitorizados. Caso ocorra hipocalcemia com parestesia, tétano e hipotensão clinicamente relevantes, esta situação poderá ser revertida pela perfusão de gluconato de cálcio.

4.EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSIVEIS

Como os demais medicamentos, Arédia pode ter efeitos secundários, no entanto, as reacções adversas são geralmente ligeiras e transitórias.

As reacções adversas mais comuns são hipocalcemia assintomática e febre (um aumento da temperatura corporal de 1-2°C) que se manifestam, tipicamente, durante as primeiras 48 horas de perfusão. A febre, em geral, desaparece espontaneamente, não requerendo tratamento. Estimativa da frequência: muito frequentes (= 1/10), frequentes (= 1/100, <1/10), pouco frequentes (=1/1000, <1/100), raros (=1/10000, <1/1000), muito raros (<1/10000), incluindo relatos isolados.> 10%, ocasionais > 1-10%, raras > 0,001-1%, casos isolados < 0,001%.

Infecção

Muito raros: reactivação de Herpes simplex, reactivação de Herpes zooster

Sangue

Frequentes: anemia, trombocitopenia, linfocitopenia Muito raros: leucopenia

Sistema imunitário

Pouco   frequentes:   reacções   alérgicas   incluindo   reacções   anafilactoides, broncospasmo/dispneia, edema de Quincke (angioneurótico). Muito raro:choque anafiláctico

Sistema nervoso central

Frequentes: hipocalcemia sintomática (parestesia, tétano), cefaleias, insónias, sonolência.
Pouco frequentes: convulsões, agitação, tonturas, letargia Muito raros: confusão, alucinações visuais
Sentidos Especiais Frequentes: Conjuntivite Pouco frequentes: Uveite (irite, iridociclite) Muito raros: esclerite, episclerite, xantopsia

Sistem cardiovascular

Frequentes: hipertensão Pouco frequentes: hipotensão
Muito raros: insuficiência ventricular esquerda (dispneia, edema pulmonar), insuficiência cardíaca congestiva (edema) devido a excesso de fluidos.

Tracto gastrointestinal

Frequentes: náuseas, vómitos, anorexia, dor abdominal, diarreia, obstipação, gastrite Pouco frequentes: dispepsia

Pele

Frequentes: rash
Pouco frequentes: prurido

Sistema músculo-esquelético

Frequentes: dor óssea transitória, artralgia, mialgia, dor generalizada Pouco frequentes: cãimbras musculares

Sistema renal

Pouco frequentes: insuficiência renal aguda
Raros: glomerolosclerose segmentar focal incluindo a variante colapsante, síndroma nefrótico
Muito raros: deterioração de doença renal pré-existente, hematúria

Perturbações gerais e no local de administração

Muito frequentes: febre e sintaomas tipo-gripal por vezes acompanhados de mal-estar, rigo, fadiga e afrontamentos.
Frequentes: reacções no local da perfusão (dor, vermelhidão, inchaço, induração, flebite, tromboflebite)

Alterações bioquímicas

Muito frequentes: hipocalcemia, hoipofosfatémia Frequentes: hipocalémia, hipomagnesémia, aumento da creatinina séria Pouco frequentes: testes anormais de função hepática, aumento da ureia sérica Muito raros: hipercalémia, hipernatrémia

Muitos destes efeitos indesejáveis podem ter sido correlacionados com a doença subjacente.

Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

5.CONSERVAÇÃO DE ARÉDIA

Não conservar a temperatura superior a 30°C.

A solução reconstituída é química e fisicamente estável durante 24 horas à temperatura ambiente. No entanto, de um ponto de vista microbiológico, é preferível utilizar o produto imediatamente após reconstituição asséptica e diluição.

Se não utilizado imediatamente, a duração e condições de conservação antes da utilização são da responsabilidade da entidade preparadora. O tempo total entre a reconstituição,  diluição, conservação no frigorífico entre 2-8°C e o final da administração não deve exceder 24 horas.

Não utilize Arédia após expirar o prazo de validade indicado na embalagem. Manter fora do alcance e da vista das crianças.

6. OUTRAS INFORMAÇÕES Propriedades farmacocinéticas

O pamidronato tem uma forte afinidade para os tecidos calcificados e não se observa uma eliminação total do pamidronato do organismo dentro do período dos estudos experimentais. Os tecidos calcificados são, por conseguinte, considerados como local de eliminação aparente.

O pamidronato dissódico administra-se por perfusão intravenosa. Por definição, a absorção é completa no final da perfusão.

As concentrações plasmáticas de pamidronato aumentam rapidamente após o início de uma perfusão e diminuem rapidamente quando cessa a perfusão. O tempo de semi-vida aparente no plasma é de cerca de 0,8 horas. As concentrações aparentes no estado de equilíbrio atingem-se, assim, com perfusões de duração de mais cerca de 2-3 horas. Concentrações plasmáticas máximas de cerca de 10 nmol/ml de pamidronato atingem-se após perfusão intravenosa de 60 mg administrada durante 1 hora.

A percentagem de pamidronato em circulação ligado às proteínas plasmáticas é relativamente baixa (cerca de 54%), e aumenta quando as concentrações de cálcio são patologicamente elevadas.

O pamidronato não parece ser eliminado por biotransformação. Após uma perfusão intravenosa, cerca de 20-55 % da dose é excretada na urina, dentro de 72 horas, na forma de pamidronato inalterado. A percentagem da dose retida no organismo é independente tanto da dose (entre 15 e 180 mg) como da taxa de perfusão (entre 1,25 e 60 mg/hora). A eliminação do pamidronato na urina é biexponencial, com tempos de semi-vida aparentes de cerca de 1,6 e 27 horas.

A depuração plasmática total aparente é cerca de 180 ml/min e a depuração renal aparente é cerca de 54 ml/min. Existe uma tendência para a depuração renal do pamidronato se correlacionar com a depuração da creatinina.

Arédia é um medicamento de uso exclusivo hospitalar (medicamento de receita médica restrita, de utilização reservada a certos meios especializados).

Este folheto foi aprovado pela última vez em Dezembro 2003