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Clonazepam

Rivotril Comprimido bula do medicamento

Neste folheto:

1.O que é Rivotril e para que é utilizado
2.Antes de tomar Rivotril
3.Como tomar Rivotril
4.Efeitos secundários Rivotril
5.Como conservar Rivotril
6.Outras informações

Rivotril 0,5 mg / 2 mg

Comprimido

Clonazepam

Leia atentamente este folheto antes de utilizar este medicamento. Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.

Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

1. O QUE É RIVOTRIL E PARA QUE É UTILIZADO

Rivotril pertence à categoria farmacoterapêutica dos antiepilépticos e anticonvulsivantes.

Assim, Rivotril está indicado:

  • como terapêutica de primeira linha nas ausências típicas (pequeno mal), ausências atípicas (síndroma de Lennox-Gastaut), crises mioclónicas e atónicas (síndroma de Drop).
  • no tratamento de segunda linha nos espasmos infantis (síndroma de West).
  • nas crises tónico-clónicas (grande mal), nas crises parciais simples e complexas e nas crises tónico-clónicas secundárias generalizadas. Nestas situações Rivotril está indicado como tratamento de terceira linha.

2. ANTES DE TOMAR RIVOTRIL

Não tome Rivotril

  • se tem alergia (hipersensibilidade) ao clonazepam ou a qualquer outro componente de Rivotril.
  • se tem insuficiência respiratória grave.

Tome especial cuidado com Rivotril

  • se tiverfalta de coordenação dos movimentos do corpo- se tiver sofrido uma intoxicação aguda com álcool ou drogas ou se tiver antecedentes de alcoolismo ou de abuso de drogas.
  • se tiver doença hepática grave (ex: cirrose hepática)

Um pequeno número de pessoas que iniciaram tratamento com antiepilépticos com clonazepam teve pensamentos de auto-agressão e suicídio. Se a qualquer momento tiver estes pensamentos deve contactar imediatamente o seu médico.

  • no caso dos recém-nascidos e crianças, porque Rivotril pode provocar aumento da salivação e das secreções brônquicas. Neste caso, é necessário prestar muita atenção à capacidade respiratória do recém-nascido ou da criança.
  • se tiver doença respiratória ou hepática pré-existentes ou se estiver a tomar outros medicamentos que actuem no sistema nervoso ou que sejam anticonvulsivantes (antiepilépticos), pois poderá ter que ajustar a sua dose de Rivotril
  • se for conduzir ou utilizar máquinas, visto que Rivotril pode tornar a sua capacidade de reacção mais lenta. Deverá evitar conduzir ou utilizar máquinas durante o tratamento e, principalmente, no seu início (ver ” Condução de veículos e utilização de máquinas”). Este efeito é agravado pela ingestão de álcool.
  • se for necessário parar o tratamento com Rivotril, pois não poderá faze-lo repentinamente devido ao risco de ter crises epilépticas. Sempre que seja necessário, a redução da dose ou a interrupção de Rivotril devem ser sempre feitas de forma gradual, conforme indicações do seu médico.
  • a utilização de benzodiazepinas pode provocar dependência física e psíquica, que pode ser mais acentuada com o aumento da dose e com a duração do tratamento. Este fenómeno será mais pronunciado se tiver antecedentes de alcoolismo e toxicodependência. Quando se desenvolve a dependência física, a interrupção súbita do tratamento pode ser acompanhada de sintomas de privação. Durante o tratamento prolongado ou com doses elevadas, os sintomas de privação podem surgir se a dose diária for reduzida ou interrompida subitamente. Os sintomas incluem tremor, suores, agitação, perturbações do sono e ansiedade, dores de cabeça, dores musculares, ansiedade extrema, tensão, inquietação, confusão, irritabilidade e crises epilépticas que podem estar subjacentes à própria doença. Nos casos graves podem ocorrer perda de noção da realidade, despersonalização, alterações auditivas, torpor e sensação anormal nas extremidades, hipersensibilidade à luz, ao ruído e ao contacto físico, alucinações. Uma vez que o risco de sintomas de privação é maior após a interrupção súbita do tratamento, mesmo o tratamento de curta duração deve terminar com uma redução gradual da dose diária.

Ao tomar Rivotril com outros medicamentos

Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.

Informe particularmente o seu médico se estiver a tomar os seguintes medicamentos: -antiepiléticos, tais como a fenitoína, fenobarbital, carbamazepina e valproato, pois podem diminuir o efeito do Rivotril

  • ácido valpróico, porque pode ocasionalmente provocar crises de ausência (pequeno mal).
  • outros medicamentos com acção no sistema nervoso, tais como outros anti-convulsivantes (anti-epilépticos), anestésicos, hipnóticos, psicofármacos, alguns analgésicos e agentes relaxantes musculares, visto que pode ocorrer um aumento da depressão do sistema nervoso, podendo ser necessário ajustar a sua dose. Esta situação verifica-se especialmente quando ocorre ingestão de álcool.

Se tiver epilepsia e estiver a tomar Rivotril é muito importante que não beba álcool, em circunstância alguma, pois pode haver alteração do efeito do Rivotril, redução da sua eficácia ou aparecimento de efeitos adversos inesperados.

Os antidepressivos do tipo inibidores selectivos da recaptação da serotonina, tais como a sertralina e fluoxetina, não afectam o tratamento com Rivotril quando administrados simultaneamente.

Ao tomar Rivotril com alimentos e bebidas

É muito importante que os doentes que sofrem de epilepsia e que estejam a tomar Rivotril não bebam álcool, em circunstância alguma, pois pode haver alteração do efeito do Rivotril, redução da sua eficácia ou aparecimento de efeitos adversos inesperados.

Gravidez e aleitamento

Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.

Todas as mulheres com possibilidade de engravidar deverão receber aconselhamento médico especializado antes de iniciarem o tratamento, devido ao aumento do risco de malformações congénitas.

Todas as mulheres com possibilidade de engravidar deverão receber aconselhamento médico especializado antes de iniciarem o tratamento, devido ao aumento do risco de malformações congénitas. O risco de malformações congénitas é 2 a 3 vezes maior nos descendentes de grávidas medicadas com antiepilépticos. As malformações mais frequentes são dos lábios e cavidade oral, aparelho cardiovascular e tubo neural.

Se estiver a planear engravidar ou se descobriu que está grávida, informe o seu médico imediatamente.

Embora o clonazepam passe para o leite materno apenas em pequenas quantidades, as mães tratadas com Rivotril não devem amamentar. Se o tratamento com Rivotril for absolutamente necessário, deve abandonar-se o aleitamento materno.

Condução de veículos e utilização de máquinas

Mesmo quando utilizado conforme prescrito, Rivotril pode tornar as suas reacções mais lentas, afectando a sua capacidade de conduzir ou utilizar máquinas. Este efeito é agravado pela ingestão de álcool.

Assim, deverá evitar a realização de actividades como a conduzir, utilizar máquinas ou fazer outras tarefas potencialmente perigosas durante o tratamento com Rivotril, e especialmente no seu início. O seu médico irá aconselhá-lo sobre esta situação, com base na sua dose e resposta ao tratamento.

Informações importantes sobre alguns componentes de Rivotril

Rivotril contém lactose. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.

3. COMO TOMAR RIVOTRIL

Tomar Rivotril sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.

O seu médico irá estabelecer a sua dose com base na sua resposta ao tratamento, idade e tolerabilidade ao medicamento. Regra geral, Rivotril é administrado em doses baixas nos novos casos não resistentes à terapêutica. Os comprimidos ranhurados permitem a administração de doses baixas na fase inicial do tratamento do adulto. Para evitar a ocorrência de efeitos adversos no início do tratamento o seu médico irá prescrever-lhe a dose mais baixa possível, aumentando-a progressivamente até atingir a dose de manutenção adequada ao seu caso. É importante que siga as indicações do seu médico quanto às doses a tomar.

Adultos:

A dose inicial não deve exceder 1,5 mg/dia, dividida em 3 doses. A dose pode sofrer aumentos de 0,5 mg, de 3 em 3 dias, até que a crise esteja controlada ou o aparecimento de efeitos adversos impeça o aumento da dose.

A dose de manutenção será estipulada de acordo com o seu caso específico e com a sua resposta ao tratamento. Geralmente, é suficiente uma dose de manutenção de 3-6 mg. A dose máxima para adultos (20 mg/dia) não deve ser excedida.

A dose diária deve ser dividida em 3 doses iguais. Se as doses não forem igualmente divididas, a dose maior deve ser administrada ao deitar. A dose de manutenção é alcançada 1-3 semanas após o início do tratamento. Uma vez alcançada a dose de manutenção, a dose diária pode ser administrada numa única toma, à noite.

Crianças dos 10 aos 16 anos:

A dose inicial é de 1-1,5 mg/dia, dividida em 2 a 3 doses. A dose pode ser aumentada em 0,25-0,5 mg, de 3 em 3 dias, até se alcançar a dose de manutenção individual (geralmente 3-6 mg/dia).

Crianças até 10 anos (ou até 30 Kg de peso):

A dose inicial é de 0,01-0,03 mg/Kg por dia, dividida em 2-3 doses. A dose poderá ser aumentada em não mais de 0,25-0,5 mg, de 3 em 3 dias, até se alcançar a dose de manutenção (aproximadamente 0,1 mg/Kg por dia), a crise estar controlada ou até que o aparecimento de efeitos adversos impeça o aumento da dose. A dose diária máxima na criança (0,2 mg/Kg) não deve ser excedida.

Idosos:

É necessário ter precaução durante a fase de aumento da dose em idosos.

Doentes com insuficiência renal:

Não é necessário ajustar a dose nestes doentes.

Doentes com insuficiência hepática:

Não se conhece qual o impacto da doença hepática no tratamento com Rivotril

Rivotril pode ser administrado simultaneamente com um ou mais antiepilépticos. Nesta situação, a dose de cada um dos fármacos deve ser ajustada de modo a obter o efeito óptimo. No caso de tomar outros antiepilépticos para além de Rivotril estará em maior risco de sofrer efeitos adversos.

O tratamento com Rivotril não deve ser interrompido subitamente mas sim de uma forma gradual (ver “Efeitos secundários possíveis”).

Se tomar mais Rivotril do que deveria

Se tomou mais comprimidos do que deveria, entre imediatamente em contacto com o seu médico ou farmacêutico.

Caso tenha tomado mais Rivotril do que deveria poderá sentir os sintomas de uma sobredosagem, que incluem sonolência, falta de controlo sobre os músculos, dificuldade em falar e movimentos involuntários dos olhos. Ocasionalmente pode ocorrer coma, diminuição da pressão arterial e depressão respiratória, mas são raramente graves desde que o fármaco esteja a ser utilizado isoladamente. O coma, caso ocorra, tem normalmente uma duração de apenas algumas horas, mas pode passar a ser mais prolongado e cíclico, particularmente em idosos. Os efeitos de depressão respiratória das benzodiazepinas são mais graves em doentes com doença respiratória. Estes efeitos podem ser agravados caso tenha tomado álcool.

O tratamento da sobredosagem inclui a monitorização dos sinais vitais e instituição de medidas de suporte, tratamento dos sintomas respiratórios e do sistema nervoso central. Pode também ser efectuado um tratamento com carvão activado, se ainda não tiverem passado 2 horas desde a ingestão. A lavagem gástrica poderá ser efectuada no caso de tomar mais do que um antiepiléptico.

O flumazenilo, que é um antagonista das benzodiapezepinas, pode ser administrado se a depressão do sistema nervoso central for grave. No entanto, o flumazenilo não deverá ser utilizado em doentes epilépticos em tratamento com benzodiazepinas, visto que pode provocar crises epilépticas.

Caso se tenha esquecido de tomar Rivotril

Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar. Continue a tomar a dose habitual na altura prevista.

Se parar de tomar Rivotril

Nunca deverá parar o tratamento ou reduzir a dose de forma repentina, pois pode sentir os sintomas de privação que podem incluir tremores, sudação, agitação, perturbações do sono e ansiedade, dores de cabeça, dores musculares, ansiedade extrema, tensão, inquietação, confusão, irritabilidade e crises epilépticas.

O tratamento só poderá ser terminado através de uma redução gradual da dose diária, de acordo com as orientações do seu médico.

Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico.

4. EFEITOS SECUNDÁRIOS RIVOTRIL

Como todos os medicamentos, Rivotril pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.

Pode ocorrer frequentemente fadiga, sonolência, cansaço, diminuição da tonicidade e fraqueza muscular, vertigens, atordoamento, intolerância à luz, falta de controlo dos músculos e diminuição da capacidade de reacção.

Estes efeitos são geralmente passageiros e desaparecem geralmente de forma espontânea com a continuação do tratamento ou com a redução da dose. A sua ocorrência pode ser parcialmente evitada se o aumento inicial da dose for lento.

Foram observadas diminuição da capacidade de concentração, irrequietude, confusão e desorientação. A utilização de benzodiazepinas em doses terapêuticas pode causar amnésia anterógrada, sendo maior o risco nas doses mais elevadas. Os efeitos amnésicos podem associar-se a comportamento inadequado.

Pode ocorrer depressão em doentes tratados com Rivotril, podendo também estar associada a doença subjacente.

Em certas formas de epilepsia, é possível um aumento da frequência das crises durante o tratamento prolongado.

Foram observadas reacções como excitabilidade, irritabilidade, comportamento agressivo, agitação, nervosismo, hostilidade, ansiedade, perturbações do sono, pesadelos e sonhos vívidos.

Raramente pode ocorrer urticária, comichão, erupção cutânea, queda de cabelo temporária, alteração da pigmentação, náusea, sintomas epigástricos, dores de cabeça, diminuição do número de plaquetas, perda de libido, impotência e incontinência urinária.

Foram relatados casos isolados de desenvolvimento reversível dos caracteres sexuais secundários na criança.

Muito raramente foram relatadas reacções alérgicas e alguns casos de anafilaxia.

Particularmente no tratamento prolongado ou com doses elevadas, podem ocorrer afecções reversíveis, tais como alterações na fala, falta de controlo dos músculos e perturbações da visão.

Pode ocorrer depressão respiratória, que pode ser agravada em doentes com obstrução das vias aéreas pré-existente, danos cerebrais, ou em tratamento com outros medicamentos que causem depressão respiratória. Regra geral, este efeito pode ser evitado através de um rigoroso ajuste da dose de acordo com as suas necessidades.

Nos bebés e crianças jovens, Rivotril pode causar aumento da salivação ou aumento das secreções brônquicas, pelo que deve ter especial atenção na manutenção da função respiratória.

Verificou-se um aumento do risco de quedas e de fracturas em idosos utilizadores de benzodiazepinas.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

5. COMO CONSERVAR RIVOTRIL

Conservar dentro da embalagem de origem (sensível à luz)

Manter fora do alcance e da vista das crianças.

Não utilize Rivotril após o prazo de validade impresso na embalagem exterior, após “Val.”. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.

Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.

6. OUTRAS INFORMAÇÕES

Qual a composição de Rivotril

-A substância activa é o clonazepam.

Rivotril 0,5 mg: cada comprimido contém 0,5 mg de clonazepam. Rivotril 2 mg: cada comprimido contém 2 mg de clonazepam.

-Os outros componentes são:

Rivotril 0,5 mg comprimidos: lactose, amido de milho, amido pré-gelatinizado, talco, estearato de magnésio, óxido de ferro vermelho (E172), óxido de ferro amarelo (E172). Rivotril 2 mg comprimidos: lactose anidra, amido pré-gelatinizado, celulose microcristalina, estearato de magnésio.

Qual o aspecto de Rivotril e conteúdo da embalagem

Rivotril apresenta-se na forma de comprimidos de 0,5 mg ou 2 mg. As embalagens de Rivotril 0,5 mg contêm 20 e 50 comprimidos. As embalagens de Rivotril 2 mg contêm 30 comprimidos

Titular da Autorização de Introdução no Mercado

Roche Farmacêutica Química, Lda. Estrada Nacional 249 – 1

2720 – 413 Amadora

Fabricante

Roche Pharma AG Emil-Barell-Strasse 1

DE-79639 Grenzach-Whylen

Alemanha.

Este folheto foi aprovado pela última vez em 16-01-2009.

Categorias
Primidona

CARACTERÍSTICAS DO MYSOLINE bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
MYSOLINE

1. NOME DO MEDICAMENTO
Mysoline 250 mg comprimidos

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO MYSOLINE
Cada comprimido contém 250 mg de primidona. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1

3. FORMA FARMACÊUTICA DO MYSOLINE
Comprimido.
Redondo, biconvexo, sem revestimento, branco ou quase branco, com ranhura num dos lados e com um “M” de cada lado da ranhura.

O comprimido pode ser dividido em metades iguais.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO MYSOLINE

4.1 Indicações terapêuticas

Mysoline está indicado no tratamento do grande mal e da epilepsia psicomotora (lobo temporal). É também muito eficaz no tratamento dos ataques focais e Jacksonianos, nos espasmos mioclónicos e nos ataques acinéticos.

4.2 Posologia e modo de administração

O tratamento deve ser sempre planeado numa base individual. Em muitos casos será possível utilizar Mysoline isolado mas, em alguns, será necessário associá-lo a outros anticonvulsivantes.

Mysoline deve ser administrado com precaução em crianças, idosos, doentes debilitados ou em doentes com insuficiência renal, hepática ou respiratória. Nestes casos pode ser necessária uma redução da dose.

Mysoline é geralmente administrado duas vezes por dia. Deve iniciar-se o tratamento com 125 mg diários, ao deitar. Aumentar a dose diária em 125 mg, de três em três dias, até que o doente esteja a tomar 500 mg por dia. Depois, e de três em três dias, aumentar a dose diária em 250 mg para os adultos, ou 125 mg para as crianças com idade inferior a 9 anos – até se conseguir o controlo da situação ou até se atingir a dose máxima tolerada. Esta pode ir até 1500 mg diários em adultos e 1000 mg diários em crianças.
Doses médias diárias de manutenção:

Comprimidos (250 mg) Miligramas (mg)

Crianças até 2 anos 1 – 2 250 – 500
Crianças de 2-5 anos 2 – 3 500 – 750
Crianças de 6-9 anos 3 – 4 750 – 1000
Adultos e crianças com mais de 9 anos 3 – 6 750 – 1500
A dose diária é geralmente fraccionada e administrada em duas doses iguais, uma de manhã e outra à noite. Em certos casos pode ser aconselhável administrar uma dose maior na altura em que os ataques forem mais frequentes. Por exemplo: 1) se os ataques forem nocturnos deve administrar-se a dose completa, ou a maior parte, à noite; 2) se os ataques estiverem associados a outra situação tal como a menstruação, é muitas vezes aconselhável um ligeiro aumento da dose na devida altura.

Doentes medicados com outros anticonvulsivantes: sempre que não seja possível controlar adequadamente os ataques com outros anticonvulsivantes ou se surgirem efeitos secundários, pode utilizar-se Mysoline como adjuvante ou substituto do tratamento existente. Inicialmente, deve-se, adicionar Mysoline ao tratamento anticonvulsivante em curso, pelo método da introdução gradual anteriormente descrito. Quando se obtiver o efeito desejado e Mysoline tiver sido administrado numa quantidade equivalente a, pelo menos, metade da dose necessária, pode tentar-se a interrupção do tratamento anterior. Tal deve ser feito gradualmente durante um período de duas semanas, durante o qual pode ser necessário aumentar a posologia de Mysoline para manter o controlo. A interrupção do tratamento anterior não deve ser demasiado rápida, pois existe o risco de ocorrer o estado epiléptico. Contudo, nos casos em que o fenobarbital tenha constituído a base do tratamento anterior, tanto a sua interrupção como a substituição por Mysoline deve ser mais rápida, de forma a impedir que a sonolência excessiva interfira com o reconhecimento da dosagem mais adequada de Mysoline.

4.3 Contra-indicações

Hipersensibilidade à substância activa, primidona, a qualquer dos excipientes de Mysoline ou ao fenobarbital.

Mysoline não deve ser administrado a doentes com porfíria aguda intermitente.

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização

Mysoline deve ser administrado com precaução e pode ser necessário reduzir a dose em crianças, idosos, doentes debilitados ou em doentes com insuficiência renal, hepática ou respiratória.

Mysoline poderá ter efeitos adversos sobre o feto, ver a secção 4.6 Gravidez e aleitamento antes de considerar a sua toma durante a gravidez.
A primidona é um potente depressor do SNC e é parcialmente metabolizada em fenobarbital. Após administração prolongada existe uma tendência para o desenvolvimento de tolerância, dependência e reacções de privação pela interrupção brusca do tratamento.

Foram notificados casos de ideação e comportamento suicida em doentes tratados com medicamentos antiepilépticos, em várias indicações terapêuticas. Uma meta-análise de ensaios aleatorizados de medicamentos antiepilépticos , contra placebo, mostrou também um pequeno aumento do risco de ideação e comportamento suicida. Não é ainda conhecido o mecanismo que explica este risco e os dados disponíveis não excluem a possibilidade de um aumento do risco para a primidona.

Os doentes devem ser monitorizados quanto aos sinais de ideação e comportamento suicida, devendo ser considerada a necessidade de tratamento adequado. Os doentes (e os prestadores de cuidados aos doentes) devem ser aconselhados a contactar o médico assim que surjam sinais de ideação e comportamento suicida.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Tanto a primidona como o seu principal metabolito, o fenobarbital, induzem a actividade enzimática hepática, principalmente o sistema enzimático CYP 450 3A4. Isto pode provocar alterações na farmacocinética de fármacos administrados simultaneamente. Os fármacos cujo metabolismo possa ser aumentado e levar a uma diminuição da concentração plasmática e/ou diminuição do tempo de semi-vida, devido a uma terapêutica concomitante são: androgéneos, beta-antagonistas, carbamazepina, ciclosporina, clonazepam, cloranfenicol, corticosteróides/glucocorticóides, ciclofosfamida, dicumarinas, digitoxina, doxiciclina, etosuxamida, etoposido, felbamato, granissetrom, lamotrigina, losartan, metadona, metronidazol, mianserina, montelacuste, nelfinavir, nimodipina, contraceptivos orais, oxcarbazepina, fentoína, quinidina, rocurónio, valproato de sódio, tiagabina, teofilinas, topiramato, antidepressores tricíclicos, vecurónio, varfarina e zonisamida.

Os seguintes fármacos inibem o sitema enzimático CYP 450 3A4 e podem originar um aumento das concentrações plasmáticas da primidona e do seu metabolito fenobarbital, quando administrados concomitantemente:
– Cloranfenicol,
– Felbamato,
– Nelfinavir,
– Metrodinazol,
– Valproato de sódio.

A erva de São João (hipericão, Hypericum perforatum) induz o sistema enzimático e pode diminuir a concentração plasmática da primidona e do seu metabolito fenobarbital, e assim, reduzir o efeito terapêutico.

O Mysoline inibe a glucuronidação do paracetamol e pode aumentar a hepatotoxicidade deste.

A ligação da teofilina às proteínas pode afectar a ligação do fenobarbital e alterar os seus níveis plasmáticos.
A administração de Mysoline pode intensificar os efeitos de outros depressores do SNC, tais como o álcool e os barbitúricos.
As interacções descritas em cima têm relevância clínica.

4.6 Gravidez e aleitamento
Gravidez
Todas as mulheres em idade fértil (com possibilidade de engravidar) deverão receber aconselhamento médico especializado antes de iniciarem o tratamento, devido ao aumento do risco de malformações congénitas.

O tratamento com medicamentos anti-epilépticos deverá ser reavaliado sempre que a mulher pretenda engravidar.

O risco de malformações congénitas é 2 a 3 vezes maior nos descendentes de grávidas medicadas com anti-epilépticos. As malformações mais frequentes são dos lábios e cavidade oral, aparelho cardiovascular e tubo neural.

O tratamento com vários medicamentos anti-epilépticos (politerapia) poderá estar associado a um maior risco de malformações congénitas relativamente ao tratamento com um único medicamento (monoterapia). Sempre que possível deverá ser utilizado um regime de medicamento único (monoterapia).

O tratamento com anti-epilépticos não deverá ser interrompido subitamente uma vez que pode aumentar o risco de crises epilépticas com consequências graves para a mãe e/ou para o feto.

Tem havido relatos de anormalidades congénitas, incluindo doença cardíaca congénita, fenda palatina e condições associadas à carência materna de ácido fólico, em lactentes nascidos de mães epilépticas tratadas com primidona. Esta informação deve ser tida em conta quando se considerar a primidona ou tratamentos alternativos da epilepsia durante a gravidez. Podem ocorrer sintomas de privação em recém-nascidos cujas mães receberam Mysoline durante a gravidez.

A terapêutica anticonvulsivante prolongada pode estar associada a uma diminuição dos níveis séricos de folatos. Como as necessidades em ácido fólico também aumentam durante a gravidez, aconselha-se que as doentes em risco sejam regularmente observadas e também é de considerar, embora seja controverso, um tratamento com ácido fólico e vitamina B12.

A terapêutica anticonvulsivante durante a gravidez tem sido ocasionalmente associada a alterações da coagulação de recém-nascidos. Por este motivo, recomenda-se a administração de vitamina K1 à mãe durante o último mês de gravidez e até ao parto. Na ausência de pré-tratamento devem ser administrados à mãe 10 mg de vitamina K1 na altura do parto e deve ser imediatamente administrado 1 mg ao recém-nascido.

Aleitamento
Durante o aleitamento, o bebé deve ser monitorizado para controlo da sedação.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Tal como acontece com a maioria dos outros anticonvulsivantes, os doentes que conduzem veículos ou operam com máquinas deverão estar prevenidos para o facto de que poderá haver uma redução no tempo de reacção.

4.8 Efeitos indesejáveis

Não existem dados clínicos actualizados sobre este produto que possam constituir uma base de avaliação da frequência dos efeitos indesejáveis. Os efeitos indesejáveis mais frequentes são a sonolência e a apatia e surgem, sobretudo no início de tratamento. Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de frequência.

Frequentes (>1/100) Perturbações gerais e Sonolência
alterações no local de administração

Doenças do sistema Apatia, ataxia, perturbações da visão,
nervoso nistagmo.

Doenças gastrointestinais Náusea

Não frequentes
(1/100-1/1000)
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Cefaleias, tonturas.

Doenças gastrointestinais Vómitos

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas

Reacções alérgicas que afectam principalmente a pele. Podem incluir erupção cutânea maculopapular, morbifiliforme ou escarlatiniforme.

Raros (<1/1000)

Doenças do sistema nervoso

Doenças do sangue e do sistema linfático

Afecções hepatobiliares

Alterações de personalidade, que podem incluir reacções psicóticas.

Anemia megaloblástica, discrasia sanguínea.

Aumento das enzimas hepáticas, incluindo a gama-GT e a fosfatase alcalina.

Afecções músculo-esqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Artralgia, osteomalacia. Tal como acontece com o fenobarbital, tem sido reportado contratura de Dupuytren.
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas

Reacções graves, tais como dermatite esfoliativa, síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica e lúpus eritematoso

As perturbações da visão, cefaleias, tonturas, nistagmo, ataxia, vómitos e naúseas, são geralmente passageiros mesmo quando pronunciados. Por vezes pode ocorrer uma reacção idiossincrática envolvendo estes sintomas, numa forma aguda e grave, necessitando de interrupção do tratamento.

Pode ser necessária a administração de suplementos de vitamina D durante uma terapêutica prolongada com Mysoline, uma vez que o catabolismo da vitamina D pode estar aumentado.

Excepcionalmente e tal como acontece com a fenitoína e o fenobarbital, pode desenvolver-se anemia megaloblástica que requer a interrupção do tratamento com primidona. Esta situação pode ser controlada com ácido fólico e/ou vitamina B12.

4.9 Sobredosagem

A primidona é largamente metabolizada em fenobarbital e a sobredosagem pode induzir vários graus de depressão do SNC que, dependendo da dose ingerida, podem incluir ataxia, perda de consciência, depressão respiratória e coma.

Pode ocorrer cristalúria com a sobredosagem, o que pode constituir um meio de diagnóstico útil em caso de suspeita de sobredosagem com primidona.

Dependendo da gravidade da intoxicação, a terapêutica deverá incluir aspiração gástrica, administração de carvão activo, administração intravenosa de fluidos, diurese alcalina forçada (para obter urina com um pH de 8,0) e outras medidas gerais de suporte. Em circunstâncias de maior perigo de vida, a transfusão sanguínea (caso o doente seja hipotenso) ou hemodiálise são medidas eficazes.

Não existe um antídoto específico.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO MYSOLINE

5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 2.6 – Sistema Nervoso Central. Antiepilépticos e anticonvulsivantes
Código ATC: N03AA03

O efeito de Mysoline é devido às propriedades anticonvulsivantes dos três compostos activos, nomeadamente a primidona e os seus dois principais metabolitos: o fenobarbital e a feniletilmalonamida. Não se encontra ainda estabelecida qual a contribuição relativa de cada um destes compostos para o efeito anticonvulsivante observado na prática clínica. Tal como acontece com outros anticonvulsivantes, o mecanismo de acção de Mysoline não é bem
conhecido embora seja provável que os efeitos sobre a membrana neuronal, particularmente as alterações nos fluxos iónicos, desempenhem um papel fundamental.

Tal como outros anticonvulsivantes, Mysoline pode induzir as enzimas hepáticas.

Mysoline pode também afectar o metabolismo da vitamina D, o que pode constituir uma predisposição para doenças ósseas.

5.2 Propriedades farmacocinéticas

Mysoline é rapidamente absorvido a partir do tracto gastrointestinal e o pico plasmático atinge-se cerca de 3 horas após a ingestão. A distribuição da primidona engloba todos os órgãos e tecidos: atravessa as barreiras hemato-encefálica e placentária e é excretada no leite materno. A farmacocinética da primidona é complexa devido à sua biotransformação em dois metabolitos, fenobarbital e feniletilmalonamida, que possuem acção anticonvulsivante e propriedades farmacocinéticas complexas. A primidona possui uma semi-vida plasmática de cerca de 10 horas, sendo consideravelmente inferior à dos seus principais metabolitos. Tanto a primidona como a feniletilmalonamida possuem uma fraca ligação às proteínas plasmáticas, enquanto cerca de metade de fenobarbital se liga às proteínas. Aproximadamente 40% do fármaco é excretado na urina sem sofrer alterações.

5.3 Dados de segurança pré-clínica

A primidona é um fármaco com o qual existe uma vasta experiência clínica. Todas as informações relevantes para o prescritor encontram-se descritas neste Resumo das Características do Medicamento.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO MYSOLINE

6.1 Lista dos excipientes

Povidona Gelatina
Carmelose cálcica Estearato de magnésio Ácido esteárico Água purificada

6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.

6.3 Prazo de validade
5 anos.

6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 30°C.
Conservar na embalagem de origem para proteger da luz e humidade Manter o recipiente bem fechado.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente

Frascos de polietileno de alta densidade (HDPE) com tampa de plástico, inviolável e com fecho resistente à abertura por crianças, contendo 20 ou 60 comprimidos.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Laboratórios Azevedos – Indústria Farmacêutica, S.A. Estrada Nacional 117-Km2 Alfragide
2614-503 Amadora
Telefone: 214725900 Fax: 21 4725990
E-mail: azevedo s(g),mail. telepac. pt

8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

N° de registo: 8988816 – 20 comprimidos, 250 mg, frasco de HDPE com tampa de plástico, inviolável e com fecho resistente à abertura por crianças.
N° de registo: 8988824 – 60 comprimidos, 250 mg, frasco de HDPE com tampa plástico, inviolável e com fecho resistente à abertura por crianças.

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data de revisão: 06 Agosto 2001 Data da última renovação: 10 Dezembro 2007

10. DATA DE REVISÃO DO TEXTO
29-04-2009

Categorias
Ácido valpróico

CARACTERÍSTICAS DO DEPAKINE bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

DEPAKINE

1. NOME DO MEDICAMENTO

DEPAKINE 400 mg/4 ml pó e solvente para solução injectável

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO DEPAKINE

4,0 ml de solução injectável reconstituída contém 400 mg de Valproato de sódio, como substância activa.

Excipiente(s):

Sódio – 2,41 mmol (55,36 mg) em 4 ml de solução injectável.

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO DEPAKINE

Pó e solvente para solução injectável.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO DEPAKINE
4.1. Indicações terapêuticas

Depakine intravenoso está indicado em doentes nos quais a terapêutica oral não é temporariamente possível:

Tratamento das epilepsias generalizadas ou parciais, associadas a crises do tipo:

-ausência

-mioclónica

-tonicoclónica

-atónica

-mista

Bem como, no quadro das epilepsias parciais:

-crises de sintomatologia simples ou complexa

-crises secundariamente generalizadas

-síndromes específicos (West, Lennox-Gastaut)

4.2. Posologia e modo de administração

DEPAKINE deve ser administrado segundo critério médico.

A posologia diária deve ser estabelecida em função da idade e do peso do doente; no entanto deve ter-se em conta a grande susceptibilidade individual observada com o valproato.

Em determinados casos o DEPAKINE poderá ser a escolha apropriada para mulheres que pretendam engravidar, tendo em conta que uma escolha informada foi feita baseada numa avaliação muito cuidadosa, caso-a-caso, entre o médico especialista e a doente.

Não está estabelecida uma boa correlação entre a dose diária, concentração sérica e efeito terapêutico. A posologia óptima será determinada essencialmente em relação à resposta clínica obtida. A determinação dos níveis séricos de ácido valpróico pode ser considerada como complemento da vigilância clínica se o controlo das crises não for satisfatório, ou quando houver suspeitas da existência de efeitos indesejáveis. As concentrações séricas consideradas como terapêuticas estão normalmente compreendidas entre 40 e 100 mg/L (300-700 |imol/L) de valproato de sódio.

Administração de Depakine por via intravenosa:

Os doentes que estejam a ser tratados de forma satisfatória com Depakine oral, podem continuar a fazer a sua dose normal através de uma perfusão contínua ou repetida; como exemplo, um doente estabilizado com 25 mg/Kg administrado diariamente deve continuar com uma perfusão de 1 mg/Kg/hora.

A outros doentes pode ser inicialmente administrada uma injecção intravenosa lenta (durante 3 minutos), normalmente 15 mg/Kg, seguida de uma infusão a uma perfusão de 1-2 mg/Kg/hora, e ajustada de acordo com a resposta clínica.

A continuação da terapêutica utilizando a via oral deve ser considerada logo que possível, com a dose normalmente recomendada.

4.3. Contra-indicações

-hepatite aguda -hepatite crónica

-antecedentes pessoais ou familiares de hepatite grave, nomeadamente medicamentosa -hipersensibilidade à substância activa, valproato de sódio, ou a qualquer um dos excipientes de Depakine -porfiria hepática

4.4. Advertências e precauções especiais de utilização

4.4.1. Cuidados especiais

Hepatopatias:

-Condições de aparecimento:

Foram referidos excepcionalmente casos de lesão hepática de evolução grave, por vezes mortais.

Os recém nascidos e as crianças com menos de três anos que apresentem uma epilepsia grave e, nomeadamente, uma epilepsia associada a lesões cerebrais, um atraso psíquico e/ou uma doença metabólica ou degenerativa de origem genética, são os mais expostos a este risco, nomeadamente em caso de politerapia anticonvulsiva. Após a idade de três anos, a incidência de risco diminui de modo significativo e decresce progressivamente com a idade.

Na grande maioria dos casos, estes danos hepáticos foram observados durante os primeiros 6 meses de tratamento.

-Sinais evocatórios:

O diagnóstico precoce assenta, antes de tudo, na clínica. Em particular, deve ter-se em conta, nomeadamente em doentes de risco, dois tipos de manifestações que podem preceder a icterícia (ver secção 4.4.1″condições de aparecimento”):

-por um lado sinais gerais não específicos, geralmente de aparecimento súbito tais como astenia, anorexia, letargia, sonolência, acompanhados por vezes de vómitos repetidos e de dores abdominais,

-por outro lado, um reaparecimento de crises epilépticas.

Recomenda-se informar o doente, ou a sua família, se se tratar de uma criança, que o aparecimento deste quadro deve motivar de imediato uma consulta. Deve ser feito um exame clínico e um controlo biológico imediato da função hepática.

-Detecção:

Durante os primeiros seis meses de tratamento, deve ser efectuada periodicamente uma monitorização da função hepática. Entre os exames clássicos, os testes que reflictam a síntese proteica e nomeadamente a TP (taxa de protrombina) são os mais pertinentes. A confirmação de uma taxa de protrombina anormalmente baixa, sobretudo se acompanhada de outras alterações biológicas (diminuição significativa do fibrinogénio

e dos factores de coagulação, aumento da bilirrubina, elevação das transaminases) deve conduzir à paragem do tratamento com DEPAKINE.

Se houver prescrição simultânea com derivados dos salicilatos, o tratamento com estes últimos deve ser interrompido como medida de precaução. Dado que ambos os fármacos utilizam a mesma via metabólica, o risco de toxicidade do valproato aumenta por elevação dos níveis plasmáticos de valproato livre.

-Pancreatite

Foram referidas, muito raramente pancreatites graves que podem resultar em morte. As crianças mais jovens estão particularmente em risco, diminuindo o risco com o aumento de idade. Podem ser factores de risco convulsões graves, alterações neurológicas ou terapêutica anticonvulsivante. O risco de consequência fatal aumenta perante insuficiência hepática e pancreatite.

Casos excepcionais de pancreatite foram notificados, pelo que os doentes que tenham quadro de dor aguda abdominal deverão ter uma avaliação médica imediata. Em casos de pancreatite, o valproato de sódio deverá ser descontinuado.

-Mulheres em idade fértil:

A decisão de utilizar DEPAKINE em mulheres em idade fértil (com possibilidade de engravidar), só deverá ser tomada após a avaliação cuidadosa: se o benefício do seu uso se sobrepõe ao risco de anomalias congénitas no feto. Esta decisão deverá ser tomada não só antes da primeira prescrição de DEPAKINE, como também em mulheres que já o utilizem e estejam a planear uma gravidez.

4.4.2. Precauções

-Efectuar um controlo biológico da função hepática antes do início do tratamento (ver secção 4.3. “Contra-indicações”), e uma vigilância periódica durante os primeiros 6 meses, especialmente em doentes de risco (ver secção 4.4.1 “Cuidados especiais”).

-É de sublinhar que, como na maior parte dos antiepilépticos, pode observar-se nomeadamente no início do tratamento, um aumento isolado e transitório das transaminases, na ausência de qualquer sinal clínico.

-Neste caso aconselha-se efectuar um controlo biológico mais completo (em particular taxa de protrombina), reconsiderar eventualmente a posologia e repetir os exames em função da evolução dos parâmetros.

-Análises clínicas ao sangue (contagem de células sanguíneas, incluindo contagem das plaquetas, tempo de coagulação e testes de coagulação) são recomendadas antes de se iniciar a terapêutica ou antes de cirurgias, ou em casos espontâneos de equimoses ou hemorragias (ver secção 4.8. “Efeitos indesejáveis”).

-Em crianças com idade inferior a três anos, aconselha-se a utilização de DEPAKINE apenas em monoterapia. O potencial risco de Depakine deve ser avaliado face ao risco de hepatopatia ou pancreatite nestes doentes, antes do início do tratamento (ver secção 4.4.1. “Cuidados especiais”).

Em crianças com idade inferior a 3 anos, deve ser evitada a prescrição simultânea de derivados salicilados devido ao risco de hepatotoxicidade.

-Recomenda-se antes do início do tratamento, antes de uma intervenção cirúrgica e em caso de hematomas ou de hemorragias espontâneas um exame hematológico (hemograma incluindo as plaquetas, tempo de hemorragia e testes de coagulação) (ver secção 4.8. “Efeitos indesejáveis”).

-Nos insuficientes renais pode ser necessário proceder-se a um ajuste da posologia, reduzindo a dose. Uma vez que a monitorização das concentrações plasmáticas podem induzir em erro, a posologia deve ser ajustada através de monitorização clínica (ver secção 5.2. “Propriedades farmacocinéticas”).

-Se bem que se reconheça que Depakine pode provocar apenas excepcionalmente manifestações de natureza imunológica, a sua utilização em doentes com lupus eritematoso disseminado, deverá ser avaliada em função do balanço benefício/risco.

-Em caso de síndrome dolorosa abdominal agudo recomenda-se uma avaliação médica imediata, visto terem sido referidos casos excepcionais de pancreatites. Em caso de pancreatite deve interromper-se o tratamento com valproato.

-Se há suspeita de uma deficiência no ciclo enzimático da ureia, devem ser feitos estudos metabólicos antes do tratamento, devido ao risco de hiperamoniémia com o valproato de sódio.

-Ideação e comportamento suicida: Foram notificados casos de ideação e comportamento suicida em doentes tratados com medicamentos antiepilépticos, em várias indicações terapêuticas. Uma meta-análise de ensaios aleatorizados de medicamentos antiepilépticos, contra placebo, mostrou também um pequeno aumento do risco de ideação e comportamento suicida. Não é ainda conhecido o mecanismo que explica este risco e os dados disponíveis não excluem a possibilidade de um aumento do risco para o valproato de sódio.

Os doentes devem ser monitorizados quanto aos sinais de ideação e comportamento suicida, devendo ser considerada a necessidade de tratamento adequado. Os doentes (e os prestadores de cuidados aos doentes) devem ser aconselhados a contactar o médico assim que surjam sinais de ideação e comportamento suicida.

-Os doentes devem ser avisados que poderá ocorrer aumento de peso no início do tratamento; deverão ser adoptadas as medidas necessárias para minimizar esse risco (ver secção 4.8. Efeitos indesejáveis”).

-Mulheres em idade fértil: todas as mulheres em idade fértil (com possibilidade de engravidar) deverão receber aconselhamento médico especializado antes de iniciarem o tratamento (ver secção 4.6 “Gravidez e aleitamento”).

-Este medicamento contém 2,41 mmol (55,36 mg) de sódio por 4 ml. Esta informação deve ser tida em consideração em doentes com ingestão de sódio controlada.

4.5. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Efeitos do valproato nos outros medicamentos

-Neurolépticos, IMAO, antidepressivos e benzodiazepinas

O DEPAKINE pode potenciar o efeito dos outros psicotrópicos, tais como os neurolépticos, IMAO, antidepressivos e benzodiazepinas; aconselha-se uma vigilância clínica e um eventual ajuste da posologia.

-Fenobarbital

O DEPAKINE aumenta as concentrações plasmáticas do fenobarbital (devido a inibição do catabolismo hepático) podendo ocorrer sedação, mais frequente nas crianças. É necessário, portanto, efectuar-se uma vigilância clínica durante os primeiros quinze dias de tratamento com a associação, com redução imediata das doses de fenobarbital após os primeiros sinais de sedação, e eventual controlo das taxas plasmáticas do fenobarbital.

-Primidona

O DEPAKINE aumenta as taxas plasmáticas da primidona aumentando os seus efeitos indesejáveis (sedação). Após administração prolongada, esta interacção cessa. Deve efectuar-se uma vigilância clínica e uma eventual adaptação da posologia da primidona, mais particularmente no início da associação.

-Fenitoína

O DEPAKINE diminui a concentração plasmática total da fenitoína. Aumenta sobretudo a fracção livre de fenitoína, podendo provocar sinais de sobredosagem (o ácido valpróico desloca a fenitoína dos seus locais de fixação às proteínas plasmáticas e reduz o seu catabolismo hepático). Recomenda-se, pois, uma vigilância clínica. Quando se determinam os níveis plasmáticos de fenitoína, deve sobretudo ter-se em conta a forma livre.

-Carbamazepina

Foi referida toxicidade clínica quando o valproato foi administrado com a carbamazepina, já que o valproato pode potenciar os efeitos tóxicos da carbamazepina. Aconselha-se fazer uma vigilância clínica, especialmente no início da associação terapêutica com eventual ajuste da posologia.

-Lamotrigina

O valproato pode reduzir o metabolismo do lamotrigina e aumentar o seu tempo de semi-vida, podendo ser necessário um ajuste da posologia (diminuição da dose de lamotrigina).

Há sugestões, que carecem de ser provadas, que o risco de rash pode ser aumentado pela co-administração de lamotrigina com o ácido valpróico.

-Zidovudina

O valproato pode aumentar as concentrações plasmáticas de zidovudina, levando a um aumento da toxicidade da zidovudina.

Efeito de outros medicamentos sobre o valproato

Os antiepilépticos com efeito indutor enzimático (nomeadamente fenitoína, fenobarbital, carbamazepina) diminuem as concentrações séricas do valproato. Em caso de associação, ajustar a posologia em função dos níveis sanguíneos.

Por outro lado, a associação com felbamato e valproato pode aumentar as concentrações séricas do valproato. A dose de valproato deve ser monitorizada.

A mefloquina aumenta o metabolismo do ácido valpróico e possui, além disto, um efeito convulsivante, podendo surgir um risco de crises epilépticas em caso de associação.

A administração concomitante de valproato e de fármacos com uma fixação proteica importante pode conduzir a uma elevação dos níveis séricos livres de valproato.

A vigilância da taxa de protrombina deve ser efectuada em caso de administração concomitante de anticoagulantes dependentes da vitamina K.

A administração concomitante de cimetidina ou de eritromicina pode aumentar as taxas séricas de valproato (pela diminuição do seu metabolismo hepático).

Carbapenem (panipenem, meropenem, imipenem…): observou-se diminuição dos níveis plasmáticos de ácido valpróico por vezes associada a convulsões quando se associa ao valproato o panipenem ou o meropenem. Se a administração destes antibióticos for necessária, recomenda-se monitorizar os níveis de ácido valpróico.

Outras interacções:

Normalmente o valproato não possui qualquer efeito indutor enzimático, pelo que não diminui a eficácia dos estroprogestativos em mulheres que fazem contracepção hormonal.

4.6. Gravidez e aleitamento

O valproato de sódio é o medicamento de eleição para o tratamento de doentes com certos tipos de epilepsia tal como a epilepsia generalizada com ou sem mioclonia e/ou fotossensibilidade. Na epilepsia parcial o valproato de sódio só deverá ser utilizado em caso de resistência a outros medicamentos.

Risco associado a convulsões

Durante a gravidez a ocorrência de convulsões tónico-clónicas e estados epilépticos com hipóxia representam risco de morte quer para mãe quer para o feto.

Mulheres em idade fértil:

Antes do valproato de sódio ser prescrito, todas as mulheres em idade fértil (com possibilidade de engravidar) deverão receber aconselhamento médico especializado antes de iniciarem o tratamento. Devido ao risco de malformações congénitas deverá ser ponderado o risco versus benefício. No caso do tratamento com valproato de sódio ser mesmo necessário deverão ser tomadas precauções para minimizar os potenciais riscos teratogénicos.

Gravidez:

Com base na experiência adquirida em mães epilépticas tratadas com valproato, o risco associado ao uso de valproato durante a gravidez tem sido descrito como se segue:

Risco associado à epilepsia e aos antiepilépticos

Todas as mulheres em idade fértil (com possibilidade de engravidar) deverão receber aconselhamento médico especializado antes de iniciarem o tratamento, devido ao aumento do risco de malformações congénitas.

O tratamento com medicamentos antiepiléticos deverá ser reavaliado sempre que a mulher pretenda engravidar.

Demonstrou-se com todos os antiepilépticos que na descendência das mulheres epilépticas tratadas, a taxa global de malformações é 2 a 3 vezes superior à da população em geral (cerca de 3%). O tratamento com vários medicamentos antiepilépticos (politerapia) poderá estar associado a um maior risco de malformações congénitas relativamente ao tratamento com um único medicamento (monoterapia). Sempre que possível deverá ser utilizado um regime de medicamento único

(monoterapia). As malformações mais frequentemente encontradas são as fendas labiais e da cavidade oral, aparelho cardiovascular e tubo neural.

Foi referido raramente atraso de desenvolvimento em crianças cujas mães são epilépticas.

Apesar destes riscos potenciais não se deverá interromper de forma brusca o tratamento com antiepiléptico, dado que poderá despoletar crises cujas consequências poderão ser graves quer para a mãe quer para o feto.

Risco associado ao valproato de sódio

Nos animais: foi demonstrada a existência de efeitos teratogénicos no ratinho, rato e coelho.

Na espécie humana: Foi relatada uma maior incidência de malformações congénitas (que incluem, em particular, defeitos do tubo neural, hipospádias, dismorfia facial, malformações dos membros, malformações cardiovasculares e inúmeras anomalias que envolvem vários sistemas do organismo) em filhos de grávidas epilépticas tratadas com valproato de sódio, em comparação com as grávidas tratadas com outros antiepilépticos.

Alguns dados disponíveis sugerem associação entre a exposição ao valproato de sódio in-utero e o risco de atraso no desenvolvimento (frequentemente associado a malformações crânio-faciais), particularmente ao nível do coeficiente de inteligência (QI) verbal. O atraso no desenvolvimento é frequentemente associado a malformações e/ou dismorfismo facial. No entanto é muito difícil estabelecer uma relação causal, podendo existir factores que induzam confusão tais como: QI da mãe ou do pai, outros factores genéticos, sociais ou ambientais, ou pouco controle das convulsões maternas durante gravidez.

Considerando estes dados:

-Se uma mulher pretender planear uma gravidez, deverá aconselhar-se com o seu médico assistente. É oportuna a revisão da indicação do tratamento antiepiléptico, podendo ser equacionado um suplemento com ácido fólico antes da gravidez e em dose adequada, dado que poderá minimizar o risco de defeitos do tubo neural. A dose de ácido fólico recomendada desde a fase de planeamento da gravidez é de 5 mg diários.

-Se uma mulher planeia uma gravidez, a terapêutica com DEPAKINE deverá ser reavaliada qualquer que seja a indicação. No caso de tratamento de doença bipolar, a cessação da profilaxia com DEPAKINE deverá ser considerada. No caso de reavaliação da terapêutica com DEPAKINE, qualquer que seja a indicação terapêutica, e após avaliação cuidadosa do risco/benefício, se mantiver o tratamento durante a gravidez, recomenda-se o uso de DEPAKINE em doses mínimas eficazes, divididas ao longo do dia. O uso de formulações de libertação prolongada pode ser preferível a qualquer outro tipo de tratamento.

-Deverá ser feito tratamento em monoterapia com a dose diária mínima eficaz. É preferível que a administração seja feita em várias doses repartidas ao longo do dia, e a utilização de uma formulação de libertação prolongada.

-Dosagens diárias totais, ou individuais, elevadas estão associadas a gravidezes com evoluções desfavoráveis. A evidência aponta para uma associação entre picos plasmáticos elevados e doses individuais elevadas e malformações do tubo neural. A incidência das malformações do tubo neural aumenta com doses diárias maiores, sobretudo a partir de 1000 mg/dia.

-Durante a gravidez, um tratamento eficaz com valproato de sódio não deve ser interrompido. Contudo, deve ser efectuada uma vigilância pré-natal especializada (por meio de ecografias e outros meios complementares considerados adequados) para revelar uma possível existência de uma anomalia do tubo neural ou outra malformação.

-Risco para o recém-nascido:

Foram reportados casos excepcionais de síndrome hemorrágica em recém-nascidos cujas mães tomaram valproato de sódio durante a gravidez. Esta síndrome hemorrágica está relacionada com hipofibrogenémia; foi também reportada afibrogenia que pode ser fatal. Estas hipofibrogenémias estão possivelmente associadas com a diminuição dos factores de coagulação. No entanto, esta síndrome tem de ser distinguida da diminuição dos factores dependentes da vitamina K induzidos pelo fenobarbital e indutores enzimáticos.

Por tudo isto, deve efectuar-se a contagem de plaquetas, níveis de fibrinogénio plasmático, testes de coagulação e factores de coagulação, nos recém-nascidos.

Aleitamento:

Não há evidência de que as mulheres medicadas com valproato de sódio não devam amamentar.

4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

O doente deve ser avisado do risco de sonolência, especialmente nos casos em que existe politerapia anticonvulsiva ou associação com benzodiazepinas (ver secção 4.5. “Interacções medicamentosas”).

4.8. Efeitos indesejáveis

É utilizada a convenção MEDRA sobre frequência:

Muito frequentes (> 1/10)

Frequentes (> 1/100, < 1/10)

Pouco frequentes (> 1/1000, < 1/100)

Raros (> 1/10 000, < 1/1000)

Muito raros (< 1/10 000), incluindo comunicações isoladas Afecções hepatobiliares:

Raros: casos de disfunção hepática (ver secção 4.4.1. “Cuidados especiais”).

Doenças gastrointestinais:

Frequentes: náuseas, gastralgias e diarreia ocorreram frequentemente em doentes no início do tratamento, que desaparecem alguns dias após a descontinuação do tratamento.

Muito raros: casos de pancreatite por vezes fatal, foram notificados (ver secção 4.4.1. “Cuidados especiais”).

Doenças do metabolismo e da nutrição: Muito raros: hiponatrémia

Doenças do sistema nervoso: Pouco frequentes: ataxia

Muito raros: demência reversível associada a atrofia cerebral reversível; confusão; foram observados alguns estados de estupor ou letargia levando por vezes a coma transitório (encefalopatia) durante o tratamento com valproato de sódio; foram casos isolados ou associados a um aumento da ocorrência de convulsões durante a terapêutica, regredindo com a interrupção do tratamento ou com a diminuição da dose. Estes casos surgiram mais frequentemente após politerapia (em particular com o fenobarbital) ou com o aumento brusco da dose de valproato de sódio. Casos isolados e reversíveis de parkinsonismo. Foram também notificados casos transitórios e (ou) relacionados com a dose de tremor postural fino e sonolência, ambos. Casos de hiperamoniémia isolada e moderada, sem alteração dos parâmetros hepáticos, não devendo obrigar à interrupção do tratamento. Foi também referida hiperamoniémia associada a sintomas neurológicos. Nesses casos deve considerar-se investigação clínica posterior (ver secção 4.4.2. “Precauções”).

Doenças do sangue e do sistema linfático:

Raros: casos de anemia, leucopénia ou pancitopénia

Frequentes: trombocitopénia

Foram referidos casos de diminuição isolada do fibrinogénio ou prolongamento do tempo de hemorragia, geralmente sem sinais clínicos, sobretudo com doses elevadas (o valproato de sódio tem um efeito inibidor na segunda fase de agregação plaquetária) (ver também secção 4.6. “Gravidez e aleitamento”).

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos:

Muito raros: necrólise tóxica epidérmica, síndrome de Stevens-Jonhson e eritema multiforme.

Podem ocorrer reacções cutâneas com valproato de sódio tais como rash exantematoso. Foi também referida queda de cabelo transitória e/ou relacionada com a dose.

Doenças dos órgãos genitais e da mama: Amenorreia e irregularidades menstruais.

Vasculopatias: Vasculites

Afecção do ouvido e do labirinto:

Raros: perda de audição, reversíveis ou não, não tendo sido no entanto, estabelecida uma relação causa/efeito.

Doenças renais e urinárias: Muito raros: enurese.

Tem havido notificação de casos isolados de síndrome de Fanconi reversível associada à terapêutica com valproato de sódio, no entanto o modo de acção é ainda desconhecido.

Doenças do sistema imunitário: Reacções alérgicas.

Perturbações gerais e alterações no local de administração: Muito raros: edema periférico não grave.

Pode também ocorrer aumento de peso. Dado que o aumento de peso representa um factor de risco da síndrome do ovário poliquístico, este deve ser cuidadosamente vigiado (ver secção 4.4. “Advertências e precauções especiais de utilização”). Quando se usa o DEPAKINE intravenoso poderão ocorrer efeitos tais como náusea ou tonturas logo após a injecção. Estes desaparecem espontaneamente após alguns minutos.

4.9. Sobredosagem

Sinais de intoxicação aguda apresenta-se habitualmente sob a forma de coma, com hipotonia muscular, hiporreflexia, miose, diminuição da função respiratória, acidose metabólica.

Os sintomas podem no entanto variar e o reaparecimento de crises convulsivas foi referido em presença de taxas plasmáticas muito elevadas. Foram relatados casos de hipertensão intracraneana relacionados com edema cerebral.

As medidas a tomar em meio hospitalar são sintomáticas: lavagem gástrica (útil até 10­12 horas após a ingestão) e vigilância cardio-respiratória. A naloxona foi utilizada com sucesso em alguns casos isolados. Os óbitos surgem no quadro de sobredosagens massivas; no entanto o prognóstico destas intoxicações é geralmente favorável.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO DEPAKINE

5.1. Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 2.6 Sistema nervoso central. Antiepilépticos e anticonvulsivantes.

Código ATC: N03AG01.

Antiepiléptico de largo espectro.

O valproato exerce os seus efeitos farmacológicos essencialmente a nível do sistema nervoso central.

Os estudos de farmacologia animal mostraram que o DEPAKINE possui propriedades anticonvulsivas em diversos tipos de epilepsia experimental (crises generalizadas e parciais). Do mesmo modo, no homem, a actividade antiepiléptica do DEPAKINE evidencia-se nas diversas formas de epilepsia.

Embora não tenham sido realizados ensaios clínicos randomizados duplamente cegos, o valproato administrado por via IV tem demonstrado, em estudos abertos prospectivos e retrospectivos publicados, ser eficaz na resolução do “estado epiléptico” em doentes onde a terapêutica convencional de primeira linha, tais como benzodiazepinas e fenitoína, tenha falhado.

O principal mecanismo de acção parece estar ligado a um reforço da via GABAérgica.

Para além da actividade anticonvulsivante nos modelos animais de crises tónicas, clónicas, parciais e complexas, o valproato demonstrou actividade ansiolítica e antidepressiva em modelos de ansiedade e depressão. Tal como para outros fármacos antiepilépticos e para o lítio, o mecanismo de acção do valproato não é completamente conhecido. No entanto, a sua comprovada capacidade para potenciar a acção inibitória do GABA no SNC, parece desempenhar um papel importante quer na actividade antiepiléptica, quer na actividade de estabilização do humor. Existem evidências de que o valproato aumenta as concentrações de GABA no SNC e que as alterações de humor estão relacionadas com níveis de GABA anormalmente baixos. A redução da actividade neuronal excessiva foi também demonstrada e postula-se que contribui para os efeitos terapêuticos do valproato. É provável que outros neurotransmissores para além do GABA estejam implicados nas alterações de humor.

5.2. Propriedades farmacocinéticas

-Após administração oral ou intravenosa de Valproato de sódio, as biodisponibilidades são comparáveis e próximas de 100%.

-O volume de distribuição varia entre 0.1 a 0.4 L/Kg, o que sugere que a distribuição está limitada, essencialmente, ao sangue e aos líquidos extra celulares de troca rápida.

A concentração de ácido valpróico no L.C.R. (líquido cefalo-raquidiano) é próxima da concentração plasmática livre. O DEPAKINE atravessa a barreira placentária. A administração de Depakine em mulheres em período de aleitação conduz à presença do Depakine no leite em concentrações muito baixas (entre 1 e 10% da concentração sérica total).

-Por via oral, a concentração plasmática no estado de equilíbrio é rapidamente atingida (3 a 4 dias); com a forma injectável pode ser atingida em alguns minutos e mantida por perfusão intravenosa.

-A fixação proteica do valproato é muito importante. É dose dependente e saturável.

-A molécula do valproato é dialisável, sendo excretada apenas a fracção livre (cerca de

10%).

-Contrariamente à maior parte dos outros antiepilépticos, o valproato de sódio não acelera a sua própria degradação, nem as das outras substâncias tais como os estroprogestativos. Esta propriedade traduz a ausência de efeito indutor nas enzimas implicando o citocromo P450.

-A semi vida é de aproximadamente 8 a 20 horas. É normalmente mais curta nas crianças.

-A excreção do valproato é essencialmente feita por via urinária após a metabolização por glucoroconjugação e beta-oxidação.

5.3. Dados de segurança pré-clínica

A experiência animal evidencia um efeito teratogénico no ratinho, rato e coelho. Estudos de toxicidade crónica em animais revelaram diminuição de espermatogénese e atrofia testicular.

Os testes in vivo e in vitro não evidenciaram efeito genotóxico.

Os estudos de carcinogenicidade efectuados em ratos e ratinhos revelaram um aumento, estatisticamente significativo, na incidência de fibrosarcomas subcutâneos, em ratos macho, e adenomas e carcinomas pulmonares e hepáticos, em ratinhos macho. Não está esclarecida a relevância para a utilização clínica nem a relação de causalidade entre o aumento de incidência de tumores em ratinhos e ratos macho e a exposição ao valproato.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO DEPAKINE

6.1 Lista dos excipientes Água para injectáveis.

6.2. Incompatibilidades

Este medicamento não deve ser misturado com outros medicamentos, excepto os mencionados na secção 6.6. “Precauções especiais de eliminação e manuseamento”.

6.3. Prazo de validade
Embalagem fechada: 5 anos.

As soluções reconstituídas devem ser conservadas entre 2°C e 8°C até serem utilizadas (dentro de 24 horas no máximo).

6.4. Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura inferior a 25° C.

Condições de conservação do medicamento reconstituído, ver secção 6.3

6.5. Natureza e conteúdo do recipiente
Pó para solução injectável

Frasco para injectáveis de vidro tipo I, incolor com uma base lisa para liofilização, vedada por uma rolha de borracha clorobutil com ranhura, e revestida por uma capa de alumínio “crimp”.

Solvente para uso parentérico

Ampola de vidro tipo I ou II, incolor.

Frasco para injectáveis com 400 mg + ampola-solvente com 4 ml.

6.6. Precauções especiais de eliminação e manuseamento Depakine intravenoso:

Para reconstituir, injecte o solvente fornecido, deixe dissolver e retire a dose adequada. Depakine intravenoso deve ser reconstituído imediatamente antes de ser administrado, devendo as soluções de infusão que o contêm ser utilizadas num prazo de 24 horas. Qualquer porção não utilizada deve ser rejeitada.

Depakine intravenoso pode ser administrado directamente por injecção intravenosa lenta ou por infusão, utilizando uma linha de separação intravenosa se houver outros fármacos para perfundir.

Foi demonstrado existir compatibilidade físico-química com as soluções seguintes:

-Solução salina normal, 0.9g/100 ml (Soro fisiológico) -Dextrose 5g/100 ml

-Dextrose 10g/100 ml -Dextrose 20g/100 ml

-Dextrose 30g/100 ml

-Dextrose salina i.e. dextrose 2.5g + NaCl, 0.172g para 100 ml

-Bicarbonato de sódio, 0.14g/100 ml

-Trometamol (THAm), 3.66g + NaCl 0.172g para 100 ml,

a uma taxa de 400 mg de Depakine intravenoso em 500 ml de cada uma das soluções supramencionadas (excepto para o trometamol 250 ml).

A solução intravenosa é adequada para infusão em recipientes de PVC, polietileno ou de vidro.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

SANOFI-AVENTIS – Produtos Farmacêuticos, S.A.

Empreendimento Lagoas Park, Edifício 7- 3° Piso

2740-244 Porto Salvo


8. NÚMERO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO DO MERCADO

N° de registo: 8729418 – 4 frascos para injectáveis com 400 mg de pó para solução injectável + 4 ampolas de solvente para uso parentérico, 400 mg, Frasco para injectáveis de vidro tipo I.

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da primeira autorização: 10 de Outubro de 1995

Data da última renovação: 30 de Junho de 2003


10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO

21-11-2008.

Categorias
Topiramato

CARACTERÍSTICAS DO Topamax bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
Topamax

1. NOMEDO MEDICAMENTO

Topamax 25 mg comprimidos revestidos
Topamax 50 mg comprimidos revestidos
Topamax 100 mg comprimidos revestidos
Topamax 200 mg comprimidos revestidos
Topamax 15 mg cápsulas
Topamax 25 mg cápsulas
Topamax 50 mg cápsulas

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO Topamax
Comprimidos revestidos
Topamax está disponível em comprimidos revestidos para administração oral contendo 25, 50, 100 e 200 mg de topiramato.

Excipientes(s):
Lactose – 30,85 mg (Topamax 25 mg comprimidos revestidos) 61,7 mg (Topamax 50 mg comprimidos revestidos) 123,4 mg (Topamax 100 mg comprimidos revestidos) 43,5 mg (Topamax 200 mg comprimidos revestidos)

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

Cápsulas
Topamax está disponível em cápsulas para administração oral contendo 15 mg, 25 mg ou 50 mg de topiramato.

Excipiente(s):
Microgrânulos de sacarose – 41,4 mg (Topamax 15 mg cápsulas) 69 mg (Topamax 25 mg cápsulas) 138,37 mg (Topamax 50 mg cápsulas)

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO Topamax

Comprimido revestido
Cápsula

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO Topamax
4.1 Indicações terapêuticas

Epilepsia
Topamax está indicado como monoterapia em doentes com epilepsia recentemente diagnosticada ou para a conversão a monoterapia em doentes com epilepsia.

Topamax está indicado como terapêutica adjuvante para adultos e crianças, (de idade igual ou superior a 2 anos), com crises parciais ou crises generalizadas tónico-clónicas.

Topamax está também indicado como terapêutica adjuvante para adultos e crianças com crises associadas ao síndroma de Lennox-Gastault.

Enxaqueca

Topamax está indicado para a profilaxia da enxaqueca, em adultos. A utilidade de Topamax no tratamento agudo da enxaqueca não foi estudada.

4.2 Posologia e modo de administração
Generalidades
Para o controlo ideal, tanto em adultos como em crianças, recomenda-se que a terapêutica seja iniciada com uma dose baixa seguida de um ajuste posológico, até ser alcançada uma dose eficaz.

Topamax está disponível em comprimidos e cápsulas. Não se recomenda o fraccionamento dos comprimidos. As cápsulas podem ser administradas a doentes que não possam engolir os comprimidos, por exemplo crianças e idosos).

As cápsulas de Topamax podem ser engolidas inteiras, ou após abertura da cápsula, Administração com alimentos:

Pode deitar o conteúdo da cápsula numa pequena porção (colher de chá) de alimento mole, como compota de maçã, leite-creme, gelado, papas, pudim ou iogurte.

Segure a cápsula virada para cima de forma a ler a inscrição “TOP”.

Cuidadosamente rode a porção mais clara da cápsula. É mais fácil fazer esta operação sobre a pequena porção de alimento mole onde misturará os grânulos do conteúdo das cápsulas.

Espalhe todo o conteúdo da cápsula sobre a porção de alimento mole, certificando-se que a todo o conteúdo é transferido para o alimento.

Certifique-se que o doente engole imediatamente a porção de alimento mole. Deve evitar mastigar. Para assegurar que todo o alimento é engolido, dê ao doente líquidos imediatamente. Não guarde mistura de alimento e medicamento para utilização futura.

Administração sem alimentos:

As cápsulas de Topamax podem também ser engolidas inteiras.

Não é necessário monitorizar as concentrações plasmáticas de topiramato para optimizar a terapêutica com Topamax. Em ocasiões raras, a associação de Topamax à fenitoína pode exigir um ajuste da dose de fenitoína para obter um resultado clínico favorável. A associação ou interrupção de fenitoína e carbamazepina em terapêutica adjuvante com Topamax pode necessitar de ajuste da dose de Topamax.

Topamax pode ser tomado independentemente das refeições.

Terapêutica adjuvante da Epilepsia

Adultos
A titulação deve ser iniciada com 25- a 50 mg, administrados à noite, durante uma semana. Embora esteja descrito, a utilização de doses iniciais mais baixas não foi estudada sistematicamente. Posteriormente, a dose deve ser aumentada de 25 a 100 mg/dia, em intervalos de tempo semanais ou quinzenais, sendo a dose administrada em
duas tomas. O ajuste posológico deve depender do resultado clínico. Alguns doentes podem ser tratados com eficácia com uma dose única diária.

Em ensaios clínicos como terapêutica adjuvante, a dose de 200 mg foi a dose eficaz mais baixa estudada. Portanto, esta é considerada a dose eficaz mínima. A dose diária habitual é de 200-400 mg, dividida em duas tomas. Alguns doentes receberam uma dose máxima de 1600 mg por dia.

Uma vez que Topamax é removido do plasma por hemodiálise, deve ser administrada uma dose suplementar de Topamax, igual a aproximadamente metade da dose diária, nos dias de hemodiálise. A dose suplementar deve ser administrada em doses repartidas, no início e no final da hemodiálise. A dose suplementar pode ser diferente, com base nas características do equipamento de hemodiálise utilizado.

Estas recomendações posológicas aplicam-se a todos os adultos, incluindo idosos, na ausência de doença renal. (ver secção 4.4. Advertências e precauções especiais de utilização)

Crianças de idade igual ou superior a 2 anos
A dose total diária recomendada de Topamax como terapêutica adjuvante é de aproximadamente 5 a 9 mg/kg/dia, dividida em duas tomas. A titulação deve ser iniciada com 25 mg (ou menos, com base na variação de 1 a 3 mg/kg/dia) administrados à noite, durante a primeira semana. A posologia deve ser aumentada semanalmente ou quinzenalmente, com aumentos de 1 a 3 mg/kg/dia, (administrados em duas tomas diárias), para obter uma resposta clínica óptima. A titulação da dose deve ser feita de acordo com os resultados clínicos.
Doses diárias até 30 mg/kg/dia foram estudadas e foram geralmente bem toleradas.

Monoterapia na Epilepsia

Generalidades
Quando se suspende a administração simultânea de anti-epilépticos para se conseguir a monoterapia com topiramato, deverão ser considerados os efeitos que poderão ocorrer no controlo das convulsões.
A menos que aspectos de segurança exijam uma interrupção abrupta dos anti-epiléticos administrados concomitantemente, recomenda-se uma redução gradual, de aproximadamente um terço do anti-epilético administrado em simultâneo, de duas em duas semanas.
Quando se suspendem indutores enzimáticos, os níveis de topiramato aumentam. Se for clinicamente indicado, pode ser necessária uma diminuição na posologia de Topamax. Adultos
A titulação deve ser iniciada com 25 mg, administrados à noite, durante uma semana. A posologia pode ser aumentada em 25 ou 50 mg/dia, com intervalos de 1 ou 2 semanas, administrados em duas tomas. Se o doente não tolerar a titulação, podem ser efectuados
incrementos menores ou intervalos maiores entre cada aumento de dose. A posologia e a titulação devem ser efectuados de acordo com o resultado clínico.

A dose inicial recomendada para monoterapia com topiramato, em adultos, é de 100 mg/dia e a dose máxima diária recomendada é de 500 mg. Alguns doentes com formas refractárias de epilepsia toleraram 1000 mg/dia de topiramato, em monoterapia. Estas recomendações posológicas aplicam-se a todos os adultos incluindo idosos, na ausência de doença renal subjacente.

Crianças
0 tratamento de crianças de idade igual ou superior a 2 anos deve ser iniciado com 0,5 a
1 mg/dia, administrados à noite, durante uma semana. Esta dose pode ser aumentada em 0.50,5 a 1 mg/kg/dia, administrada em duas tomas, com intervalos de 1 ou 2 semanas. Se a criança não é capaz de tolerar o regime de titulação, podem ser efectuados incrementos menores ou intervalos maiores entre cada aumento de dose. A posologia e a titulação devem ser efectuadas de acordo com o resultado clínico.

A dose inicial recomendada para a monoterapia com topiramato em crianças de idade igual ou superior a 2 anos, é de 3 a 6 mg/kg/dia. Crianças com crises parciais recentemente diagnosticadas receberam doses até 500 mg/dia. Enxaqueca
A titulação deve ser iniciada com 25 mg, administrados à noite, durante 1uma semana. A dose deve ser então aumentada em 25 mg diários, com intervalos de 1uma semana. Se o doente não suportar o regime de titulação, podem ser considerados intervalos maiores entre os ajustes de dose.

A dose total diária de topiramato recomendada para tratamento profiláctico da enxaqueca é de 100 mg/dia, divididos em duas tomas. Alguns doentes podem sentir melhorias com uma dose diária total de 50 mg/dia. Alguns doentes tomaram uma dose total diária de 200 mg/dia. A posologia e a titulação devem ser efectuadas de acordo com o resultado clínico (ver secção 5.1. Propriedades Farmacodinâmicas).

4.3 Contra-indicações
Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes de Topamax.

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Em doentes com ou sem história de convulsões ou epilepsia, os anti-epilépticos, incluindo Topamax, devem ser retirados gradualmente para minimizar o potencial de convulsões ou o aumento da sua frequência. Nos ensaios clínicos reduzidas semanalmente em intervalos de 50 a 100 mg, em adultos com epilepsia, e em intervalos de 25 a 50 mg, em adultos a receber Topamax, numa dosagem até 100 mg/dia para a profilaxia da enxaqueca. Em ensaios clínicos com crianças, Topamax foi gradualmente retirado, durante um período de duas a oito semanas.
A via renal é a principal via de eliminação de topiramato inalterado e dos seus metabolitos. A eliminação renal depende da função renal e é independente da idade. Os doentes com insuficiência renal moderada ou grave podem necessitar de 10 a 15 dias até serem atingidas as concentrações plasmáticas no estado estacionário, comparativamente aos 4 a 8 dias observados em doentes com função renal normal.

Tal como sucede com todos os doentes, o esquema posológico de titulação deve ser orientado pelos resultados clínicos, isto é, controlo das crises, prevenção de efeitos secundários), tendo em conta que os insuficientes renais podem necessitar de um período de tempo mais prolongado até atingirem o estado estacionário em cada dose.

Uma adequada hidratação durante o tratamento com Topamax é muito importante. A hidratação pode reduzir o risco de nefrolitíase (ver abaixo). Uma adequada hidratação antes e durante actividades como o exercício físico ou a exposição a temperaturas elevadas pode reduzir o risco de efeitos adversos relacionadas com o calor (ver secção 4.8).

Perturbações do humor/Depressão
Foi observado um aumento de incidência de perturbações do humor e depressão durante o tratamento com topiramato.

Tentativa de suicídio
Foram notificados casos de ideação e comportamento suicida em doentes tratados com medicamentos antiepilépticos, em várias indicações terapêuticas. Uma meta-análise de ensaios aleatorizados de medicamentos anti-epilépticos, contra placebo, mostrou também um pequeno aumento do risco de ideação e comportamento suicida. Não é ainda conhecido o mecanismo que explica esse risco e dados disponíveis não excluem a possibilidade de um aumento do risco para o topiramato.
Os doentes devem ser monitorizados quanto aos sinais de ideação e comportamento suicida, devendo ser considerada a necessidade de tratamento mais adequado. Os doentes (e os prestadores de cuidados de saúde aos doentes) devem ser aconselhados a contactar o médico assim que surjam sinais de ideação e comportamento suicida.

Nas fases em dupla ocultação de ensaios clínicos com topiramato, em indicações aprovadas e em investigação, ocorreram tentativas de suicídio numa taxa de 0,003 com topiramato (13 eventos/3999 doentes por ano) versus uma taxa de 0 com placebo (0 ocorrências/1430 doentes por ano). Foi relatado um suicídio consumado num ensaio clínico em doença bipolar com um doente medicado com topiramato.

Nefrolitíase
Nalguns doentes, especialmente naqueles com predisposição para nefrolitíase, o risco de formação de cálculos renais e de ocorrência de sinais e sintomas associados, tais como, cólica renal, dor lombar ou dor nos flancos, pode ser superior. Recomenda-se hidratação adequada para reduzir este risco.
Os factores de risco para nefrolitíase incluem a formação prévia de cálculos, antecedentes familiares de nefrolitíase e hipercalciúria. Nenhum destes factores de risco permite prever de forma fidedigna a formação de cálculos durante o tratamento com topiramato. Além disso, os doentes em tratamento com outros medicamentos associados ao risco de nefrolitíase podem estar sujeitos a um maior risco.

Função hepática diminuída
Em doentes com alteração da função hepática, recomenda-se precaução na administração de topiramato, pois pode estar reduzida a depuração deste fármaco.

Miopia aguda e glaucoma secundário do ângulo fechado
Um síndroma consistindo em miopia aguda e glaucoma secundário do ângulo fechado foi descrito em doentes tratados com Topamax. Os sintomas incluem início agudo de diminuição da acuidade visual e/ou dor ocular. Os achados oculares incluem miopia, edema da câmara anterior, hiperemia ocular (vermelhidão) e aumento da pressão intraocular. A midríase pode estar ou não presente. Este síndroma pode estar associado com derrame supraciliar resultando no deslocamento anterior do cristalino e irís, com glaucoma secundário do ângulo fechado. Os sintomas ocorrem tipicamente dentro de um mês do início da terapêutica com Topamax. Em contraste com o glaucoma primário do ângulo fechado, que é raro em indivíduos com menos de 40 anos de idade, o glaucoma secundário do ângulo fechado associado a topiramato foi descrito em doentes em idade pediátrica, bem como em adultos. O tratamento inclui a interrupção de Topamax, tão rapidamente quanto possível e de acordo com a opinião do médico, e medidas adequadas para reduzir a pressão intraocular. Estas medidas geralmente resultam na diminuição da pressão intraocular.

Acidose metabólica
A acidose metabólica hiperclorémica, “non-anion gap”, isto é, redução do bicarbonato sérico abaixo dos níveis normais de referência, conduzindo a uma alcalose respiratória), está associada ao tratamento com topiramato. Esta redução do bicarbonato sérico deve-se ao efeito inibitório do topiramato na anidrase carbónica renal. Geralmente, a redução de bicarbonato ocorre no início do tratamento, podendo, no entanto, ocorrer em qualquer altura do tratamento. Estas reduções de bicarbonato são geralmente moderadas com reduções médias de 4 mmol/L para doses de 100 mg/dia de topiramato, em adultos, e de aproximadamente 6 mg/Kg/dia, em doentes pediátricos. Raramente os doentes apresentaram redução para valores inferiores a 10 mmol/L. Condições clínicas ou terapêuticas que predisponham para a acidose, (tais como, doenças renais, alterações respiratórias severas, estados epiléticos, diarreia, cirurgia, dieta cetogénica, ou certos fármacos), podem ter um efeito aditivo à redução de bicarbonato provocada pelo topiramato.
A acidose metabólica crónica, em doentes pediátricos, pode reduzir as taxas de crescimento. O efeito do topiramato no crescimento e nas sequelas ósseas não foi estudado sistematicamente em populações pediátricas ou adultas.
De acordo com a situação clínica inicial, uma avaliação adequada, incluindo níveis plasmáticos de bicarbonato, é recomendada durante o tratamento com topiramato. Se a acidose metabólica se desenvolver e persistir, deve ser tida em consideração a redução da dose ou a interrupção do tratamento com topiramato.

Suplemento alimentar
Deve ser considerada a administração de um suplemento alimentar ou aumento nada ingestão de alimentos em doentes que percam peso, durante a administração deste medicamento.

Topamax comprimidos revestidos contém lactose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este medicamento.

Topamax cápsulas contém sacarose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à frutose, malabsorção de glucose-galactose ou insuficiência de sacarase-isomaltase não devem tomar este medicamento.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Efeitos de Topamax sobre os outros fármacos anti-epilépticos A associação de Topamax a outros medicamentos anti-epilépticos (fenitoína, carbamazepina, ácido valpróico, fenobarbital, ou primidona) não afecta as suas concentrações plasmáticas no estado estacionário, excepto em doentes ocasionais em que a associação de Topamax à fenitoína pode provocar uma elevação das concentrações plasmáticas desta. Isto deve-se possivelmente à inibição da isoforma duma enzima polimórfica específica (CYP2C19). Consequentemente, em qualquer doente submetido a tratamento com fenitoína que apresenta sinais ou sintomas de toxicidade, deve proceder-se à monitorização dos níveis de fenitoína.

Um estudo de interacção farmacocinética com doentes epiléticos indicou que a adição do topiramato à lamotrigina não teve efeito nas concentrações plasmáticas desta, para dose de topiramato de 100 a 400 mg/dia. Para além disso, não houve alteração das concentrações plasmáticas de topiramato durante e após a interrupção do tratamento com lamotrigina (dose média de 327 mg/dia).

Efeitos dos outros fármacos anti-epilépticos sobre Topamax A fenitoína e a carbamazepina reduzem a concentração plasmática de topiramato. A associação ou interrupção do tratamento com fenitoína ou carbamazepina, à terapêutica com Topamax, pode requerer o ajuste posológico deste último. Estas alterações devem ser efectuadas por avaliação do efeito clínico. A associação ou interrupção do tratamento com ácido valpróico não produz alterações clinicamente significativas nas concentrações plasmáticas de topiramato pelo que, neste caso, não é necessário proceder ao ajuste posológico de Topamax.

Os resultados destas interacções estão resumidos no quadro seguinte:

FAE co-administrado
Topamax
Fenitoína
Carbamazepina (CBZ) Ácido Valpróico Fenobarbital Primidona

**
Concentração do FAE Concentração de

R
R

NE NE

**
casos isolados
R
NE FAE

Sem efeito sobre a concentração plasmática Aumento das concentrações plasmáticas em

Redução das concentrações plasmáticas Não estudado Fármaco anti-epiléptico

Outras Interacções Medicamentosas Digoxina
Num estudo de dose única, a área sob a curva (AUC) da concentração plasmática da digoxina sérica decresceu 12% devido à administração concomitante de Topamax. A relevância clínica desta observação não foi estabelecida. Quando se adiciona ou retira Topamax a doentes em que foi instituída uma terapêutica com digoxina, deve prestar-se especial atenção à monitorização da digoxina sérica.

Depressores do Sistema Nervoso Central
A administração concomitante de Topamax e álcool ou outros fármacos depressores do Sistema Nervoso Central não foi avaliada em estudos clínicos. Recomenda-se que Topamax não seja utilizado concomitantemente com álcool ou outros fármacos depressores do Sistema Nervoso Central.

Contraceptivos Orais
Num estudo de interacção farmacocinética, em voluntárias saudáveis, a administração concomitante de um contraceptivo oral, constituído por 1mg de noretindrona e 35 mcg etinilestradiol e Topamax em doses de 50 a 200 mg/dia administrado na ausência de outros fármacos, não estava associado a alterações significativas de exposição de qualquer componente do contraceptivo oral.
Num outro estudo, a exposição de etinilestradiol diminuiu de forma estatisticamente significativa, para doses de 200, 400 e 800 mg/dia de topiramato (18%, 21% e 30%, respectivamente), quando administrado como terapêutica adjuvante a doentes a tomar ácido valpróico. Em ambos os estudos, Topamax em doses de 50 mg/dia a 800 mg/dia, não afectou a significativamente a exposição a noretindrona. Apesar de existir uma
diminuição da exposição ao etinilestradiol para doses entre 200-800 mg/dia, não se registou alteração dependente da dose significativa na exposição ao etinilestradiol, para doses entre 50-200 mg/dia. O significado clínico das alterações não é conhecido. A possibilidade de diminuição da eficácia do contraceptivo e do aumento da hemorragia de privação devem ser tidas em consideração, para doentes a tomar contraceptivos orais combinados com Topamax. As doentes a tomar contraceptivos orais devem comunicar ao médico quaisquer alterações nos respectivos padrões hemorrágicos. A eficácia dos contraceptivos pode diminuir mesmo na ausência de alteração dos padrões hemorrágicos.

Lítio
Em voluntários saudáveis, foi observada uma redução de 18% da AUC na exposição sistémica de litío durante a administração concomitante de topiramato 200 mg/dia. Em doentes com doença bipolar, a farmacocinética do lítio não foi afectada durante o tratamento com topiramato 200 mg/dia. No entanto, foi observado um aumento de 26% da AUC na exposição sistémica ao lítio, após o tratamento com topiramato em doses até 600 mg/dia. Os níveis de lítio devem ser monitorizados quando co-administrado com topiramato.

Risperidona
Estudos de interacção fármaco-fármaco, conduzidos em condições de dose única ou dose múltipla, em voluntários saudáveis e em doentes bipolares, obtiveram resultados semelhantes. Quando administrada concomitantemente com topiramato em doses crescentes de 100, 200 e 400 mg/dia, houve uma redução da exposição sistémica da risperidona (16% e 33% da AUC em estado estacionário para as doses de 250 e 400 mg/dia respectivamente), quando esta foi administrada em doses que variaram entre 1 e 6 mg/dia. Na fracção antipsicótica activa total (risperidona e 9-hidroxirisperidona) foram observadas alterações mínimas da farmacocinética, não tendo sido observadas alterações para a 9-hidroxirisperidona isolada. Não foram observadas alterações clínicas significativas na exposição sistémica da fracção activa total da risperidona ou do topiramato. Assim, esta interacção não tem provavelmente relevância clínica.

Hidroclorotiazida (HCTZ):
Um estudo de interacção fármaco-fármaco em voluntários saudáveis avaliou a farmacocinética no estado estacionário da HCTZ (25 mg/dia) e do topiramato (96 mg de 12/12h), quando administrados isolada ou concomitantemente. Os resultados do estudo indicam que a Cmax de topiramato aumentou 2725% e a AUC aumentou 29%, quando a HCTZ foi adicionada ao topiramato. O significado clínico desta alteração não é conhecido. A adição de HCTZ ao tratamento com topiramato pode exigir um ajuste da dose de topiramato. A farmacocinética do estado estacionário da HCTZ não foi significativamente alterada com a administração de topiramato. Resultados laboratoriais indicam uma redução do potássio sérico após a administração de topiramato e HCTZ. Esta redução é mais acentuada quando a administração de topiramato e HCTZ é concomitante.
Metformina
Foi realizado um estudo de interacção fármaco-fármaco, em voluntários saudáveis, para avaliar a farmacocinética no estado estacionário da metformina e do topiramato no plasma, quando a metformina era administrada isoladamente e /ou concomitantemente com topiramato. Os resultados deste estudo mostram que a Cmáx média e a AUC média da metformina aumentavam em 18% e 25% respectivamente, enquanto que a CL/F média reduzia 20%, quando a metformina e o topiramato eram administrados simultaneamente. O topiramato não afectou a Tmáx da metformina. Não é claro o significado clínico do efeito do topiramato na farmacocinética da metformina. A depuração plasmática do topiramato oral parece ser reduzida quando administrada com a metformina. Desconhece-se a extensão do efeito na depuração. Desconhece-se o significado clínico do efeito da metformina na farmacocinética do topiramato. Quando Topamax é associado ou retirado em doentes a receberem tratamento com metformina deverá haver precaução em relação à monitorização de rotina para o controlo adequado da diabetes.

Pioglitazona
Um estudo de interacção fármaco-fármaco em voluntários saudáveis avaliou a farmacocinética no estado estacionário do topiramato e da pioglitazona, quando administrados isolados ou concomitantemente. Foi observada uma redução de 15% da AUCxss da pioglitazona, sem alteração da Cmax. Este resultado não foi estatisticamente significativo. Por outro lado, foi observada uma diminuição do hidroxi-metabolito de 13% e 16% na Cmax e AUGxss, assim como uma diminuição de 60% na Cmax e AUCxss do ceto-metabolito activo. Não se conhece o significado clínico destes resultados. Quando o topiramato é administrado em simultâneo com a pioglitazona ou vice-versa, deve dar-se especial atenção à monitorização de rotina para adequado controlo da diabetes.

Gliburide
Um estudo de interacção fármaco-fármaco em doentes com diabetes tipo II avaliou a farmacocinética no estado estacionário do gliburide (5 mg/dia) e do topiramato (150 mg/dia), quando administrados isolados ou concomitantemente. Observou-se uma diminuição de 25% na AUC24 de gliburide, quando administrado com topiramato. A exposição sistémica dos metabolitos activos 4-trans-hidroxi-gliburide (M1) e 3-cis-hidroxi-gliburide, reduziu 13% e 15% respectivamente. A farmacocinética em estado estacionário do topiramato não foi afectada pela administração concomitante de gliburide. Quando o topiramato é administrado em simultâneo com o gliburide ou vice-versa, deve dar-se especial atenção à monitorização de rotina para adequado controlo da diabetes.

Outras formas de interacção

Substâncias que predispõem para nefrolitíase
Quando utilizado concomitantemente com outras substâncias que possam predispor para nefrolitíase, Topamax pode aumentar o risco de nefrolitíase. Durante o tratamento
com Topamax devem ser evitadas estas substâncias, dado que podem criar um ambiente fisiológico que aumente o risco de formação de cálculos renais.

Ácido valpróico
A administração concomitante de topiramato e ácido valpróico está associada a hiperamoniémia com ou sem encefalopatia em doentes que toleraram estes fármacos quando administrados isoladamente. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas desaparecem com a descontinuação do tratamento. Este efeito indesejado não é devido a uma interacção farmacocinética. A relação da hiperamoniémia com a terapêutica com topiramato ou o tratamento concomitante com outro antiepilépico, não foi estabelecida.

4.6 Gravidez e Aleitamento

Gravidez
Todas as mulheres em idade fértil (com possibilidade de engravidar) deverão receber aconselhamento médico especializado antes de iniciarem o tratamento, devido ao aumento de risco de malformações congénitas.
O tratamento com fármacos anti-epilépticos deverá ser reavaliado sempre que a mulher pretender engravidar.
Em geral, o risco de malformações congénitas é 2 a 3 vezes maior nos descendentes de grávidas medicadas com anti-epilépticos durante a gravidez. As malformações mais frequentes afectam os lábios e cavidade oral, aparelho cardiovascular e tubo neural. O tratamento com vários fármacos anti-epilépticos (politerapia) poderá estar associado a um maior risco de malformações congénitas relativamente ao tratamento com um único medicamento (monoterapia). Sempre que possível os regimes de politerapia deverão ser simplificados.
O tratamento com anti-epilépticos não deverá ser interrompido subitamente uma vez que pode aumentar o risco de crises epilépticas com consequências graves para a mãe e/ou para o feto.
Em estudos pré-clínicos, topiramato revelou ser teratogénico nos modelos animais estudados (ratinhos, ratos e coelhos). Em ratos, o topiramato atravessa a barreira placentária.
Não existem estudos sobre a utilização de Topamax na mulher grávida. No entanto, Topamax só deverá ser utilizado durante a gravidez se os benefícios potenciais compensarem o risco potencial.

Aleitamento
O topiramato é excretado no leite de fêmeas lactantes de ratos. A excreção de topiramato no leite humano não foi avaliada em ensaios controlados. Observações limitadas em doentes sugerem uma excreção extensa do topiramato no leite materno. Uma vez que um grande número de fármacos são excretados no leite humano, deverá ser ponderada a decisão de interromper o aleitamento ou o fármaco, tendo em consideração a importância do fármaco para a mãe.
Na experiência pós- comercialização, foram relatados casos de hipospádias em crianças do sexo masculino expostas in utero ao topiramato, na presença ou não de outros anticonvulsivantes. No entanto, não foi estabelecida uma relação causal com topiramato.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de condução e utilização de máquinas

Topamax actua sobre o Sistema Nervoso Central e pode provocar sonolência, tonturas ou outros sintomas relacionados. Pode também causar distúrbios visuais e/ou visão turva.Estes efeitos adversos podem ser potencialmente perigosos em doentes que conduzam veículos ou operem máquinas, particularmente até ser estabelecida a experiência individual do doente com o medicamento.

4.8 Efeitos indesejáveis

As reacções adversas relatadas foram classificadas utilizando os termos de um dicionário da OMS-ART modificado. A maioria dos efeitos indesejáveis, mais comuns nos ensaios clínicos, foi ligeira a moderadamente grave e dependente de dose. Estes efeitos indesejáveis dependentes de dose, iniciaram-se tipicamente na fase de titulação, mantendo-se na fase de manutenção de dose, mas raramente tiveram início da fase de manutenção. Uma titulação rápida e com doses iniciais elevadas foram associadas a maior incidência de efeitos indesejáveis, conduzindo à interrupção do tratamento.

Ensaios Clínicos na Terapêutica Adjuvante da Epilepsia
Uma vez que Topamax tem sido muito frequentemente co-administrado com outros medicamentos anti-epilépticos, não é possível determinar quais os agentes, se existir algum, que estiveram associados aos acontecimentos adversos.

Adultos
Em ensaios clínicos em dupla ocultação, alguns dos quais incluíram um período rápido de titulação inicial, os acontecimentos adversos, que ocorreram com frequência igual ou superior a 5% e com maior incidência nos doentes adultos tratados com topiramato, do que no grupo placebo, incluíram: sonolência, tonturas, nervosismo, ataxia, fadiga, perturbações na fala/ ou problemas no discurso, lentificação psicomotora, visão anormal, dificuldades inespecíficas na memória, confusão, parestesia, diplopia, anorexia, nistagmo, náusea, redução do peso corporal, problemas na linguagem, dificuldade de concentração/ ou atenção, depressão, dor abdominal, astenia e alterações do humor.
Os acontecimentos adversos que ocorreram com menor frequência, mas considerados potencialmente importantes do ponto de vista clínico, incluíram: alterações do paladar, agitação, problemas inespecíficos da cognição, labilidade emocional, problemas de coordenação, marcha anormal, apatia, sintomas psicóticos/ ou psicoses, reacção agressiva/ ou comportamento agressivo, ideação ou tentativa de suicídio, leucopenia e nefrolitíase. Também foram referidos casos isolados de fenómenos tromboembólicos, embora não tenha sido estabelecida uma relação causal com o fármaco.
Crianças
Em ensaios clínicos em dupla ocultação, os acontecimentos adversos que ocorreram com frequência igual ou superior a 5% e com uma maior incidência nos doentes pediátricos tratados com topiramato do que no grupo placebo, incluíram: sonolência, anorexia, fadiga, nervosismo, perturbações da personalidade, dificuldade na concentração/ ou atenção, reacção agressiva, redução do peso corporal, marcha anormal, perturbações do humor, ataxia, sialorreia, náusea, dificuldades inespecíficas da memória, hipercinésia, tonturas, perturbações da fala ou problemas relacionados com o discurso, e parestesias.
Os acontecimentos adversos que ocorreram com menor frequência mas considerados potencialmente importantes do ponto de vista clínico, incluíram: labilidade emocional, agitação, apatia, problemas inespecíficos da cognição, lentificação psicomotora, confusão, alucinação, depressão e leucopenia.

Ensaios Clínicos na Monoterapia da Epilepsia
Qualitativamente, o tipo de acontecimentos adversos observados em ensaios clínicos realizados em monoterapia foi geralmente idêntico aos observados durante os ensaios em terapêutica adjuvante. Com excepção das parestesias e da fadiga, estes acontecimentos adversos foram descritos com incidência idêntica ou menor nos ensaios em monoterapia.

Adultos
Em ensaios clínicos, os acontecimentos adversos clinicamente relevantes que ocorreram com incidência igual ou superior a 10%, nos doentes adultos tratados com topiramato, incluíram: parestesias, cefaleias, tonturas, fadiga, sonolência, redução do peso corporal, náuseas, e anorexia.

Crianças
Em ensaios clínicos, os acontecimentos adversos clinicamente relevantes que ocorreram com incidência igual ou superior a 10%, nos doentes em idade pediátrica tratados com topiramato, incluíram: cefaleias, fadiga, anorexia e sonolência.

Ensaios Clínicos na Profilaxia da Enxaqueca
Em ensaios clínicos em dupla ocultação, os acontecimentos adversos clinicamente relevantes que ocorreram com frequência igual ou superior a 5 % e com maior incidência nos doentes tratados com topiramato do que no grupo placebo, incluíram: fadiga, parestesias, tonturas, hipoestesia, perturbações do discurso, náusea, diarreia, dispepsia, boca seca, redução do peso corporal, anorexia, sonolência, dificuldades inespecíficas da memória, dificuldade de concentração/ ou atenção, insónia, ansiedade, alteração do humor, depressão, alteração do paladar, e alteração da visão. Doentes tratados com topiramato experimentaram alterações médias do peso corporal, dependentes de dose. Estas alterações não se verificaram no grupo placebo. Variações médias de 0.0, – 2.3 %, -3,2% e – 3,8 % foram verificadas no grupo placebo e no grupo de topiramato com doses de 50, 100 e 200 mg, respectivamente.
Testes laboratoriais

Os resultados dos estudos clínicos indicam que o topiramato foi associado a uma redução média de 4 mmol/lL nos níveis séricos de bicarbonato (ver secção 4.4. Advertências e precauções especiais de utilização).

Num ensaio clínico duplamente cego foi observada hipocaliémia (definida como diminuição da concentração sérica de potássio para valores inferiores a 3,5 mmol/L), em 0,4% de indivíduos tratados com topiramato, comparado com 0,1% de indivíduos tratados com placebo.

Pós-comercialização e outras experiências

Para além dos acontecimentos adversos reportados durante os ensaios clínicos com Topamax, foram reportados, em todo o mundo, os seguintes acontecimentos adversos em doentes tratados com topiramato após a Autorização de Introdução de Mercado. As reacções adversas espontâneas relatadas, durante a fase pós-comercialização, com Topamax, estão incluídas na tabela abaixo.
As reacções adversas estão organizadas segundo a sua frequência, utilizando a seguinte convenção, calculada por doente/ano estimado de exposição.

Muito frequente > 1/10
Frequente > 1/100 e <1/10
Pouco frequente > 1/1000 e <1/100
Raro > 1/10 000 e <1/1000
Muito Raro <1/10 000

As frequências descritas abaixo reflectem as taxas de reacções adversas relatadas espontaneamente e não representam estimativas mais precisas do que as que podem ser obtidas através dos estudos clínicos.

Reacções adversas espontâneas relatadas, durante a fase de pós-comercialização
Doenças do sangue e do sistema linfático Muito raro: leucopenia e neutropenia, trombocitopenia.
Doenças do metabolismo e da nutrição Raro: anorexia.
Muito raro: acidose metabolica (ver secção 4.4), redução do apetite, hiperamoniémia (ver secção 4.5).
Doenças do foro psiquiátrico Raro: depressão (ver secção 4.4), agitação e sonolência.
Muito raro: insónia, estado confusional, alterações psicóticas, agressão, halucinações, ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio (ver secção 4.4), alteração na linguagem.
Doenças do sistema nervoso Raro: parestesias, convulsões, cefaleias. Muito Raro: alterações do discurso, disgeusia, amenésia, alterações da memória, convulsões por interrupção do tratamento (ver secção 4.4).
Afecções oculares Raro: alterações da visão, visão turva. Muito raro: miopia, glaucoma do ângulo fechado (ver secção 4.4), dor ocular.
Doenças gastrintestinais Raro: náusea.
Muito Raro: diarreia, dor abdominal e vómitos.
Alterações dos tecidos cutâneos e subcutâneos Raro: alopécia. Muito Raro: eritema.
Doenças renais e urinárias Raro: nefrolitíase (ver secção 4.4)
Perturbações gerais e alterações no local de administração Raro: fadiga.
Muito raro: pirexia, sensação de mau estar, astenia.
Exames complementares de diagnóstico Raro: redução do peso corporal.

Foram reportados casos de diminuição da função hepática em doentes tratados com Topamax, com e sem outra medicação associada.
Foram recebidos relatos isolados de hepatite e insuficiência hepática que ocorreram em doentes que tomavam vários medicamentos, enquanto estavam a ser tratados com o Topamax. Foram igualmente relatados casos isolados de pele bulhosa e reacções da mucosa, (incluindo eritema multiforme, pênfigo, síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica). A maioria destes casos ocorrereu em doentes que tomavam outros medicamentos, também associados com o aparecimento de pele bulhosa e de reacções da mucosa.

Foi raramente relatada oligohidrose com o tratamento com topiramato. A maioria destes casos foi verificada em crianças.

4.9 Sobredosagem Sinais e sintomas
Foram descritos casos de sobredosagem decom topiramato. Os sinais e sintomas incluíram: convulsões, sonolência, perturbações da fala, visão turva, diplopia, défice intelectual, letargia, coordenação anormal, torpor, hipotensão, dor abdominal, agitação, tonturas e depressão. As consequências clínicas não foram graves na maioria dos casos, mas foram relatadas mortes após sobredosagens decom politerapia envolvendo topiramato.
A sobredosagem com topiramato pode causar acidose metabólica grave (ver secção 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização).
Um doente que ingeriu uma dose calculada entre 96 e 110 g de topiramato foi admitido no hospital em coma que durou 20-24 horas, seguido de recuperação total após 3-4 dias.

Tratamento
Em caso de sobredosagem aguda de topiramato, se a ingestão for recente, deve-se esvaziar-se o estômago imediatamente por lavagem ou por indução de emese. O carvão activado mostrou adsorver topiramato in vitro. Deve ser efectuado um tratamento de suporte apropriado. A hemodiálise constitui um meio eficaz para a remoção do topiramato do organismo. Os doentes devem ser bem hidratados.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO Topamax
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.6. Sistema nervoso central. Antipiléticos e
anticonvulsivantes
Código ATC: N03AX11

Química
O topiramato é quimicamente designado como 2,3:4,5-bis-O-(1-metiletilideno) P-D fructopiranose sulfamato. A fórmula molecular é C12H21NO8S. O peso molecular é de 339,36. O topiramato é um pó branco cristalino com sabor amargo. O topiramato é mais solúvel em soluções alcalinas contendo hidróxido de sódio ou fosfato de sódio, com um pH de 9 a 10. Facilmente solúvel em acetona, clorofórmio, dimetilsulfóxido e etanol. A solubilidade na água é de 9,8 mg/ml. A sua solução saturada tem um pH de 6,3.

O topiramato é classificado como um monossacárido sulfamato-substituído. Desconhece-se o mecanismo pelo qual o topiramato exerce o seu efeito anticonvulsivante. Os estudos electrofisiológicos e bioquímicos em culturas de neurónios identificaram três propriedades farmacológicas, que podem contribuir para a eficácia anticonvulsivante do topiramato.
O topiramato reduz a frequência com que os potenciais de acção são gerados quando os neurónios são submetidos a uma despolarização prolongada, indicativa de um bloqueio dos canais de sódio estado-dependente.
O topiramato aumenta a frequência com que os receptores GABAA são activados pelo Y-aminobutirato (GABA), e aumenta a capacidade do GABA induzir o fluxo de iões cloreto nos neurónios, sugerindo que o topiramato potência a actividade deste neurotransmissor inibitório.

Este efeito não foi bloqueado pelo flumazenil, um antagonista das benzodiazepinas, nem o topiramato aumentou a duração do tempo de abertura do canal, diferenciando o topiramato dos barbitúricos que modulam os receptores GABAA. Como o perfil anti-epilético do topiramato difere acentuadamente do das benzodiazepinas, pode modular um subtipo do receptor GABAA insensível às benzodiazepinas. O topiramato antagoniza a capacidade do kainato em activar os receptores do aminoácido excitatório (glutamato), do subtipo kainato/AMPA (áa-amino-3-hidroxi-5-metilisoxazole-4-ácido propiónico), mas não teve efeito aparente na actividade de N-metil-D-aspartato (NMDA) nos receptores do subtipo NMDA. Estes efeitos do topiramato estavam dependentes da concentração num intervalo de 1 mcM a 200 mcM, com um mínimo de actividade de 1 mcM a 10 mcM. Além disto, o topiramato inibe algumas isoenzimas da anidrase carbónica. Este efeito farmacológico é muito mais fraco do que o da acetazolamida, um conhecido inibidor da anidrase carbónica, e supõe-se que não constitui um dos principais componentes da actividade anti-epiléptica do topiramato.

Em estudos animais o topiramato apresenta actividade anticonvulsivante nos testes de crises máximas por electrochoques (MES) em ratos e ratinhos e é eficaz em modelos de epilepsia de roedores, o qual inclui crises tónicas e ausência de crises no rato espontaneamente epiléptico (SER) e crises tónicas e clónicas induzidas nos ratos por inflamação da amígdala ou por isquémia global.
O topiramato é apenas fracamente eficaz no bloqueio das crises clónicas induzidas pelo antagonista do receptor GABAA, pentilenetetrazol.
Estudos realizados em ratinhos em que foi efectuada a administração em simultâneo do topiramato e carbamazepina ou fenobarbital, mostraram actividade anticonvulsivante sinérgica, enquanto que a associação com a fenitoína mostrou actividade anticonvulsivante aditiva. Em ensaios clínicos na terapêutica adjuvante, bem controlados, não foi demonstrada nenhuma correlação entre os níveis plasmáticos de topiramato e a sua eficácia clínica. Em seres humanos, não se demonstrou qualquer evidência de tolerância.

5.2 Propriedades farmacocinéticas

As formulações dos comprimidos e cápsulas são bioequivalentes.
O perfil farmacocinético de topiramato em comparação com outros fármacos anti-
epilépticos mostra uma longa semivida plasmática, farmacocinética linear, depuração
predominantemente renal, ausência de ligação significativa às proteínas plasmáticas e ausência de metabolitos activos clinicamente relevantes.
O topiramato não é um indutor potente das enzimas metabolizadoras de fármacos e pode ser administrado independentemente das refeições, não sendo necessária monitorização das concentrações plasmáticas do topiramato. Em ensaios clínicos, não houve nenhuma relação consistente entre as concentrações plasmáticas e a eficácia ou acontecimentos adversos.

O topiramato é bem absorvido, e de forma rápida. Após a administração por via oral de 100 mg de topiramato em voluntários saudáveis, atingiu-se uma média de concentração plasmática máxima (Cmáx) de 1,5 mcg/ml em 2 a 3 horas (Tmáx). Com base na radioactividade recuperada na urina, a extensão média da absorção duma dose de 100mg de C14-topiramato foi de pelo menos 81%. A ingestão de alimentos não exerce um efeito clinicamente significativo sobre a biodisponibilidade do topiramato. Geralmente 13-17% de topiramato liga-se às proteínas plasmáticas. Observou-se uma baixa capacidade de ligação do topiramato nos eritrócitos que são saturáveis para concentrações plasmáticas superiores a 4 mcg/ml. O volume de distribuição varia inversamente com a dose. O volume médio aparente de distribuição foi de 0,80 – 0,55 l/kg para uma dose única de 100 a 1200 mg. Detectou-se um efeito do sexo no volume de distribuição, com valores para o sexo feminino de cerca de 50% dos do sexo masculino. Este aspecto é atribuído à maior percentagem de gordura em mulheres, e não tem consequências clínicas.

O topiramato não é extensamente metabolizado (~ 20%) nos voluntários saudáveis. O topiramato é metabolizado até 50% em doentes a receberem uma terapêutica anti-epilética concomitante com indutores conhecidos das enzimas metabolizadoras de fármacos. Seis metabolitos, formados por hidroxilação, hidrólise e glucoconjugação foram isolados, caracterizados e identificados a partir do plasma, urina e fezes de seres humanos. Cada metabolito representa menos de 3% da radioactividade total excretada após a administração de C14-topiramato. Testaram-se dois metabolitos, que retiveram a maior parte da estrutura do topiramato, e verificou-se que possuíam pouca ou nenhuma actividade anticonvulsivante.
Em seres humanos, a principal via de eliminação do topiramato inalterado e dos seus metabolitos é a renal (pelo menos 81% da dose). Aproximadamente 66% da dose de C14 -topiramato foi excretada na forma intacta na urina, em quatro dias. Após a administração de 50 mg e 100 mg de topiramato, duas vezes ao dia, a média da depuração renal foi de aproximadamente 18 ml/min e 17 ml/min, respectivamente. Existe evidência de reabsorção tubular renal do topiramato. Este facto é apoiado por estudos em ratos em que o topiramato foi administrado em associação com o probenecide e observou-se um aumento significativo na depuração renal. Em geral, no ser humano, a depuração plasmática é de aproximadamente 20 a 30 ml/min, após a administração oral.
O topiramato exibe uma baixa variabilidade inter-individual nas concentrações plasmáticas e, consequentemente, tem uma farmacocinética previsível. A farmacocinética do topiramato é linear, com uma depuração plasmática permanecendo
constante, e um aumento da área sob a curva da concentração plasmática proporcional à dose, para doses orais únicas compreendidas entre 100 e 400 mg em voluntários saudáveis. Os doentes com função renal normal podem necessitar de 4 a 8 dias até atingirem concentrações plasmáticas no estado estacionário. A Cmáx média após a administração por via oral de doses múltiplas de 100 mg, duas vezes ao dia, em voluntários saudáveis, foi de 6,76 mcg/ml. Após a administração de doses múltiplas de 50 mg e 100 mg de topiramato, duas vezes por dia, a semi-vida de eliminação plasmática média foi de aproximadamente 21 horas.

A administração simultânea de doses múltiplas de topiramato, 100 mg a 400 mg, duas vezes por dia, com fenitoína ou carbamazepina mostra um aumento proporcional à dose nas concentrações plasmáticas de topiramato.
A depuração plasmática e renal de topiramato sofre uma redução nos doentes com insuficiência renal (CLcr << 60 ml/min), e a depuração plasmática encontra-se reduzida nos doentes renais em estadio terminal. Como resultado, são esperadas concentrações plasmáticas mais elevadas no estado estacionário para uma dose determinada em doentes com insuficiência renal, comparativamente a doentes com função renal normal. O topiramato é removido eficazmente a partir do plasma por hemodiálise.
A depuração plasmática do topiramato está reduzida nos doentes com insuficiência hepática moderada a grave.
A depuração plasmática do topiramato mantém-se inalterada nos idosos, na ausência de doença renal subjacente.

Farmacocinética em crianças até 12 anos de idade
A farmacocinética do topiramato em crianças, como nos adultos, em terapêutica adjuvante, é linear, com depuração independente da dose, e as concentrações plasmáticas no estado estacionário aumentando proporcionalmente à dose. No entanto, as crianças têm uma maior depuração e uma semivida de eliminação mais curta. Consequentemente, em crianças, as concentrações plasmáticas de topiramato para a mesma dose em mg/kg deve ser mais baixa comparativamente aos adultos. Como nos adultos, os fármacos anti-epilépticos indutores das enzimas hepáticas diminuem as concentrações plasmáticas no estado estacionário.

5.3 Dados de segurança pré-clínica

A exposição aguda e a longo prazo de ratinhos, ratos, cães e coelhos ao topiramato foi bem tolerada.
Observou-se hiperplasia das células epiteliais gástricas apenas em roedores e nos ratos, a qual foi reversível após 9 semanas sem tratamento.

Foram observados tumores no músculo liso da bexiga apenas em ratinhos (doses por via oral até 300 mg/kg durante 21 meses) e parece ser um efeito único nesta espécie. Uma vez que não existe ensaio aplicável ao homem não foram considerados clinicamente relevantes. Estes achados não foram observados no estudo de carcinogenicidade do rato
(doses orais até 120 mg/kg/dia, durante 24 meses). Outros efeitos toxicológicos e patológicos de topiramato observados nestes estudos, podem estar relacionados com a fraca indução das enzimas metabolizadoras de fármacos ou pela fraca inibição da anidrase carbónica.
Apesar da toxicidade materna e paterna em doses tão baixas como 8 mg/kg/dia, não se observou nenhum efeito na fertilidade, nos machos ou fêmeas dos ratos, com doses até 100 mg/dia.

À semelhança do que se passa com os outros fármacos, o topiramato revelou-se teratogénico em modelos animais estudados (ratinhos, ratos e coelhos). No ratinho, o peso dos fetos e a ossificação do esqueleto sofreram uma redução com a dose de 500 mg/kg/dia, juntamente com toxicidade materna. Especialmente, os números de malformações fetais em ratinhos aumentaram em todos os grupos tratados com o fármaco (20, 100 e 500 mg/kg/dia), mas não se observaram, para além disso, diferenças significativas ou relações na dose-resposta em malformações específicas, sugestivas de que possam estar envolvidos outros factores tais como a toxicidade materna.

Em ratos, a toxicidade materna e toxicidade embrionária/fetal relacionada com a dose (redução no peso fetal e/ou ossificação do esqueleto) foi observada em doses até 20 mg/kg/dia, com efeitos teratogénicos (defeitos nos membros inferiores e dos dedos) com doses de 400 mg/kg/dia e superiores. Em coelhos, a toxicidade materna relacionada com a dose foi observada em doses até 10 mg/kg/dia, com toxicidade embrionária/fetal (aumento de letalidade) até 35 mg/kg/dia, e efeitos teratogénicos (malformações nas costelas e vértebras) com doses de 120 mg/kg/dia.

Os efeitos teratogénicos observados nos ratos e coelhos eram semelhantes aos verificados com os inibidores da anidrase carbónica, não tendo estado associados a malformações nos seres humanos. Os efeitos no crescimento foram igualmente evidenciados por pesos mais baixos à nascença e durante o aleitamento para os recém-nascidos de ratos-fêmea que receberam 20 ou 100 mg/kg/dia durante a gestação e o aleitamento. Em ratos, o topiramato atravessa a barreira placentária. Numa bateria de testes de mutagenicidade in vitro e in vivo, o topiramato não revelou potencial genotóxico.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO Topamax
6.1 Lista dos excipientes

Comprimidos revestidos
Lactose monohidratada, celulose microcristalina, carboximetilamido sódico, amido pregelatinizado, esterato de magnésio, cera de carnaúba, OPADRY YS-1-7706-G branco (comprimidos revestidos 25 mg), OPADRY YS-1-6382-G amarelo claro (comprimidos revestidos 50 mg), OPADRY YS-1-6370-G amarelo (comprimidos revestidos 100 mg), OPADRY YS-1-1456-G rosa (comprimidos revestidos 200 mg).
Cápsulas
Núcleos: microgrânulos de sacarose e amido de milho, povidona, acetato de celulose. Cápsulas de gelatina: gelatina, dióxido de titânio, tinta de impressão Opacode S-1-
17720 preta.

6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.

6.3 Prazo de validade
Comprimidos revestidos 3 anos.

Cápsulas 2 anos

6.4 Precauções Especiais de Conservação
Comprimidos revestidos
Não conservar acima de 25°C. Proteger da humidade. Cápsulas
Não conservar acima de 25°C.
Manter este e outros medicamentos fora do alcance e da vista das crianças. Não conservar a mistura do fármaco com comida.

6.5 Natureza e Conteúdo do Recipiente
Comprimidos revestidos
Blisters de alumínio/alumínio contendo 20 e 60 comprimidos a 25 mg, 50 mg, 100 mg e 200 mg.

Topamax encontra-se disponível na forma de comprimidos revestidos, redondos, com gravação em relevo, nas seguintes dosagens e cores: 25 mg – branco, 50 mg – amarelo claro, 100 mg – amarelo e 200 mg – salmão.

Os comprimidos têm as seguintes gravações: 25 mg – “”TOP”” numa das faces; e “25” na outra; 50 mg – “”TOP”” numa das faces; e “50” na outra; 100 mg – “”TOP”” numa das faces; e “100” na outra; 200 mg – “”TOP”” numa das faces; e “200” na outra.

Cápsulas
Disponível em frascos de polietileno de alta densidade opacos fechados contendo 20 e 60 cápsulas.

Topamax encontra-se disponível na forma de cápsulas. O produto acabado é fornecido
em cápsulas de gelatina com corpo branco e tampa transparente, contendo esferas
pequenas de cor branca a esbranquiçada.
As cápsulas têm impresso em cor preta a seguinte informação:
15 mg – “”TOP”” na tampa e 15 mg no corpo da cápsula;
25 mg – “”TOP”” na tampa e 25 mg no corpo da cápsula;
50 mg – “TOP” na tampa e 50 mg no corpo da cápsula.

6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento

Não existem requisitos especiais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

JANS SEN-CILAG FARMACÊUTICA, LDA.
Estrada Consiglieri Pedroso, 69 A – Queluz de Baixo – 2734-503 Barcarena

8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Comprimidos N° de registo: N° de registo: N° de registo: N° de registo: N° de registo: N° de registo: N° de registo: N° de registo: N° de registo: revestidos
3480795 -3480894 -3480993 -3481090 -3481199 -5320197 –
3481298 –
3481397 –
3481496 –

20 comprimidos, 60 comprimidos, 20 comprimidos, 60 comprimidos, 20 comprimidos, 30 comprimidos, 60 comprimidos, 20 comprimidos, 60 comprimidos,

25 mg, blister Alu/Alu 25 mg, blister Alu/Alu 50 mg, blister Alu/Alu 50 mg, blister Alu/Alu 100 mg, blister Alu/Alu 100 mg, blister Alu/Alu 100 mg, blister Alu/Alu 200 mg, blister Alu/Alu 200 mg, blister Alu/Alu

Cápsulas
N° de registo: 3221496
N° de registo: 3221595
N° de registo: 3221694
N° de registo: 3221793

20 cápsulas, 15 mg, frasco HDPE 60 cápsulas, 15 mg, frasco HDPE 60 cápsulas, 25 mg, frasco HDPE 60 cápsulas, 50 mg, frasco HDPE

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Comprimidos revestidos
Data da primeira autorização: 14 de Dezembro de 1996 Data da última renovação: 14 Dezembro 2001

Cápsulas
Data da primeira autorização: 12 de Junho de 2000 Data da última renovação: 19 Junho 2005

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
22-01-2009

Categorias
Gabapentina

CARACTERÍSTICAS DO Neurontin bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
Neurontin

1. NOME DO MEDICAMENTO NEURONTIN

Neurontin 100 mg cápsulas
Neurontin 300 mg cápsulas
Neurontin 400 mg cápsulas
Neurontin 600 mg comprimidos revestidos por película
Neurontin 800 mg comprimidos revestidos por película

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO NEURONTIN
Cada cápsula de 100 mg contém 100 mg de gabapentina. Cada cápsula de 300 mg contém 300 mg de gabapentina. Cada cápsula de 400 mg contém 400 mg de gabapentina.
Cada comprimido revestido por película de 600 mg contém 600 mg de gabapentina. Cada comprimido revestido por película de 800 mg contém 800 mg de gabapentina. Excipientes:
Cada cápsula de 100 mg contém 13 mg de lactose (sob a forma mono-hidratada). Cada cápsula de 300 mg contém 41 mg de lactose (sob a forma mono-hidratada). Cada cápsula de 400 mg contém 54 mg de lactose (sob a forma mono-hidratada). Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO NEURONTIN

Cápsula
Neurontin 100 mg cápsula: cápsula com duas partes, opaca branca impressa com “Neurontin 100 mg” e “PD” e contendo um pó branco a esbranquiçado.

Neurontin 300 mg cápsulas: cápsula com duas partes, opaca amarela impressa com “Neurontin 300 mg” e “PD” e contendo um pó branco a esbranquiçado.

Neurontin 300 mg cápsulas: cápsula com duas partes, opaca laranja impressa com “Neurontin 400 mg” e “PD” e contendo um pó branco a esbranquiçado.

Comprimido revestido por película
Neurontin 600 mg comprimidos revestidos por película são brancos, de forma elíptica revestidos por uma película, ranhurados ao meio em ambos os lados e com a gravação “NT” e “16” num dos lados.

Neurontin 800 mg comprimidos revestidos por película são brancos, de forma elíptica, revestidos por uma película, ranhurados ao meio em ambos os lados e com a gravação “NT” e “26” num dos lados.

Os comprimidos podem ser divididos em duas metades iguais.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO NEURONTIN
4.1 Indicações terapêuticas
Epilepsia

Gabapentina está indicada como terapêutica adjuvante no tratamento de crises parciais com ou sem generalização secundária em adultos e crianças com idade igual ou superior a 6 anos (ver secção 5.1).

Gabapentina está indicada em monoterapia no tratamento de crises parciais com ou sem generalização secundária em adultos e adolescentes com idade igual ou superior a 12 anos.

Tratamento da dor neuropática periférica

Gabapentina está indicada no tratamento da dor neuropática periférica, tal como neuropatia diabética dolorosa e neuralgia pós-herpética em adultos.

4.2 Posologia e modo de administração
Via oral.

A gabapentina pode ser administrada com ou sem alimentos e as cápsulas e os comprimidos devem ser tomados inteiros com uma quantidade suficiente de líquido (por exemplo, um copo de água).

Na Tabela 1 está descrito o esquema de doseamento recomendável para o início da terapêutica para adultos e adolescentes com idade igual ou superior a 12 anos de idade, para todas as indicações. As instruções posológicas para crianças com idade inferior a 12 anos são fornecidas mais à frente, nesta secção.
Tabela 1
Esquema posológico – Doseamento inicial
Dia 1 Dia 2 Dia 3
300 mg uma vez por dia 300 mg duas vezes por dia 300 mg três vezes por dia

Descontinuação da gabapentina
De acordo com a prática clínica corrente, se for necessário descontinuar a gabapentina, recomenda-se uma descontinuação gradual, durante um período mínimo de uma semana, independentemente da indicação.

Epilepsia

A epilepsia geralmente requer uma terapêutica de longa duração. A posologia é determinada pelo médico prescritor de acordo com a tolerância e eficácia individual.

Adultos e adolescentes:

Nos ensaios clínicos, o intervalo posológico eficaz foi de 900 a 3600 mg/dia. A terapêutica pode ser iniciada através do doseamento da dose descrita na Tabela 1, ou pela administração de 300 mg três vezes ao dia no Dia 1. Seguidamente, com base na resposta e tolerabilidade individual do doente, a dose pode ser aumentada em incrementos de 300 mg/dia, a cada 2-3 dias, até um máximo de 3600 mg/dia. Um doseamento posológico mais lento da gabapentina pode ser apropriado para alguns doentes. O tempo mínimo para se atingir a dose de 1800 mg/dia é de uma semana, para atingir 2400 mg/dia é de duas semanas no total e para atingir 3600 mg/dia é de três semanas no total. Nos ensaios clínicos abertos de longa duração foram bem toleradas posologias até 4800 mg/dia. A dose diária total deve ser dividida em três doses individuais. O tempo máximo de intervalo entre as doses não deve ser superior a 12 horas, para prevenir surtos de convulsões.

Crianças com idade igual ou superior a 6 anos:

A dose inicial deve variar entre 10 e 15 mg/kg/dia e a dose eficaz é alcançada pelo doseamento ascendente ao longo de um período de 3 dias, aproximadamente. A dose eficaz da gabapentina em crianças com idade igual ou superior a 6 anos é de 25 a 35 mg/kg/dia. Em ensaios clínicos de longa duração foram bem toleradas posologias até 50 mg/kg/dia. A dose diária total deve ser dividida em três doses individuais. O tempo máximo de intervalo entre as doses não deve ser superior a 12 horas.

Para optimizar a terapêutica com gabapentina não é necessário monitorizar a sua concentração plasmática. Além disto, a gabapentina pode ser administrada em associação com outros medicamentos antiepilépticos sem preocupação de alterações na concentração plasmática da gabapentina ou nas concentrações séricas dos outros medicamentos antiepilépticos.

Dor neuropática periférica

Adultos
A terapêutica pode ser iniciada pelo doseamento da dose descrita na Tabela 1. Alternativamente, a dose inicial é de 900 mg/dia administrada em três doses diárias divididas. Seguidamente, com base na resposta e tolerabilidade individual do doente, a dose pode ser aumentada em incrementos de 300 mg/dia, a cada 2-3 dias, até um máximo de 3600 mg/dia. Um doseamento posológico mais lento da gabapentina pode ser apropriado para alguns doentes. O tempo mínimo para se atingir a dose de 1800 mg/dia é de uma semana, para atingir 2400 mg/dia é de duas semanas no total e para atingir 3600 mg/dia é de três semanas no total.

A eficácia e segurança no tratamento da dor neuropática periférica, tal como neuropatia diabética dolorosa e nevralgia pós-herpética, não foram investigados em estudos clínicos para períodos de tratamento superiores a 5 meses. Se um doente necessitar de tratamento superior a 5 meses para a dor neuropática periférica, o médico deve avaliar a condição clínica do doente e determinar a necessidade de terapêutica adicional.

Instruções para todas as indicações terapêuticas

Em doentes com mau estado global de saúde, isto é, baixo peso corporal, após transplante de órgãos, etc., o doseamento da dose deve ser mais lento, quer através da utilização de dosagens mais baixas ou intervalos superiores entre o aumento de doses.

Utilização em idosos (idade superior a 65 anos)

Os idosos podem necessitar de ajuste posológico devido ao declínio da função renal devido à idade (ver Tabela 2). Sonolência, edema periférico e astenia podem ser mais frequentes em doentes idosos.

Utilização em doentes com disfunção renal

Recomenda-se o ajuste posológico em doentes com disfunção da função renal, como descrito na Tabela 2, e/ou em doentes a fazer hemodiálise. As cápsulas de 100 mg de gabapentina podem ser utilizadas para seguir as recomendações posológicas em doentes com insuficiência renal.
b Administrar 300 mg em dias alternados.
c Para doentes com depuração da creatinina <15 ml/min, a dose diária deve ser reduzida em proporção com a depuração de creatinina (por exemplo, doentes com depuração da creatinina de 7,5 ml/min devem receber metade da dose diária que os doentes com depuração da creatinina de 15 ml/min recebem).

Utilização em doentes a fazer hemodiálise

Para doentes anúricos em hemodiálise, que nunca tomaram gabapentina, recomenda-se uma dose de carga de 300 mg a 400 mg e, posteriormente, de 200 mg a 300 mg de gabapentina, após cada 4 horas de hemodiálise. Nos dias em que o doente não faz diálise, não deve haver tratamento com gabapentina.

Para doentes com disfunção renal a fazerem hemodiálise, a dose de manutenção de gabapentina deve ser baseada nas recomendações posológicas descritas na Tabela 2. Para além da dose de manutenção, recomenda-se uma dose adicional de 200 mg a 300 mg, após cada sessão de 4 horas de hemodiálise.

4.3 Contra-indicações
Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes.

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Foram notificados casos de ideação e comportamento suicida em doentes tratados com medicamentos antiepilépticos, em várias indicações terapêuticas. Uma meta-análise de ensaios aleatorizados de medicamentos antiepilépticos, contra placebo, mostrou também um pequeno aumento do risco de ideação e comportamento suicida. Não é ainda conhecido o mecanismo que explica este risco e os dados disponíveis não excluem possibilidade de um aumento do risco para a gabapentina.

Os doentes devem ser monitorizados quanto aos sinais de ideação e comportamento suicida, devendo ser considerada a necessidade de tratamento adequado. Os doentes (e os prestadores de cuidados aos doentes) devem ser aconselhados a contactar o médico assim que surjam sinais de ideação ou comportamento suicida.

Se um doente desenvolver pancreatite aguda durante o tratamento com gabapentina, a descontinuação da gabapentina deve ser considerada (ver secção 4.8).

Apesar de não haver evidência de crises de privação com gabapentina, a retirada súbita de anticonvulsivantes em doentes com epilepsia pode precipitar o estado de mal epiléptico (ver secção 4.2).

Tal como com outros medicamentos antiepilépticos, alguns doentes podem sofrer um aumento da frequência das crises ou desenvolver novos tipos de crise com a gabapentina.
Tal como com outros antiepilépticos, as tentativas de retirar antiepilépticos concomitantes no tratamento de doentes refractários a mais do que um antiepiléptico, para se fazer gabapentina em monoterapia, tem uma taxa de sucesso baixa.

A gabapentina não é considerada eficaz nas crises primárias generalizadas, tais como crises de ausência, e pode agravar estas crises em alguns doentes. Assim, a gabapentina deve ser utilizada com precaução em doentes com crises mistas incluindo crises de ausência.

Não foram realizados estudos sistemáticos com gabapentina em doentes com idade igual ou superior a 65 anos de idade. Num estudo com dupla ocultação realizado em doentes com dor neuropática ocorreu sonolência, edema periférico e astenia numa percentagem um pouco superior em doentes com idade igual ou superior a 65 anos, à notificada nos doentes mais jovens. À parte destes resultados, as investigações clínicas neste grupo etário não indicam um perfil de acontecimentos adversos diferente do observado em doentes mais jovens.

Os efeitos a longo prazo da terapêutica com gabapentina (mais de 36 meses) na aprendizagem, inteligência e desenvolvimento de crianças e adolescentes, não foram adequadamente estudados. Os benefícios da terapêutica prolongada devem, por isso, ser ponderados relativamente aos seus riscos potenciais.

Testes laboratoriais
Na determinação semi-quantitativa do total de proteínas na urina pelas tiras teste, podem obter-se resultados falsos positivos. É por isso recomendado que se verifique esse resultado positivo por métodos baseados num princípio analítico diferente, tal como o método do Biureto, turbidimétrico ou dye-binding, ou utilizar estes métodos alternativos desde o início.

As cápsulas de Neurontin contêm lactose. Os doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase de Lapp ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar as cápsulas de Neurontin.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Num estudo envolvendo voluntários saudáveis (N=12), quando uma cápsula de libertação controlada de 60 mg de morfina foi administrada 2 horas antes da administração de uma cápsula de gabapentina de 600 mg, a AUC média da gabapentina aumentou em 44%, comparativamente à gabapentina administrada sem morfina. Assim, os doentes devem ser cuidadosamente observados quanto a sinais de depressão do SNC, como sonolência, e a dose da gabapentina ou morfina deve ser adequadamente reduzida.

Não se observaram interacções entre a gabapentina e fenobarbital, fenitoína, ácido valpróico ou carbamazepina.

A farmacocinética em estado estacionário da gabapentina é similar nos indivíduos saudáveis e nos doentes com epilepsia a receberem tratamento com estes medicamentos antiepilépticos.

A administração concomitante de gabapentina com contraceptivos orais contendo noretindrona e/ou etinilestradiol não afecta a farmacocinética em estado estacionário, de nenhum dos componentes.

A administração concomitante de gabapentina com antiácidos contendo alumínio e magnésio reduz a biodisponibilidade da gabapentina até 24%. Recomenda-se que a gabapentina seja administrada, pelo menos, 2 horas depois da administração do antiácido.

A excreção renal de gabapentina não é alterada pela probenecida.

Não é expectável que a ligeira redução na excreção renal da gabapentina, observada quando o fármaco é administrado concomitantemente com a cimetidina, tenha algum significado clínico.

4.6 Gravidez e aleitamento

Risco relacionado com a epilepsia e com os medicamentos antiepilépticos em geral

O risco de malformações congénitas é 2 a 3 vezes superior nos descendentes de grávidas medicadas com medicamentos antiepilépticos. As malformações mais frequentemente relatadas são fenda labial, malformações cardiovasculares e alterações do tubo neural. A terapêutica com vários fármacos antiepilépticos pode estar associada a um maior risco de malformações congénitas em relação à monoterapia, pelo que é importante que se opte pela monoterapia sempre que possível. Todas as mulheres com possibilidade de engravidar, ou em idade fértil, devem receber aconselhamento médico especializado e deve ser reavaliada a necessidade do tratamento antiepiléptico quando a mulher está a planear engravidar. A terapêutica com antiepilépticos não deve ser interrompida subitamente, uma vez que pode aumentar o risco de crises, com consequências graves para a mãe e para a criança. Foi raramente observado um atraso no desenvolvimento de crianças de mães com epilepsia. Não é possível distinguir se o atraso no desenvolvimento é causado por factores genéticos, factores sociais, pela epilepsia materna ou pela terapêutica antiepiléptica.

Risco relacionado com a gabapentina

Não existe informação adequada sobre a utilização de gabapentina em mulheres grávidas.

Os estudos em animais revelaram toxicidade reprodutiva (ver secção 5.3). Desconhece-se o risco potencial para o ser humano. A gabapentina não deve ser utilizada durante a gravidez, a menos que o potencial benefício para a mãe se sobreponha, claramente, ao risco potencial para o feto.

Não se podem retirar conclusões definitivas sobre se a gabapentina está associada a um risco aumentado de malformações congénitas quando administrada durante a gravidez, devido à própria epilepsia e pela presença de medicamentos antiepilépticos concomitantes, durante cada uma das gravidezes notificadas.

A gabapentina é excretada no leite humano. Uma vez que se desconhece o efeito no lactente deve ter-se cuidado quando a gabapentina é administrada à mãe que amamenta. A gabapentina só deve ser utilizada em mães que amamentam se os benefícios se sobrepuserem claramente aos riscos.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

A gabapentina pode ter influência ligeira ou moderada na capacidade de conduzir e de utilizar máquinas. A gabapentina actua no sistema nervoso central e pode causar sonolência, tonturas, ou outros sintomas relacionados. Mesmo que estes efeitos indesejáveis fossem, apenas, de grau ligeiro a moderado, poderiam ser potencialmente perigosos em doentes a conduzir ou operar máquinas. Este facto é especialmente verdadeiro no início do tratamento e após o aumento da dose.

4.8 Efeitos indesejáveis

As reacções adversas observadas em ensaios clínicos realizados em epilepsia (como adjuvante e em monoterapia) e na dor neuropática estão descritos na lista abaixo por classe de sistema de órgãos e frequência muito frequentes (> 1/10); frequentes (> 1/100, < 1/10); pouco frequentes (> 1/1.000, < 1/100); raros (> 1/10.000, < 1/1.000); muito raros (< 1/10.000). Quando uma reacção adversa foi observada com frequências diferentes em ensaios clínicos, foi classificada na frequência mais elevada.

Reacções adicionais notificadas pela experiência pós-comercialização são incluídas como Frequência desconhecida (não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis), em itálico, na lista abaixo.

Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de frequência.
7
Sistema de Órgãos Reacções adversas medicamentosas
Infecções e infestações
Muito frequentes infecção vírica
Frequentes pneumonia, infecção respiratória, infecção do tracto
urinário, infecção, otite média
Doenças do sangue e do sistema linfático
Frequentes leucopenia
Frequência desconhecida trombocitopenia Doenças do sistema imunitário
Pouco frequentes reacções alérgicas (ex. urticária)
Doenças do metabolismo e da nutrição
Frequentes anorexia, aumento do apetite
Perturbações do foro psiquiátrico
Frequentes hostilidade, confusão e labilidade emocional, depressão,
ansiedade, nervosismo, perturbações do pensamento Frequência desconhecida alucinações Doenças do sistema nervoso
Muito frequentes sonolência, tonturas, ataxia
Frequentes convulsões, hipercinesia, disartria, amnésia, tremor, insónia,
cefaleia, sensações tais como parestesia, hipoestesia, alterações da coordenação, nistagmo, reflexos aumentados, diminuídos ou ausentes
Pouco frequentes hipocinesia
Frequência desconhecida outras alterações do movimento (ex. coreoatetose,
discinesia, distonia)
Afecções oculares
Frequentes alterações visuais tais como ambliopia, diplopia
Afecções do ouvido e do labirinto
Frequentes vertigem
Frequência desconhecida acufeno Cardiopatias
Pouco frequentes palpitações
Vasculopatias
Frequentes hipertensão, vasodilatação
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Frequentes dispneia, bronquite, faringite, tosse, rinite
Doenças gastrointestinais
Frequentes vómito, náuseas, anomalias dentárias, gengivite, diarreia,
dor abdominal, dispepsia, obstipação, xerostomia ou garganta seca, flatulência
Frequência desconhecida pancreatite
Afecções hepatobiliares
Frequência desconhecida hepatite, icterícia
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas
Frequentes edema facial, púrpura mais frequentemente descrita como
equimoses provocados por traumatismo físico, exantema, prurido, acne
Frequência desconhecida síndrome de Stevens-Johnson, angioedema, eritema
multiforme, alopécia
Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Frequentes artralgia, mialgia, lombalgia, espasmos
Frequência desconhecida mioclonia Doenças renais e urinárias
Frequência desconhecida insuficiência renal aguda, incontinência
Doenças dos órgãos genitais e da mama
Frequentes impotência
Frequência desconhecida hipertrofia mamária, ginecomastia
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Muito frequentes fadiga, febre
Frequentes edema periférico, alteração da marcha, astenia, dor, mal-
estar geral, síndrome gripal
Pouco frequentes edema generalizado
Frequência desconhecida reacções de privação (maioritariamente ansiedade, insónia,

Exames complementares de Frequentes

Pouco frequentes

Frequência desconhecida
Lesões e intoxicações
Frequentes

náuseas, dores, suores), dor no peito. Foram relatadas mortes súbitas inexplicáveis, não tendo sido estabelecida relação causal com o tratamento com gabapentina. diagnóstico
diminuição da contagem dos glóbulos brancos, aumento de peso
elevação dos testes da função hepática GOT (AST), GPT (ALT) e bilirrubina
flutuações da glicemia em doentes com diabetes

lesões acidentais, fractura, abrasão

Foram relatados casos de pancreatite aguda em doentes sob tratamento com gabapentina. A causalidade com a gabapentina não é clara (ver secção 4.4).

Foram notificados casos de miopatia com níveis elevados de creatina quinase em doentes com insuficiência renal de fase terminal a efectuar hemodiálise.

As infecções do trato respiratório, otite média, convulsões e bronquite foram relatadas apenas em ensaios clínicos em crianças. Adicionalmente, foram notificados com frequência, comportamento agressivo e hiperquinesia, em ensaios clínicos em crianças.

4.9 Sobredosagem

Com sobredoses de gabapentina até 49 g, não se observou toxicidade aguda com risco de vida. Os sintomas de sobredosagem incluíram tonturas, visão dupla, problemas de dicção, sonolência, letargia e diarreia ligeira. Todos os doentes recuperaram completamente com tratamento de suporte. A absorção reduzida da gabapentina em doses mais elevadas pode limitar a absorção do fármaco no momento da sobredosagem e, consequentemente, minimizar a toxicidade da sobredosagem.

A sobredosagem de gabapentina, sobretudo se associada a outros medicamentos depressores do SNC, pode resultar em coma.

Apesar de ser possível remover a gabapentina por hemodiálise, com base em experiências anteriores, não é, geralmente, necessário. No entanto, a hemodiálise pode estar indicada em doentes com disfunção renal grave.

A dose letal oral de gabapentina não foi identificada nos ratinhos e ratos com doses tão elevadas como 8000 mg/kg. Os sinais de toxicidade aguda em animais incluíram ataxia, dificuldades respiratórias, ptose, hipoactividade ou excitação.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO NEURONTIN
5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Grupo Farmacoterapêutico:
2.6 – Sistema nervoso central. Antiepilépticos e anticonvulsivantes.
2.10 – Sistema nervoso central. Analgésicos e antipiréticos.
Código ATC: N03 AX 12

O mecanismo de acção preciso da gabapentina não é conhecido.
A gabapentina é estruturalmente relacionada com o neurotransmissor GABA (ácido y-amino-butírico), mas o seu mecanismo de acção é diferente dos mecanismos de acção de outras substâncias activas que interagem com as sinapses GABA, nomeadamente valproato, barbitúricos, benzodiazepinas, inibidores das transaminases do GABA, inibidores da recaptação do GABA, agonistas do GABA e pró-fármacos do GABA. Estudos in vitro com gabapentina radioactivamente marcada caracterizaram um novo local de ligação de péptidos, em tecidos de cérebro de rato, nomeadamente no neocórtex e no hipocampo, que pode estar relacionado com a actividade anticonvulsivante e analgésica da gabapentina e dos seus derivados estruturais. O local de ligação para a gabapentina foi identificado como subunidade alfa2-delta dos canais de cálcio voltagem-dependente.

Em concentrações clínicas relevantes, a gabapentina não se liga a outros receptores comuns de fármacos ou de neurotransmissores no cérebro, incluindo os receptores GABAA, GABAB, de benzodiazepinas, glutamato, glicina ou N-metil-D-aspartato (NMDA).

A gabapentina não interage, in vitro, com os canais de sódio, distinguindo-se portanto da fenitoína e da carbamazepina. A gabapentina reduz parcialmente as respostas do agonista do glutamato, N-metil-D-aspartato (NMDA), em alguns sistemas de ensaio in vitro, mas apenas em concentrações superiores a 100 |iM, que não são atingidas in vivo. A gabapentina reduz ligeiramente a libertação dos neurotransmissores monoamina in vitro. A administração de gabapentina a ratos aumenta a metabolização do GABA em várias regiões cerebrais, de forma similar ao valproato de sódio, embora em regiões cerebrais diferentes. A relevância destas várias acções da gabapentina com os efeitos anticonvulsivantes ainda não foi estabelecida. Em animais, a gabapentina penetra, rapidamente, no cérebro e previne as crises induzidas por electrochoque máximo, por convulsivantes químicos, incluindo os inibidores da síntese de GABA, e nos modelos genéticos de crises.

Um ensaio clínico para o tratamento adjuvante de crises parciais, em indivíduos pediátricos, entre os 3 e 12 anos de idade, revelou uma diferença numérica, embora não estatisticamente significativa, na taxa de resposta de 50% em favor do grupo da gabapentina comparativamente ao grupo placebo. Adicionalmente, análises post-hoc das taxas de resposta por idades não revelaram um efeito estatisticamente significativo da idade, quer como variável contínua ou dicotómica (grupos de idade de 3-5 e 6-12 anos). Os dados desta análise post-hoc adicional estão sumariados na tabela abaixo:

Resposta (Melhoria > 50%) por Tratamento e Idade População ITM*
Idade Placebo Gabapentina Valor de p
Idade inferior a 6 4/21 (19,0%) 4/17 (23,5%) 0,7362

5.2 Propriedades farmacocinéticas Absorção
Após administração oral, as concentrações máximas de gabapentina no plasma são observadas dentro de 2 a 3 horas. A biodisponibilidade da gabapentina (fracção da dose absorvida) tende a decrescer com o aumento da dose. A biodisponibilidade absoluta de uma cápsula de 300 mg é de 60%, aproximadamente. Os alimentos, incluindo alimentos ricos em gordura, não têm efeitos clinicamente significativos na farmacocinética da gabapentina.

A farmacocinética da gabapentina não é afectada pela sua administração repetida. Apesar de, nos estudos clínicos, as concentrações plasmáticas da gabapentina terem variado entre 2 |ig/ml e 20 |ig/ml, estas concentrações não foram preditivas de segurança ou eficácia. A Tabela 3 apresenta os parâmetros farmacocinéticos da gabapentina.

Tabela 3
Sumário dos parâmetros farmacocinéticos médios da gabapentina (CV%) em estado estacionário após administração de 8 em 8 horas

Parâmetro farmacocinético 300 mg (N = 7) 400 mg (N = 14) 800 mg (N = 14)
Média Média Média CV%
CV% CV%
Cmáx (| g/ml) 4,02 5,74 (38) 8,71 (29)
tmáx (horas) (24) 2,1 (54) 1,6 (76)
T1/2 (horas) 2,7 10,8 (89) 10,6 (41)
AUC (0-8) (|lg.h/ml) (18) 34,5 (34) 51,4 (27)
Ae% (%) 5,2 (12)
24,8
(24)
ND
ND 47,2 (25) 34,4 (37)
Cmáx = Concentração plasmática máxima em estado estacionário tmáx = Tempo para Cmáx T1/2 = Semi-vida de eliminação
AUC(0-8) = Área sob a curva da concentração plasmática-tempo em estado estacionário desde o tempo 0 até 8 horas após a dose
Ae% = Percentagem da dose excretada na urina sob a forma inalterada desde o tempo 0 até 8 horas após a dose ND = não disponível

Distribuição

A gabapentina não se liga às proteínas plasmáticas e tem um volume de distribuição de 57,7 litros. Em doentes com epilepsia, as concentrações de gabapentina no líquido cefalo-raquidiano (LCR) são cerca de 20% das correspondentes concentrações plasmáticas mínimas em estado estacionário. A gabapentina está presente no leite materno das mulheres que amamentam.

Metabolismo

Não existe evidência de metabolismo da gabapentina em humanos. A gabapentina não induz as enzimas oxidases hepáticas de função mista responsáveis pelo metabolismo dos fármacos.

Eliminação

A gabapentina é eliminada somente por excreção renal sob a forma inalterada. A semi-vida de eliminação da gabapentina é independente da dose e tem uma duração média de 5 a 7 horas.

Em doentes idosos e em doentes com disfunção renal, a depuração plasmática da gabapentina está reduzida. A constante de eliminação, a depuração plasmática e a depuração renal da gabapentina são directamente proporcionais à depuração da creatinina.

A gabapentina é removida do plasma por hemodiálise. Recomenda-se o ajuste da posologia em doentes com compromisso da função renal ou em doentes a fazer hemodiálise (ver secção 4.2).

A farmacocinética da gabapentina em crianças foi determinada em 50 indivíduos saudáveis com idades compreendidas entre 1 mês e 12 anos. De um modo geral, as concentrações plasmáticas da gabapentina em crianças > 5 anos de idade são semelhantes às obtidas em adultos quando a dose foi calculada em mg/kg.

Linearidade/Não-linearidade

A biodisponibilidade da gabapentina (fracção da dose absorvida) diminui com o aumento da dose, o que origina a não-lineariedade dos parâmetros farmacocinéticos, que incluem o parâmetro da biodisponibilidade (F) por exemplo, Ae%, CL/F, Vd/F. Os parâmetros farmacocinéticos de eliminação (parâmetros farmacocinéticos que não incluam o F, como a CLr e o T1/2) são melhor descritos por uma farmacocinética linear. As concentrações plasmáticas da gabapentina, no estado estacionário são previsíveis a partir dos dados de administração única.
5.3 Dados de segurança pré-clínica Carcinogénese
Durante 2 anos, adicionou-se 200, 600 e 2000 mg/kg/dia de gabapentina à dieta de ratinhos, e 250, 1000 e 2000 mg/kg/dia de gabapentina à dieta de ratos. Observou-se um aumento estatisticamente significativo, na incidência de tumores de células acinares pancreáticas apenas nos ratos machos e com a dose mais elevada. As concentrações plasmáticas máximas nos ratos com 2000 mg/kg/dia são 10 vezes superiores às concentrações plasmáticas nos humanos que receberam 3600 mg/dia. Os tumores de células acinares pancreáticas nos ratos machos são de baixo grau de malignidade, não afectaram a sobrevivência, não metastizaram nem invadiram os tecidos vizinhos e foram semelhantes aos observados nos controlos concorrentes. A importância dos tumores de células acinares pancreáticas nos ratos machos para o risco carcinogénico em humanos não está esclarecida.

Mutagénese

A gabapentina não demonstrou ter potencial genotóxico. A gabapentina não foi mutagénica nos testes habituais in vitro em bactérias ou células de mamíferos. A gabapentina não induziu aberrações cromossómicas estruturais em células de mamíferos in vitro ou in vivo, nem induziu a formação de micronúcleos na medula óssea de hamsters.

Diminuição da fertilidade

Não se observaram efeitos adversos na fertilidade ou reprodução, em ratos com doses até 2000 mg/kg (aproximadamente cinco vezes a dose diária máxima humana, com base em mg/m2 da área de superfície corporal).

Teratogénese

Comparativamente com os controlos, a gabapentina não aumentou a incidência de malformações nas crias do ratinho, rato, ou coelho com doses até 50, 30 e 25 vezes, respectivamente, a dose humana diária de 3600 mg (quatro, cinco ou oito vezes, respectivamente, a dose diária humana com base em mg/m2).

Nos roedores, a gabapentina atrasou a ossificação do crânio, vértebras, membros anteriores e posteriores, o que é indicativo de atraso do crescimento fetal. Estes efeitos ocorreram quando as ratinhas grávidas receberam doses orais de 1000 ou 3000 mg/kg/dia, durante a organogénese e em ratos fêmea com 500, 1000, ou 2000 mg/kg antes e durante o acasalamento e ao longo da gestação. Estas doses equivalem a, aproximadamente, 1 a 5 vezes a dose humana de 3600 mg, com base em mg/m2.

Não se observaram efeitos nas ratinhas grávidas com 500 mg/kg/dia (aproximadamente V2 da dose humana diária com base em mg/m2).

Observaram-se aumentos na incidência de hidroureter e/ou hidronefrose nos ratos com 2000 mg/kg/dia num estudo da fertilidade e reprodução geral, com 1500 mg/kg/dia num estudo de teratologia, e com 500, 1000 e 2000 mg/kg/dia num estudo péri e pós-natal. A importância destes resultados não é conhecida, mas têm sido associados a atrasos do desenvolvimento. Estas doses são também, aproximadamente, 1 a 5 vezes a dose humana de 3600 mg com base em mg/m2.

Num estudo de teratologia no coelho, um aumento na incidência de perda fetal pós-implantação ocorreu com doses de 60, 300 e 1500 mg/kg/dia, durante a organogénese. Estas doses correspondem a, aproximadamente, % a 8 vezes a dose humana diária de 3600 mg, com base em mg/m2.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO NEURONTIN
6.1 Lista dos excipientes

Cápsulas
Cada cápsula contém no seu interior os seguintes excipientes: lactose mono-hidratada, amido de milho e talco.

Cápsula: gelatina, água purificada e laurilsulfato de sódio.

As cápsulas de 100 mg contêm o corante E171 (dióxido de titânio), as cápsulas de 300 mg contêm os corantes E171 (dióxido de titânio) e E172 (óxido de ferro amarelo) e as cápsulas de 400 mg contêm os corantes E171 (dióxido de titânio) e E172 (óxido de ferro amarelo e vermelho).

A tinta de impressão utilizada em todas as cápsulas contém goma-laca, E171 (dióxido de titânio) e E132 (sal de alumínio índigo carmin).

Comprimidos revestidos por película
Cada comprimido revestido por película contém os seguintes excipientes: poloxâmero 407 (óxido de etileno e óxido de propileno), copovidona, amido de milho, estearato de magnésio. Revestimento por película: Opadry branco YS-1-1-18111 (hidroxipropilcelulose, talco) Agente de polimento: cera de candelila.

6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.

6.3 Prazo de validade
Cápsulas:
3 anos
Comprimidos revestidos por película:
2 anos

6.4 Precauções especiais de conservação
Cápsulas: não conservar acima de 30°C.
Comprimidos revestidos por película: não conservar acima de 25 °C.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Cápsulas: blisters de PVC/PVDC/alumínio.
Embalagens contendo 20, 30, 50, 60, 84, 90, 98, 100, 200, 500, 1000 cápsulas.

Comprimidos revestidos por película: blisters de PVC/ PE /PVDC/alumínio. Embalagens contendo 20, 30, 45, 50, 60, 84, 90, 100, 200, 500 comprimidos.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Laboratórios Pfizer, Lda. Lagoas Park, Edifício 10
2740-271 Porto Salvo

8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Neurontin 100 mg, cápsulas:
2433084 – 20 cápsulas, 100 mg, blisters de PVC/PVDC/alumínio
2433183 – 50 cápsulas, 100 mg, blisters de PVC/PVDC/alumínio
5815584 – 60 cápsulas, 100 mg, blisters de PVC/PVDC/alumínio

Neurontin, 300 mg, cápsulas:
3669587 – 20 cápsulas, 300 mg, blisters de PVC/PVDC/alumínio
2433282 – 50 cápsulas, 300 mg, blisters de PVC/PVDC/alumínio
5815683 – 60 cápsulas, 300 mg, blisters de PVC/PVDC/alumínio

Neurontin, 400 mg, cápsulas:
2433381 – 50 cápsulas, 400 mg, blisters de PVC/PVDC/alumínio
5815782 – 60 cápsulas, 400 mg, blisters de PVC/PVDC/alumínio

Neurontin, 600 mg, comprimidos revestidos por película:
2960680 – 50 comprimidos, 600 mg, blisters de PVC/ PE /PVDC/alumínio
5815881 – 60 comprimidos, 600 mg, blisters de PVC/ PE /PVDC/alumínio

Neurontin, 800 mg, comprimidos revestidos por película:
2960789 – 50 comprimidos, 800 mg, blisters de PVC/ PE /PVDC/alumínio
5815980 – 60 comprimidos, 600 mg, blisters de PVC/ PE /PVDC/alumínio

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Cápsulas:
Data da primeira autorização: 27/12/1996
Data da última renovação:

Comprimidos revestidos por película: Data da primeira autorização: 26/07/1999 Data da última renovação:

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
21-05-2009

Categorias
Primidona

Mysoline bula do medicamento

Neste folheto:

1.   O que é Mysoline e para que é utilizado
2.   Antes de tomar Mysoline
3.   Como tomar Mysoline
4.   Efeitos secundários Mysoline
5.   Como conservar Mysoline
6.   Outras informações

Mysoline 250 mg

Comprimidos

Primidona

Leia atentamente este folheto antes de utilizar este medicamento.

Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.

Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto informe o seu médico ou farmacêutico.

1. O QUE É MYSOLINE E PARA QUE É UTILIZADO

Grupo farmacoterapêutico: Sistema Nervoso Central. Antiepilépticos e anticonvulsivantes

Mysoline pertence a um grupo de medicamentos designados por anticonvulsivantes. Isto significa que pode ser utilizado no controlo de alguns tipos de convulsões.

Mysoline utiliza-se para tratar alguns tipos de epilepsia, convulsões ou ataques com tremores.

2. ANTES DE TOMAR MYSOLINE

Não tome Mysoline

-se tem alergia (hipersensibilidade) à substância activa, primidona, ou a qualquer outro componente de Mysoline ou a uma substância designada fenobarbital; -se tem porfíria ou alguém da sua família tem.

Mysoline é apenas para a sua doença actual. Não o use para outras doenças nem o dê a outras pessoas.

Tome especial cuidado com Mysoline

Um pequeno número de pessoas que iniciaram tratamento com antiepilépticos como o Mysoline teve pensamentos de auto-agressão e suicídio. Se a qualquer momento tiver estes pensamentos deve contactar imediatamente o seu médico.

Antes de tomar Mysoline, diga ao seu médico se tem ou teve problemas respiratórios, de rins ou de fígado.

Se for hospitalizado, informe o pessoal médico de que está a receber Mysoline.

Não deve parar de tomar os seus comprimidos sem recomendação médica. A paragem deve ser gradual para prevenir qualquer reacção ao deixar a medicação.

Ao tomar Mysoline com outros medicamentos

Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica. Em particular, deverá informá-lo se estiver a tomar outros anticonvulsivantes, como a fenitoína, anti-coagulantes, como a varfarina (para prevenir coágulos sanguíneos), contraceptivos orais (a pílula), barbitúricos (comprimidos para dormir) ou produtos medicinais derivados da erva de S. João (hipericão).

Ao tomar Mysoline com alimentos e bebidas

O álcool pode reagir com Mysoline. Consulte o seu médico para mais informações. Gravidez e aleitamento

Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento. Antes de tomar Mysoline informe o seu médico se:

  • Está grávida, ou se pensa em engravidar, porque o Mysoline pode causar efeitos adversos no feto. O Mysoline pode reduzir a concentração plasmática do ácido fólico nas mulheres grávidas. Além disso, os recém-nascidos podem desenvolver o sindroma de abstinência caso a mãe tenha deixado de tomar o Mysoline na última fase da gravidez. Ocasionalmente, ocorrem problemas de coagulação sanguínea em crianças nascidas de mulheres que anteriormente estavam a tomar anticonvulsivantes.
  • Está a amamentar, porque o Mysoline pode causar muita sonolência no seu bebé.

Todas as mulheres em idade fértil (com possibilidade de engravidar) deverão receber aconselhamento médico especializado antes de iniciarem o tratamento, devido ao aumento do risco de malformações congénitas.

O tratamento com medicamentos anti-epilépticos deverá ser reavaliado sempre que a mulher pretenda engravidar.

O risco de malformações congénitas é 2 a 3 vezes maior nos descendentes de grávidas medicadas com anti-epilépticos. As malformações mais frequentes são dos lábios e cavidade oral, aparelho cardiovascular e tubo neural.

O tratamento com vários medicamentos anti-epilépticos (politerapia) poderá estar associado a um maior risco de malformações congénitas relativamente ao tratamento com um único medicamento (monoterapia). Sempre que possível deverá ser utilizado um regime de medicamento único (monoterapia).

O tratamento com anti-epilépticos não deverá ser interrompido subitamente uma vez que pode aumentar o risco de crises epilépticas com consequências graves para a mãe e/ou para o feto.

Condução de veículos e utilização de máquinas

Mysoline pode causar sonolência. Se assim acontecer, não conduza veículos ou opere máquinas.

3. COMO TOMAR MYSOLINE

Tomar Mysoline sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu médico ou farmacêutico de tiver dúvidas.

Deve também ler o rótulo da cartonagem exterior.

No início do tratamento, a dose diária pode ser meio comprimido, ao deitar.

O seu médico irá ajustar a dose até que a sua doença esteja controlada. A dose pode aumentar até seis comprimidos por dia em adultos e até quatro comprimidos por dia em crianças.

A dose diária de Mysoline é normalmente dividida em duas doses iguais. Assim, Mysoline é tomado duas vezes por dia, de manhã e à noite.

Tome o comprimido inteiro com o auxílio de um golo de água.

Tente tomar o seu comprimido à mesma hora cada dia.

Se tomar mais Mysoline do que deveria

Se tomar mais do que a dose normal deve contactar o seu médico ou o hospital mais próximo. Um dos sintomas de sobredosagem é a redução da atenção.

Caso se tenha esquecido de tomar Mysoline

Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.

Deverá tomar Mysoline conforme receitado pelo seu médico. Contudo, se se esquecer de uma dose, tome-a logo que se lembre.

Se parar de tomar Mysoline

Não pare de tomar os comprimidos se se estiver a sentir bem a não ser que o seu médico o recomende. Mesmo nesse caso, a paragem deve ser gradual.

Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico.

4. EFEITOS SECUNDÁRIOS MYSOLINE

Como todos os medicamentos, Mysoline pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.

Consulte imediatamente o seu médico, se experimentar os seguintes sintomas:

  • Dores nos ossos ou nas articulações
  • Alterações de humor e de comportamento
  • Raro desenvolvimento da contratura de Dupuytren (aumento da espessura do tecido fibroso na palma da mão, fazendo com que um ou dois dedos se inclinam para a palma de modo que não se estendem).
  • Erupção da pele.
  • Raramente, podem ser reportados valores dos testes das enzimas hepáticas (fígado) aumentados.

Quando se inicia o tratamento com Mysoline alguns doentes sentem-se sonolentos e apáticos, mas esta situação é geralmente passageira. Outros efeitos indesejáveis passageiros podem incluir:

  • Movimentos descoordenados
  • Rolar dos olhos
  • Perturbações da visão
  • Náuseas e vómitos
  • Dor de cabeça
  • Tonturas

A utilização de Mysoline na gravidez está associada com um aumento do risco de malformações nos bebés. As crianças nascidas de mães que tenham tomado Mysoline durante a gravidez têm uma maior probabilidade de desenvolverem malformações. Esta probabilidade pode ser diminuída ligeiramente se se tomar suplementos de ácido fólico durante a gravidez.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto informe o seu médico ou farmacêutico.

5. COMO CONSERVAR MYSOLINE

Não conservar acima de 30 °C.

Conservar na embalagem de origem para proteger da luz e humidade. Manter o recipiente bem fechado.

Manter fora do alcance e da vista das crianças.

Não utilize Mysoline após o prazo de validade impresso na embalagem, após “VAL.”. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado. Verifique sempre o prazo de validade.

Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.

6. OUTRAS INFORMAÇÕES

Qual a composição de Mysoline

-A substância activa é a primidona.

-Os outros componentes são: povidona, gelatina, carmelose cálcica, estearato de magnésio, ácido esteárico e água purificada.

Qual o aspecto de Mysoline e conteúdo da embalagem

Os comprimidos de Mysoline são redondos, biconvexos, sem revestimento, brancos ou quase brancos, com ranhura num dos lados e com um “M” de cada lado da ranhura.

Mysoline apresenta-se em frascos de HDPE, com tampa de plástico, inviolável e com fecho resistente à abertura por crianças, de 20 e 60 comprimidos, doseados a 250 mg de primidona. A embalagem inclui o respectivo folheto informativo.

Titular da Autorização de Introdução no Mercado

Laboratórios Azevedos – Indústria Farmacêutica, S.A., Estrada Nacional 117-Km2, Alfragide, 2614-503 Amadora Telefone: 214725900

Fax: 21 4725990

E-mail: azevedos@mail.telepac.pt

Fabricante Recipharm Ltd.

Vale of Bardsley, Ashton-Under-Lyne OL7 9 RR Lancashire Reino Unido

Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o titular da autorização de introdução no mercado.

Este folheto foi aprovado pela última vez em 29-04-2009.

Categorias
Fenobarbital

Luminaletas bula do medicamento

Neste folheto:

1.  O que é Luminaletas e para que é utilizado
2.  Antes de tomar Luminaletas
3.  Como tomar Luminaletas
4.  Efeitos secundários Luminaletas
5.  Como conservar Luminaletas
6.  Outras informações

LUMINALETAS 15 mg

Comprimidos

Fenobarbital

Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento.

Caso tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.

Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

1. O QUE É LUMINALETAS E PARA QUE É UTILIZADO

O Luminaletas pertence a uma classe de medicamentos chamados antiepilépticos e anticonvulsivantes.

O uso terapêutico do fenobarbital deve ser limitado ao tratamento da epilepsia e convulsões agudas. O fenobarbital não deve ser utilizado como sedativo ou hipnótico, excepto como co-adjuvante de anestesia.

O Luminaletas é utilizado para:

Tratamento da epilepsia: crises tónico-clónicas generalizadas (grande mal) e crises parciais simples.

Tratamento de convulsões. Tratamento e profilaxia de crises convulsivas.

2. ANTES DE TOMAR LUMINALETAS

Não tome Luminaletas

Luminaletas não deve ser utilizado caso saiba ser alérgico ao fenobarbital, a outros medicamentos do mesmo tipo ou a qualquer um dos outros componentes do medicamento. Veja a secção ” Qual a composição de Luminaletas” para verificar se é alérgico ou intolerante a algum desses componentes.

Luminaletas não deve também ser tomado em caso de intoxicações agudas pelo álcool, hipnóticos ou analgésicos ou em casos de intoxicação devida a estimulantes ou sedativos. Para além disso, nos casos seguidamente referidos, Luminaletas só deverá ser administrado após avaliação muito rigorosa da relação benefício-risco do tratamento e sob rigorosa observação médica:

  • presença de porfíria hepática latente ou manifesta, perturbações graves da função hepática ou renal ou de lesão grave do miocárdio
  • recomenda-se precaução em doentes com perturbações da consciência
  • o fenobarbital pode causar depressão respiratória, estando contra-indicado em doentes com doença respiratória envolvendo dispneia (falta de ar) ou obstrução
  • se está grávida ou a amamentar veja também a secção “Gravidez e aleitamento”.

Se não tem a certeza se sofre ou não de alguma das doenças acima mencionadas consulte o seu médico.

Tome especial cuidado com Luminaletas

Recomenda-se precaução em doentes com perturbações da consciência, com tonturas, confusão ou sonolência.

A administração de Luminaletas pode desencadear ataques psicomotores e ausências.

Durante o tratamento não poderá haver consumo de bebidas alcoólicas.

O tratamento com Luminaletas não deverá ser interrompido subitamente, mas antes de uma forma gradual.

O tratamento prolongado com medicamentos do tipo do Luminaletas envolve o risco de desenvolvimento de dependência física e psicológica.

Este medicamento deve ser usado cautelosamente em doentes com alterações no fígado ou nos rins.

Produtos naturais ou extractos vegetais contendo Hypericum perforatum (hipericão) não devem ser utilizados em conjunto com Luminaletas, devido ao risco de diminuição do seu efeito terapêutico, veja também a secção “Tomar Luminaletas com outros medicamentos”.

Um pequeno número de pessoas que iniciaram tratamento com antiepilépticos como o Luminaletas teve pensamentos de auto-agressão e suicídio. Se a qualquer momento tiver estes pensamentos deve contactar imediatamente o seu médico.

As crianças poderão reagir com excitação a este medicamento.

Os doentes idosos poderão reagir a este medicamento com excitação, confusão ou depressão mental, o risco de hipotermia (diminuição anormal da temperatura corporal) poderá aumentar.

Ao tomar Luminaletas com outros medicamentos

Informe o seu médico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos incluindo medicamentos obtidos sem receita médica ou à base de plantas.

Luminaletas (fenobarbital) pode influenciar o efeito de numerosos medicamentos. É muito importante que informe o seu médico que está a tomar Luminaletas. Seguidamente são mencionados alguns medicamentos cujo efeito pode ser alterado se tomados com Luminaletas ou que podem influenciar o efeito de Luminaletas:

Os barbitúricos (a classe de medicamentos à qual pertence Luminaletas) aumentam o efeito de outros medicamentos de natureza semelhante (certos psicotrópicos, narcóticos, analgésicos e agentes indutores do sono) quando administrados em conjunto.

Os barbitúricos podem também provocar uma diminuição de actividade de medicamentos conhecidos como anticoagulantes orais, da griseofulvina, de contraceptivos orais e dos glucocorticóides.

Os barbitúricos aumentam a toxicidade do metotrexato (utilizando em transplantes).

O ácido valpróico e o valproato de sódio (usados no tratamento da epilepsia) aumentam a acção do Luminaletas.

O Luminal encurta o efeito da doxiciclina (antibiótico).

Os inibidores da monoaminoxidase (IMAO) prolongam o efeito do Luminal.

O Luminal também interage com a corticotrofina e a carbamazepina (utilizada no tratamento da epilepsia).

Devem controlar-se os níveis de fenobarbital e fenitoína no sangue quando estes medicamentos são tomados em conjunto

Produtos naturais ou medicamentos contendo hipericão (Hypericum perforatum) podem diminuir os efeitos de Luminaletas e não devem ser utilizados em conjunto.

Gravidez e aleitamento

Se pensa engravidar fale antes com o seu médico e informe-o de todos os medicamentos que está a tomar. Se estiver grávida ou a amamentar consulte o seu médico antes de tomar qualquer medicamento. Como acontece com todos os medicamentos a utilização de Luminaletas durante a gravidez pode apresentar riscos. Sabe-se que o risco de malformações congénitas é 2 a 3 vezes maior nos descendentes de grávidas medicadas com antiepilépticos. As malformações mais frequentes são dos lábios e cavidade oral, aparelho cardiovascular e tubo neural. O tratamento com vários medicamentos antiepilépticos poderá aumentar este risco relativamente ao tratamento com um único medicamento. No entanto o tratamento com antiepilépticos não deverá ser interrompido subitamente uma vez que pode aumentar o risco de crises epilépticas com consequências graves para a mãe e/ou para o feto.

O uso de Luminaletas durante o último trimestre de gravidez pode causar dependência física e originar sintomas de privação no recém-nascido.

O Luminaletas é excretado no leite materno e o seu uso pode levar à depressão do sistema nervoso central em bebés amamentados.

O seu médico decidirá qual o melhor tratamento, se é ou não indispensável tomar Luminaletas durante a gravidez e qual a dose a usar.

Luminaletas pode ser dado a crianças?

Luminaletas está recomendado em crianças, embora a sua indicação seja exclusivamente do médico e observando as doses recomendadas.

Ocasionalmente podem ocorrer estados de excitação e confusão em crianças.

Luminaletas pode ser usado por pessoas idosas?

Sim, embora ocasionalmente possam ocorrer estados de excitação e confusão em pessoas idosas.

Condução de veículos e utilização de máquinas

Mesmo quando utilizado de acordo com as recomendações, este medicamento pode alterar as reacções do doente, afectando a sua capacidade de condução de veículos ou o trabalho com máquinas. Esta situação pode ser mais grave se houver consumo simultâneo de bebidas alcoólicas.

Informações importantes sobre alguns componentes de Luminaletas

Os comprimidos de Luminaletas contêm lactose mono-hidratada. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.

3. COMO TOMAR LUMINALETAS

Tome os comprimidos como o seu médico lhe receitou; não altere a dose nem a duração do tratamento.

A dose de Luminaletas para tratamento da epilepsia é determinada pelo médico em função do peso, do doente e da epilepsia.

Crianças: a dose diária geralmente recomendada pelo médico é habitualmente tomada em 2 tomas e varia entre 1 – 6 mg de fenobarbital por kg de peso corporal por dia.

Os comprimidos devem ser tomados com um pouco de líquido morno, independentemente das refeições.

É aconselhável a administração de várias doses baixas, distribuídas ao longo do dia.

Fale com o seu médico se tiver a impressão que a dose receitada é demasiado forte ou demasiado fraca.

Durante quanto tempo devo tomar Luminaletas?

Luminaletas destina-se a tratamentos prolongados, e a duração do tratamento irá depender da evolução da doença. O seu médico dir-lhe-á exactamente durante quanto tempo tem de tomar Luminaletas e recomendará certamente alguns controlos para averiguar se ainda se mantém a indicação de terapêutica com Luminaletas. Luminaletas deverá ser tomado de modo continuado e a sua interrupção súbita pode aumentar a frequência dos ataques e mesmo originar a ocorrência de uma crise grave.

A interrupção abrupta após terapêutica prolongada pode originar sintomas de privação.

À semelhança do que se verifica com outros medicamentos contendo barbitúricos (como é o caso de Luminaletas) existe risco de desenvolvimento de dependência na sequência de utilização prolongada de Luminaletas.

Caso se tenha esquecido de tomar Luminaletas

Se se esqueceu de tomar uma ou mais doses não deve tomar uma dose a dobrar para compensar a dose que se esqueceu de tomar; deverá retomar a administração conforme a indicação do médico.

Se tomar mais Luminaletas do que deveria

No caso de uma sobredosagem contacte o seu médico ou hospital mais próximo ou o Centro Antivenenos (Tel. 808250143). Se possível leve a embalagem com os comprimidos.

Se tomou mais do que a dose prescrita ou no caso de uma sobredosagem poderão ocorrer efeitos indesejáveis, manifestados pelos seguintes sintomas que obrigam a recorrer de imediato ao seu médico assistente ou a contactar o Centro de Antivenenos: Confusão grave, nistagmo (movimentos involuntários constantes dos globos oculares), redução da atenção, diminuição dos reflexos, ataxia ligeira (falta de coordenação dos movimentos), ataxia com tendência para quedas, sonolência, semi-coma, depressão respiratória, diminuição da frequência cardíaca, diálogo confuso, choque com pupilas dilatadas; irritabilidade contínua, diminuição da capacidade de raciocínio e lesão hepática.

Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico.

4. EFEITOS SECUNDÁRIOS LUMINALETAS

Como todos os medicamentos Luminaletas pode ter efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.

No início do tratamento da epilepsia com Luminaletas regista-se, frequentemente, cansaço que, no geral, vai desaparecendo com a continuação do tratamento e ainda sonolência, abatimento, atordoamento, reacções lentas, perturbações da coordenação dos movimentos, confusão.

Em casos raros, podem surgir reacções de tipo alérgico como febre, alterações da função do fígado, dos rins e da medula óssea (excepcionalmente, anemia megaloblástica), sensibilidade à luz e reacções graves a nível da pele (dermatite exfoliativa e síndrome de Stevens-Johnson). O tratamento deve ser interrompido se ocorrerem reacções cutâneas. Podem também registar-se, ocasionalmente, tonturas, enjoos, vómitos, dores de cabeça, perturbações do humor de tipo depressivo e perturbações circulatórias (diminuição da frequência cardíaca e da tensão arterial).

Também poderão ocorrer reacções paradoxais, agranulocitose, trombocitopenia e tromboflebite.

O tratamento não deve ser interrompido subitamente pois tal poderá causar a manifestação dos chamados sintomas de privação.

5. COMO CONSERVAR LUMINALETAS

O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação. Manter fora do alcance e da vista das crianças.

Verifique sempre o prazo de validade dos medicamentos inscrito na embalagem. Não utilize Luminaletas depois de ultrapassado o prazo de validade indicado na embalagem e no blister.

Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.

6. OUTRAS INFORMAÇÕES

Qual a composição de Luminaletas

-A substância activa é fenobarbital. Cada comprimido contém 15 mg de fenobarbital.

-Os outros componentes são: amido de milho, esterato de magnésio, lactose, carboximetilamido sódico e talco.

Qual o aspecto de Luminaletas e conteúdo da embalagem

Os comprimidos de Luminaletas são brancos e apresentam-se em embalagens de 30 comprimidos.

Titular da Autorização de Introdução no Mercado

Bayer Portugal, S.A Rua da Quinta do Pinheiro, 5 2794-003 Carnaxide

Fabricante

Bluepharma – Indústria Farmacêutica, S.A S. Martinho do Bispo 3041-801 Coimbra

Este folheto foi aprovado pela última vez em 26-01-2009.

Categorias
Fenobarbital

Luminal bula do medicamento

Neste folheto:

1.  O que é Luminal e para que é utilizado
2.  Antes de tomar Luminal
3.  Como tomar Luminal
4.  Efeitos secundários Luminal
5.  Como conservar Luminal
6.  Outras informações

LUMINAL 100 mg

Comprimidos

Fenobarbital

Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento.

Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.

Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

1. O QUE É LUMINAL E PARA QUE É UTILIZADO

O Luminal pertence a uma classe de medicamentos chamados antiepilépticos e anticonvulsivantes.

O uso terapêutico do fenobarbital deve ser limitado ao tratamento da epilepsia e convulsões agudas. O fenobarbital não deve ser utilizado como sedativo ou hipnótico, excepto como co­adjuvante de anestesia.

O Luminal é utilizado para:

Tratamento da epilepsia: crises tónico-clónicas generalizadas (grande mal) e crises parciais simples.

Tratamento de convulsões. Tratamento e profilaxia de crises convulsivas.

2. ANTES DE TOMAR LUMINAL

Não tome Luminal

Luminal não deve ser utilizado caso saiba ser alérgico ao fenobarbital, a outros medicamentos do mesmo tipo ou a qualquer um dos outros componentes do medicamento. Veja a secção ” Qual a composição de Luminal” para verificar se é alérgico ou intolerante a algum desses componentes.

Luminal não deve também ser tomado em caso de intoxicações agudas pelo álcool, hipnóticos ou analgésicos ou em casos de intoxicação devida a estimulantes ou sedativos.

Para além disso, nos casos seguidamente referidos, Luminal só deverá ser administrado após avaliação muito rigorosa da relação benefício-risco do tratamento e sob rigorosa observação médica:

  • presença de porfíria hepática latente ou manifesta, perturbações graves da função hepática ou renal ou de lesão grave do miocárdio
  • recomenda-se precaução em doentes com perturbações da consciência
  • o fenobarbital pode causar depressão respiratória, estando contra-indicado em doentes com doença respiratória envolvendo dispneia (falta de ar) ou obstrução
  • se está grávida ou a amamentar, veja também a secção “Gravidez e aleitamento”.

Se não tem a certeza se sofre ou não de alguma das doenças acima mencionadas consulte o seu médico.

Tome especial cuidado com Luminal

Recomenda-se precaução em doentes com perturbações da consciência, com tonturas, confusão ou sonolência.

A administração de Luminal pode desencadear ataques psicomotores e ausências. Durante o tratamento não poderá haver consumo de bebidas alcoólicas.

O tratamento com Luminal não deverá ser interrompido subitamente, mas antes de uma forma gradual.

O tratamento prolongado com medicamentos do tipo do Luminal envolve o risco de desenvolvimento de dependência física e psicológica.

Este medicamento deve ser usado cautelosamente em doentes com alterações no fígado ou nos rins.

Produtos naturais ou extractos vegetais contendo Hypericum perforatum (hipericão) não devem ser utilizados em conjunto com Luminal, devido ao risco de diminuição do seu efeito terapêutico, veja também a secção “Tomar Luminal com outros medicamentos”.

Um pequeno número de pessoas que iniciaram tratamento com antiepilépticos como o Luminal teve pensamentos de auto-agressão e suicídio. Se a qualquer momento tiver estes pensamentos deve contactar imediatamente o seu médico.

As crianças poderão reagir com excitação a este medicamento.

Os doentes idosos poderão reagir a este medicamento com excitação, confusão ou depressão mental, o risco de hipotermia (diminuição anormal da temperatura corporal) poderá aumentar.

Ao tomar Luminal com outros medicamentos

Informe o seu médico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica ou à base de plantas.

Luminal (fenobarbital) pode influenciar o efeito de numerosos medicamentos. É muito importante que informe o seu médico que está a tomar Luminal. Seguidamente são mencionados alguns medicamentos cujo efeito pode ser alterado se tomados com Luminal ou que podem influenciar o efeito de Luminal:

Os barbitúricos (a classe de medicamentos à qual pertence Luminal) aumentam o efeito de outros medicamentos de natureza semelhante (certos psicotrópicos, narcóticos, analgésicos e agentes indutores do sono) quando administrados em conjunto.

Os barbitúricos podem também provocar uma diminuição da actividade de medicamentos conhecidos como anticoagulantes orais, da griseofulvina, de contraceptivos orais e dos glucocorticóides.

Os barbitúricos aumentam a toxicidade do metotrexato (utilizado em transplantes). O ácido valpróico e o valproato de sódio (usados no tratamento da epilepsia) aumentam a acção do Luminal.

O Luminal encurta o efeito da doxiciclina (antibiótico). Os inibidores da monoaminoxidase (IMAO) prolongam o efeito do Luminal. O Luminal também interage com a corticotrofina e a carbamazepina (utilizada no tratamento da epilepsia).

Devem controlar-se os níveis de fenobarbital e fenitoína no sangue quando estes medicamentos são tomados em conjunto.

Produtos naturais ou medicamentos contendo hipericão (Hypericum perforatum) podem diminuir os efeitos de Luminal e não devem ser utilizados em conjunto.

Gravidez e aleitamento

Se pensa engravidar fale antes com o seu médico e informe-o de todos os medicamentos que está a tomar. Se estiver grávida ou a amamentar consulte o seu médico antes de tomar qualquer medicamento. Como acontece com todos os medicamentos a utilização de Luminal durante a gravidez pode apresentar riscos. Sabe-se que o risco de malformações congénitas é 2 a 3 vezes maior nos descendentes de grávidas medicadas com antiepilépticos. As malformações mais frequentes são dos lábios e cavidade oral, aparelho cardiovascular e tubo neural. O tratamento com vários medicamentos antiepilépticos poderá aumentar este risco relativamente ao tratamento com um único medicamento. No entanto, o tratamento com antiepilépticos não deverá ser interrompido subitamente uma vez que pode aumentar o risco de crises epilépticas com consequências graves para a mãe e/ou para o feto.

O uso de Luminal durante o último trimestre de gravidez pode causar dependência física e originar sintomas de privação no recém-nascido.

O Luminal é excretado no leite materno e o seu uso pode levar à depressão do sistema nervoso central em bebés amamentados.

O seu médico decidirá qual o melhor tratamento, se é ou não indispensável tomar Luminal durante a gravidez e qual a dose a usar.

Luminal pode ser dado a crianças?

Luminal está recomendado em crianças, embora a sua indicação seja exclusivamente do médico e observando as doses recomendadas.

Ocasionalmente podem ocorrer estados de excitação e confusão em crianças.

Luminal pode ser usado por pessoas idosas?

Sim, embora ocasionalmente possam ocorrer estados de excitação e confusão em pessoas idosas.

Condução de veículos e utilização de máquinas

Mesmo quando utilizado de acordo com as recomendações, este medicamento pode alterar as reacções do doente, afectando a sua capacidade de condução de veículos ou o trabalho com máquinas. Esta situação pode ser mais grave se houver consumo simultâneo de bebidas alcoólicas.

Informações importantes sobre alguns componentes de Luminal

Os comprimidos de Luminal contêm lactose mono-hidratada. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.

3. COMO TOMAR LUMINAL

Tomar Luminal sempre de acordo com as indicações do medico; não altere a dose nem a duração do tratamento. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.

A dose de Luminal para tratamento da epilepsia é determinada pelo médico em função do peso, do doente e da epilepsia.

Adultos: a dose diária geralmente recomendada é habitualmente tomada em 2 tomas e varia entre 1 – 3 mg de fenobarbital por kg de peso corporal por dia (equivalente a 1/4 comprimido a 1 comprimido 2 vezes ao dia para um adulto de 70 kg de peso).

Crianças: a dose diária geralmente recomendada pelo médico é habitualmente tomada em 2 tomas e varia entre 1 – 6 mg de fenobarbital por kg de peso corporal por dia.

Os comprimidos devem ser tomados com um pouco de líquido morno, independentemente das refeições.

É aconselhável a administração de várias doses baixas, distribuídas ao longo do dia.

Fale com o seu médico se tiver a impressão que a dose receitada é demasiado forte ou demasiado fraca.

Durante quanto tempo devo tomar Luminal?

Luminal destina-se a tratamentos prolongados, e a duração do tratamento irá depender da evolução da doença. O seu médico dir-lhe-á exactamente durante quanto tempo tem de tomar Luminal e recomendará certamente alguns controlos para averiguar se ainda se mantém a indicação de terapêutica com Luminal.

Luminal deverá ser tomado de modo continuado e a sua interrupção súbita pode aumentar a frequência dos ataques e mesmo originar a ocorrência de uma crise grave.

A interrupção abrupta após terapêutica prolongada pode originar sintomas de privação.

À semelhança do que se verifica com outros medicamentos contendo barbitúricos (como é o caso de Luminal) existe risco de desenvolvimento de dependência na sequência de utilização prolongada.

Caso se tenha esquecido de tomar Luminal

Se se esqueceu de tomar uma ou mais doses não deve tomar uma dose a dobrar para compensar a dose que se esqueceu de tomar; deverá retomar a administração conforme a indicação do médico.

Se tomar mais Luminal do que deveria

No caso de uma sobredosagem contacte o seu médico ou hospital mais próximo ou o Centro Antivenenos (Tel. 808250143). Se possível leve a embalagem com os comprimidos. Se tomou mais do que a dose prescrita ou no caso de uma sobredosagem poderão ocorrer efeitos indesejáveis, manifestados pelos seguintes sintomas que obrigam a recorrer de imediato ao seu médico assistente ou a contactar o Centro de Antivenenos: confusão grave, nistagmo (movimentos involuntários constantes dos globos oculares), redução da atenção, diminuição dos reflexos, ataxia ligeira (falta de coordenação dos movimentos), ataxia com tendência para quedas, sonolência, semi-coma, depressão respiratória, diminuição da frequência cardíaca , diálogo confuso, choque com pupilas dilatadas; irritabilidade contínua, diminuição da capacidade de raciocínio e lesão hepática.

Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico.

4. EFEITOS SECUNDÁRIOS LUMINAL

Como todos os medicamentos, Luminal pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.

No início do tratamento da epilepsia com Luminal regista-se, frequentemente, cansaço que, no geral vai desaparecendo com a continuação do tratamento e ainda sonolência, abatimento, atordoamento, reacções lentas, perturbações da coordenação dos movimentos, confusão. Em casos raros, podem surgir reacções de tipo alérgico como febre, alterações da função do fígado, dos rins e da medula óssea (excepcionalmente, anemia megaloblástica), sensibilidade à luz e reacções graves a nível da pele (dermatite exfoliativa e síndrome de Stevens-Johnson). O tratamento deve ser interrompido se ocorrerem reacções cutâneas.

Podem também registar-se, ocasionalmente, tonturas, enjoos, vómitos, dores de cabeça, perturbações do humor de tipo depressivo e perturbações circulatórias (diminuição da frequência cardíaca e da tensão arterial).

Também poderão ocorrer reacções paradoxais, agranulocitose, trombocitopenia e tromboflebite.

O tratamento não deve ser interrompido subitamente pois tal poderá causar a manifestação dos chamados sintomas de privação.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

5. COMO CONSERVAR LUMINAL

O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação. Conservar na embalagem de origem.

Manter fora do alcance e da vista das crianças.

Não utilize Luminal após o prazo de validade impresso na embalagem exterior e no blister após VAL. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.

Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.

6. OUTRAS INFORMAÇÕES

Qual a composição de Luminal

-A substância activa é fenobarbital. Cada comprimido contém 100 mg de fenobarbital.

-Os outros componentes são: amido de milho, esterato de magnésio, lactose mono-hidratada, carboximetilamido sódico e talco.

Qual o aspecto de Luminal e conteúdo da embalagem

Os comprimidos de Luminal são brancos, circulares, planos, com rebordo e apresentam-se em embalagens de 10 comprimidos.

Titular da Autorização de Introdução no Mercado

Bayer Portugal, S.A Rua da Quinta do Pinheiro, 5 2794-003 Carnaxide

Telefone: 214172121

Fax.: 214164276

Fabricante

Bluepharma – Indústria Farmacêutica, S.A S. Martinho do Bispo 3041-801 Coimbra

Este folheto foi aprovado pela última vez em: 26-01-2009.

Categorias
Oxcarbazepina

TRILEPTAL bula do medicamento

Neste folheto:
1. O que é Trileptal e para que é utilizado
2. Antes de tomar Trileptal
3. Como tomar Trileptal
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Trileptal
6. Outras informações

TRILEPTAL 150 mg Comprimidos revestidos por película
TRILEPTAL 300 mg Comprimidos revestidos por película
TRILEPTAL 600 mg Comprimidos revestidos por película

Oxcarbazepina

Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento.
-Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
-Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
-Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

1. O que é Trileptal e para que é utilizado
O que é Trileptal
A substância activa de Trileptal é a oxcarbazepina.
Trileptal pertence a um grupo de medicamentos denominados anticonvulsivantes ou antiepilépticos. Para que é utilizado Trileptal
Os medicamentos tais como Trileptal são o tratamento habitual da epilepsia. Os doentes diagnosticados com epilepsia têm crises epilépticas repetidas ou convulsões. As crises acontecem devido a uma falha temporária no sistema eléctrico do cérebro. Normalmente, as células cerebrais coordenam os movimentos corporais enviando sinais através dos nervos para os músculos de uma forma organizada. Na epilepsia, as células cerebrais enviam demasiados sinais de uma forma desordenada. O resultado pode ser a actividade muscular descoordenada a que se chama crise epiléptica.
Trileptal é utilizado para tratar crises parciais com ou sem crises tónico-clónicas generalizadas secundariamente.
As crises parciais envolvem uma área limitada do cérebro (i.e. origem focal), mas podem alargar-se a todo o cérebro e causar uma crise tónico-clónica generalizada. Existem dois tipos de crises parciais: simples e complexas. Nas crises parciais simples o doente permanece consciente, enquanto que nas crises parciais complexas os doentes perdem a consciência.
Trileptal actua mantendo controladas as células nervosas “sobreexcitáveis” do cérebro, suprimindo ou reduzindo assim a frequência das crises.
Trileptal pode ser utilizado em monoterapia ou em associação com outros medicamentos antiepilépticos. Normalmente, o médico irá receitar o medicamento que actua melhor em si ou na sua criança. No entanto, na epilepsia mais grave, poderá ser necessária uma associação de dois ou mais medicamentos para controlar as crises. Trileptal destina-se a ser utilizado por adultos e crianças com idade igual ou superior a 6 anos.

2. Antes de tomar Trileptal
Siga as instruções do seu médico, mesmo que estas não sejam iguais às que constam neste folheto. Não tome Trileptal
-Se tem alergia (hipersensibilidade) à oxcarbazepina ou a qualquer outro componente de Trileptal comprimidos (listados na secção 6 “Outras informações”).
Tome especial cuidado com Trileptal
Se alguma das seguintes situações se aplicar a si, informe o seu médico antes de tomar Trileptal:
-Se alguma vez mostrou uma sensibilidade invulgar (erupção cutânea ou qualquer outro sinal de alergia) à
carbamazepina ou a qualquer outro tipo de medicamento. Se é alérgico/a à carbamazepina, as
probabilidades de também poder ter uma reacção alérgica à oxcarbazepina (Trileptal) são de 1 em 4 (25%);
-Se tem uma doença renal;
-Se tem uma doença hepática grave;
-Se toma diuréticos (medicamentos utilizados para ajudar os rins a eliminar sal e água, aumentando a quantidade de urina produzida);
-Se tem uma doença cardíaca, dificuldade em respirar e/ou inchaço dos pés ou pernas, devido a retenção de líquidos;
-Se o seu nível de sódio no sangue é baixo conforme demonstrado pelos testes sanguíneos (ver secção 4 “Efeitos secundários possíveis”);
-Se é uma mulher que está tomar um contraceptivo hormonal, como por exemplo a pílula, Trileptal pode impedir o funcionamento desse contraceptivo. Utilize um método de contracepção (não hormonal) diferente ou adicional enquanto estiver a tomar Trileptal. Isto ajudará a evitar uma gravidez indesejada. Informe o seu médico imediatamente, se tiver hemorragias vaginais irregulares ou perda de pequenas quantidades de sangue. Se tiver quaisquer dúvidas, consulte o seu médico.
Se desenvolver algum dos seguintes sintomas após iniciar Trileptal, informe o seu médico imediatamente ou dirija-se ao serviço de emergência do hospital mais próximo:
-Se tiver uma reacção alérgica após iniciar Trileptal. Os sintomas incluem inchaço dos lábios, pálpebras, face, garganta, boca ou problemas respiratórios súbitos, febre com tumefacção das glândulas, erupção cutânea ou formação de vesículas;
-se tiver sintomas de hepatite, tais como, icterícia (amarelecimento da pele e dos olhos); -Se notar possíveis sintomas de afecções sanguíneas como cansaço, dificuldade em respirar enquanto faz exercício, palidez, dor de cabeça, calafrios, tonturas, infecções frequentes com febre, dor de garanta, úlceras na boca, hemorragias ou contusões mais fáceis do que o normal, sangramento pelo nariz, manchas na pele e/ou nas mucosas de coloração avermelhada ou arroxeadas, ou manchas inexplicadas na pele.
Se desenvolver os seguintes sintomas após iniciar Trileptal, informe o seu médico logo que possível: -Se tiver um ritmo cardíaco acelerado ou muito lento.

Ao tomar Trileptal com outros medicamentos
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica. Isto aplica-se especialmente a: -Contraceptivos hormonais, como por exemplo a pílula (ver “Tome especial cuidado com Trileptal”); -Outros medicamentos antiepilépticos, como por exemplo carbamazepina, fenobarbital, fenitoína ou lamotrigina;
-Medicamentos que reduzem o seu nível de sódio no sangue, como por exemplo diuréticos (utilizados para
ajudar os rins a eliminar sal e água, aumentando a quantidade de urina produzida), desmopressina e
fármacos anti-inflamatórios não esteróides, como por exemplo indometacina;
-Lítio e inibidores da MAO (medicamentos usados para tratar perturbações de humor e alguns tipos de depressão);
-Medicamentos que actuam no sistema imunitário do organismo, como por exemplo ciclosporina e tacrolimus.

Ao tomar Trileptal com alimentos e bebidas Trileptal pode ser tomado com ou sem alimentos.
O álcool pode aumentar os efeitos sedativos do Trileptal. Evite o álcool tanto quanto possível e aconselhe-se com o seu médico.

Gravidez e aleitamento
Gravidez

Informe o seu médico se está grávida ou a planear engravidar.
É importante controlar as crises epilépticas durante a gravidez. No entanto, se tomar medicamentos antiepilépticos durante a gravidez pode haver risco para o seu bebé. O seu médico informá-la-á sobre os benefícios e potenciais riscos a considerar e ajudá-la-á a decidir se deve tomar Trileptal. Não pare o tratamento com Trileptal durante a gravidez antes de consultar o seu médico. Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento durante a gravidez.

Aleitamento

Não deve amamentar enquanto está a tomar Trileptal. A substância activa de Trileptal passa para o leite materno. Isto pode provocar efeitos secundários nos bebés amamentados. Enquanto estiver a amamentar e antes de tomar qualquer medicamento aconselhe-se com o seu médico ou farmacêutico.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Trileptal pode fazer com que se sinta sonolento ou com tonturas.
É importante que discuta com o seu médico se pode conduzir veículos ou utilizar máquinas enquanto está a tomar este medicamento.

3. Como tomar Trileptal

Tomar Trileptal sempre de acordo com as indicações do médico, mesmo que sejam diferentes das informações presentes neste folheto. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.

Quanto tomar Dose para adultos

-A dose inicial habitual de Trileptal para adultos (incluindo doentes idosos) é de 600 mg por dia. -Tome um comprimido de 300 mg duas vezes por dia ou dois comprimidos de 150 mg duas vezes por dia. -O seu médico pode aumentar a dose gradualmente até encontrar a melhor dose para si. Os melhores resultados são normalmente obtidos com doses entre 600 e 2.400 mg por dia. -Se estiver a tomar outro antiepiléptico, a dose é a mesma.
-Se tem uma doença renal (com insuficiência da função renal), a dose inicial é metade da dose inicial habitual.
-Se sofre de doença hepática grave, o seu médico poderá ajustar a sua dose. Dose para crianças
Trileptal pode ser tomado por crianças com idade igual ou superior a 6 anos. A posologia em crianças depende do seu peso.
-A dose inicial é 8 a 10 miligramas por quilograma de peso corporal por dia administrada em duas doses divididas. Por exemplo, uma criança com 30 kg iniciaria o tratamento com um comprimido de 150 mg duas vezes por dia.
-O seu médico pode aumentar a dose gradualmente até encontrar a melhor dose para si. Os melhores resultados são normalmente obtidos com uma dose de 30 miligramas por quilograma de peso corporal por dia. A dose máxima para uma criança é de 46 miligramas por quilograma de peso corporal por dia.
Como tomar Trileptal
-Os comprimidos devem ser engolidos com um pouco de água.
-Se necessário, os comprimidos podem ser partidos ao meio para facilitar a sua ingestão. Não parta os comprimidos para tomar apenas metade da dose. A ranhura não foi desenhada para dividir o comprimido em doses iguais.
-Para as crianças muito novas que não conseguem engolir os comprimidos inteiros, ou para as quais não é possível dar a dose necessária em comprimidos, Trileptal está disponível em suspensão oral.

Quando e durante quanto tempo tenho de tomar o Trileptal

Tomar Trileptal duas vezes por dia, todos os dias, aproximadamente na mesma altura do dia, a menos que o seu médico lhe dê indicações diferentes. Tomar os comprimidos na mesma altura todos os dias controlará melhor a epilepsia e também o ajudará a lembrar-se de quando tomar os comprimidos. O seu médico dir-lhe-á exactamente durante quanto tempo você ou a sua criança têm de tomar Trileptal. A extensão do tratamento dependerá do tipo de crises que você ou da sua criança apresentam. Para controlar as crises pode ser necessário manter o tratamento durante muitos anos. Não altere a dose ou interrompa o tratamento sem consultar o seu médico.
Se tomar mais Trileptal do que deveria
Se tomou mais comprimidos do que o seu médico lhe prescreveu, dirija-se ao serviço de urgência do hospital mais próximo ou contacte o seu médico imediatamente. Os sintomas de sobredosagem com Trileptal podem incluir sonolência, tonturas, náuseas, vómitos, aumento de movimentos involuntários, letargia, confusão, movimentos musculares descoordenados ou agravamento significativo de convulsões, problemas de coordenação e/ou movimentos involuntários dos olhos.

Caso se tenha esquecido de tomar Trileptal
Se se esqueceu de tomar uma dose, tome-a logo que se lembre. Contudo, se está quase na altura da dose seguinte, não tome a dose esquecida. Retome apenas o seu esquema posológico habitual. Não duplique a dose.
Se se esqueceu de tomar várias doses, contacte o seu médico. Se parar de tomar Trileptal
Não pare o tratamento, a não ser que tal seja recomendado pelo seu médico.
Para prevenir um agravamento repentino das crises, não pare o tratamento abruptamente.
O tratamento deve ser descontinuado gradualmente, de acordo com as indicações do médico.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico. 4. Efeitos secundários possíveis
Como todos os medicamentos, Trileptal pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.
Alguns efeitos secundários podem ser graves: obtenha apoio médico imediatamente
Os seguintes sinais são muito raros, mas são efeitos secundários potencialmente graves que podem requerer
tratamento médico urgente.
-Inchaço dos lábios, pálpebras, face garganta ou boca, acompanhado de dificuldade em respirar, falar ou engolir (sinais de reacções anafilácticas e angioedema) ou outros sinais de reacções de hipersensibilidade tais como erupção cutânea, febre e dor nos músculos e articulações;
-Grave formação de vesículas na pele e/ou membranas mucosas dos lábios, olhos, boca, vias nasais ou genitais (sinais de reacções alérgicas graves incluindo síndrome de Lyell, síndrome de Stevens-Johnson e eritema multiforme);
-Cansaço, dificuldade em respirar enquanto faz exercício, palidez, dor de cabeça, calafrios, tonturas, infecções frequentes com febre, dor de garganta, úlceras na boca, hemorragias ou contusões mais fáceis do que o normal, sangramento pelo nariz, manchas na pele e/ou nas mucosas de coloração avermelhada ou
arroxeada, ou manchas inexplicadas na pele (sinais de uma diminuição do número de plaquetas sanguíneas ou diminuição do número de glóbulos);
-Erupção cutânea vermelha principalmente na face, que pode ser acompanhada de fadiga, febre, náuseas ou perda de apetite (sinal de lúpus eritematoso sistémico);
-Letargia, confusão, contracções musculares súbitas ou agravamento significativo das convulsões (possíveis sintomas de pouco sódio no sangue) (ver “Tome especial cuidado com Trileptal”); -Sintomas do tipo gripe com icterícia (amarelecimento da pele e dos olhos – sinal de hepatite); -Dores graves na parte superior do estômago (abdómen), vómitos, perda de apetite (sinais de pancreatite). Informe imediatamente o seu médico ou dirija-se ao serviço de urgência do hospital mais próximo (ou assegure-se de que alguém pode fazê-lo por si) se ocorrer algum dos efeitos secundários mencionados anteriormente. O médico irá também decidir se Trileptal tem de ser imediatamente interrompido e como continuar o tratamento médico.
Outros efeitos secundários: informe o seu médico logo que possível Frequentes (mais de 1 em 100 doentes e menos de 1 em 10 doentes):
-tremor, problemas de coordenação, movimentos involuntários dos olhos, ansiedade e nervosismo,
depressão, erupção cutânea;
Muito raros (menos de 1 em 10.000 doentes):
-ritmo cardíaco irregular ou ritmo cardíaco muito rápido ou muito lento.
Informe o seu médico logo que possível se ocorrer algum dos efeitos secundários mencionados
anteriormente. Estes podem necessitar de cuidados médicos.
Outros efeitos secundários: informe o seu médico se estes o preocupam
Estes efeitos secundários de Trileptal são normalmente ligeiros a moderados. A maioria destes efeitos é transitória e habitualmente diminui ao longo do tempo. Muito frequentes (mais de 1 em 10 doentes):
-cansaço, dor de cabeça, tonturas, sonolência, náuseas, vómitos, visão dupla. Frequentes (mais de 1 em 100 doentes e menos de 1 em 10 doentes):
-fraqueza, perturbações da memória, alteração da concentração, apatia, agitação, confusão, visão desfocada, perturbações da visão, prisão de ventre, diarreia, dor no estômago (abdominal), acne, queda de cabelo, distúrbios de equilíbrio.
Pouco frequentes (mais de 1 em 1.000 doentes e menos de 1 em 100 doentes) -urticária. Enquanto toma Trileptal pode ter o nível das enzimas hepáticas aumentado. Desconhecido (a frequência exacta não pode ser calculada a partir dos dados existentes): -pressão arterial elevada.
Informe o seu médico se algum dos efeitos secundários mencionados anteriormente se tornar grave.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

5. Como conservar Trileptal
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
Não utilize Trileptal após o prazo de validade impresso no blister e na embalagem exterior. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Não utilize nenhuma embalagem de Trileptal que esteja danificada ou que mostre sinais de adulteração. Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.

6. Outras informações
Qual a composição de Trileptal
-A substância activa é a oxcarbazepina.
Trileptal 150 mg comprimidos revestidos por película
Cada comprimido revestido por película contém 150 mg de oxcarbazepina.
Trileptal 300 mg comprimidos revestidos por película
Cada comprimido revestido por película contém 300 mg de oxcarbazepina.
Trileptal 600 mg comprimidos revestidos por película
Cada comprimido revestido por película contém 600 mg de oxcarbazepina.
-Os outros componentes são:
Núcleo do comprimido: sílica coloidal anidra, celulose microcristalina, hipromelose, crospovidona, estearato de magnésio. Revestimento do comprimido:
Nos comprimidos de 150 mg: hipromelose, macrogol 4000, óxido de ferro amarelo (E 172), óxido de ferro vermelho (E 172), óxido de ferro preto (E 172), talco, dióxido de titânio (E 171).
Nos comprimidos de 300 mg: hipromelose, macrogol 8000, óxido de ferro amarelo (E 172), talco, dióxido de titânio (E 171).
Nos comprimidos de 600 mg: hipromelose, macrogol 4000, óxido de ferro vermelho (E 172), óxido de ferro preto (E 172), talco, dióxido de titânio (E 171).

Qual o aspecto de Trileptal e conteúdo da embalagem
Trileptal 150 mg: Comprimidos oblongos verde acinzentados, com ranhura em ambas as faces e com a gravação T/D numa face e C/G na outra face.
Trileptal 300 mg: Comprimidos oblongos amarelos, com ranhura em ambas as faces e com a gravação TE/TE numa face e CG/CG na outra face.
Trileptal 600 mg: Comprimidos oblongos rosa claros, com ranhura em ambas as faces e com a gravação TF/TF numa face e CG/CG na outra face.
Os comprimidos revestidos por película estão disponíveis em blisters contendo 30, 50, 100, 200 e 500 comprimidos. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

Trileptal está disponível em três dosagens: 150 mg, 300 mg ou 600 mg.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado

Novartis Farma – Produtos Farmacêuticos, S.A. Rua do Centro Empresarial, Edifício n° 8 Quinta da Beloura
2710-444 Sintra
Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o Titular de Autorização de Introdução no Mercado.

Este folheto foi aprovado pela última vez em: 21-11-2008