RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
LASA
1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO
Lasa, comprimido, 10 mg
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO LASA
Cada comprimido contém 10 mg de Famotidina. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA DO LASA
Comprimidos.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO LASA
4.1. Indicações terapêuticas
Sintomas de hiperacidez gástrica, como azia ou pirose e enfartamento.
4.2. Posologia e modo de administração
A experiência em crianças é limitada. LASA só deve ser administrado a indivíduos com mais de 12 anos.
A posologia média é de 1 ou 2 comprimidos por dia (não excedendo 20 mg por dia) e durante um período que não deve ultrapassar as duas semanas. Tomar com um pouco de água.
Como profilático dos sintomas dispépticos, o medicamento deve ser tomado 1 hora antes das refeições.
Insuficiência renal
Em doentes com insuficiência renal as doses administradas e/ou a frequência da administração da famotidina poderão ter de ser modificadas de acordo com o grau de insuficiência renal. Existem recomendações que indicam o uso de metade da dose usual no adulto em doentes com clearances da creatinina de 30-60 ml/min.
Insuficiência hepática
Nos doentes com insuficiência hepática (por ex: cirrose hepática) as concentrações plasmáticas são similares às dos voluntários saudáveis. Não parece ser necessária a adaptação posológica.
Idosos
Nos doentes idosos sob terapêutica com famotidina não foi observado aumento da frequência dos efeitos secundários. No entanto, recomenda-se precaução no estabelecimento da posologia nestes doentes dada a possibilidade de existência de insuficiência renal concomitante.
4.3. Contra-indicações
Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes. Indivíduos com idade inferior a 12 anos.
Foi observada hipersensibilidade cruzada entre antagonistas H2. A famotidina não deve ser administrada a doentes com historial de reacções de hipersensibilidade a outros fármacos da mesma classe.
4.4. Advertências e precauções especiais de utilização
Este medicamento destina-se a ser administrado exclusivamente ao adulto, uma vez que a experiência em crianças é limitada.
Como a Famotidina é excretada principalmente por via renal, em doentes com insuficiência renal, pode ser necessário um ajustamento da dose.
A possibilidade de que a terapêutica de supressão ácida possa aumentar o risco de pneumonia adquirida na comunidade deverá ser considerada em doentes susceptíveis (imunocomprometidos, idosos) apesar de estar associada a terapêutica crónica.
Em caso de persistência dos sintomas após 2 semanas de administração de LASA, o médico assistente deve ser informado.
4.5. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Não foram observadas interacções farmacocinéticas com os seguintes medicamentos: varfarina, propanolol, teofilina, fenitoína, diazepam, aminopirina e antipirina.
Cefpodoxima
A administração concomitante de doses altas de antagonistas H2 reduz os picos plasmáticos de Cefpodoxima, porém a taxa de absorção não é alterada.
Cefuroxima
Os fármacos que reduzem a acidez gástrica podem levar a uma menor biodisponibilidade da cefuroxima quando comparada com a biodisponibilidade em jejum, havendo tendência para a anulação do efeito de absorção pós-prandial.
Ciclosporina
A administração concomitante de ciclosporina principalmente na presença de desidratação pode potenciar uma disfunção renal.
Delaviridina
A famotidina aumenta o pH gástrico e pode reduzir a absorção de delaviridina. Itraconazol
Foram registadas concentrações plasmáticas reduzidas quando se administrou concomitantemente itraconazol e antagonistas H2. Poderá ser necessário o aumento de dose de itraconazol e a monitorização das concentrações plasmáticas deste fármaco.
Cetoconazol
Cetoconazol é uma base fraca, requerendo um meio ácido para a sua dissolução para posterior absorção. Recomenda-se um intervalo entre a administração de famotidina e cetoconazol.
4.6. Gravidez e aleitamento
Gravidez:
Não existem dados suficientes sobre a utilização de famotidina em mulheres grávidas pelo que LASA não deverá ser utilizado durante a gravidez, a menos que tal seja claramente necessário e sob aconselhamento e vigilância médica. Aleitamento:
A Famotidina é excretada no leite materno, pelo que as mulheres devem suspender o tratamento com famotidina ou parar a amamentação.
4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Não foram descritos.
4.8. Efeitos indesejáveis
A Famotidina é geralmente muito bem tolerada. A relação causal existente entre o
tratamento com famotidina e o desenvolvimento de muitas das reacções adversas
descritas não foi ainda estabelecida não podendo, no entanto, ser excluída.
Nesta secção, os efeitos indesejáveis são definidos de acordo com a classificação
indicada abaixo:
Muito frequentes (> 1/10)
Frequentes (> 1/100, <1/10)
Pouco frequentes (> 1/1 000, <1/100) Raros (> 1/10 000, <1/1000)
Muito raros ( <1/10 000), incluindo comunicações isoladas. Doenças do sangue e do sistema linfático
Raros (> 1/10 000, <1/1000): leucocitose, leucopenia, neutropenia, pancitopenia, agranulocitose, eosinofilia, prolongamento da taxa sedimentação de eritrócitos e trombocitopenia.
Doenças do sistema imunitário
Pouco frequentes (> 1/1 000, <1/100): anafilaxia, angioedema, broncospasmo, edema facial ou orbital e congestão conjuntival.
Perturbações do foro psiquiátrico
Pouco frequentes (> 1/1 000, <1/100): depressão, desorientação, confusão, ansiedade, agitação, diminuição da libido e alucinações.
Doenças do sistema nervoso
Frequentes (> 1 /100, <1/10): cefaleias e tonturas.
Pouco frequentes (> 1/1 000, <1/100): astenia, fadiga, parestesias, convulsões, insónia.
Afecções do ouvido e do labirinto
Pouco frequentes (> 1/1 000, <1/100): tinido.
Cardiopatias
Pouco frequentes (> 1/1 000, <1/100): hipertensão, arritmias cardíacas, palpitações, bloqueio AV.
Doenças gastrointestinais
Frequentes (> 1/100, <1/10): obstipação e diarreia.
Pouco frequentes (> 1/1 000, <1/100): náuseas, vómitos, mal-estar abdominal, flatulência,
regurgitação, anorexia, boca seca, azia e disgeusia. Afecções hepatobiliares
Raros (> 1/10 000, <1/1000): aumento da bilirrubina sérica total, icterícia colestática, , aumento das transaminases hepáticas e fosfatase alcalina. Muito raros (<1/10 000): Hepatomegalia.
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas
Pouco frequentes (> 1/1 000, <1/100): acne, prurido, urticária e pele seca. Raros (> 1/10 000, <1/1000): rash cutâneo. Muito raros (<1/10 000): Necrólise epidérmica tóxica.
Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Pouco frequentes (> 1/1 000, <1/100): dor musculoesquelética incluindo cãibras, artralgia Muito raros (<1/10 000): agudização de gota.
Doenças renais e urinárias
Raros (> 1/10 000, <1/1000): aumento do BUN ou da creatinina sérica e proteinúria.
Perturbações gerais e alterações no local de administração Pouco frequentes (> 1/1 000, <1/100): febre; afrontamentos.
Exames complementares de diagnóstico
Raros (> 1/10 000, <1/1000): alterações dos níveis séricos de colesterol e proteínas. 4.9. Sobredosagem
Até à data, não foram descritos casos de sobredosagem. Os doentes apresentando síndrome de Zollinger-Ellison toleraram posologias de 480 mg/dia durante 1 ano sem efeitos indesejáveis significativos.
Em situações de sobredosagem devem ser realizadas as medidas terapêuticas habituais como lavagem gástrica, vigilância clínica e tratamento sintomático.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO LASA
5.1. Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 6.2.2.2 Antagonistas dos receptores H2; código ATC: A02B A03.
A Famotidina é um antagonista dos receptores da histamina tipo 2 (H2). A Famotidina é um antagonista dos receptores H2 com uma semivida longa de afinidade para os receptores H2
A Famotidina reduz a produção do ácido clorídrico e da pepsina, assim como o volume da secreção gástrica basal após estimulação. O fármaco parece ter efeitos mínimos sobre as concentrações de gastrina sérica pós prandial ou de jejum. A famotidina parece não afectar o esvaziamento gástrico, a pressão do esfíncter esofágico inferior ou a secreção biliar.
A Famotidina, habitualmente, alivia a dor da úlcera péptica na primeira semana de tratamento, inibindo a secreção ácida gástrica quando administrada numa toma única à noite. A administração à noite produz efeitos inibitórios máximos na secreção ácida nocturna ou estimulada pelo pequeno-almoço, mas produz uma inibição mínima da secreção estimulada pelo almoço ou jantar. A administração de famotidina duas vezes ao dia antes das refeições produz uma inibição substancial da secreção gástrica estimulada pelas refeições.
Após a administração oral atinge níveis séricos terapêuticos na 1a hora atingindo o pico plasmático entre a 1a e 3a hora.
Nas doses de 20 e 40 mg inibe a secreção ácida basal nocturna em todos os indivíduos e a secreção ácida gástrica média respectivamente de 86 e 94% por um período de + 10 horas.
Doses similares administradas de manhã, inibem a secreção ácida estimulada pela refeição média entre 76-84% entre a 3a e 5a hora, e em 25 a 30% entre a 8a e 10a hora após administração.
Após administração oral de 20 mg o efeito anti-secretor dura em média 6-8 horas. O seu efeito não é cumulativo com doses repetidas.
A Famotidina, na dose de 20 e 40 mg administrada à noite, mantém o pH intragástrico nocturno entre valores de 5 e 6,4, respectivamente.
A Famotidina tem poucos ou nenhuns efeitos sobre a concentração de prolactina. Não parece igualmente ter efeitos antiandrogénicos substanciais.
5.2. Propriedades farmacocinéticas
Absorção
Após administração oral a Famotidina é rápida mas não totalmente absorvida, atingindo o pico plasmático que é dose dependente, entre 1 e 4 horas. Sofre efeito de primeira passagem mínimo.
A biodisponibilidade média após administração oral é de 40-50%. A absorção da Famotidina não é modificada pela administração com as refeições. Não há acumulação do medicamento após doses repetidas.
Estima-se que a concentração plasmática de famotidina necessária para uma inibição de 50% da secreção gástrica estimulada pela tetragastrina é de 13 ng/ml. Concentrações plasmáticas de 50 ng/ml inibem mais do que 80% da secreção ácida gástrica. Após administração oral de 5, 10, 20 ou 40 mg de famotidina as concentrações plasmáticas máximas de 17-22, 29-39, 40-71, ou 78-132 ng/ml respectivamente ocorrem em 1-4 horas.
Distribuição
A distribuição da famotidina no corpo humano não está bem caracterizada. O volume de distribuição aparente é de 1,1 – 1,4 l/kg em adultos e não parece ser substancialmente alterado em doentes com insuficiência renal. Em crianças de 1-15 anos de idade foi registado um volume de distribuição aparente de 1,5 – 2,07 l/kg. A ligação às proteínas plasmáticas é relativamente fraca (15 a 20%).
Metabolização
A famotidina é metabolizada no fígado em s-óxido (S-famotidina). O metabolito não parece inibir a secreção ácida gástrica. Após administração oral o efeito de primeira passagem por metabolização hepática é mínimo.
Excreção
A semi-vida de eliminação da famotidina é de 2,5 – 4 horas em adultos com função renal normal. Foi relatada uma semi-vida de eliminação de 2,3 – 3,38 em crianças de 1¬15 anos de idade. Em adultos com clearances da creatinina de <10 ml/min, a semi-vida do fármaco pode ultrapassar as 20 horas. A famotidina é excretada principalmente na urina por filtração glomerular e secreção tubular. Aproximadamente 25-30 ou 65-80 % da dose é excretada inalterada na urina nas 24 horas seguintes à administração, oral ou IV respectivamente, de uma dose de 40 mg de famotidina. Nas 72 horas seguinte 13-49 (oral) ou 52-82% (IV) da dose é excretada inalterada na urina. Só uma fracção pequena de famotidina é excretada na urina sob a forma de S-famotidina. A restante fracção da dose administrada oralmente é excretada nas fezes. A excreção renal cumulativa está diminuída em doentes com disfunção renal com fracções de 72, 69, 65 ou 21% da dose administrada excretada em indivíduos com função renal normal a corresponderem a clearances da creatinina respectivamente de 60-90, 30-60 e menos que 30 ml/min. A excreção não renal em doentes com insuficiência renal grave não mostrou um aumento compensatório, mas sim uma diminuição de 40%.
A clearance plasmática total da famotidina é de 381-483 ml/min e a clearance renal do fármaco é de 250-450 ml/min. Estes valores encontram-se diminuídos em doentes com insuficiência renal. Em doentes com clearances da creatinina de 30-60 ml/min e < 30 ml/min a clearance plasmática total foi de 241 ml/min e 71-83 ml/min, respectivamente. A clearance renal foi reduzida para 157 e 9.5-21 ml/min respectivamente. A famotidina não parece ser removida por diálise.
5.3. Dados de segurança pré-clínica
Toxicidade aguda:
Os valores da DL50 estimados para a via oral foram de 8000 mg/kg e de 800 mg/kg para a via parentérica. Não foram detectados sinais clínicos após a administração oral da Famotidina.
Efeitos sobre a reprodução e fertilidade e efeitos teratogénicos:
Estudos de efeitos sobre a reprodução em ratos e coelhos usando doses de famotidina oral de 2 e 0,5 g/kg diários, respectivamente, ou doses de famotidina IV de 0,1g/kg e 0,2 g/kg respectivamente, não evidenciaram compromisso da fertilidade ou danos para o feto. Doses orais de 2 g/kg por dia inibiram o ganho de peso em ratos fêmea. Doses de 0,5 e/ou 2 g/kg diários nos dias 7 a 17 de gestação diminuíram o peso fetal e atrasaram o processo de ossificação do esterno da descendência. Foi igualmente observada uma diminuição do consumo de alimentos e do aumento de peso em crias de ratas que receberam estas doses de famotidina nos dias 10 a 28 pós parto. Registou-se a morte e disfunção locomotora em ratas grávidas a receber doses de famotidina IV de 100 ou 200 mg/kg. Doses IV diárias de 100 ou 200 mg/kg em ratos diminuíram o peso das crias durante o período pós desmame. Embora não tenham sido observados quaisquer efeitos fetotóxicos directos, ocorreram abortos esporádicos e diminuição do peso fetal consequentes de uma diminuição substancial da ingestão de alimentos em coelhas grávidas a receber doses orais diária iguais ou superiores a 200 mg/ kg. Ocorreu uma diminuição do n° de vértebras sacrocaudais e atraso na ossificação em coelhos a receber doses orais diárias de famotidina oral de 0,5 g/kg.
Carcinogenicidade e mutagenicidade: Vários testes in vitro e in vivo mostraram que a Famotidina não tem poder mutagénico. Também não foi detectada qualquer evidência de carcinogenicidade, nem se detectou qualquer proliferação celular no estômago dos ratos e ratinhos ao fim de 24 e 21 meses de tratamento.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO LASA
6.1. Lista de excipientes
Amido de milho, Celulose microcristalina Sílica coloidal anidra, Estearato de magnésio e Talco.
6.2. Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3. Prazo de validade
3 anos.
6.4. Precauções especiais de conservação
Proteger do calor e da humidade.
6.5. Natureza e conteúdo do recipiente
Os comprimidos estão acondicionados em placas de blister constituídas por PVC + película de alumínio gravada, fechadas por termo-soldagem.
6.6. Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
EURO-LABOR – Laboratórios de síntese Química e de Especialidades Farmacêuticas S.A.
Rua Alfredo da Silva n°16 2610-016 AMADORA
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
3241494 (Cx.6) 3241593 (Cx.12) 32411692 (Cx.18)
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃOJ01-08-2000
RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO: 01-08¬2005
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
03/2006