Categorias
Brometo de piridostigmina

CARACTERÍSTICAS DO MESTION bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
MESTION

1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO
Mestinon 60 mg comprimidos revestidos

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO MESTION

Cada comprimido revestido contém 60 mg de brometo de piridostigmina.

Exci pi entes:
Sacarose 161.645 mg
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO MESTION

Comprimidos revestidos.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO MESTION

4.1 Indicações terapêuticas
■ Miastenia gravis pseudoparalítica.

4.2 Posologia e modo de administração
POSOLOGIA USUAL

Durante o tratamento com Mestinon é importante não esquecer que o início do efeito farmacológico do medicamento se manifesta de forma gradual, aproximadamente em 30 minutos após administração oral, conseguindo-se um efeito máximo às 1 – 2 horas da administração.

De acordo com as indicações, a posologia usual é a seguinte:
Miastenia gravis pseudoparalítica: 1-3 comprimidos, 2-4 vezes por dia, ou doses superiores, se necessário.
Na miastenia grave, a duração de acção de uma dose é de aproximadamente 4 horas, durante o dia, enquanto que à noite se pode esperar uma duração de acção de cerca de 6 horas, uma vez que a actividade física é reduzida.

Para antagonizar o efeito do curare, recomenda-se a utilização de neostigmina em vez de Mestinon.

DIRECTIVAS POSOLÓGICAS ESPECIAIS
Quando usado em pediatria, a dose necessária deve ser cuidadosamente calculada.

Em caso de miastenia neonatal, é normalmente preferível o tratamento com neostigmina. No entanto, se este for inadequado, como por exemplo, pelo facto de promover efeitos colinérgicos indesejados, poderá então administrar-se Mestinon.

Em doentes com disfunção renal podem ser necessárias doses mais baixas e a posologia deve ser baseada na resposta do doente.

MODO E VIA DE ADMINISTRAÇÃO
Administração oral. Deglutir os comprimidos com o auxílio de um pouco de água.

4.3 Contra-indicações
Mestinon está contra-indicado em doentes com conhecida hipersensibilidade ao brometo de piridostigmina ou a qualquer um dos excipientes dos comprimidos.
Mestinon está contra-indicado em casos de obstrução mecânica ao nível do tracto gastrointestinal ou vias urinárias.

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Mestinon é excretado principalmente por via urinária como fármaco inalterado e metabolitos. Sendo assim, em doentes com disfunção renal podem ser necessárias doses mais baixas e a posologia deve ser baseada na resposta do doente.
Devem ser tomados cuidados especiais quando Mestinon é utilizado em doentes com bradicardia, asma brônquica ou diabetes mellitus e após cirurgia gastrointestinal. Se o doente não demonstrar a resposta desejada ao tratamento com Mestinon, tal poderá dever-se a sobredosagem.
Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à frutose, malabsorção de glucose-galactose ou insuficiência de sacarase-isomaltase não devem tomar este medicamento.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
O brometo de piridostigmina antagoniza a acção dos relaxantes musculares não despolarizantes
como o suxametónio, não devendo ser administrado simultaneamente com os mesmos.
A atropina contraria os efeitos colinérgicos da piridostigmina, especialmente a bradicardia e a
hipersecreção.

4.6 Gravidez e aleitamento
Grávidas: Deve ser respeitado o princípio de que os medicamentos apenas devem ser administrados durante a gravidez em situações de absoluta necessidade, utilizando uma posologia adequada e rigorosa vigilância clínica.

Lactentes: O tratamento com piridostigmina não deve ser obstáculo à lactação materna, pelo menos, quando as doses variam entre 180-300 mg/dia.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Os efeitos de Mestinon sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são nulos ou desprezíveis.

4.8 Efeitos indesejáveis
Tal como todos os fármacos colinérgicos, Mestinon pode determinar efeitos funcionais indesejáveis ao nível do sistema nervoso autónomo. Os efeitos indesejáveis do tipo muscarínico manifestam-se por náuseas, vómitos, diarreia, cólica gástrica, peristaltismo aumentado, secreção brônquica, salivação e lacrimejo, bem como, taquicardia e miose. Os efeitos secundários do tipo nicotínico consistem principalmente em espasmos e fraqueza muscular. Tal como outros fármacos que contêm brometos, Mestinon pode causar ocasionalmente rash cutâneo, embora este efeito desapareça geralmente, e com rapidez, após a suspensão do tratamento.
Nestas circunstâncias, a repetição do tratamento com Mestinon ou com outros fármacos contendo brometo está contra-indicada.

4.9 Sobredosagem
Não foram observados casos de sobredosagem.

A sobredosagem com Mestinon ou com outros inibidores colinesterásicos pode provocar crises colinérgicas (ou fraqueza muscular exacerbada em doentes com miastenia). Se esta situação não for rigorosamente observada, existe perigo de vida devido a paralisia dos músculos respiratórios. Outros possíveis efeitos são a bradicardia e paradoxalmente a taquicardia. Para contrariar a sobredosagem, dever-se-á proceder à suspensão imediata do tratamento com Mestinon ou outros colinérgicos e à administração endovenosa lenta de 1-2 mg de sulfato de atropina; dependendo da evolução da frequência cardíaca, esta dose poderá ter de ser repetida de 2 em 2 ou de 4 em 4 horas.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO MESTION

5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico : 2.4. Antimiasténicos Código ATC: N07AA02

A piridostigmina é um composto de amónio quaternário, que inibe de forma reversível a actividade da colinesterase e, portanto, prolonga e intensifica as acções fisiológicas da acetilcolina.

A sua acção é similar à da neostigmina, mas a duração da sua acção é mais prolongada. Além do mais, apresenta uma acção muscarínica menor que a da neostigmina, pelo que é muito melhor tolerada por doentes miasténicos. Ambas as características constituem vantagens destacáveis no tratamento da miastenia gravis.
A acetilcolinesterase é uma enzima extremamente activa. Em primeiro lugar, a acetilcolina une-se à zona de activação da enzima, sendo hidrolisada com libertação de colina e acetato. O processo completo dura cerca de 150 microsegundos.

A piridostigmina, como os restantes inibidores colinesterásicos, alcança seu efeito por inibição da acetilcolinesterase, incrementando a concentração da acetilcolina endógena em torno dos receptores colinérgicos.

A piridostigmina exerce a sua acção terapêutica nas sinapses colinergicas da placa motora, mas também produz respostas de tipo colinérgico em distintos órgãos, entre os quais devemos mencionar:
– Olho. Miose intensa e pertinaz, espasmo da acomodação e diminuição da pressão intra-ocular.
– Aparelho digestivo. Aumenta o tônus e estimula o peristaltismo gastrointestinal, incrementa a secreção gástrica.
-detrusor.
-principalmente da redução da contractilidade auricular, a sua acção ventricular é menor em intensidade. Em dose alta a acção cardíaca do fármaco é muito intensa, com forte redução do ritmo cardíaco e hipotensão arterial por vasodilatação.
-traqueobrônquica.
-Com dose terapêuticas, a piridostigmina não atravessa a barreira hematoencefálica, e portanto, não produz efeitos sobre o sistema nervoso central. Não obstante, a dose elevada ou sobredose pode produzir uma estimulação do sistema nervoso central, seguida por depressão e paradoxalmente um bloqueio neuromuscular, depressão respiratória, paralisia e morte.

5.2 Propriedades farmacocinéticas
O brometo de piridostigmina é absorvido através do tracto gastrointestinal.

Após a administração oral dos comprimidos, o início do efeito farmacológico inicia-se em aproximadamente 30 minutos, conseguindo-se um efeito máximo às 1 – 2 horas da administração. A duração da acção é de 3 a 6 horas, esta variação de duração da acção é consequência das características da doença (gravidade, estado, .) e das características físicas do doente.

Após a sua absorção, o fármaco é distribuído amplamente no organismo e atinge o seu local de acção: as sinapses colinérgicas da placa motora. Não obstante, a ampla distribuição do medicamento faz que tenha acção em outros órgãos, podendo desencadear efeitos secundários à sua acção principal.

Devido à sua estrutura química não atravessa a barreira hematoencefálica.

A piridostigmina atravessa a barreira placentária e pode diminuir a actividade da colinesterase plasmática fetal quando é administrada em doses elevadas.

Se bem que a piridostigmina se distribua no leite materno, a lactação materna é considerada compatível com o tratamento, já que as concentrações são praticamente indetectáveis, é estimado que a criança recebe aproximadamente 0,1% da dose ingerida pela mãe, não manifestando efeitos. A Academia Americana de Pediatria considera o uso de piridostigmina compatível com a lactação materna.

A piridostigmina é biotransformada no organismo por esterases inespecíficas para além das colinesterases.

Excreta-se principalmente por via urinária como fármaco inalterado e metabolitos.

5.3 Dados de segurança pré-clínica
Não aplicável.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO MESTION

6.1 Lista de excipientes
– Núcleo:
Sílica coloidal anidra Amido de milho Polividona K30
Amido pré-gelatinizado (de batata) Talco
Estearato de magnésio
– Revestimento: Sacarose Amido de arroz Talco
Goma acácia liofilizada Óxido de ferro vermelho (E172) Óxido de ferro amarelo (E172) Parafina sólida Parafina líquida

6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.

6.3 Prazo de validade
5 anos.

6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 30°C.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Frasco de vidro âmbar, tipo III, com moderada resistência hidrolítica. Tampa de PE-HD. Embalagem de 20 e 60 comprimidos revestidos.

6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.

7 TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Valeant Pharmaceuticals Ibérica, S.A. Muntaner 239-253, ático 08021 Barcelona ESPANHA

8. NÚMERO(S) DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

8987701 – 20 comprimidos revestidos 5475488 – 60 comprimidos revestidos

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO / RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
16-05-2006

Categorias
Dimetindeno

CARACTERÍSTICAS DO FENISTIL GOTAS ORAIS bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
FENISTIL GOTAS ORAIS

1. NOME DO MEDICAMENTO
Fenistil 1 mg/ml gotas orais, solução

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO FENISTIL

Cada ml de gotas orais, solução contém 1 mg de Maleato de dimetindeno. Excipientes:
Cada ml de gotas orais, solução contém 100 mg de propilenoglicol. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO FENISTIL
Gotas orais, solução

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO FENISTIL

4.1 Indicações Terapêuticas

Tratamento sintomático de reacções alérgicas cutâneas: urticária e prurido associado a eczemas e dermatites, com diagnóstico médico prévio.

Tratamento sintomático do prurido de várias etiologias: prurido endógeno, doenças eruptivas, como a varicela, com diagnóstico médico prévio.

Picadas de insectos.

Tratamento sintomático da rinite alérgica perene ou sazonal com diagnóstico médico prévio.

4.2 Posologia e Modo de Administração
Adultos e crianças com mais de 12 anos de idade:
A dose usual é de 3 a 6mg o que corresponde a 20 a 40 gotas de Fenistil gotas orais, solução 3 vezes por dia. Em doentes com tendência para a sonolência, deve prescrever-se 40 gotas de Fenistil ao deitar e 20 gotas ao pequeno-almoço.
Crianças: A dose diária habitual é de cerca de 0,1mg/kg de peso. Assim, a posologia usual é a seguinte:
– Crianças de 1 mês a um ano de idade: 3 a 10 gotas, três vezes por dia;
– Crianças de 1 a 3 anos de idade: 10 a 15 gotas, três vezes por dia;
– Crianças de 3 a 12 anos de idade: 15 a 20 gotas, três vezes por dia;
*20 gotas de Fenistil correspondem a 1 ml, ou seja, 1 mg de maleato de dimetindeno.

Nota: O Fenistil gotas orais, solução não deve ser sujeito a altas temperaturas; só devem juntar-se as gotas ao biberão imediatamente antes de o dar à criança, ou seja, quando já estiver morno. Se a criança é alimentada à colher, dar as gotas numa colher das de chá sem diluir. O sabor do Fenistil gotas orais é agradável.

4.3 Contra-Indicações

Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes. Recém-nascidos com menos de 1 mês de idade, sobretudo se prematuros.

4.4 Advertências e Precauções Especiais de Utilização

Como para qualquer outro anti-histamínico, deve ter-se cuidado em caso de administração a doentes com glaucoma, obstrução do colo da bexiga (e.g. hipertrofia prostática), doença pulmonar crónica obstrutiva. Em crianças pequenas, os antihistamínicos podem produzir excitação.
Gotas orais: Deve ter-se cuidado na administração de anti – histamínicos a crianças com menos de 1 ano de idade, já que o efeito sedativo pode associar-se a episódios de apneia e sono.

4.5 Interacções Medicamentosas e Outras Formas de Interacção

O efeito sedativo dos depressores do sistema nervoso central, tal como tranquilizantes, hipnóticos ou álcool, pode ser favorecido. O efeito combinado com o do álcool pode levar a perda de reflexos mais marcada. A administração simultânea de IMAO pode reforçar os efeitos depressor do SNC e anti-muscarínico dos anti-histamínicos, aumentando o risco de agravar glaucoma ou retenção urinária.

4.6 Gravidez e Aleitamento

A segurança de uso durante a gravidez não foi estabelecida em humanos. Por isso, o Fenistil só deve administrar-se na gravidez quando é essencial e os benefícios esperados compensam os potenciais riscos. Um estudo em animais revelou que apenas quantidades muito pequenas de dimetindeno ou seus metabolitos passam para o leite materno. Contudo, o uso do Fenistil não está recomendado em mães a amamentar. Todos os estudos no animal demonstraram que o maleato de dimetindeno não tem potencial mutagénico, nem potencial teratogénico nem outros efeitos adversos no embrião e/ou no feto relevantes para a avaliação da segurança do produto.

4.7 Efeitos sobre a Capacidade de Conduzir e Utilizar Máquinas

Tal como outros anti-histamínicos, o Fenistil pode diminuir o alerta mental; se afectados os doentes devem evitar conduzir ou realizar outras tarefas exigindo um elevado estado de alerta (e.g. operação de máquinas).

4.8 Efeitos Indesejáveis

A informação sobre reacções adversas advém dos estudos clínicos e da vigilância após comercialização. Nos ensaios clínicos observou-se, ocasionalmente, sonolência, em especial no início do tratamento; em casos raros ocorreu desconforto gastrointestinal (incluindo náusea), secura da boca ou garganta, vertigem, excitação, cefaleia. Em casos isolados, ocorreu edema, rash cutâneo, espasmo muscular e comprometimento respiratório, possivelmente associado à administração do fármaco.

4.9 Sobredosagem

Em caso de sobredosagem, tal como outros anti-histamínicos, podem surgir os seguintes sintomas: depressão do SNC com sonolência (sobretudo em adultos), estimulação do SNC e efeitos anti-muscarínicos, especialmente em crianças), incluindo excitação, ataxia, alucinações, espasmos tónicos – clónicos, midríase, secura da boca, rubor da face, retenção urinária e febre. Pode ocorrer também hipotensão. Finalmente, poderá surgir coma profundo com colapso cardio-respiratório e morte. Contudo, não está relacionado nenhum caso de morte por sobredosagem com Fenistil.
Não existe antídoto específico para a sobredosagem com anti-histamínicos. Os procedimentos usuais de urgência devem ser tomados: induzir o vómito, realizar lavagem gástrica se a indução do vómito não foi bem sucedida, carvão activado, um laxante salino e as medidas de suporte cardio-respiratório usuais. Não devem ser usados estimulantes; para tratar a hipotensão podem usar-se vasopressores.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO FENISTIL
5.1 Propriedades Farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico:10.1.1 – Medicação antialérgica. Anti – histamínicos. Anti-histamínicos H1 sedativos Código ATC: R06AB03

O maleato de dimetindeno, um derivado do fenideno, é um antagonista dos receptores H1, para os quais apresenta um alta afinidade. Estudos in vitro mostraram que a razão das concentrações de maleato de dimetindeno apresentou algumas evidências de actividade anticinínica e fraca actividade anticolinérgica. Reduz consideravelmente a hiperpermeabilidade dos capilares, associada às reacções de hipersensibilidade imediata. Em associação com um antihistamínico H2 suprime virtualmente todos os efeitos circulatórios da histamina. Prova-se, numa reacção cutânea mácula-pápula induzida pela histamina, que a duração média do efeito de uma dose única de 4 mg de dimetindeno em gotas permanece durante 24 horas.

5.2 Propriedades Farmacocinéticas

A disponibilidade sistémica do dimetindeno em gotas é de cerca de 70% após a administração de uma dose de cerca de 4 mg de dimetindeno em gotas, o pico sérico foi de cerca de 14 ng/ml e a área abaixo da curva de concentração foi de aprox. 101 h.ng.ml-l. A concentração máxima obtém-se dentro de 2 horas após a administração das gotas ou drageias. A semi – vida aparente de eliminação do dimetindeno sérico foi de cerca de 6 horas.
Para concentrações entre 0,2 e 5 mcM, aproximadamente 90% do dimetindeno liga-se às proteínas plasmáticas. Na metabolização, inclui-se hidroxilação e metilação do composto. O dimetindeno e seus metabolitos são eliminados quer por via biliar quer por via urinária. Cinco a 10% da dose administrada de dimetindeno é excretada inalterada na urina.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO FENISTIL

6.1 Lista dos Excipientes

Fosfato dissódico dodeca-hidratado, ácido citríco mono-hidratado, ácido benzóico, edetato de sódio, sacarina sódica, propilenoglicol, água purificada.

6.2 Incompatibilidades
Não tem, segundo os elementos disponíveis até à data.

6.3 Prazo de Validade
Antes da abertura do frasco – 3 anos. Após abertura do frasco – 12 meses.

6.4 Precauções Especiais de Conservação

Conservar a temperatura inferior a 25oC, proteger da luz e manter o frasco dentro da embalagem exterior.

6.5 Natureza e Conteúdo do Recipiente

Frasco de vidro âmbar tipo III com 20 ml, com conta-gotas de polietileno e tampa de polietileno

6.6 Precauções Especiais de Eliminação e Manuseamento

Não existem requisitos especiais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Novartis Consumer Health – Produtos Farmacêuticos e Nutrição, Lda. Av. José Malhoa, n.° 16 B, 1° 1-2 1099-092 Lisboa Portugal
Tel: 21 781 10 00

8. NÚMERO DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

N.° de registo: 807 04 09- 20 ml de gotas orais, solução, 1 mg/ml, Frasco de vidro âmbar tipo III

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO / RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da primeira autorização: 25.Setembro 1962 Data de revisão: 11 Maio 2001

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
22-01-2009

Categorias
Dimetindeno

CARACTERÍSTICAS DO Fenistil Cápsulas bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
Fenistil Cápsulas

1. NOME DO MEDICAMENTO.

Fenistil 4 mg cápsulas de libertação prolongada

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO FENISTIL
Cada cápsula contém 4 mg de maleato de dimetindeno.
Excipientes:
Cada cápsula contém 40,5 mg de lactose. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO FENISTIL
Cápsula dura de libertação prolongada

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO FENISTIL

4.1 Indicações terapêuticas

Tratamento sintomático de reacções alérgicas cutâneas: urticária e prurido associado a eczemas e dermatites, com diagnóstico médico prévio.

Tratamento sintomático da rinite alérgica perene ou sazonal com diagnóstico médico prévio.

4.2 Posologia e modo de administração

Adultos e crianças de idade igual ou superior a 12 anos: 1 cápsula por dia.

A cápsula deve ser tomada à noite. Deve ser engolida inteira, sem mastigar ou chupar antes de engolir.
Em caso de trabalho por turnos, deve tomar-se antes de ir para a cama. Crianças com idade inferior a 12 anos
Não foi estabelecida a segurança e eficácia de Fenistil Cápsulas, pelo que não se recomenda a sua utilização.

4.3 Contra-indicações

Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes. Crianças com idade inferior a 12 anos

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização

Embora nunca tenham sido relatadas complicações com o uso de Fenistil recomenda-se cuidado, como com qualquer anti-histamínico, no caso de administração a doentes com glaucoma, obstrução do colo da bexiga (por ex., hipertrofia prostática) e doença pulmonar obstrutiva crónica.
O Fenistil cápsulas não deve ser utilizado por crianças com menos de 12 anos de idade. Fenistil cápsulas contém lactose.
Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este medicamento.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

O efeito sedativo dos depressores do sistema nervoso central, como os tranquilizantes, hipnóticos ou álcool, pode ser reforçado. A administração simultânea de inibidores da monoaminoxidase (IMAO) pode reforçar os efeitos anti-colinérgicos e depressores do SNC dos anti-histamínicos; assim, o uso concomitante não é recomendado. Os antidepressivos tricíclicos e os anticolinérgicos podem ter um efeito anticolinérgico aditivo com anti-histamínicos.

4.6 Gravidez e aleitamento

Os estudos em animais não evidenciaram nem potencial teratogénico nem outros efeitos adversos no embrião e/ou no feto relevantes para avaliação da segurança do uso do produto.
A segurança do uso durante a gravidez humana não foi, contudo, estabelecida. O Fenistil só deve ser usado na gravidez se estritamente indicado.
Um estudo em animais demonstrou que, somente muito pequenas quantidades de dimetindeno e/ou seus metabolitos, são excretados no leite materno. Contudo, o uso de Fenistil cápsulas não está recomendado em mães a amamentar.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Quando tomado na posologia prevista e à noite, o Fenistil cápsulas não causa, usualmente, diminuição do alerta mental. Contudo, doentes ocasionais que referem fadiga ou diminuição do estado de alerta devem ter cautela com a condução ou uso de máquinas.

4.8 Efeitos indesejáveis

Em estudos controlados com Fenistil cápsulas, verificaram-se alguns casos de cansaço ou sonolência transitórios. A sua incidência foi similar à observada com placebo. Ocasionalmente, observaram-se cefaleias e nervosismo. Em casos raros, ocorreram distúrbios gastrointestinais (incluindo náuseas), secura da boca e tonturas. Adicionalmente, os efeitos adversos, possivelmente relacionados com a administração do fármaco e que foram relatados para as outras formas orais de Fenistil, desde que estão comercializadas, incluem casos isolados de edema da face e da garganta, erupção cutânea, espasmos musculares e dificuldade respiratória.

4.9 Sobredosagem

Em caso de sobredosagem, tal como com outros anti-histamínicos H1, podem ocorrer osseguintes sintomas: depressão do SNC com sonolência, (sobretudo em adultos), estimulação do SNC e efeitos antimuscarínicos (sobretudo em crianças), incluindo excitação, ataxia, alucinações, tremores, convulsões, retenção urinária e febre. Pode ocorrer hipotensão, coma e colapso cardio-respiratório.
Não está relatado qualquer caso de desenlace fatal com sobredosagem para qualquer forma de Fenistil.
Não existe antídoto específico para sobredosagem com anti-histamínicos. A assistência de urgência usual inclui: indução do vómito, lavagem gástrica, carvão activado, laxante salino e as medidas de suporte cardio-respiratório habituais. Não devem ser usados estimulantes; os vasopressores podem ser usados para tratar a hipotensão.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO FENISTIL

5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 10.1.1 – Medicação antialérgica. Anti – histamínicos. Anti-histamínicos H1 sedativos

Código ATC: R06AB03

O maleato de dimetindeno é um antagonista dos receptores H1 da histamina, apresentando uma alta afinidade de ligação para estes receptores.
Adicionalmente, o maleato de dimetindeno mostrou evidências de alguma actividade anticinínica e de fraca actividade anticolinérgica.
Reduz consideravelmente a hiperpermeabilidade dos capilares associada a reacções de hipersensibilidade imediata.
Em associação com anti-histamínicos H2, suprime virtualmente todos os efeitos circulatórios da histamina.
Num estudo de reacção cutânea histamínica tipo mácula-pápula, a duração do efeito anti-histamínico de uma dose única de Fenistil foi de, pelo menos, 24h.
No esquema posológico recomendado, não se verificou diferença estatística com o placebo nos testes de concentração e de performance relacionados com a segurança do produto.

5.2 Propriedades farmacocinéticas

Após a administração de uma dose única de Fenistil 4mg cápsula o pico de concentrações séricas de maleato de dimetindeno atingiu-se cerca de 7 a 12 horas e a eliminação ocorreu com uma semi-vida de aproximadamente 11 horas. A cinética do dimetindeno foi linear com a administração repetida de Fenistil cápsulas, não se tendo observado acumulação. Em concentrações variando de 0,09mcg /ml a 2mcg /ml, ocorre aproximadamente 90% de ligação às proteínas plasmáticas. No metabolismo, incluem-se reacções de hidroxilação e metoxilação do composto. O dimetindeno e os seus metabolitos são eliminados tanto por via biliar como urinária.

5.3 Dados de segurança pré-clínica

Não se observaram efeitos teratogénicos em ratos e coelhos. No rato, o dimetindeno não influenciou a fertilidade nem o desenvolvimento peri- e pós-natal da descendência em doses 250 vezes mais elevadas que a dose humana. Não se observaram efeitos mutagénicos em várias experiências tanto in vitro como in vivo.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO FENISTIL

6.1 Lista de excipientes

Lactose, celulose microcristalina, amido de batata pré-gelatinizado, ácido L-glutâmico, emulsão de silicone E-2, hidroxipropilmetilcelulose, dióxido de titânio, talco, Eudragit NE 30D, Aquacoat ECD 30, gelatina, óxido de ferro amarelo, óxido de ferro vermelho.

6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.

6.3 Prazo de validade
3 anos

6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura inferior a 25oC Proteger da luz e da humidade. Conservar os blisters dentro da embalagem exterior.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente

Blisters de PVC/PE/PVDC/alumínio. Embalagens de 10 e 20 cápsulas.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações

6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Novartis Consumer Health – Produtos Farmacêuticos e Nutrição, Lda Av. José Malhoa n°16B – 1° 1099-092 Lisboa Portugal
Tel: 21 781 10 00

8. NÚMERO DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

N° de registo: 246 91 87 – 10 cápsulas de libertação prolongada, 4 mg, Blisters de PVC/PE/PVDC/Alu.
N° de registo: 246 92 86 – 20 cápsulas de libertação prolongada, 4 mg, Blisters de PVC/PE/PVDC/Alu.

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO / RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da primeira autorização: 12.Dezembro 1996 Data da última renovação: 12 Dezembro 2001

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
22-01-2009

Categorias
Tolterrodina

CARACTERÍSTICAS DO DETRUSITOL bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

DETRUSITOL

1. NOME DO MEDICAMENTO

Detrusitol 1 mg comprimidos revestidos por película Detrusitol 2 mg comprimidos revestidos por película

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO DETRUSITOL

Cada comprimido revestido por película contém 1 mg ou 2 mg de tartarato de tolterrodina, correspondendo a 0,68 mg e 1,37 mg de tolterrodina, respectivamente.

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO DETRUSITOL
Comprimido revestido por película.

Os comprimidos revestidos por película são brancos, redondos e biconvexos. Os comprimidos de 1 mg são gravados com arcos, acima e abaixo das letras TO, e os comprimidos de 2 mg são gravados com arcos, acima e abaixo das letras DT.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO DETRUSITOL

4.1 Indicações terapêuticas

Tratamento sintomático da incontinência urinária por imperiosidade e/ou do aumento da frequência urinária (polaquiúria) e urgência miccional, em doentes com síndrome da bexiga hiperactiva.

4.2 Posologia e modo de administração
Adultos (incluindo idosos):

A dose recomendada é de 2 mg, duas vezes por dia, excepto em doentes com alteração da função hepática ou com a função renal gravemente diminuída (taxa de filtração glomerular (GFR) < 30 ml/min), para quem a dose recomendada é de 1 mg, duas vezes por dia (ver secção 4.4). Se surgirem efeitos indesejáveis incómodos, a dose pode ser reduzida de 2 mg para 1 mg, duas vezes por dia.

O efeito da terapêutica deverá ser reavaliado após 2 a 3 meses de tratamento (ver secção 5.1).

Doentes Pediátricos:

A eficácia de Detrusitol em crianças não foi demonstrada (ver secção 5.1). Assim, Detrusitol não é recomendado para crianças.

4.3 Contra-indicações

A tolterrodina está contra-indicada em doentes com: Retenção urinária

Glaucoma de ângulo fechado não controlado Miastenia grave

Hipersensibilidade conhecida à tolterrodina ou aos excipientes Colite ulcerosa grave Megacólon tóxica.

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização

A tolterrodina deve ser utilizada com precaução em doentes com: Obstrução significativa do fluxo urinário com risco de retenção urinária Distúrbios obstrutivos gastrointestinais, por exemplo, estenose pilórica Insuficiência renal (ver secção 4.2) Doença hepática (ver secções 4.2 e 5.2) Neuropatia do sistema nervoso autónomo Hérnia do hiato

Risco de diminuição da motilidade gastrointestinal

A administração de doses múltiplas diárias totais de 4 mg de tolterrodina (dose terapêutica) ou 8 mg (dose supraterapêutica), por via oral na formulação de libertação imediata, demonstrou prolongar o intervalo QT (ver secção 5.1). A relevância clínica destes achados não é clara e dependerá dos factores de risco individuais de cada doente e da sua susceptibilidade. A tolterrodina deverá ser utilizada com precaução nos doentes com factores de risco para o prolongamento do intervalo QT, incluindo: Prolongamento do intervalo QT de origem congénita ou adquirida (devidamente documentada);

Alterações electrolíticas nomeadamente hipocaliemia, hipomagnesemia e hipocalcemia; Bradicardia;

Doenças cardíacas relevantes pré-existentes (por exemplo, cardiomiopatia, isquémia do miocárdio, arritmia, insuficiência cardíaca congestiva);

Administração concomitante de fármacos que se sabe poderem prolongar o intervalo QT, incluindo os anti-arrítmicos de classe IA (por exemplo, quinidina, procaínamida) e de classe III (por exemplo, amiodarona, sotalol).

Este facto é particularmente importante quando se administram inibidores potentes do CYP3A4 (ver secção 5.1). A terapêutica concomitante com inibidores potentes do CYP3A4 deverá ser evitada (ver secção 4.5 Interacções).

Tal como em todos os tratamentos para os sintomas de urgência e incontinência urgente, antes de se iniciar o tratamento, devem ser despistadas as razões orgânicas responsáveis pela urgência e frequência urinária.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

A administração concomitante de medicação sistémica com potentes inibidores da CYP3A4, tais como antibióticos macrólidos (por exemplo, eritromicina e claritromicina), agentes antifúngicos (por exemplo, cetoconazol e itraconazol) e antiproteases, não é recomendada devido ao aumento das concentrações séricas de tolterrodina em metabolizadores fracos do CYP2D6 com risco (subsequente) de sobredosagem (ver secção 4.4).

A administração concomitante de outros fármacos que possuam propriedades antimuscarínicas pode originar efeitos terapêuticos e efeitos indesejáveis mais pronunciados. Contrariamente, o efeito terapêutico da tolterrodina pode ser reduzido por administração concomitante de agonistas dos receptores colinérgicos muscarínicos.

O efeito de fármacos procinéticos como a metoclopramida e o cisaprida pode estar diminuído devido à tolterrodina.

O tratamento concomitante com fluoxetina (um potente inibidor do CYP2D6), não originou uma interacção clinicamente significativa, uma vez que a tolterrodina e o seu metabolito dependente do CYP2D6, tolterrodina 5-hidroximetil, são equipotentes. Os estudos de interacção medicamentosa demonstraram não existirem interacções com a varfarina ou com contraceptivos orais combinados (etinilestradiol/levonorgestrel).

Um ensaio clínico indicou que a tolterrodina não é um inibidor metabólico do CYP2D6, 2C19, 2C9, 3A4 ou 1A2. Por conseguinte, não é previsível um aumento dos níveis plasmáticos de fármacos metabolizados por estas isoenzimas, quando administrados em associação com a tolterrodina.

4.6 Gravidez e aleitamento
Gravidez

Não existe informação suficiente sobre a utilização da tolterrodina na mulher grávida. Os estudos em animais revelaram toxicidade reprodutiva (ver secção 5.3). Desconhece-se o risco potencial para o ser humano.

Consequentemente, a administração de Detrusitol não está recomendada durante a gravidez.

Aleitamento

Não está disponível informação sobre a excreção de tolterrodina no leite humano. A administração de tolterrodina deve ser evitada durante o aleitamento.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

A capacidade de conduzir ou utilizar máquinas pode ser afectada negativamente, dado que este fármaco pode provocar distúrbios de acomodação e influenciar o tempo de reacção.

4.8 Efeitos indesejáveis

A tolterrodina, devido aos seus efeitos farmacológicos, pode causar efeitos antimuscarínicos ligeiros a moderados, como secura da boca, dispepsia e olhos secos.

A tabela seguinte reflecte os dados obtidos com Detrusitol nos ensaios clínicos e da experiência pós-comercialização. A reacção adversa referida mais frequentemente foi secura de boca, que ocorreu em 35% dos doentes tratados com comprimidos de Detrusitol e em 10% dos doentes a quem foi administrado placebo. Foi referida também, muito frequentemente, a reacção adversa cefaleia e ocorreu em 10,1% dos doentes tratados com comprimidos de Detrusitol e em 7,4% dos doentes aos quais foi administrado placebo.

Muito

frequentes

£1/10)

Frequentes

1/100 e <1/10

Pouco frequentes

1/1000 e <1/100

Desconhecido (não pode ser calculado      a partir dos dados disponíveis)
Infecções        e infestações Bronquite
Doenças       do

sistema

imunitário

Hipersensibilidade não

especificada

Reacções anafilácticas
Perturbações do foro psiquiátrico Nervosismo Confusão,

alucinações,

desorientação

Doenças       do sistema nervoso Cefaleias Tonturas,

sonolência,

parestesia

Disfunção       da memória
Afecções oculares Olhos     secos,

distúrbios

visuais,

incluindo

distúrbios     de

acomodação

Afecções      do ouvido    e    do labirinto Vertigens
Cardiopatias Palpitações Taquicardia, insuficiência
cardíaca, arritmia
Vasculopatias Rubor
Doenças Secura da Dispepsia, Refluxo     gastro-
gastrointestinais boca obstipação,  dor

abdominal,

flatulência,

vómitos,

diarreia

sofágico
Afecções     dos Pele seca Edema
tecidos cutâneos angioneurótico
e subcutâneas
Doenças renais e Disúria,
urinárias retenção urinária
Perturbações Fadiga,
gerais            e precordialgia,
alterações     no edema
local            de periférico
administração
Exames Aumento      de
complementares peso
de diagnóstico

Foram notificados após início do tratamento com tolterrodina, casos de agravamento dos sintomas de demência (por exemplo confusão, desorientação, alucinação), em doentes a tomar inibidores da colinesterase para o tratamento da demência.

Doentes Pediátricos:

Em dois estudos pediátricos de fase III, aleatorizados, controlados por placebo, de dupla ocultação, realizados durante 12 semanas, para os quais foram recrutados um total de 710 doentes pediátricos, a proporção de doentes com infecções do tracto urinário, diarreia e comportamento anómalo, foi superior em doentes tratados com tolterrodina do que com placebo (infecção do tracto urinário: tolterrodina 6,8%, placebo 3,6%; diarreia: tolterrodina 3,3%, placebo 0,9%; comportamento anómalo: tolterrodina 1,6%, placebo 0,4%) (ver secção 5.1).

4.9 Sobredosagem

A dose mais elevada de L-tartarato de tolterrodina administrada a voluntários humanos foi 12,8 mg em dose única. Os efeitos adversos mais graves observados foram distúrbios da acomodação e dificuldades na micção.

Uma situação de sobredosagem com tolterrodina, deverá tratar-se com lavagem gástrica e administração de carvão activado. Tratar sintomaticamente da seguinte forma:

Efeitos anticolinérgicos centrais graves (por exemplo, alucinações, excitação grave): administrar fisostigmina

Convulsões ou excitação acentuada: administrar benzodiazepinas Insuficiência respiratória: efectuar respiração artificial Taquicardia: administrar bloqueadores-beta Retenção urinária: efectuar cateterização

Midríase: administrar colírio de pilocarpina e/ou colocar o doente em ambiente escuro

Observou-se um aumento do intervalo QT com a administração da dose total diária de 8 mg de tolterrodina em formulação de libertação imediata durante 4 dias (o que corresponde ao dobro da dose diária recomendada em formulação de libertação imediata e ao triplo da exposição plasmática observada com a administração das cápsulas de libertação prolongada). Caso ocorra uma situação de sobredosagem com a tolterrodina deverão adoptar-se as medidas padrão para controlo do prolongamento do intervalo QT.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO DETRUSITOL

5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 7.4.2.2 Medicamentos usados na incontinência urinária.

Classificação ATC: G04B D07

A tolterrodina é um antagonista de tipo competitivo, específico dos receptores muscarínicos, exibindo uma selectividade para a bexiga, superior às glândulas salivares, in vivo. Um dos metabolitos da tolterrodina (o derivado 5-hidroximetil) apresenta um perfil farmacológico semelhante ao do composto inicial. Nos indivíduos metabolizadores fortes, este metabolito contribui significativamente para o efeito terapêutico da tolterrodina (ver secção 5.2).

Espera-se efeito terapêutico num prazo de 4 semanas.

Efeito do tratamento com 2 mg de Detrusitol, duas vezes por dia, após 4 e 12 semanas respectivamente, comparado com placebo (“pool” de dados). Alteração absoluta e alteração percentual relativamente ao início.

O efeito da tolterrodina foi avaliado em doentes, examinados através de estudos urodinâmicos na linha basal e dependendo dos resultados urodinâmicos obtidos, os doentes foram alocados ao grupo urodinâmico positivo (urgência miccional motora) ou ao grupo urodinâmico negativo (urgência miccional sensorial). Dentro de cada grupo, os doentes foram aleatorizados para serem medicados com tolterrodina ou com placebo. Não se conseguiram retirar evidências convincentes deste estudo sobre a superioridade dos efeitos da tolterrodina sobre o placebo nos doentes com urgência miccional sensorial.

Os efeitos clínicos da tolterrodina sobre o intervalo QT foram investigados através de ECGs realizados a mais de 600 doentes tratados, incluindo idosos e doentes com doença cardiovascular pré-existente. As alterações no intervalo QT não diferiram significativamente entre o placebo e os grupos de tratamento.

O efeito da tolterrodina no prolongamento do intervalo QT foi ainda investigado em 48 voluntários saudáveis de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos, a quem foram administrados 2 mg BID e 4 mg BID de tolterrodina na formulação de libertação imediata. Os resultados (Fridericia) no pico da concentração plasmática de tolterrodina (1 hora) demonstraram aumentos médios do intervalo QTc de 5,0 e de 11,8 milissegundos para as doses de tolterrodina de 2 mg BID e de 4 mg BID, respectivamente, e de 19,3 milissegundos para a moxifloxacina (400 mg), utilizada como controlo interno activo. Através de modelo farmacocinético/farmacodinâmico prevê-se que o incremento do intervalo QTc nos metabolizadores fracos (deficientes em CYP2D6) tratados com 2 mg BID de tolterrodina seja comparável aos resultados obtidos nos metabolizadores fortes tratados com 4 mg BID de tolterrodina. Para ambas as dosagens, e independentemente do perfil metabólico de cada indivíduo, nenhum deles excedeu os 500 milissegundos para o QTcF absoluto ou os 60 milissegundos de variação, relativamente aos valores basais, que são considerados os limites de especial preocupação. A administração de uma dose de 4 mg BID corresponde ao triplo da exposição plasmática (Cmax) obtida com a dose terapêutica mais elevada das cápsulas de Detrusitol Retard.

Doentes Pediátricos

A eficácia na população pediátrica não foi demonstrada. Foram realizados dois estudos pediátricos de fase III, aleatorizados, controlados por placebo, de dupla ocultação, durante 12 semanas, utilizando cápsulas de libertação prolongada de tolterrodina. Foram estudados um total de 710 doentes pediátricos (486 com tolterrodina e 224 com placebo), com idades compreendidas entre os 5-10 anos, com aumento da frequência urinária e incontinência urinária. Não foi observada diferença significativa entre os dois grupos, em ambos os ensaios, relativamente à alteração do número de episódios semanais de incontinência, em relação à base de referência (ver secção 4.8).

5.2 Propriedades farmacocinéticas

Características farmacocinéticas específicas desta formulação: A tolterrodina é rapidamente absorvida. Tanto a tolterrodina como o metabolito 5-hidroximetil atingem as suas concentrações séricas máximas 1-3 horas após a administração. A semi-vida da tolterrodina, administrada sob a forma de comprimido, é de 2 a 3 horas nos metabolizadores fortes e é de cerca de 10 horas nos metabolizadores fracos (deficientes em CYP2D6). Atingem-se as concentrações do estado estacionário nos dois dias que se seguem à administração dos comprimidos.

Os alimentos não influenciam a exposição à tolterrodina não ligada nem ao metabolito activo 5-hidroximetil nos metabolizadores fortes, apesar dos níveis de tolterrodina aumentarem com os alimentos. Da mesma forma, não se esperam alterações clínicas relevantes nos metabolizadores fracos.

Absorção: Após administração oral, a tolterrodina é sujeita a um metabolismo de primeira passagem catalizado pelo CYP2D6 no fígado, que origina a formação do derivado 5-hidroximetil, um metabolito major farmacologicamente equipotente. A biodisponibilidade absoluta da tolterrodina é de 17% em metabolizadores fortes, a maioria dos doentes, e de 65% nos metabolizadores fracos (deficientes em CYP2D6).

Distribuição: A tolterrodina e o metabolito 5-hidroximetil ligam-se primeiramente ao orosomucoide. As fracções não ligadas são 3,7% e 36% respectivamente. O volume de distribuição da tolterrodina é de 113 litros.

Eliminação: A tolterrodina é extensamente metabolizada no fígado após administração oral. A principal via metabólica é mediada pela enzima polimórfica CYP2D6 e leva à formação do metabolito 5-hidroximetil. A continuação da metabolização origina a formação dos metabolitos ácido 5-carboxilico e ácido N-desalquilado 5-carboxilico, que contabilizam cerca de 51% e 29% dos metabolitos recuperados na urina, respectivamente. Uma pequena parte da população (cerca de 7%) é deficiente em actividade do CYP2D6. A via metabólica identificada para estes indivíduos (metabolizadores fracos) é a desalquilação via CYP3A4 a tolterrodina N-desalquilada, que não contribui para o efeito clínico. A restante população é considerada como metabolizadores fortes. A depuração sistémica da tolterrodina em metabolizadores fortes é cerca de 30 L/h. Nos metabolizadores fracos, a reduzida depuração origina concentrações séricas significativamente mais elevadas (cerca de 7 vezes) de tolterrodina e concentrações neglicenciáveis do metabolito 5-hidroximetil.

O metabolito 5-hidroximetil é farmacologicamente activo e equipotente à tolterrodina. Devido às diferenças nas características de ligação às proteínas entre a tolterrodina e o metabolito 5-hidroximetil, a exposição (AUC) à tolterrodina não ligada em metabolizadores fracos é semelhante à exposição combinada da tolterrodina não ligada e o metabolito 5 hidroximetil em doentes com actividade do CYP2D6 sujeitos ao mesmo regime terapêutico. A segurança, tolerabilidade e resposta clínica são semelhantes, independentemente do fenotipo.

A excreção da radioactividade após administração da [14C] -tolterrodina é aproximadamente 77% na urina e 17% nas fezes. Foi excretada uma quantidade inferior a 1% da dose, sob a forma de fármaco inalterado e cerca de 4% sob a forma de metabolito 5-hidroximetil. O metabolito carboxilado e o metabolito desalquilado correspondente contabilizam cerca de 51% e 29% dos metabolitos recuperados na urina, respectivamente.

A farmacocinética é linear no intervalo de dose terapêutica.

Grupos de doentes específicos:

Insuficiência hepática: Em doentes com cirrose hepática, há uma exposição cerca de 2 vezes maior de tolterrodina não ligada e do metabolito 5-hidroximetil (ver secções 4.2 e 4.4).

Insuficiência renal: A exposição média à tolterrodina não ligada e ao seu metabolito 5-hidroximetil está duplicada em doentes com insuficiência renal grave (depuração de inulina GFR < 30 ml/min). Os níveis plasmáticos dos outros metabolitos surgiram marcadamente aumentados (até 12 vezes) nestes doentes. Desconhece-se qual a relevância clínica da exposição aumentada a estes metabolitos. Não existem dados sobre a insuficiência renal ligeira a moderada (ver secções 4.2 e 4.4).

Doentes Pediátricos

A exposição da fracção activa por mg de dose é semelhante em adultos e adolescentes. A exposição média da fracção activa por mg de dose é, aproximadamente, o dobro em crianças entre os 5 e 10 anos de idade do que em adultos (ver secções 4.2 e 5.1).

5.3 Dados de segurança pré-clínica

Nos estudos de toxicidade, genotoxicidade, carcinogenicidade e segurança farmacológica, não se observaram efeitos clinicamente relevantes, excepto os que estão relacionados com o efeito farmacológico do fármaco.

Realizaram-se estudos de reprodução em ratinhos e coelhos.

Nos ratinhos não ocorreram efeitos da tolterrodina na fertilidade e na função reprodutora. A tolterrodina originou morte embrionária e malformações com níveis de exposição plasmática (Cmax ou AUC) 20 ou 7 vezes superiores aos observados no ser humano tratado.

Nos coelhos não foram observados efeitos de malformação, contudo os estudos foram realizados com exposições plasmáticas 20 ou 3 vezes superiores (Cmax ou AUC) às esperadas no ser humano tratado.

A tolterrodina, assim como os seus metabolitos activos no ser humano, prolongam a duração do potencial de acção (repolarização a 90%) nas fibras de Purkinje de cães (14 a 75 vezes os níveis terapêuticos) e bloqueiam a corrente de potássio através de canais hERG (human ether-a-go-go-related), obtidos por clonagem do gene humano (0,5 a 26,1 vezes os níveis terapêuticos). Foi observado em cães, um prolongamento do intervalo QT após administração da tolterrodina e seus metabolitos humanos (3,1 a 61,0 vezes os níveis terapêuticos). Desconhece-se a importância clínica destes dados.


6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO DETRUSITOL

6.1 Lista dos excipientes
Núcleo:

Celulose microcristalina Hidrogenofosfato de cálcio di-hidratado Glicolato sódico de amido (Tipo B) Estearato de magnésio Sílica coloidal anidra

Revestimento:

Grânulos de revestimento contendo:

Hipromelose

Celulose microcristalina

Ácido esteárico

Dióxido de titânio (E171)

6.2  Incompatibilidades

Não aplicável.

6.3  Prazo de validade

3 anos.

6.4  Precauções especiais de conservação

Não são necessárias precauções especiais de conservação.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente

Os comprimidos são acondicionados em blister de PVC/PVDC e folha de alumínio, selada pelo calor com um filme de PVDC, ou em frascos de HDPE com tampas de LDPE.

Apresentações:

Os comprimidos de Detrusitol estão disponíveis em blister de 2×10, 3×10, 5×10 e 10×10 comprimidos, 1×14, 2×14 e 4×14 comprimidos, 280 e 560 comprimidos e em frascos de 60 e 500 comprimidos.

É possível que nem todas as apresentações sejam comercializadas. 6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento

Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Laboratórios Pfizer, Lda. Lagoas Park, Edifício 10,

2740-271 Porto Salvo

8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Detrusitol 1 mg, 1×14 comprimidos revestidos, em blister:        2638880

Detrusitol 1 mg, 2×10 comprimidos revestidos, em blister:        4409082

Detrusitol 1 mg, 2×14 comprimidos revestidos, em blister:        4409488

Detrusitol 1 mg, 3×10 comprimidos revestidos, em blister:        4409181

Detrusitol 1 mg, 5×10 comprimidos revestidos, em blister:        4409280

Detrusitol 1 mg, 4×14 comprimidos revestidos, em blister:        2638989
Detrusitol 1 mg, 10×10 comprimidos revestidos, em blister: 4409389

Detrusitol 1 mg, 280 comprimidos revestidos, em blister:           4409587

Detrusitol 1 mg, 560 comprimidos revestidos, em blister:           4409686

Detrusitol 1 mg, 60 comprimidos revestidos, em frasco:             4408985

Detrusitol 1 mg, 500comprimidos revestidos, em frasco:            2638086

Detrusitol 2 mg, 1×14 comprimidos revestidos, em blister:        2639185

Detrusitol 2 mg, 2×10 comprimidos revestidos, em blister:        4409884

Detrusitol 1 mg, 2×14 comprimidos revestidos, em blister:        4410288

Detrusitol 2 mg, 3×10 comprimidos revestidos, em blister:        4409983

Detrusitol 2 mg, 5×10 comprimidos revestidos, em blister:        4410080

Detrusitol 2 mg, 4×14 comprimidos revestidos, em blister:        2639284
Detrusitol 2 mg, 10×10 comprimidos revestidos, em blister: 4410189

Detrusitol 2 mg, 280 comprimidos revestidos, em blister:           4410387

Detrusitol 2 mg, 560 comprimidos revestidos, em blister:           4410486

Detrusitol 2 mg, 60 comprimidos revestidos, em frasco:             4409785

Detrusitol 2 mg, 500 comprimidos revestidos, em frasco:          2639383

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da primeira autorização: 30/04/1998.

Data da última renovação: 23/11/2006

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO

Categorias
Tolterrodina

CARACTERÍSTICAS DO DETRUSITOL RETARD bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

DETRUSITOL RETARD

1. NOME DO MEDICAMENTO

Detrusitol Retard 2 mg cápsulas de libertação prolongada Detrusitol Retard 4 mg cápsulas de libertação prolongada

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO DETRUSITOL RETARD

Cada cápsula de libertação prolongada contém 2 mg ou 4 mg de tartarato de tolterrodina, correspondendo a 1,37 mg e 2,74 mg de tolterrodina, respectivamente.

Cada cápsula de libertação prolongada de 2 mg contém um máximo de 61,52 mg de sacarose.

Cada cápsula de libertação prolongada de 4 mg contém um máximo de 123,07 mg de sacarose.

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO DETRUSITOL RETARD
Cápsula de libertação prolongada.

A cápsula de libertação prolongada de 2 mg é verde-azul, com impressão a branco (símbolo e 2).

A cápsula de libertação prolongada de 4 mg é azul, com impressão a branco (símbolo e 4).

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO DETRUSITOL RETARD

4.1 Indicações terapêuticas

Tratamento sintomático da incontinência urinária por imperiosidade e/ou do aumento da frequência urinária (polaquiúria) e urgência miccional, em doentes com síndrome da bexiga hiperactiva.

4.2 Posologia e modo de administração
Adultos (incluindo idosos):

A dose recomendada é de 4 mg uma vez por dia, excepto em doentes com alteração da função hepática ou com a função renal gravemente diminuída (taxa de filtração glomerular <30 ml/min), para quem a dose recomendada é de 2 mg uma vez por dia (ver secções 4.4 e 5.2). Se surgirem efeitos indesejáveis incómodos, a dose pode ser reduzida de 4 mg para 2 mg uma vez por dia.

As cápsulas de libertação prolongada podem ser administradas com ou sem alimentos e devem ser deglutidas inteiras.

O efeito da terapêutica deverá ser reavaliado após 2 a 3 meses de tratamento (ver secção 5.1).

Doentes Pediátricos:

A eficácia de Detrusitol Retard em crianças não foi demonstrada (ver secção 5.1). Assim, Detrusitol Retard não é recomendado para crianças.

4.3 Contra-indicações

A tolterrodina está contra-indicada em doentes com: -retenção urinária,

-glaucoma de ângulo fechado não controlado, -miastenia grave,

-hipersensibilidade conhecida à tolterrodina ou aos excipientes, -colite ulcerosa grave, -megacólon tóxico.

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização

A tolterrodina deve ser utilizada com precaução em doentes com: -obstrução significativa do fluxo urinário com risco de retenção urinária -distúrbios obstrutivos gastrointestinais, como estenose pilórica -diminuição da função renal (ver secções 4.2 e 5.2) -doença hepática (ver secções 4.2 e 5.2) -neuropatia do sistema nervoso autónomo -hérnia do hiato

-risco de motilidade gastrointestinal diminuída

A administração de doses múltiplas diárias totais de 4 mg de tolterrodina (dose terapêutica) ou 8 mg (dose supraterapêutica), por via oral na formulação de libertação imediata, demonstrou prolongar o intervalo QT (ver secção 5.1). A relevância clínica destes achados não é clara e dependerá da dos factores de risco individuais de cada doente e da susceptibilidade existente.

A tolterrodina deverá ser utilizada com precaução nos doentes com factores de risco para o prolongamento do intervalo QT, incluindo:

Prolongamento do intervalo QT de origem congénita ou adquirida (devidamente documentada);

Alterações electrolíticas nomeadamente hipocaliemia, hipomagnesemia e hipocalcemia; Bradicardia;

Doenças cardíacas relevantes pré-existentes (por exemplo, cardiomiopatia, isquémia do miocárdio, arritmia, insuficiência cardíaca congestiva);

Administração concomitante de fármacos que se sabe poderem prolongar o intervalo QT, incluindo os antiarrítmicos de classe IA (por exemplo, quinidina, procaínamida) e de classe III (por exemplo, amiodarona, sotalol).

Este facto é particularmente importante quando se administram inibidores potentes do CYP3A4 (ver secção 5.1). A terapêutica concomitante com inibidores potentes do CYP3A4 deverá ser evitada (ver secção 4.5 Interacções).

Tal como em todos os tratamentos para os sintomas de urgência e incontinência urgente, antes de se iniciar o tratamento, devem ser excluídas as condições orgânicas responsáveis pela urgência e frequência urinária.

Este medicamento não deve ser administrado a doentes com problemas hereditários raros de intolerância à frutose, síndrome de mal-absorção à glucose-galactose ou deficiência em sacarase-isomaltase.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

A administração concomitante de medicação sistémica com potentes inibidores do CYP3A4, tais como antibióticos macrólidos (eritromicina e claritromicina), agentes antifúngicos (cetoconazol e itraconazol) e antiproteases, não é recomendada devido ao aumento das concentrações séricas de tolterrodina em metabolizadores fracos do CYP2D6 com risco (subsequente) de sobredosagem (ver secção 4.4).

A administração concomitante de outros fármacos que possuam propriedades antimuscarínicas pode originar efeitos terapêuticos e efeitos indesejáveis mais pronunciados. Contrariamente, o efeito terapêutico da tolterrodina pode ser reduzido por administração concomitante de agonistas dos receptores colinérgicos muscarínicos.

O efeito de fármacos procinéticos como a metoclopramida e o cisaprida pode ser diminuído devido à tolterrodina.

O tratamento concomitante com fluoxetina, (um potente inibidor do CYP2D6), não originou uma interacção clinicamente significativa, uma vez que a tolterrodina e o seu metabolito dependente do CYP2D6, tolterrodina 5-hidroximetil, são equipotentes.

Os estudos de interacção medicamentosa demonstraram não existirem interacções com a varfarina ou com contraceptivos orais combinados (etinil estradiol/levonorgestrel).

Um ensaio clínico indicou que a tolterrodina não é um inibidor metabólico do CYP2D6, 2C19, 2C9, 3A4 ou 1A2. Por conseguinte, não é previsível um aumento dos níveis plasmáticos de fármacos metabolizados por estas isoenzimas, quando administrados em associação com a tolterrodina.

4.6 Gravidez e aleitamento
Gravidez

Não existe informação suficiente sobre a utilização da tolterrodina na mulher grávida. Os estudos em animais revelaram toxicidade reprodutiva (ver secção 5.3). Desconhece-se o risco potencial para o ser humano.

Consequentemente, a administração de Detrusitol Retard não está recomendada durante a gravidez.

Aleitamento

Informação sobre a excreção de tolterrodina no leite humano não está disponível. A administração de tolterrodina deve ser evitada durante o aleitamento.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

A capacidade de conduzir ou utilizar máquinas pode ser afectada negativamente, dado que este fármaco pode provocar distúrbios de acomodação e influenciar o tempo de reacção.

4.8 Efeitos indesejáveis

A tolterrodina, devido aos seus efeitos farmacológicos, pode causar efeitos antimuscarínicos ligeiros a moderados, como secura da boca, dispepsia e olhos secos.

A tabela seguinte reflecte os dados obtidos nos ensaios clínicos e na experiência após a comercialização com Detrusitol Retard. O efeito adverso mais frequentemente relatado foi secura de boca, que ocorreu em 23,4% dos doentes tratados com Detrusitol Retard e em 7,7% dos doentes a quem foi administrado placebo.

Muitofrequentes

£1/10)

Frequentes1/100 e <1/10 Pouco frequentes1/1000 e <1/100 Desconhecido (não  pode  ser calculado       a partir dos dados disponíveis)

Infecções e infestações

Sinusite
Doenças dosistema imunitário

Hipersensibilidade não especificada

Reacções anafilácticas

Perturbações do foro psiquiátrico

Nervosismo Confusão,alucinações, desorientação

Doenças do sistema nervoso

Tonturas,sonolência, cefaleias Parestesia, disfunção da memória

Foram notificados após início do tratamento com tolterrodina, casos de agravamento dos sintomas de demência (por exemplo confusão, desorientação, alucinação), em doentes a tomar inibidores da colinesterase para o tratamento da demência.

Doentes Pediátricos:

Em dois estudos pediátricos de fase III, aleatorizados, controlados por placebo, de dupla ocultação, realizados durante 12 semanas, para os quais foram recrutados um total de 710 doentes pediátricos, a proporção de doentes com infecções do tracto urinário, diarreia e comportamento anómalo, foi superior em doentes tratados com tolterrodina do que com placebo (infecção do tracto urinário: tolterrodina 6,8%, placebo 3,6%; diarreia: tolterrodina 3,3%, placebo 0,9%; comportamento anómalo: tolterrodina 1,6%, placebo 0,4%) (ver secção 5.1).

4.9 Sobredosagem

A dose mais elevada de tartarato de tolterrodina administrada a voluntários humanos foi 12,8 mg em dose única sob a forma farmacêutica de libertação imediata. Os efeitos adversos mais graves observados foram distúrbios de acomodação e dificuldades na micção.

Uma situação de sobredosagem com tolterrodina deve tratar-se com lavagem gástrica e administração de carvão activado. Tratar sintomaticamente da seguinte forma: Efeitos anticolinérgicos centrais graves (por ex.  alucinações,  excitação grave): administrar fisostigmina

Convulsões ou excitação acentuada: administrar benzodiazepinas Insuficiência respiratória: efectuar respiração artificial Taquicardia: administrar bloqueadores-beta Retenção urinária: efectuar cateterização

Midríase: administrar pilocarpina, colírio e/ou colocar o doente em ambiente escuro

Observou-se um aumento do intervalo QT com a administração da dose total diária de 8 mg de tolterrodina em formulação de libertação imediata durante 4 dias (o que corresponde ao dobro da dose diária recomendada em formulação de libertação imediata e ao triplo da exposição plasmática observada com a administração das cápsulas de libertação prolongada). Caso ocorra uma situação de sobredosagem com a tolterrodina deverão adoptar-se as medidas padrão para controlo do prolongamento do intervalo QT.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO DETRUSITOL RETARD

5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 7.4.2.2. Medicamentos usados na incontinência urinária.

Classificação ATC: G04B D07

A tolterrodina é um antagonista de tipo competitivo, específico dos receptores muscarínicos, exibindo uma selectividade para a bexiga, superior às glândulas salivares, in vivo. Um dos metabolitos da tolterrodina (o derivado 5-hidroximetil) apresenta um perfil farmacológico semelhante ao do composto inicial. Nos indivíduos metabolizadores fortes, este metabolito contribui significativamente para o efeito terapêutico da tolterrodina (ver 5.2).

Espera-se efeito terapêutico num prazo de 4 semanas.

Num programa de fase III, o objectivo primário foi a redução do número de episódios de incontinência por semana e os objectivos secundários foram redução do número de micções por 24 horas e aumento do volume médio por micção. Estes parâmetros estão descritos na tabela seguinte:

Efeito do tratamento com 4 mg de Detrusitol Retard uma vez por dia, após 12 semanas, comparativamente com o placebo. Variação absoluta e percentagem de variação em relação ao início. Diferença do tratamento de Detrusitol vs. placebo: variação média estimada dos quadrados mínimos e intervalo de confiança de 95%.

Detrusitol

Placebo

Diferença   do

Valor

Retard

(n=508)

tratamento vs.

estatístico

4 mg 1 vez por

placebo:

vs. placebo

Dia

variação

(valor p)

(n=507)

média e IC de

95%

Número de episódios

-11,8

-6,9

-4,8

<0,001

de  incontinência por

(-54%)

(-28%)

(-7,2; -2,5)*

semana

Número  de  micções

– 1,8

– 1,2

-0,6

0,005

por 24 horas

(-13%)

(- 8%)

(-1,0; -0,2)

Volume   médio   por

+34

+14

+20

<0,001

micção (ml)

(+27%)

(+12%)

(14; 26)

*) intervalo de confiança de 97,5% de acordo com Bonferroni

Após 12 semanas de tratamento, 23,8% (121/507) no grupo de Detrusitol Retard e 15,7% (80/508) no grupo placebo relataram que subjectivamente estão isentos ou tiveram mínimos problemas de bexiga.

O efeito da tolterrodina foi avaliado em doentes, examinados através de estudos urodinâmicos na linha basal e dependendo dos resultados urodinâmicos obtidos, os doentes foram alocados ao grupo urodinâmico positivo (urgência miccional motora) ou ao grupo urodinâmico negativo (urgência miccional sensorial). Dentro de cada grupo, os doentes foram aleatorizados para serem medicados com tolterrodina ou com placebo. Não se conseguiram retirar evidências convincentes deste estudo sobre a superioridade dos efeitos da tolterrodina sobre o placebo nos doentes com urgência miccional sensorial.

Os efeitos clínicos da tolterrodina sobre o intervalo QT foram investigados através de ECGs realizados a mais de 600 doentes tratados, incluindo idosos e doentes com doença cardiovascular pré-existente. As alterações no intervalo QT não diferiram significativamente entre o placebo e os grupos de tratamento.

O efeito da tolterrodina no prolongamento do intervalo QT foi ainda investigado em 48 voluntários saudáveis de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos, a quem foram administrados 2 mg BID e 4 mg BID de tolterrodina na formulação de libertação imediata. Os resultados (Fridericia) no pico da concentração plasmática de tolterrodina (1 hora) demonstraram aumentos médios do intervalo QTc de 5,0 e de 11,8 milissegundos para as doses de tolterrodina de 2 mg BID e de 4 mg BID, respectivamente, e de 19,3 milissegundos para a moxifloxacina (400 mg) utilizada como controlo interno activo. Através de modelo farmacocinético/farmacodinâmico prevê-se que o incremento do intervalo QTc nos metabolizadores fracos (deficientes em CYP2D6) tratados com 2 mg BID de tolterrodina seja comparável aos resultados obtidos nos metabolizadores fortes tratados com 4 mg BID de tolterrodina. Para ambas as dosagens, e independentemente do perfil metabólico de cada indivíduo, nenhum deles excedeu os 500 milissegundos para o QTcF absoluto ou os 60 milissegundos de alteração relativamente aos valores basais, que são considerados os limites de especial preocupação. A administração de uma dose de 4 mg BID corresponde ao triplo da exposição plasmática (Cmax) obtida com a dose terapêutica mais elevada das cápsulas de Detrusitol Retard.

Doentes Pediátricos

A eficácia na população pediátrica não foi demonstrada. Foram realizados dois estudos pediátricos de fase III, aleatorizados, controlados por placebo, de dupla ocultação, durante 12 semanas, utilizando cápsulas de libertação prolongada de tolterrodina. Foram estudados um total de 710 doentes pediátricos (486 com tolterrodina e 224 com placebo), com idades compreendidas entre os 5-10 anos, com aumento da frequência urinária e incontinência urinária. Não foi observada diferença significativa entre os dois grupos, em ambos os ensaios, relativamente à alteração do número de episódios semanais de incontinência, em relação à base de referência (ver secção 4.8).

5.2 Propriedades farmacocinéticas

Propriedades farmacocinéticas específicas desta forma farmacêutica: As cápsulas de libertação prolongada de tolterrodina proporcionam uma absorção mais lenta da tolterrodina que os comprimidos de libertação imediata. Como resultado, as concentrações séricas máximas são observadas 4 (2-6) horas após administração das cápsulas. O tempo de semi-vida aparente da tolterrodina administrada na cápsula é de cerca de 6 horas nos metabolizadores fortes e 10 horas nos metabolizadores fracos (deficientes em CYP2D6). As concentrações do estado estacionário são atingidas em 4 dias após a administração das cápsulas.

A biodisponibilidade das cápsulas não é influenciada pelos alimentos.

Absorção: Após administração oral, a tolterrodina sofre o efeito de primeira passagem no fígado, sendo catalizada pela CYP2D6, formando-se o derivado 5-hidroximetil, principal metabolito farmacologicamente equipotente.

A biodisponibilidade absoluta da tolterrodina é de 17% nos metabolizadores fortes, a maioria dos doentes e de 65% nos metabolizadores fracos (deficientes em CYP2D6).

Distribuição: A tolterrodina e o metabolito 5-hidroximetil ligam-se primeiramente ao orosomucóide. As fracções não ligadas são 3,7% e 36%, respectivamente. O volume de distribuição da tolterrodina é de 113 litros.

Eliminação: Após administração oral, a tolterrodina é extensivamente metabolizada no fígado. A principal via metabólica da tolterrodina é mediada pela enzima polimórfica CYP2D6, conduzindo à formação do metabolito 5-hidroximetil. O metabolismo posterior conduz à formação dos metabolitos ácido 5- carboxílico e ácido 5- carboxílico N-desalquilado, que constituem 51% e 29% dos metabolitos recuperados na urina, respectivamente. Uma minoria da população (cerca de 7%) tem a actividade do CYP2D6 diminuída. Nestes indivíduos (metabolizadores fracos), a via metabólica identificada é por desalquilação através da CYP3A4, originando a tolterrodina N-desalquilada, que não contribui para o efeito clínico. A restante população é referida como metabolizadores fortes. A depuração sistémica da tolterrodina nos metabolizadores fortes é de cerca de 30 l/h. Nos metabolizadores fracos, a depuração reduzida origina concentrações séricas significativamente superiores de tolterrodina (cerca de 7 vezes) e são observadas concentrações negligenciáveis do metabolito 5-hidroximetil.

O metabolito 5-hidroximetil é farmacologicamente activo e equipotente em relação à tolterrodina. Devido às diferentes características de ligação às proteínas da tolterrodina e do metabolito 5-hidroximetil, a exposição (AUC) da tolterrodina não ligada nos metabolizadores fracos é semelhante à exposição combinada da tolterrodina não ligada e do metabolito 5-hidroximetil em doentes com actividade CYP2D6, aos quais é administrado o mesmos regime posológico. A segurança, a tolerância e a resposta clínica são semelhantes independentemente do fenotipo.

A excreção da radioactividade após administração da [14C] -tolterrodina é aproximadamente 77% na urina e 17% nas fezes. Foi excretada uma quantidade inferior a 1% da dose sob a forma de fármaco inalterado e cerca de 4% sob a forma de metabolito 5-hidroximetil. O metabolito carboxilado e o metabolito desalquilado correspondente contabilizam cerca de 51% e 29% da recuperação urinária, respectivamente.

A farmacocinética é linear para o intervalo das doses terapêuticas.

Grupo de doentes específicos:

Função hepática diminuída: Observou-se uma exposição cerca de 2 vezes superior da tolterrodina não ligada e do metabolito 5-hidroximetil, em doentes com cirrose hepática (ver secções 4.2 e 4.4).

Função renal diminuída: A exposição média de tolterrodina não ligada e do seu metabolito 5-hidroximetil é dupla nos doentes com a função renal gravemente diminuída (depuração da inulina com taxa de filtração glomerular < 30 ml/min). Os níveis plasmáticos dos outros metabolitos foram marcadamente superiores (até 12 vezes) nestes doentes. A relevância clínica da exposição superior destes metabolitos é desconhecida. Não existem dados para a função renal ligeira a moderadamente diminuída (ver secções 4.2 e 4.4).

Doentes Pediátricos

A exposição da fracção activa por mg de dose é semelhante em adultos e adolescentes. A exposição média da fracção activa por mg de dose é, aproximadamente, o dobro em crianças entre os 5 e 10 anos de idade do que em adultos (ver secções 4.2 e 5.1).

5.3 Dados de segurança pré-clínica

Nos estudos de toxicidade, genotoxicidade, carcinogenicidade e segurança farmacológica, não se observaram efeitos clinicamente relevantes, excepto os que estão relacionados com o efeito farmacológico do fármaco.

No ratinho e no coelho foram realizados estudos de reprodução.

No ratinho não ocorreram efeitos da tolterrodina na fertilidade e na função reprodutora. A tolterrodina originou morte embrionária e malformações com níveis de exposição plasmática (Cmax ou AUC) 20 ou 7 vezes superiores aos observados no ser humano tratado.

No coelho não foram observados efeitos de malformação, contudo os estudos foram realizados com exposições plasmáticas 20 ou 3 vezes superiores (Cmax ou AUC) às esperadas no ser humano tratado.

A tolterrodina, assim como os seus metabolitos activos no ser humano, prolongam a duração do potencial de acção (repolarização a 90%) nas fibras de Purkinje de cães (14 a 75 vezes os níveis terapêuticos) e bloqueiam a corrente de potássio através de canais hERG (human ether-a-go-go-related), obtidos por clonagem do gene humano (0,5 a 26,1 vezes os níveis terapêuticos). Foi observado em cães, um prolongamento do intervalo QT após administração da tolterrodina e seus metabolitos humanos (3,1 a 61,0 vezes os níveis terapêuticos). Desconhece-se a importância clínica destes dados.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO DETRUSITOL RETARD

6.1 Lista dos excipientes

Conteúdo da cápsula de libertação prolongada: Esferas de açúcar (contendo sacarose e amido de milho) Hipromelose

Surelease E-7-9010 transparente:

Etilcelulose

Triglicéridos de cadeia média

Ácido oleico

Composição da cápsula de libertação prolongada: Gelatina

Tinta de impressão: Goma laca

Dióxido de titânio (E 171)

Propilenoglicol

Simeticone

Corantes utilizados nas cápsulas de libertação prolongada de 2 mg azuis-verdes:

Indigotina (E 132)

Óxido de ferro amarelo (E 172)

Dióxido de titânio (E 171)

Corantes utilizados nas cápsulas de acção prolongada de 4 mg azuis:

Indigotina (E 132) Dióxido de titânio (E 171)

6.2  Incompatibilidades

Não aplicável.

6.3  Prazo de validade

2 anos.

6.4  Precauções especiais de conservação

Não conservar acima de 30°C.

Frascos: conservar no recipiente de origem.

Blisters: manter o blister dentro da cartonagem.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente

As cápsulas de libertação prolongada de Detrusitol Retard estão acondicionadas em blisters de PVC/PVDC e folha de alumínio, selados pelo calor com um filme de PVDC, ou em frascos de HDPEcom tampas de LDPE.

Apresentações:

As cápsulas de libertação prolongada de 2 mg e 4 mg de Detrusitol Retard, estão disponíveis em embalagens blisters de 7, 14, 28, 49, 84, 98 e 280 cápsulas (cada blister contém 7 cápsulas) e em frascos de 30, 100 e 200 cápsulas. As embalagens hospitalares estão disponíveis em embalagens blisters de 80, 160 e 320 cápsulas.

Podem não estar comercializadas todas as apresentações registadas.

6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento

Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Laboratórios Pfizer, Lda. Lagoas Park, Edifício 10,

2740-271 Porto Salvo

8. NÚMEROS DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

2

mg

x

2

mg

x

2

mg

x

2

mg

x

2

mg

x

2

mg

x

2

mg

x

2

mg

x

2

mg

x

2

mg

x

2

mg

x

2

mg

x

2

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

4

mg

x

7 cápsulas libertação prolongada, em blister                   3775186

14 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3775285

28 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3775384

49 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3775483

80 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3776184

84 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3775582

98 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3775681

160 cápsulas libertação prolongada, em blister              3776283

280 cápsulas libertação prolongada, em blister               3775780

320 cápsulas libertação prolongada, em blister               3776382

30 cápsulas libertação prolongada, em frasco                 3775889

90 cápsulas libertação prolongada, em frasco                 3775988

100 cápsulas libertação prolongada, em frasco              3776085

7 cápsulas libertação prolongada, em blister                   3776481

14 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3776580

28 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3776689

49 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3776788

80 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3777489

84 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3776887

98 cápsulas libertação prolongada, em blister                 3776986

160 cápsulas libertação prolongada, em blister              3777588

280 cápsulas libertação prolongada, em blister               3777083

320 cápsulas libertação prolongada, em blister               3777687

30 cápsulas libertação prolongada, em frasco                 3777182

90 cápsulas libertação prolongada, em frasco                 3777281

100 cápsulas libertação prolongada, em frasco              3777380

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da primeira autorização: 23/10/2001.

Data da última renovação: 23/11/2006

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO

12-02-2009.

Categorias
Clobetasol

CARACTERÍSTICAS DO DERMOVATE bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

DERMOVATE

1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO

DERMOVATE 0,5 mg/g Creme DERMOVATE 0,5 mg/g Pomada

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO DERMOVATE

Cada grama de creme ou pomada contém 0,5 mg de propionato de clobetasol.

Excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO DERMOVATE

Creme e Pomada.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO DERMOVATE

4.1 Indicações terapêuticas

Dermovate está indicado no tratamento das seguintes situações:

  • psoríase (excepto psoríase generalizada em placas);
  • formas de eczema resistente;
  • líquen plano;
  • lúpus eritematoso discóide e outras situações dérmicas que não respondam satisfatoriamente a esteróides menos activos.

4.2 Posologia e modo de administração

Aplicar a quantidade mínima necessária na área afectada, uma ou duas vezes por dia. Deve suspender-se a terapêutica quando se obtém o controlo da situação. O tratamento não deve prolongar-se por mais de 4 semanas sem que o doente seja reavaliado. DERMOVATE pode ser utilizado em ciclos de tratamento repetidos de curta duração para controlar exacerbações. Se for necessário tratamento esteróide contínuo deverá usar-se formulação menos potente.

Se necessário, em lesões muito resistentes, especialmente quando há hiperqueratose, a acção anti-inflamatória de DERMOVATE pode ser potenciada por oclusão da área a tratar com uma película de polietileno. Normalmente é suficiente a oclusão durante a noite para se obter uma resposta satisfatória; depois, a melhoria obtida pode, geralmente, manter-se com aplicação tópica sem oclusão.

4.3 Contra-indicações

DERMOVATE está contra-indicado nas seguintes situações:

  • hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes;
  • rosácea;
  • acne vulgar;
  • dermatite perioral;
  • prurido perianal e genital;
  • infecções víricas cutâneas primárias (por ex.: Herpes simplex, varicela);
  • tratamento de lesões cutâneas primárias provocadas por fungos ou bactérias;
  • dermatoses em crianças com idade inferior a 1 ano, incluindo dermatite e erupção causadas pelas fraldas.

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização

A terapêutica contínua prolongada deverá ser evitada, quando possível, particularmente nos lactentes e crianças, pois poderá ocorrer supressão supra-renal, mesmo sem oclusão. Se for necessário o tratamento com DERMOVATE em crianças, recomenda-se que este seja revisto semanalmente. Deverá ter-se em atenção que a fralda pode actuar como penso oclusivo.

Mais do que qualquer outra área do corpo, a face pode apresentar alterações atróficas após tratamento prolongado com corticosteróides tópicos potentes. Deve considerar-se este facto no tratamento da psoríase, lúpus eritematoso discóide e eczema grave.

Caso DERMOVATE seja aplicado nas pálpebras, recomenda-se precaução para que a formulação não contacte com os olhos, uma vez que pode originar glaucoma.

Os esteróides tópicos poderão ser prejudiciais na psoríase por vários motivos, incluindo recaída, desenvolvimento de tolerância, risco de psoríase pustulosa generalizada e desenvolvimento de toxicidade local ou sistémica devido a alterações da função de barreira da pele. Se utilizado na psoríase é importante uma observação cuidadosa do doente.

Deverá utilizar-se terapêutica antimicrobiana apropriada sempre que ocorra infecção das lesões inflamatórias em tratamento. Em caso de alastramento da infecção deverá suspender-se a terapêutica corticosteróide tópica e a administração sistémica de agentes antimicrobianos. A infecção bacteriana é facilitada pelo calor e humidade induzidos pelos pensos oclusivos, pelo que se deve limpar a pele antes da aplicação de um novo penso.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Nenhuma relatada.

4.6 Gravidez e aleitamento

A administração tópica de corticosteróides a animais durante o período de gravidez pode provocar anomalias no desenvolvimento fetal. Não foi estabelecida a relevância deste facto no Homem. No entanto, os esteróides tópicos não devem ser administrados extensivamente durante a gravidez, i.e., em grandes quantidades durante períodos prolongados.

Não foi estabelecida a segurança da utilização do propionato de clobetasol durante o período de aleitamento.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Não é provável que o propionato de clobetasol produza qualquer efeito sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.

4.8 Efeitos indesejáveis

Tal como com outros corticosteróides tópicos, o uso prolongado de quantidades elevadas ou o tratamento de áreas extensas pode resultar em absorção sistémica suficiente para originar os efeitos de hipercortisolismo. Este efeito é mais provável ocorrer em lactentes e crianças, e caso sejam usados pensos oclusivos. Nos lactentes, a fralda pode actuar como um penso oclusivo.

Nos adultos, desde que se mantenha a dose total semanal inferior a 50 g, é provável que qualquer supressão do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal seja transitória, com rápida regressão aos valores normais após terminado o tratamento com o esteróide de curta duração de acção.

O tratamento intensivo e prolongado com formulações de corticosteróides muito potentes pode causar alterações atróficas locais, tais como adelgaçamento, estrias e dilatação dos vasos sanguíneos superficiais, particularmente quando são utilizados pensos oclusivos ou estão envolvidas pregas da pele.

Foram relatadas alterações da pigmentação e hipertricose com a utilização de esteróides tópicos.

Foram relatadas reacções cutâneas locais incluindo: prurido, ardor, eritema e erupções cutâneas.

Suspeita-se que, em casos raros, o tratamento da psoríase com corticosteróides (ou a sua suspensão) terá provocado a forma pustulosa da doença.

DERMOVATE é geralmente bem tolerado, no entanto, caso se manifestem sinais de hipersensibilidade deverá suspender-se imediatamente a aplicação.

Pode ocorrer exacerbação dos sintomas.

4.9 Sobredosagem

A sobredosagem aguda é muito pouco provável de ocorrer, entanto, em caso de sobredosagem crónica ou utilização incorrecta podem surgir sintomas de hipercortisolismo e nesta situação deve suspender-se gradualmente o esteróide tópico. Porém, devido ao risco de supressão supra-renal aguda, a suspensão do tratamento deverá efectuar-se com acompanhamento médico.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO DERMOVATE

5.1 Propriedades famacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: XIV-5 Anti-inflamatórios esteroides de utilização tópica ATC: D07AD01

A principal acção do propionato de clobetasol na pele é uma resposta anti-inflamatória não específica, como resultado da vasoconstrição e diminuição na síntese de colagénio.

5.2 Propriedades famacocinéticas

A penetração percutânea do propionato de clobetasol varia individualmente e pode ser aumentada através da utilização de pensos oclusivos, ou quando a pele está inflamada ou lesionada. Num estudo com indivíduos saudáveis e pele sã, a concentração plasmática máxima média do propionato de clobetasol de 0,63 ng/ml ocorreu oito horas após a segunda aplicação (13 horas após a aplicação inicial) de 30 g de pomada de propionato de clobetasol a 0,05 %. Após aplicação de uma segunda dose de 30 g de creme de propionato de clobetasol a 0,05 %, a concentração plasmática máxima média foi ligeiramente superior à da pomada e ocorreu 10 horas após a aplicação. Num outro estudo, a concentração plasmática máxima média foi de cerca 2,3 ng/ml e 4,6 ng/ml em doentes com psoríase e eczema, respectivamente, e ocorreu 3 horas após uma única aplicação de 25 g de pomada de propionato de clobetasol a

0,05 %.

Após absorção percutânea do propionato de clobetasol, provavelmente o fármaco segue a via metabólica dos corticosteróides administrados sistemicamente. Contudo, o metabolismo sistémico do clobetasol não está totalmente caracterizado ou quantificado.

5.3. Dados de segurança pré-clínica

Ver secção 4.6. Gravidez e aleitamento

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO DERMOVATE

6.1 Lista dos excipientes

DERMOVATE Creme:

Monoestearato de glicerilo, álcool cetostearílico, clorocresol, citrato de sódio, ácido cítrico mono-hidratado, água purificada, Arlacel 165, cera branca de abelha e propilenoglicol.

DERMOVATE Pomada:

Propilenoglicol, vaselina sólida e sesquiolato de sorbitano.

6.2 Incompatibilidades

Nenhuma relatada.

6.3 Prazo de validade

2 anos.

6.4 Precauções especiais de conservação

Não conservar acima de 30°C.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente

Bisnagas em alumínio maleável, com tampa branca de polipropileno, contendo 30 g de creme ou pomada.

6.6 Instruções de utilização

Não diluir DERMOVATE Creme.

Não existem instruções especiais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Glaxo Wellcome Farmacêutica, Lda Rua Dr. António Loureiro Borges, 3 Arquiparque – Miraflores 1495-131 Algés

8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

DERMOVATE Creme: 8430124 DERMOVATE Pomada: 8430223

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENEVOÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

DERMOVATE Creme

Data da primeira Autorização de Introdução no Mercado: 26/08/1975 Data da Renovação da Autorização de Introdução no Mercado: 15/07/2002

DERMOVATE Pomada:

Data da primeira Autorização de Introdução no Mercado: 26/08/1975 Data da Renovação da Autorização de Introdução no Mercado: 14/07/2002

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO:

Março de 2004

Categorias
Quetiapina

CARACTERÍSTICAS DO SEROQUEL bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
SEROQUEL (quetiapina)

1. NOME DO MEDICAMENTO

Seroquel 25 mg comprimidos revestidos por película
Seroquel 100 mg comprimidos revestidos por película
Seroquel 150 mg comprimidos revestidos por película
Seroquel 200 mg comprimidos revestidos por película
Seroquel 300 mg comprimidos revestidos por película
Seroquel (25 mg) + (100 mg) comprimidos revestidos por película
Seroquel (25 mg) + (100 mg) + (200 mg) comprimidos revestidos por película

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO SEROQUEL

Seroquel 25 mg contém 25 mg de quetiapina (na forma de fumarato de quetiapina). Excipiente: 18 mg de lactose (anidra) por comprimido

Seroquel 100 mg contém 100 mg de quetiapina (na forma de fumarato de quetiapina). Excipiente: 20 mg de lactose (anidra) por comprimido

Seroquel 150 mg contém 150 mg de quetiapina (na forma de fumarato de quetiapina). Excipiente: 29 mg de lactose (anidra) por comprimido

Seroquel 200 mg contém 200 mg de quetiapina (na forma de fumarato de quetiapina). Excipiente: 39 mg de lactose (anidra) por comprimido

Seroquel 300 mg contém 300 mg de quetiapina (na forma de fumarato de quetiapina). Excipiente: 59 mg de lactose (anidra) por comprimido

A embalagem combinada para 3 dias contém 6 comprimidos de Seroquel 25 mg e 2 comprimidos de Seroquel 100 mg.
A embalagem combinada para 4 dias contém 6 comprimidos de Seroquel 25 mg, 3 comprimidos de Seroquel 100 mg e 1 comprimido de Seroquel 200 mg.
Para lista completa de excipientes ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO SEROQUEL
Comprimido revestido por película.
Os comprimidos de Seroquel 25 mg têm cor de pêssego. Os comprimidos de Seroquel 100 mg têm cor amarela. Os comprimidos de Seroquel 150 mg têm cor amarela pálido. Os comprimidos de Seroquel 200 mg têm cor branca. Os comprimidos de Seroquel 300 mg têm cor branca.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO SEROQUEL
4.1 Indicações terapêuticas

Tratamento da esquizofrenia.
Tratamento do episódio maníaco moderado a grave.
Tratamento dos episódios depressivos major na perturbação bipolar.

Seroquel não está indicado para a prevenção das recorrências de episódios maníacos ou depressivos.

4.2 Posologia e modo de administração
Seroquel pode ser administrado, com ou sem alimentos. Adultos:
Para o tratamento da esquizofrenia, Seroquel deve ser administrado duas vezes por dia. A dose diária total nos primeiros quatro dias da terapêutica é de 50 mg (Dia 1), 100 mg (Dia 2), 200 mg (Dia 3) e 300 mg (Dia 4).

A partir do Dia 4, a dose deve ser titulada até à dose habitualmente eficaz de 300 a 450 mg/dia. A dose pode ser ajustada em função da resposta clínica e tolerabilidade de cada doente, no intervalo de 150 a 750 mg/dia.

Para o tratamento dos episódios maníacos associados à perturbação bipolar, Seroquel deve ser administrado duas vezes por dia. A dose diária total nos primeiros quatro dias da terapêutica é
de 100 mg (Dia 1), 200 mg (Dia 2), 300 mg (Dia 3) e 400 mg (Dia 4). Qualquer ajuste posológico adicional até atingir 800 mg/dia no Dia 6 deverá ser efectuado em incrementos máximos de 200 mg/dia.
A dose pode ser ajustada em função da resposta clínica e da tolerabilidade de cada doente, no intervalo de 200 a 800 mg por dia. A dose eficaz habitual varia entre 400 e 800 mg/dia.

Para o tratamento dos episódios depressivos na perturbação bipolar, Seroquel deve ser administrado uma vez por dia, ao deitar, uma vez que assim se pode reduzir a probabilidade de sedação durante o dia. A dose diária total nos primeiros quatro dias de terapêutica é de 50 mg (Dia 1), 100 mg (Dia 2), 200 mg (Dia 3) e 300 mg (Dia 4). A dose diária recomendada é de 300 mg. Dependendo da resposta do doente, Seroquel pode ser titulado até 600 mg por dia. A eficácia dos antidepressivos foi demonstrada a 300 mg e 600 mg/dia, contudo não foi observado nenhum benefício adicional no grupo de 600 mg face a 300 mg diárias, durante um tratamento de curta duração (ver secção 5.1).

O tratamento de episódios depressivos na perturbação bipolar, deverá ser efectuado por médicos com experiência no tratamento da perturbação bipolar.

Idosos:
Tal como com outros antipsicóticos, Seroquel deve ser utilizado com precaução nos idosos, especialmente durante o período inicial de tratamento. Poderá ser necessário efectuar uma titulação mais lenta da dose e a dose terapêutica diária poderá ser inferior à usada em doentes mais jovens, dependendo da resposta clínica e tolerabilidade de cada doente. A depuração plasmática média da quetiapina diminui 30-50% em doentes idosos em comparação com os doentes mais jovens.

A segurança e eficácia de Seroquel não foram avaliadas em doentes com idade superior a 65 anos com episódios depressivos no contexto da perturbação bipolar.

Crianças e adolescentes:
A segurança e eficácia de Seroquel não foram avaliadas em crianças e adolescentes. Insuficiência renal:
Não é necessário efectuar ajuste posológico em doentes com insuficiência renal. Insuficiência hepática:
A quetiapina é extensamente metabolizada pelo fígado. Assim, Seroquel deve ser utilizado com precaução em doentes com insuficiência hepática conhecida, especialmente durante o período inicial de administração. Os doentes com insuficiência hepática conhecida devem iniciar o tratamento com 25 mg/dia. A dose deverá ser aumentada diariamente em incrementos de 25-50 mg/dia até à dose eficaz, dependendo da resposta clínica e tolerabilidade de cada doente.

4.3 Contra-indicações

Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes deste medicamento.

A administração concomitante de inibidores do citocromo P450 3A4, tais como inibidores da protease-HIV, fámacos antifúngicos azole, eritromicina, claritromicina e nefazodona, é contra-indicada (ver também secção 4.5).

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Suicídio / pensamentos suicidas ou agravamento clínico
A depressão, na perturbação bipolar, está associada a um aumento do risco de pensamentos suicidas, autoflagelação e suicídio (eventos relacionados com o suicídio). Este risco persiste até ocorrer uma remissão significativa. Considerando que podem não ocorrer melhorias durante as primeiras semanas ou mais de tratamento, os doentes devem ser monitorizados cuidadosamente até ocorrência de melhoria. É prática clínica geral que o risco de suicídio pode aumentar nas fases iniciais de recuperação.

Em ensaios clínicos efectuados em doentes com episódios depressivos major no contexto da perturbação bipolar foi observado um aumento do risco de eventos relacionados com o suicídio em doentes jovens com idade inferior a 25 anos tratados com quetiapina comparativamente aqueles tratados com placebo (3.0% versus 0% respectivamente).

Sonolência
O tratamento com quetiapina foi associado a sonolência e sintomas relacionados, tais como sedação (ver secção 4.8). Em ensaios clínicos no tratamento de doentes com depressão bipolar, o início ocorreu normalmente nos primeiros 3 dias de tratamento, e com uma intensidade predominantemente ligeira a moderada. Doentes com depressão bipolar que sofrem de sonolência de intensidade grave podem necessitar de contacto mais frequente para um mínimo de 2 semanas após o início da sonolência, ou até que os sintomas melhorem, podendo ser necessário considerar a descontinuação do tratamento.

Cardiovasculares
Seroquel deve ser utilizado com precaução em doentes com doença cardiovascular conhecida, doença cerebrovascular ou outras situações de predisposição para hipotensão. A quetiapina pode induzir hipotensão ortostática especialmente durante o período inicial de titulação da dose, caso tal se verifique, deve ser considerada uma redução da dose ou uma titulação mais gradual.

Convulsões
Em ensaios clínicos controlados não se verificaram diferenças na incidência de convulsões em doentes tratados com Seroquel ou placebo. Tal como com outros antipsicóticos, recomenda-se precaução no tratamento de doentes com história clínica de convulsões (ver secção 4.8).

Sintomas extrapiramidais
Em ensaios clínicos controlados com placebo, foi associada à quetiapina um aumento da incidência de sintomas extrapiramidais (SEP) comparativamente ao placebo em doentes tratados para episódios depressivos major na perturbação bipolar (ver secção 4.8).

Discinésia tardia
Se surgirem sinais ou sintomas de discinésia tardia, deve ser considerada a redução da dose ou a interrupção do tratamento com Seroquel (ver secção 4.8).

Síndroma maligna dos neurolépticos
A síndroma maligna dos neurolépticos tem sido associada ao tratamento antipsicótico, incluindo Seroquel (ver secção 4.8). As manifestações clínicas incluem hipertermia, estado mental alterado, rigidez muscular, instabilidade autonómica e aumento dos níveis de creatina fosfoquinase. Neste caso, o tratamento com Seroquel deve ser interrompido e instituída terapêutica adequada

Neutropénia grave
A neutropénia grave (contagem de neutrófilos < 0,5X109/L) foi pouco frequentemente notificada em ensaios clínicos com Seroquel. A maioria dos casos de neutropénia grave ocorreu nos dois meses após início da terapêutica com Seroquel. Não existiu aparente relação com a dose. Durante a experiência pós-comercialização, a resolução da leucopénia e/ou neutropénia ocorreu após cessação da terapêutica com Seroquel. Os possíveis factores de risco para a neutropénia incluem contagem baixa pré-existente de glóbulos brancos (GB) e história de neutropénia induzida por fármacos. A quetiapina deve ser descontinuada em doentes com contagem de neutrófilos < 1,0 X 109/L. Os doentes devem ser observados para sinais e sintomas de infecção, e as contagens de neutrófilos devem ser seguidas (até excederem 1,5 X 109/L) (ver secção 5.1).

Interacções
Ver também secção 4.5.

O uso concomitante de Seroquel com fármacos fortemente indutores das enzimas hepáticas, tais como a carbamazepina ou a fenitoína, diminui significativamente a concentração plasmática de quetiapina, o que poderá afectar a eficácia da terapêutica com Seroquel. Em doentes que estejam a tomar fármacos indutores das enzimas hepáticas, o tratamento com Seroquel deverá apenas iniciar-se se o médico considerar que os benefícios de Seroquel se sobrepõem aos riscos associados à retirada do fármaco indutor. É importante que qualquer alteração no fármaco indutor seja gradual e, se necessário, dever-se-á proceder à sua substituição por fármacos não indutores (ex: valproato de sódio).

Hiperglicémia
Foram notificados casos de hiperglicémia ou exacerbação de diabetes pré-existente durante o tratamento com quetiapina. É aconselhável uma monitorização clínica adequada em doentes diabéticos e em doentes com factores de risco de desenvolvimento de diabetes mellitus (ver também secção 4.8).

Lípidos
Foram observados aumentos nos triglicéridos e colesterol em ensaios clínicos com quetiapina (ver secção 4.8). Os aumentos de lípidos deverão ser geridos como apropriado clinicamente.

Prolongamento do intervalo QT
Durante os ensaios clínicos e se utilizada de acordo com o Resumo das Características do Medicamento, a quetiapina não esteve associada ao aumento absoluto persistente do intervalo QT. Contudo, em caso de sobredosagem (ver secção 4.9) foi observado prolongamento do intervalo QT. Tal como com outros antipsicóticos, devem tomar-se precauções quando a quetiapina é prescrita a doentes com doença cardiovascular ou história familiar de prolongamento do intervalo QT. Também é necessária precaução quando a quetiapina é prescrita com medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo QT, neurolépticos concomitantes, especialmente nos idosos, em doentes com síndroma de QT prolongado congénito, insuficiência cardíaca congestiva, hipertrofia do miocárdio, hipocaliémia ou hipomagnesemia (ver secção 4.5).

Descontinuação Terapêutica
Sintomas de privação agudos como insónia, náuseas, cefaleias, diarreia, vómitos, tonturas e irritabilidade foram reportados após suspensão abrupta de quetiapina. É aconselhável a descontinuação gradual da terapêutica pelo menos durante um período mínimo de uma a duas semanas (ver secção 4.8).

Doentes idosos com psicose associada a demência
Seroquel não está aprovado para o tratamento de doentes com psicose associada a demência.

Em ensaios clínicos realizados com alguns antipsicóticos atípicos controlados com placebo, foi observado um aumento do risco de ocorrência de acidente vascular cerebral de cerca de 3 vezes na população com demência. O mecanismo para este aumento não é conhecido. Um risco aumentado não pode ser excluído para outros antipsicóticos ou outras populações de doentes. Seroquel deve ser utilizado com precaução em doentes que apresentam factores de risco cerebrovasculares.

Numa meta-análise de antipsicóticos atípicos, foi reportado que doentes idosos com psicose associada a demência apresentam um risco elevado de morte comparativamente ao placebo. Todavia, em 2 ensaios clínicos, de 10 semanas, controlados com placebo, na mesma população (n=710; média idades: 83 anos; intervalo: 56-99 anos) a incidência de mortalidade em doentes tratados com Seroquel foi de 5,5% vs 3,2 % no grupo placebo. Os doentes destes
ensaios morreram por uma variedade de causas consistentes com as expectativas para esta população. Estes dados não permitem estabelecer uma relação causal entre o tratamento com Seroquel e a morte de doentes idosos com demência.

Lactose
Os comprimidos de Seroquel contêm lactose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase de Lapp ou má absorção de glucose-galactose, não devem tomar este medicamento.

Informação adicional
Os dados sobre Seroquel em combinação com ácido valpróico ou lítio nos episódios maníacos agudos moderados a graves são limitados; contudo a terapêutica combinada foi bem tolerada (ver secções 4.8 e 5.1). Os dados mostraram um efeito cumulativo às 3 semanas.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Dado os efeitos primários da quetiapina sobre o sistema nervoso central, Seroquel deve ser administrado com precaução em associação com outros fármacos de acção central e com o álcool.

O citocromo P450 (CYP) 3A4 é a principal enzima responsável pelo metabolismo da quetiapina mediado pelo citocromo P450. Num estudo de interacção em voluntários saudáveis, a administração concomitante de quetiapina (dose de 25 mg) com cetoconazol, um inibidor do CYP3A4, causou um aumento de 5 a 8 vezes na AUC da quetiapina. Com base neste facto, é contra-indicada a administração de quetiapina concomitantemente com inibidores do CYP3A4. Também não é recomendado a administração de quetiapina juntamente com sumo de toranja.

Num ensaio clínico de doses múltiplas para avaliar a farmacocinética da quetiapina administrada antes e durante o tratamento com carbamazepina (um conhecido indutor das enzimas hepáticas), a co-administração de carbamazepina aumentou significativamente a depuração da quetiapina. Este aumento da depuração reduziu a exposição sistémica à quetiapina (de acordo com a AUC) para uma média de 13% da exposição registada durante a administração de quetiapina isoladamente, embora tenha sido observado um efeito superior em alguns doentes. Em consequência desta interacção, pode ocorrer uma diminuição das concentrações plasmáticas, o que poderá afectar a eficácia da terapêutica com Seroquel. A co-administração de Seroquel e fenitoína (outro indutor enzimático microssomal) causou um aumento da depuração da quetiapina de aproximadamente 450%. Em doentes que estejam a tomar fármacos indutores das enzimas hepáticas, o tratamento com Seroquel deverá apenas iniciar-se se o médico considerar que os benefícios de Seroquel se sobrepõem aos riscos associados à retirada do fármaco indutor. É importante que qualquer alteração no fármaco indutor seja gradual e, se necessário, dever-se-á proceder à sua substituição por fármacos não indutores (ex: valproato de sódio) (ver também secção 4.4).

A farmacocinética da quetiapina não foi significativamente alterada pela co-administração dos antidepressivos imipramina (um conhecido inibidor CYP 2D6) ou fluoxetina (um conhecido
inibidor da CYP 3A4 e CYP 2D6).
A farmacocinética da quetiapina não foi significativamente alterada pela co-administração com os antipsicóticos risperidona ou haloperidol. No entanto, a co-administração de Seroquel e tioridazina causou um aumento da depuração da quetiapina de aproximadamente 70%.

A farmacocinética da quetiapina não foi alterada após co-administração com cimetidina.

A farmacocinética do lítio não foi alterada quando co-administrado com Seroquel.

A administração concomitante de valproato de sódio com Seroquel não induz uma alteração clinicamente relevante da farmacocinética destes dois fármacos.

Não foram efectuados estudos formais de interacções medicamentosas com os fármacos cardiovasculares vulgarmente utilizados.

Deve-se tomar-se precaução quando a quetiapina é prescrita concomitantemente com medicamentos conhecidos por originar desequilíbrio electrolítico ou que prolongam o intervalo QT.

4.6 Gravidez e aleitamento

A segurança e eficácia de Seroquel durante a gravidez humana não foram ainda estabelecidas. Até à data, os testes em animais não indicam quaisquer efeitos nefastos, ainda que não tenham sido avaliados os efeitos oculares potenciais para o feto. Assim, Seroquel apenas deve ser administrado durante a gravidez se os benefícios justificarem os riscos potenciais. No seguimento de gravidezes em que Seroquel foi administrado, observaram-se sintomas de retirada neonatais.

Desconhece-se a taxa de excreção da quetiapina no leite materno. Assim, as mulheres que estejam a amamentar devem ser avisadas para evitarem a amamentação enquanto estiverem a tomar Seroquel.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Dados os seus efeitos primários sobre o sistema nervoso central, a quetiapina pode interferir com actividades que requerem estado de alerta. Portanto, deve-se recomendar aos doentes para não conduzirem nem operarem máquinas até ser conhecida a sua susceptibilidade individual.

4.8 Efeitos indesejáveis

As Reacções Adversas Medicamentosas (RAM) mais frequentemente reportadas com Seroquel são sonolência, tonturas, xerostomia, astenia ligeira, obstipação, taquicardia, hipotensão ortostática e dispepsia.

Tal como acontece com outros antipsicóticos, o aumento de peso, síncope, síndroma maligna dos neurolépticos, leucopenia, neutropenia e edema periférico foram associados ao Seroquel. A incidência de RAMs associadas à terapêutica com Seroquel, estão indicadas na tabela seguinte, de acordo com o formato recomendado pelo Council for International Organisations of Medical Sciences (CIOMS III Working Group; 1995
A frequência das reacções adversas está convencionada da seguinte maneira: Muito frequentes £1/10), Frequentes £1/100, <1/10), Pouco frequentes £1/1.000, <1/100), Raros £1/10.000,
<1/1.000) e Muito raros (<1/10.000).
Doenças do sangue e do sistema linfático
Frequentes: Leucopenia 1
Pouco frequentes: Eosinofilia, trombocitopenia
Desconhecidos: Neutropenia 1
Doenças do sistema imunitário
Pouco frequentes: Hipersensibilidade
Muito raros Reacção anafiláctica 6
Doenças do metabolismo e da nutrição
Muito raros: Diabetes Mellitus 1,5, 6,
Perturbações do foro psiquiátrico
Frequentes: Sonhos anormais e pesadelos
Doenças do sistema nervoso
Muito frequentes: Tonturas 4, sonolência 2, Cefaleia
Frequentes: Síncope 4, sintomas extrapiramidais 1,13
Pouco frequentes: Convulsões 1, síndroma das pernas irrequietas, Disartria
Muito raros: Discinésia tardia 6
Cardiopatias
Frequentes: Taquicardia 4
Afecções oculares
Frequentes: Visão turva
Vasculopatias
Frequentes: Hipotensão ortostática 4
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Frequentes: Rinite
Doenças Gastrointestinais
Muito frequentes: Xerostomia
Frequentes: Obstipação, dispepsia
Pouco frequentes: Disfagia 8
Afecções hepatobiliares
Raros: Icterícia 6
Muito raros: Hepatite 6
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Muito raros: Angioedema 6, síndrome de Stevens-Johnson 6
Doenças dos órgãos genitais e da mama
Raros: Priapismo
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Muito frequentes: Sintomas de descontinuação de terapêutica 1, 10
Frequentes: Astenia ligeira, edema periférico
Raros: Síndroma maligna dos neurolépticos 1
Exames complementares de diagnóstico
Muito frequentes: Níveis elevados de triglicéridos séricos 11
Colesterol total aumentado (predominantemente Colesterol LDL) 12
Frequentes: Aumento de peso 9, elevações das transaminases séricas (ALT, AST) 3,
diminuição do número de neutrófilos, aumento dos níveis de glucose no
sangue para níveis de hiperglicémia 7 Pouco frequentes: Elevações dos níveis da gama-GT3, número de plaquetas diminuído 14
Raros: Aumento da creatinafosfoquinase no sangue15

Ver secção 4.4.
Pode ocorrer sonolência, habitualmente durante as duas primeiras semanas de tratamento e que geralmente cessa com a continuação do tratamento com Seroquel.
Foram observadas elevações assintomáticas nas transaminases séricas (ALT, AST) ou nos níveis de y-GT em alguns doentes tratados com Seroquel. Estas elevações foram geralmente reversíveis com a continuação do tratamento com Seroquel.
Tal como com outros antipsicóticos com actividade bloqueadora adrenérgica a1, Seroquel pode frequentemente induzir hipotensão ortostática, associada a tonturas, taquicardia e, nalguns doentes, síncope, especialmente durante o período inicial de titulação da dose (ver secção 4.4).
Foram notificados casos muito raros de exacerbação de diabetes pré-existente.
O cálculo da frequência destas RAMs foi efectuado apenas com base nos dados de pós-
comercialização.
Glucose no sangue em jejum >126mg/dL (>7.0 mmol/L) ou glucose no sangue pós prandial > 200mg/dL ( 11.1 mmol/L) em pelo menos uma ocasião.
Foi observado um aumento da taxa de disfagia com Seroquel vs. Placebo.apenas em ensaios clínicos na depressão bipolar
Ocorre predominantemente durante as primeiras semanas de tratamento. Foram observados os seguintes sintomas de privação, mais frequentemente em ensaios clínicos agudos controlados com placebo em monoterapia, avaliados como sintomas de descontinuação: insónia, náuseas, cefaleia, diarreia, vómitos, tonturas e irritabilidade. A incidência destas reacções diminuiu significativamente uma semana após a descontinuação. Triglicéridos > 200mg/dL (>2.258 mmol/L) pelo menos numa ocasião Colesterol > 240mg/dL (>6.2064 mmol/L) pelo menos numa ocasião Ver texto abaixo.
Plaquetas < 100×109 / L em pelo menos uma ocasião.
Tendo como base os relatórios de acontecimentos adversos em ensaios clínicos, o aumento da creatinafosfoquinase no sangue não está associado à síndrome maligna dos neurolépticos.

Foram notificados casos, de prolongamento do intervalo QT, arritmia ventricular, morte súbita inexplicável, paragem cardíaca e um tipo de arritmia denominado “torsade de pointes” com a utilização de neurolépticos, e que se consideram como efeitos de classe.

Em ensaios clínicos controlados com placebo, de curta duração, na esquizofrenia e na mania bipolar, a incidência agregada de sintomas extrapiramidais foi semelhante à do placebo (esquizofrenia: 7,8% para quetiapina e 8,0% para placebo; mania bipolar: 11,2% para quetiapina e 11,4% para placebo). Em ensaios clínicos controlados com placebo, de curta duração, na depressão bipolar, a incidência agregada de sintomas extrapiramidais foi de 8,9% para a quetiapina comparada com 3,8% para o placebo, embora a incidência das reacções adversas individuais (por exemplo, acatísia, perturbações extrapiramidais, tremor, discinésia, distonia, agitação, contracções musculares involuntárias, hiperactividade psicomotora e rigidez muscular) seja geralmente baixa e não exceda 4% em nenhum grupo de tratamento. Em estudos de longa duração, na esquizofrenia e perturbação bipolar, a incidência agregada do tratamento – sintomas extrapiramidais foi semelhante entre a quetiapina e placebo.

O tratamento com Seroquel foi associado a pequenas diminuições, relacionadas com a dose, dos níveis das hormonas da tiróide, principalmente os níveis de T4 total e T4 livre. A diminuição dos níveis de T4 total e T4 livre foi máxima nas primeiras duas a quatro semanas de tratamento com Seroquel, sem diminuições posteriores durante o tratamento de longa duração. Na quase totalidade dos casos, a interrupção do tratamento com Seroquel esteve associada a uma inversão dos efeitos sobre o T4 total e T4 livre, independentemente da duração do tratamento. Foram observadas pequenas diminuições dos níveis de T3 total e T3 reversível apenas para as doses mais elevadas. Os níveis de TBG permaneceram inalterados, e geralmente, não foi observado nenhum aumento recíproco da TSH, não existindo indicações de que Seroquel possa causar hipotiroidismo clinicamente relevante.

4.9 Sobredosagem

Foi reportada morte em ensaios clínicos após uma sobredosagem aguda com 13,6 gramas e na pós-comercialização com doses tão baixas como de 6 gramas de Seroquel isoladamente. Contudo, também foi reportado sobrevivência após sobredosagens agudas com doses até 30 gramas. Muito raramente foram reportados na experiência após comercialização casos de sobredosagem com Seroquel isoladamente, resultando em morte ou coma, ou prolongamento do intervalo QT.

Nos doentes com doença cardiovascular grave pré-existente pode existir um aumento do risco dos efeitos de sobredosagem (Ver secção 4.4: Cardiovascular).

De um modo geral, os sinais e sintomas reportados foram os resultantes de um exagero dos efeitos farmacológicos conhecidos deste fármaco, isto é, sonolência e sedação, taquicardia e hipotensão.

Não existe um antídoto específico para a quetiapina. Em casos de intoxicação grave, deve ser considerada a possibilidade de haver uma situação de politerapia, sendo recomendados procedimentos de cuidados intensivos, incluindo o estabelecimento e manutenção da função respiratória, assegurando oxigenação e ventilação adequadas, e a monitorização e suporte do sistema cardiovascular. Ainda que a prevenção da absorção em casos de sobredosagem não tenha sido investigada, a lavagem gástrica (após intubação, se o doente se encontrar inconsciente) e a administração de carvão activado, conjuntamente com um laxante, deverão ser consideradas.

Deve manter-se uma supervisão e monitorização médica apertada até que o doente recupere.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO SEROQUEL
5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Classificação farmacoterapêutica: 2.9.2 (Sistema nervoso central, Psicofármacos, Antipsicóticos)
Código ATC: N05A H04

Mecanismo de acção:
A quetiapina é um agente antipsicótico atípico. A quetiapina e o metabolito plasmático activo humano, a N-desalquil quetiapina interagem com um largo número de receptores de neurotransmissores. A quetiapina e a N-desalquil quetiapina têm afinidade para os receptores cerebrais da serotonina (5HT2) e da dopamina D1 e D2. Pensa-se que esta associação do antagonismo dos receptores com a maior selectividade para os receptores 5HT2 em relação aos receptores D2, contribui para as propriedades farmacológicas antipsicóticas e para o baixo risco de provocar efeitos secundários extrapiramidais (EPS) de Seroquel. Adicionalmente, a N-desalquil quetiapina tem elevada afinidade para o transportador da norepinefrina (TNE). A quetiapina e a N-desalquil quetiapina têm também afinidade elevada para os receptores histaminérgicos e adrenérgicos a1, baixa afinidade para os receptores adrenérgicos a2. A quetiapina não tem afinidade apreciável para os receptores colinérgicos muscarínicos ou para os receptores das benzodiazepinas.

Efeitos farmacodinâmicos:
A quetiapina é activa em testes de actividade antipsicótica, tais como a fuga condicionada. Também bloqueia a actividade dos agonistas dopaminérgicos, determinada quer pelo comportamento ou electrofisiologicamente e eleva as concentrações dos metabolitos de dopamina, um índice neuroquímico do bloqueio do receptor D2.

Em testes pré-clínicos preditivos de EPS, a quetiapina não é semelhante aos antipsicóticos standard e tem um perfil atípico. A quetiapina não produz hipersensibilidade dos receptores D2 da dopamina após administração crónica. A quetiapina produz apenas uma ligeira catalepsia para doses eficazes no bloqueio dos receptores D2 da dopamina. A quetiapina demonstra selectividade para o sistema límbico pois produz um bloqueio por despolarização dos neurónios dopaminérgicos mesolímbicos, mas não bloqueia os neurónios dopaminérgicos nigroestriados, após administração crónica. A quetiapina exibe um risco distónico mínimo em macacos Cebus sensibilizados com haloperidol ou que tomaram contacto com o fármaco pela primeira vez, após administração aguda e crónica. O resultado destes testes prevê que Seroquel deve ter um risco mínimo de EPS, e pôs-se a hipótese de que os fármacos com um risco menor de EPS também apresentam um menor risco de originarem discinésia tardia (ver secção 4.8).

Em que medida o metabolito N-desalquil quetiapina contribui para a actividade farmacológica do Seroquel em seres humanos não é conhecida.

Eficácia clínica:
Em três ensaios clínicos controlados com placebo, em doentes com esquizofrenia, utilizando várias doses de Seroquel, não se observaram diferenças na incidência de EPS ou uso concomitante de anticolinérgicos entre o grupo tratado com Seroquel e o grupo tratado com placebo. Um ensaio controlado com placebo avaliou doses fixas de Seroquel no intervalo entre 75 e 750 mg/dia, e não evidenciou um aumento de EPS ou do uso concomitante de anticolinérgicos.

Em quatro ensaios controlados com placebo, dois dos quais em monoterapia e os outros em terapêutica combinada com lítio ou ácido valpróico, que avaliaram doses de Seroquel até 800 mg/dia para o tratamento de episódios maníacos moderados a grave, não se observaram diferenças na incidência de EPS ou na necessidade da utilização concomitante de anticolinérgicos, entre o grupo tratado com Seroquel e o grupo tratado com placebo.

Em estudos controlados com placebo, efectuados em doentes idosos com psicoses relacionadas com demência, a incidência de eventos cerebrovasculares por 100 doentes ano não foi superior no grupo de doentes tratados com quetiapina comparativamente aos doentes no grupo tratados com placebo.

Ao contrário de muitos outros antipsicóticos, Seroquel não produz elevações sustentadas nos níveis de prolactina, também considerada uma característica dos antipsicóticos atípicos. Num ensaio clínico de doses múltiplas fixas, em doentes com esquizofrenia, não se verificaram diferenças nos níveis de prolactina no final do estudo entre Seroquel nas doses recomendadas, e o placebo.

No tratamento dos episódios maníacos moderados a graves, Seroquel demonstrou uma eficácia superior ao placebo na redução dos sintomas maníacos às 3 e 12 semanas, em dois ensaios em monoterapia. Não existem dados de estudos a longo prazo que demonstrem a eficácia de Seroquel na prevenção de subsequentes episódios maníacos ou depressivos. Os dados sobre Seroquel em combinação com ácido valpróico ou lítio nos episódios maníacos agudos moderados a graves às 3 e 6 semanas são limitados; contudo a terapêutica combinada foi bem tolerada. Os dados mostraram um efeito cumulativo às 3 semanas. Um segundo estudo não demonstrou um efeito cumulativo às 6 semanas.
A média da última dose mediana semanal de Seroquel nos indivíduos que responderam à terapêutica foi de aproximadamente 600 mg/dia, e cerca de 85% dos indivíduos que responderam à terapêutica foram tratados com doses compreendidas entre 400 e 800 mg/dia.

Em 4 ensaios clínicos com quetiapina, de duração de 8 semanas, em doentes com episódios depressivos moderados a graves na perturbação bipolar I ou II, Seroquel comprimidos de libertação imediata 300 mg e 600 mg foi significativamente superior ao grupo de doentes tratado com placebo nos resultados de medidas relevantes: melhoria média da MADRS e resposta definida como pelo menos uma melhoria de 50% na pontuação total da MADRS desde o equilíbrio. Não se verificou diferença na magnitude do efeito entre os doentes que receberam 300 mg de Seroquel comprimidos de libertação imediata e aqueles que receberam uma dose de 600 mg.

Na fase de manutenção de dois destes estudos, foi demonstrado que o tratamento a longo prazo de doentes que responderam a Seroquel comprimidos de libertação imediata 300 ou 600 mg foi eficaz comparativamente ao tratamento com placebo no que respeita aos sintomas depressivos, mas não relativamente aos sintomas maníacos.

Em dois estudos de prevenção das recorrências avaliando Seroquel em associação a outros estabilizadores de humor, efectuados em doentes com mania, depressão ou episódios mistos de humor, a associação com Seroquel foi superior aos estabilizadores de humor em monoterapia, aumentando o tempo até à recorrência de outro evento de humor (mania, misto ou depressão). Seroquel foi administrado duas vezes ao dia com um total de 400 mg a 800 mg por dia em associação com lítio ou valproato.

Ensaios clínicos demonstraram que Seroquel é eficaz na esquizofrenia e mania quando administrado duas vezes ao dia, apesar da quetiapina ter uma semi-vida farmacocinética de aproximadamente 7 horas. Este facto foi posteriormente apoiado pelos dados obtidos a partir de um estudo de tomografia de emissão de positrões (TEP), que permitiu identificar que a ocupação dos receptores 5HT2 e D2 pela quetiapina se mantém durante 12 horas. Não foram avaliadas a segurança e a eficácia para doses superiores a 800 mg/dia.
A eficácia de longa duração de Seroquel comprimidos de libertação imediata na prevenção de recorrências de esquizofrenia não foi verificada em ensaios clínicos com ocultação. Em estudos abertos, em doentes com esquizofrenia, a quetiapina foi eficaz na manutenção da melhoria clínica durante a continuação da terapêutica em doentes que apresentaram uma resposta inicial ao tratamento, o que sugere alguma eficácia a longo prazo.

Em ensaios clínicos em monoterapia controlados com placebo, em doentes com uma contagem de neutrófilos de base > 1,5 X 109/L, a incidência de pelo menos uma ocorrência de contagem de neutrófilos < 1,5 X 109/L foi 1,72% em doentes tratados com Seroquel comparativamente a 0,73% em doentes tratados com placebo. Em todos os ensaios clínicos (controlados com placebo, abertos, comparador activo; doentes com uma contagem de neutrófilos de base > 1,5 X 109/L), a incidência de pelo menos uma ocorrência de contagem de neutrófilos < 0,5 X 109/L foi 0,21% em doentes tratados com Seroquel e 0% em doentes tratados com placebo, e a incidência > 0,5- <1,0 X 109/L foi 0,75% em doentes tratados com Seroquel e 0,11% em doentes tratados com placebo.

5.2 Propriedades farmacocinéticas

A quetiapina é bem absorvida e extensamente metabolizada após administração oral. A biodisponibilidade da quetiapina não é afectada significativamente pela administração juntamente com alimentos. A quetiapina tem uma ligação às proteínas plasmáticas de aproximadamente 83%. O pico das concentrações molares do metabolito activo N-desalquil quetiapina, em steady-state é de 35% do observado para a quetiapina. A semi vida de eliminação da quetiapina e da N-desalquil quetiapina é de aproximadamente 7 e 12 horas, respectivamente.

A farmacocinética da quetiapina e da N-desalquil quetiapina é linear no intervalo de doses aprovadas. A cinética da quetiapina não difere entre o homem e a mulher.

A depuração média da quetiapina nos idosos é cerca de 30 a 50% inferior à observada em adultos com idades entre os 18 e 65 anos.

Observou-se uma redução de aproximadamente 25% na depuração plasmática média da quetiapina em indivíduos com insuficiência renal grave (depuração da creatinina inferior a 30 ml/min/1,73m2), mas os valores individuais da depuração estão dentro do intervalo para indivíduos normais. A fracção molar média, excretada na urina, da dose de quetiapina livre e do metabolito plasmático activo humano N-desalquil quetiapina é < 5%.

A quetiapina é extensamente metabolizada pelo fígado, com uma excreção na urina e nas fezes de menos de 5% do fármaco-mãe na forma inalterada, após a administração de quetiapina marcada radioactivamente. Aproximadamente 73% da radioactividade é excretada na urina e 21% nas fezes. A depuração plasmática média da quetiapina reduz-se em aproximadamente 25% em indivíduos com insuficiência hepática conhecida (cirrose alcoólica estável). Uma vez que a quetiapina é extensamente metabolizada pelo fígado, são esperadas concentrações plasmáticas mais elevadas na população de insuficientes hepáticos pelo que, nestes doentes, poderá ser necessário efectuar ajustes de dose (ver secção 4.2).
Investigações in vitro estabeleceram que o CYP3A4 é a principal enzima responsável pelo metabolismo da quetiapina mediado pelo citocromo P450. A N-desalquil quetiapina é principalmente formada e eliminada pelo CYP3A4.

Descobriu-se que a quetiapina e vários dos seus metabolitos (incluindo a N-desalquil quetiapina) são inibidores fracos das actividades do citocromo humano P450 1A2, 2C9, 2C19, 2D6 e 3A4, in vitro. Observa-se inibição CYP, in vitro, apenas em concentrações aproximadas 5 a 50 vezes superiores às observadas no intervalo de doses 300 a 800 mg/dia nos humanos. Com base nestes resultados in vitro, não é esperado que a co-administração de quetiapina com outros fármacos resulte numa inibição clinicamente significativa pela quetiapina, do metabolismo mediado pelo citocromo P450 do outro fármaco. Em estudos animais, a quetiapina parece induzir o citocromo P450. No entanto, num estudo específico de interacções em doentes psicóticos, não se registou um aumento da actividade do citocromo P450 após administração de quetiapina.

5.3 Dados de segurança pré-clínica

Não existiram evidências de genotoxicidade em estudos de genotoxicidade in vitro e in vivo. Em animais de laboratório, com níveis de exposição clinicamente relevantes, registaram-se as seguintes alterações, que não foram ainda confirmados por investigação clínica de longo prazo.

Em ratos, observou-se pigmentação da glândula tiróide; em macacos Cynomolgus, registou-se hipertrofia das células foliculares da tiróide, diminuição dos níveis plasmáticos de T3; diminuição das concentrações de hemoglobina e diminuição das contagens de células vermelhas e brancas e, em cães, opacidade da córnea e cataratas.

Tendo em consideração estes achados, os benefícios do tratamento com a quetiapina devem ser ponderados contra os riscos de segurança para o doente.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO SEROQUEL
6.1 Lista dos excipientes

Núcleo: Revestimento:
Povidona
Hidrogenofosfato de cálcio di-hidratado
Celulose microcristalina Amidoglicolato de sódio Tipo A Lactose monohidratada Estearato de magnésio Hipromelose
Macrogol 400
Dióxido de titânio (E171)
Óxido de ferro, amarelo (E172) (comprimidos de 25 mg, 100 mg e 150 mg)
Óxido de ferro, vermelho (E172) (comprimidos de 25mg)

6.2 Incompatibilidades

Não aplicável.

6.3 Prazo de validade
3 anos.

6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 30°C.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Frascos de polietileno de alta intensidade e blister de PVC/folha de alumínio. Apresentações:
Frascos: Seroquel 150 mg: 100 comprimidos
Seroquel 300 mg: 60 comprimidos
Blisters:
Dosagem Embalagem Blisters
Comprimidos de 25 mg 6 comprimidos 20 comprimidos 30 comprimidos 50 comprimidos 50 comprimidos 60 comprimidos 100 comprimidos 1 blister de 6 comprimidos
2 blisters de 10 comprimidos
3 blisters de 10 comprimidos 10 blisters de 5 comprimidos
5 blisters de 10 comprimidos
6 blisters de 10 comprimidos 10 blisters de 10 comprimidos
Comprimidos de 100 mg, 150 mg, 200 mg e 300 mg
Comprimidos de 100 mg, 150 mg, 200 mg e 300 mg 10 comprimidos
20 comprimidos 30 comprimidos 50 comprimidos 50 comprimidos 60 comprimidos 90 comprimidos 100 comprimidos 120 comprimidos
180 comprimidos
240 comprimidos 1 blister de 10 comprimidos
2 blisters de 10 comprimidos
3 blisters de 10 comprimidos 10 blisters de 5 comprimidos
5 blisters de 10 comprimidos
6 blisters de 10 comprimidos
9 blisters de 10 comprimidos
10 blisters de 10 comprimidos
12 blister de 10 comprimidos (apenas para
comprimidos de 150 mg e 300 mg)
18 blister de 10 comprimidos (apenas para
comprimidos de 150 mg e 300 mg)
24 blister de 10 comprimidos (apenas para
comprimidos de 150 mg e 300 mg)
Embalagem combinada para 3 dias 8 comprimidos 1 blister contendo 6 x 25 mg e 2 x 100 mg
Embalagem combinada para 4 dias 10 comprimidos 1 blister contendo 6 x25 mg, 3 x 100 mg e 1 x 200 mg

É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

6.6 Instruções para utilização e manipulação
Não existem requisitos especiais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

AstraZeneca Produtos Farmacêuticos, Lda.
Rua Humberto Madeira, 7
Valejas
2745-663 Barcarena

Dosagem Embalagem Número de Registo
10×5 comprimidos 3734688
5×10 comprimidos 3734589
6×10 comprimidos 3734787
9×10 comprimidos 3734886
10×10 comprimidos 3734985
12×10 comprimidos 3735081
18×10 comprimidos 3735180
24×10 comprimidos 3735289
60 comprimidos (frasco) 3735388
Embalagem combinada para 3 dias 6×25 mg + 2×100 mg 3075686
Embalagem combinada para 4 dias 6×25 mg + 3×100 mg + 3233681
1×200 mg

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Data da AIM (Seroquel 25 mg, Seroquel 100 mg, Seroquel 200 mg, Seroquel Emb. Combinada para 3 dias): 23.12.99
Data da AIM (Seroquel Emb. Combinada para 4 dias): 20.06.00 Data da AIM (Seroquel 150 mg, Seroquel 300 mg): 15.09.01
Data da Renovação (Seroquel 25 mg, Seroquel 100 mg, Seroquel 200 mg, Seroquel Emb. Combinada para 3 dias, Seroquel Emb. Combinada para 4 dias, Seroquel 150 mg, Seroquel 300 mg): 8.09.04

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
28-04-2009

Categorias
Messalazina

CARACTERÍSTICAS DO Asacol Supositórios bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

Asacol Supositórios

1. Denominação do medicamento

ASACOL, 500mg, supositório

2. Composição qualitativa e quantitativa do Asacol Supositórios

Cada supositório contém 500 mg de Ác. 5-amino-salicílico (mesalazina). Excipientes, ver secção 6.1.

3. Forma farmacêutica do Asacol Supositórios

Supositório.

4. Informações clínicas do Asacol Supositórios

4.1. Indicações terapêuticas

Asacol está indicado no tratamento da colite ulcerosa, proctite e proctosigmoidite, tanto na crise aguda como na fase assintomática para profilaxia das recidivas.

4.2. Posologia e modo de administração

Tratamento agudo: 1 supositório, 3 vezes por dia, durante 8 a 12 semanas Tratamento de manutenção: 1 supositório 2 vezes por dia.

Os supositórios devem ser introduzidos profundamente no ânus, devendo ser retidos no recto durante 1-3 horas, para aumento da eficácia.

Preconiza-se um tratamento a longo prazo para evitar recidivas.

4.3. Contra-indicações

Asacol está contra-indicado em doentes com hipersensibilidade aos salicilatos e em crianças com menos de 2 anos.

4.4. Advertências e precauções especiais de utilização

Asacol deve ser usado com cuidado em doentes com:

–  insuficiências hepática e renal ligeiras a moderadas. Nos doentes com insuficiência renal prévia é necessária a monitorização da função renal.

–  alterações da coagulação

–     terapêutica concomitante com fármacos potencialmente tóxicos para o sistema hematopoiético

Se ocorrerem reacções de hipersensibilidade ou toxicas, o fármaco deverá ser descontinuado. Ao avaliar complicações articulares ou hepáticas, deverá ter-se em conta que estas estão frequentemente associadas à colite ulcerosa.

4.5. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

O efeito hipoglicemiante das sulfonilureias poderá ser intensificado. Não podem ser excluídas com segurança, interacções medicamentosas com cumarínicos, metotrexato, probenecid, sulfinpirazona, espironolactona, furosemida e rifampicina.

É possível que o efeito indesejável dos glucocorticóides no estômago possa ser potenciado.

Asacol não deve ser administrado simultaneamente com lactulose ou preparados similares, que baixam o pH das fezes e impedem a libertação da mesalazina.

4.6. Gravidez e aleitamento

Não há referências sobre eventual efeito teratogénico de Asacol.

As quantidades de mesalazina que atravessam a barreira placentária são mínimas e negligenciáveis. A mesalazina e o seu N-acetil metabolito são excretados no leite materno. Durante os três primeiros meses de gravidez, o Asacol só deve ser administrado se os benefícios do tratamento forem superiores aos riscos potenciais. Na última semana de gravidez e durante a lactação, Asacol está contra-indicado.

4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Não se conhecem efeitos deste medicamento sobre a capacidade de condução e/ou utilização de máquinas.

4.8. Efeitos indesejáveis

A ocorrência de efeitos secundários é muito baixa e observou-se sobretudo em doentes com intolerância prévia à Sulfasalazina.

Alterações gastrointestinais

Raramente podem ocorrer sintomas de desconforto abdominal, diarreia, flatulência, náuseas e vómitos.

Sistema Nervoso Central

Em casos isolados foram registados durante o tratamento com mesalazina, cefaleias e tonturas.

Reacções de hipersensibilidade

Reacções de hipersensibilidade tais como erupções cutâneas alérgicas, febre induzida por fármacos, broncospasmo, sindromas tipo lúpus eritematroso disseminado, peri e miocardite, pancreatite aguda e nefrite intersticial, são possíveis em casos raros. Todos estes efeitos secundários não estão relacionados com a dose administrada.

Outros efeitos secundários

Raramente foram descritas  mialgia  e artralgia assim  como alterações laboratoriais

(neutropénia, trombocitopénia e ligeira elevação das transaminases). Poderão igualmente observar-se níveis elevados de metahemoglobina.

4.9. Sobredosagem

Não foram reportados casos de toxicidade por sobredosagem. Em circunstâncias normais a absorção da mesalazina pelo cólon é limitada. Dado que não existe antídoto específico, em caso de sobredosagem, deverá efectuar-se uma administração I.V. de soros para promover a diurese.

5. Propriedades farmacológicas do Asacol Supositórios

5.1. Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmaco-terapêutico: 6.8. Anti-inflamatórios intestinais Código ATC: A07EC02

Asacol tem como substância activa o ácido 5-amino-salicílico (mesalazina), principal metabolito activo da Sulfasalazina e responsável pela conhecida actividade terapêutica desta substância a nível das doenças inflamatórias do cólon, acelerando a cicatrização dos processos inflamatórios e reduzindo o número de recidivas. Trata-se de um metabolito resultante da metabolização da Sulfasalazina a nível do lúmen do cólon, pelas azoredutases bacterianas.

Devido à sua baixa absorção, apresenta uma actividade principalmente tópica e, embora o seu mecanismo de acção não seja perfeitamente conhecido, o seu efeito anti-inflamatório deve-se à inibição da actividade da cicloxigenase e consequente decréscimo da síntese de prostaglandinas no cólon.

5.2. Propriedades Farmacocinéticas

Após a administração dos supositórios, a absorção do fármaco é fraca e dependente do tempo de trânsito intestinal.

Cerca de 70% da dose administrada, permanece inalterada no intestino sendo excretada nas fezes.

Os níveis plasmáticos são idênticos por via oral e por via rectal.

A dose absorvida (cerca de 30%) é rapidamente acetilada no fígado em ácido 5-amino-

salicílico cuja eliminação é efectuada principalmente por via tubular renal.

Os níveis plasmáticos do metabolito acetilado são 2 a 4 vezes mais elevados do que os do ác.

5-amino-salicílico.

A fixação às proteínas é fraca. Totaliza 42% para a substância activa e 78% para o metabolito acetilado.

A semi-vida de eliminação da mesalazina varia entre 0,7 e 2,4 horas.

5.3 Dados de segurança pré-clínica

Os dados pré-clínicos revelaram a inexistência de riscos particulares para o ser humano, com base nos estudos convencionais de farmacologia de segurança, de toxicidade genética, de carcinogénese (rato) e de toxicidade de reprodução.

Foi observada toxicidade renal (necrose papilar renal e danos epiteliais nos túbulos contornados próximais ou na totalidade do nefrónio) nos ensaios de toxicidade por administração reiterada, e para doses elevadas de mesalazina por via oral. Desconhece-se se esta observação tem relevância clínica.

6. Informações farmacêuticas do Asacol Supositórios

6.1.        Lista de excipientes

Gliceridos hemi-sintéticos (AML).

6.2.        Incompatibilidades

Não aplicável.

6.3.        Prazo de validade

2 anos.

6.4.        Precauções especiais de conservação

Conservar a temperatura inferior a 25°C. Proteger da humidade e da luz.

6.5.        Natureza e conteúdo do recipiente

Os supositórios de Asacol são acondicionados em moldes de PVC/PE. Cada embalagem de Asacol contém 2 tiras de 5 supositórios.

6.6.        Instruções de utilização e de manipulação

Não existem requisitos especiais.

7. Titular da Autorização de Introdução no Mercado

LABORATÓRIOS VITÓRIA, S.A

Rua Elias Garcia, n° 28 Venda Nova 2700-327 AMADORA

8. Número da Autorização de Introdução no Mercado

Registo n° 2137180 (INFARMED) – Embalagem com 10 supositórios.

9. Data da primeira autorização / renovação da autorização de Introdução no Mercado

Autorização de introdução no mercado: 30 de Julho de 1992

Renovação da autorização de introdução no mercado: 30 de Julho de 2002

10. Data da revisão do texto

Dezembro 2004

Categorias
Ácido acetilsalicílico + Dipiridamol

Aggrenox bula do medicamento

Neste folheto:

1. O que é Aggrenox e para que é utilizado Aggrenox
2. Antes de tomar Aggrenox
3. Como tomar Aggrenox
4. Efeitos secundários Aggrenox possíveis
5. Como conservar Aggrenox
6. Outras Informações

Aggrenox 25 mg + 200 mg cápsulas de libertação prolongada Ácido acetilsalicílico + Dipiridamol

Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento.
– Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
– Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
– Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

1. O QUE É AGGRENOX E PARA QUE É UTILIZADO

Aggrenox pertence a um grupo de medicamentos conhecidos como antiagregantes plaquetares.

Aggrenox está indicado na redução do risco de ocorrência de acidente vascular cerebral em doentes com antecedentes de acidente isquémico transitório ou que sofreram um acidente vascular cerebral isquémico por trombose.

2. ANTES DE TOMAR AGGRENOX

Não tome Aggrenox
– Se tem hipersensibilidade às substâncias activas, a qualquer um dos excipientes ou a salicilatos;
– Se sofre de úlceras gástricas ou duodenais activas ou de doenças hemorrágicas;
– Se tem história de hemorragia gastrointestinal ou perfuração, relacionada com terapêutica anterior com anti-inflamatórios não esteroides (AINE);
– Se sofre de doenças hereditárias raras em que possa existir incompatibilidade com qualquer excipiente do medicamento;
– Em doses superiores a 100 mg/dia durante o terceiro trimestre de gravidez.

Tome especial cuidado com Aggrenox
– Se tem risco aumentado para hemorragias, deve tomar Aggrenox com precaução; o seu médico deve seguir rigorosamente o seu tratamento para detectar quaisquer sinais de hemorragia;
– Se estiver a tomar outros medicamentos que possam aumentar o risco de hemorragia ou de úlcera, tais como agentes anti-agregantes plaquetários (ex. clopidogrel, ticlopidina, ácido acetilsalicílico), corticosteróides, anticoagulantes (ex. varfarina) ou inibidores selectivos da recaptação da serotonina, deve tomar Aggrenox com precaução. Em caso de hemorragia gastrointestinal ou ulceração deve interromper imediatamente o tratamento com Aggrenox. Por isso, se tiver manifestação de sintomas abdominais (ex.: dor, hemorragia digestiva), deve de imediato informar o seu médico.
– Não tome ácido acetilsalicílico para tratar eventuais cefaleias ou enxaquecas que possa sentir no início do tratamento com o Aggrenox;
– Se sofre de doença coronária grave, incluindo angina instável e enfarte de miocárdio recente, de estenose aórtica subvalvular ou instabilidade hemodinâmica (p.ex. insuficiência cardíaca descompensada), deve tomar Aggrenox com precaução, uma vez que, entre outras propriedades, o dipiridamol actua como vasodilatador;
– Se sofre de miastenia grave, o seu médico pode considerar necessário proceder a reajustamentos da terapêutica após efectuar alterações na posologia do dipiridamol (ver secção “Ao tomar Aggrenox com outros medicamentos”);
– Se sofre de asma, rinite alérgica, polipos nasais, queixas gástricas ou duodenais crónicas ou recorrentes, insuficiência renal ou hepática ou défice em glucose-6-fosfato desidrogenase, deve tomar Aggrenox com precaução, devido ao componente ácido acetilsalicílico;
– Se tem hipersensibilidade (alergia) a agentes anti-inflamatórios não esteroides (AINE);
– Se toma concomitantemente outros medicamentos com AINE;
– Não deve administrar Aggrenox a crianças ou adolescentes com doenças febris ou infecções virais, com ou sem febre, devido ao risco de ocorrência de síndrome de Reye. O síndrome de Reye é uma doença que afecta o cérebro e o fígado e que, embora seja muito rara, pode ser fatal;
– Se sofre de doença inflamatória do intestino, como colite ulcerosa ou doença de Crohn.

Ao tomar Aggrenox com outros medicamentos

O efeito do tratamento pode ser influenciado se o Aggrenox for administrado concomitantemente com outros medicamentos para:
– a coagulação sanguínea (ex. varfarina, heparina, clopidogrel e ticlopidina),
– a rejeição de órgãos após transplante (ciclosporina, tacrolimus),
– a hipertensão arterial (ex. diuréticos, inibidores da ACE e antagonistas dos receptores da angiotensina II),
– a dor e inflamação (ex.: esteróides ou medicamentos anti-inflamatórios),
– a gota (ex. probenecide, sulfimpirazona),
– o cancro ou artrite reumatóide (metotrexato),
– a epilepsia e convulsões (ex. ácido valproico e fenitoína),
– a depressão (inibidores selectivos da recaptação da serotonina),
– as arritmias cardíacas (ex. adenosina),
– a miastenia grave (inibidores da colinesterase),
– a diabetes (hipoglicemiantes).

Antes de tomar Aggrenox informe o seu médico sobre os medicamentos que está a tomar. Se costuma tomar ácido acetilsalicílico regularmente deverá procurar aconselhamento médico antes de tomar qualquer outro medicamento (incluindo medicamentos não sujeitos a receita médica).

Ao tomar Aggrenox com alimentos e bebidas

Aggrenox pode ser tomado com ou sem alimentos.
O uso continuado de álcool pode aumentar os efeitos secundários gastrointestinais. Gravidez e aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Aggrenox ou qualquer medicamento.

Se estiver grávida ou a tentar engravidar deve evitar tomar Aggrenox.

Caso esteja grávida ou a amamentar só deve tomar Aggrenox, mediante indicação do seu médico.

Condução de veículos e utilização de máquinas

Não se encontram descritos quaisquer efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.

Informações importantes sobre alguns componentes de Aggrenox

Este medicamento contém lactose mono-hidratada e sacarose. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.

3. COMO TOMAR AGGRENOX

Tomar Aggrenox sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
A posologia recomendada é de uma cápsula duas vezes por dia, habitualmente uma de manhã e uma à noite, com ou sem alimentos.
As cápsulas devem ser deglutidas inteiras sem mastigar, juntamente com um copo de água.

Posologia alternativa em caso de dores de cabeça intoleráveis: Se ocorrerem dores de cabeça intoleráveis no início do tratamento, a posologia poderá ser alterada para uma cápsula ao deitar e uma dose baixa de ácido acetilsalicílico de manhã. As dores de cabeça tentem a diminuir à medida que o tratamento continua, por isso deve ser retomada a posologia habitual logo que possível, normalmente dentro de uma semana.
Aggrenox não é recomendado para crianças. Se tomar mais Aggrenox do que deveria Sintomas:
Dada a relação posológica entre dipiridamol e ácido acetilsalicílico, é provável que a sobredosagem seja dominada pelos sinais e sintomas característicos da sobredosagem com dipiridamol. Dado o reduzido número de observações é limitada a experiência com sobredosagem por dipiridamol. São previsíveis sintomas tais como sensação de calor, afrontamentos, sudorese, agitação, sensação de fraqueza, tonturas e queixas anginosas. Poderá observar-se uma queda dos níveis tensionais e taquicardia. Os sinais e sintomas de sobredosagem aguda ligeira com ácido acetilsalicílico consistem em hiperventilação, zumbidos, náuseas, vómitos, perturbações da visão e audição, tonturas e estado confusional.
Tonturas e zumbidos podem constituir sintomas de sobredosagem, particularmente no
doente idoso.
Terapêutica:
Recomenda-se a utilização de uma terapêutica sintomática. Deverá considerar-se a realização de um procedimento de descontaminação gástrica. A administração de derivados da xantina (por ex: aminofilina) pode reverter os efeitos hemodinâmicos da sobredosagem por dipiridamol. Devido à sua ampla distribuíção tecidular e à sua eliminação predominantemente hepática, não é provável que o dipiridamol seja dialisável.
Caso se tenha esquecido de tomar Aggrenox
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar. Se parar de tomar Aggrenox
Consulte o seu médico antes de parar de tomar Aggrenox.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento fale com o seu médico ou farmacêutico.

4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS

Como todos os medicamentos, Aggrenox pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.

Os efeitos secundários mais frequentemente associados ao Aggrenox são de natureza gastrointestinal, podendo ocorrer mal-estar epigástrico, dor abdominal, vómitos, náuseas e diarreia; na maior parte dos casos, estes efeitos desaparecem ao longo do tratamento. Mais raramente podem também ocorrer úlceras gástricas ou duodenais, hemorragia gastrointestinal e gastrite erosiva. Com a toma de Aggrenox podem também ocorrer:
– reacções de hipersensibilidade (alergia), tais como erupção cutânea, urticária, broncospasmo e angioedema;
– dores musculares;
– anemia e redução do número de plaquetas no sangue;
– tonturas e dores de cabeça, incluindo as do tipo enxaqueca, que ocorrem principalmente no início do tratamento;
– hipotensão, desmaio, afrontamentos, taquicardia e agravamento dos sintomas da doença arterial coronária;
– hemorragia intracraniana, hemorragia ocular, hemorragia nasal e hemorragias cutâneas, tais como contusão, equimose e hematoma; Aggrenox pode induzir o prolongamento do tempo de hemorragia, podendo prolongar uma hemorragia no decorrer ou após uma intervenção cirúrgica.

Adicionalmente, existem ainda efeitos secundários que, embora não tenham sido detectados, até à data, com a toma de Aggrenox, podem estar associados às substâncias ácido acetilsalicílico e dipiridamol. Entres estes efeitos estão os seguintes:
– anomalias na coagulação sanguínea;
– reacções anafilácticas, que são reacções alérgicas graves, especialmente em doentes com asma;
– hipoglicemia (especialmente em crianças), hiperglicemia, sede, desidratação, hipercaliémia, acidose metabólica e alcalose respiratória;
– confusão, agitação, edema cerebral, letargia e convulsões;
– alterações da audição;
– arritmias;
– alterações respiratórias, como dificuldade em respirar ou respiração acelerada, hemorragia gengival, edema laríngeo e edema pulmonar;
– doenças gastrointestinais e hepatobiliares, nomeadamente, fezes de cor escura, vómito de sangue, pancreatite, hepatite e síndroma de Reye;
– eritema exsudativo multiforme (uma reacção cutânea grave);
– rabdomiólise (uma doença muscular);
– deterioração da função renal;
– gravidez ou parto prolongados, hemorragias antes ou após o parto, bebés pequenos para a idade gestacional e morte fetal;
– febre e hipotermia;

Com a toma de anti-inflamatórios não esteróides, como é o caso do ácido acetilsalicílico, podem ainda ocorrer flatulência, obstipação, estomatite aftosa, exacerbação de colite ou doença de Crohn.

Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

5. COMO CONSERVAR AGGRENOX

Conservar a uma temperatura inferior a 25°C.
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
Não utilize Aggrenox após o prazo de validade impresso no rótulo e embalagem exterior, a seguir a Val.. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.

Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.

6. OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Aggrenox
– As substâncias activas são Dipiridamol e Ácido acetilsalicílico. Cada cápsula de libertação prolongada contém 200 mg de Dipiridamol e 25 mg de Ácido acetilsalicílico.
– Os outros componentes são: lactose mono-hidratada, celulose microcristalina, amido de milho, sílica coloidal anidra, estearato de alumínio TH 34, água purificada, sacarose, goma arábica, dióxido de titânio (E171), talco, ácido tartárico, povidona, eudragit S100, ftalato de hipromelose, hipromelose, triacetina, dimeticone 350, ácido esteárico e gelatina (cápsula).
Qual o aspecto de Aggrenox e conteúdo da embalagem Cápsulas de libertação prolongada.
Aggrenox apresenta-se em embalagens de 20, 30, 50 e 60 cápsulas de libertação prolongada.

É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

Titular da Autorização de Introdução no Mercado

Unilfarma, Lda Avenida de Pádua, 11 1800-294 Lisboa Portugal

Fabricante

Boehringer Ingelheim Pharma GmbH & Co. KG Birkendorfer Strasse, 65 D-88397 Biberach an der Riss Alemanha

Este folheto foi aprovado pela última vez em:25-03-2009

Categorias
Baclofeno

CARACTERÍSTICAS DO LIORESAL INTRATECAL bula do medicamento

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
LIORESAL INTRATECAL

1. NOME DO MEDICAMENTO LIORESAL INTRATECAL

LIORESAL INTRATECAL, 0,05 mg/1 ml, Solução injectável
LIORESAL INTRATECAL, 10 mg/5 ml, Solução injectável
LIORESAL INTRATECAL, 10 mg/20 ml, Solução injectável

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO LIORESAL INTRATECAL

Cada ml contém 0,05 mg, 0,5 mg ou 2 mg de baclofeno [mistura racémica dos isómeros R (-) e S (+) do ácido beta-(aminometil) -p-clorohidrocinâmico].

Excipientes
Cada ml contém 9 mg de cloreto de sódio que corresponde a 3,54 mg de sódio. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA DO LIORESAL INTRATECAL
Solução injectável e para perfusão, por via intratecal.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO LIORESAL INTRATECAL
4.1 Indicações terapêuticas

Lioresal Intratecal está indicado em doentes com espasticidade crónica grave de origem espinhal (associada a lesão traumática, esclerose múltipla ou outras doenças da medula espinhal) ou de origem cerebral que não respondam à administração oral de antiespásticos (incluindo Lioresal oral) e/ou que apresentam efeitos secundários intoleráveis com doses eficazes por via oral.

Para doentes com espasticidade devida a traumatismo craniano, é recomendado que não se proceda a uma terapêutica a longo termo com Lioresal Intratecal até que os sintomas de espasticidade estejam estáveis (i.e., pelo menos um ano após o traumatismo).

Um pequeno número de doentes com tétano foi tratado com êxito com Lioresal Intratecal para reduzir a hiperreflexia, clónus e trismus.

4.2 Posologia e modo de administração

Lioresal Intratecal destina-se à administração em doses teste únicas em bólus (através de um cateter espinhal ou punção lombar) e, para uso crónico, em bombas implantáveis apropriadas para a administração contínua de Lioresal Intratecal no espaço intratecal.
O estabelecimento do regime posológico óptimo requer que cada doente seja submetido a uma fase inicial de determinação da dose eficaz com um bólus intratecal, seguindo-se uma titulação muito cuidadosa da dose individual antes da terapêutica de manutenção. Este procedimento deve-se à grande variabilidade individual da dose terapêutica eficaz.

A Medtronic, Inc., realizou investigações controladas e aleatórias que demonstraram a eficácia de Lioresal Intratecal utilizando o Sistema de Perfusão Programável SynchroMed. Este dispositivo é um sistema de administração do fármaco implantável com reservatórios recarregáveis, que é implantado numa bolsa subcutânea, geralmente na parede abdominal. O sistema é ligado a um cateter intratecal que passa, por via subcutânea, para o espaço subaracnoideu. Podem utilizar-se outras bombas que demonstrem ser apropriadas para a administração de Lioresal Intratecal.

A administração intratecal de Lioresal através de um sistema implantado só deverá ser efectuada por médicos com experiência e conhecimentos necessários. As instruções específicas para implantação, programação e/ou recarga da bomba implantável são facultadas pelos respectivos fabricantes e devem ser rigorosamente cumpridas.

Fase de determinação da dose eficaz
Antes do início da perfusão crónica de Lioresal Intratecal, determina-se a dose eficaz para um determinado doente, através da resposta obtida à administração de uma dose teste em bólus de Lioresal Intratecal por punção lombar ou cateter intratecal. Em adultos, a dose teste inicial geralmente administrada, é de 25 ug ou 50 ug, elevando-se gradualmente em incrementos de 25 ug com intervalos mínimos de 24 horas até se observar uma resposta com a duração aproximada de 4 a 8 horas; a dose deve ser administrada no espaço subaracnoideu durante, pelo menos, um minuto. Em crianças a dose teste inicial recomendada é de 25 ug.

Para a dose teste, existem à disposição ampolas de baixa concentração, contendo 0,05 mg/ml.

A primeira dose deve ser administrada dispondo-se de equipamento de reanimação para utilização imediata.

Considera-se que os doentes responderam ao tratamento quando evidenciam uma redução significativa do tónus muscular e/ou da frequência e/ou gravidade dos espasmos.

A sensibilidade a Lioresal Intratecal é muito variável. Observaram-se sinais de sobredosagem grave (coma) num doente adulto após uma dose teste única de 25 ug.

Os doentes que não respondem a uma dose teste de 100 ug, não devem ser submetidos a incrementos de dose adicionais, nem a perfusão intratecal contínua.

Fase de titulação da dose
Após se confirmar que o doente responde a Lioresal Intratecal mediante a administração de doses teste em bólus, estabelece-se a perfusão intratecal utilizando um sistema de administração apropriado.

Para determinar a dose diária total inicial de Lioresal Intratecal na sequência do implante, deve-se duplicar a dose teste que deu um efeito positivo e administrá-la durante um período de 24 horas, salvo nos casos em que a eficácia da dose em bólus persistir durante um período superior a 12 horas. Neste caso, a dose diária inicial deve corresponder à dose teste administrada durante um período de 24 horas. Não devem ser efectuados aumentos de dose nas primeiras 24 horas.

Doentes com espasticidade de origem espinhal: Após as primeiras 24 horas, a dose deve ser ajustada lentamente, para se obter o efeito clínico desejado; os aumentos de dose devem ser feitos com um intervalo de 24 horas e limitar-se a 10 a 30 % para evitar a ocorrência de uma possível sobredosagem.

Doentes com espasticidade de origem cerebral: Após as primeiras 24 horas, a dose deve ser ajustada lentamente, para se obter o efeito clínico desejado; os aumentos de dose devem ser feitos com um intervalo de 24 horas e limitar-se a 5 a 15 % para evitar a ocorrência de uma possível sobredosagem.

Nos casos em que se utilizam bombas programáveis, a dose deve ser aumentada apenas uma vez em cada 24 horas. Para bombas não-programáveis com um cateter de 76 cm, que administra 1 ml/dia, sugerem-se intervalos de 48 horas para avaliação da resposta. No caso de se aumentar significativamente a dose diária sem se obter um efeito clínico, deve-se verificar o funcionamento da bomba e o estado do cateter.

A experiência com doses superiores a 1000 ug/dia é limitada.

Durante a fase de determinação da dose eficaz e no período de titulação imediatamente a seguir ao implante, os doentes devem ser mantidos sob rigorosa monitorização num ambiente que disponha de equipamento e pessoal especializados. Deve-se dispor de equipamento de reanimação para uso imediato em caso de risco de vida ou de reacções adversas intoleráveis. O implante de bombas deve ser realizado apenas em centros experimentados, a fim de reduzir ao mínimo os riscos na fase peri-operatória.

Terapêutica de manutenção
O objectivo clínico é manter o tónus muscular tão próximo do normal quanto possível e
reduzir ao mínimo a frequência e gravidade dos espasmos sem induzir efeitos secundários
intoleráveis, ou, no caso de doentes com espasticidade cerebral, titular a dose até ao nível
desejado de tónus muscular para uma funcionalidade óptima.
Dever-se-á utilizar a dose mais baixa que permita obter uma resposta adequada.
A maioria dos doentes requer aumentos graduais da dose ao longo do tempo para manter
uma resposta óptima durante a terapêutica crónica devido a uma diminuição da
capacidade de resposta ou progressão da doença.
Para doentes com espasticidade de origem espinhal, a dose diária pode ser gradualmente aumentada 10 a 30 % de modo a manter-se o controlo adequado da sintomatologia, regulando a velocidade de administração da bomba e/ou a concentração de Lioresal Intratecal no reservatório. A dose diária pode igualmente ser reduzida 10 a 20 % se os doentes evidenciarem efeitos secundários.

A dose de manutenção da perfusão contínua, a longo prazo, de Lioresal Intratecal em doentes com espasticidade de origem espinhal varia entre 12 ug/dia e 2003 ug/dia, sendo a maioria dos doentes adequadamente mantidos com 300 ug a 800 ug/dia.

Para doentes com espasticidade de origem cerebral, a dose diária pode ser gradualmente aumentada 5 a 20 % (não mais de 20 %) de modo a manter-se o controlo adequado da sintomatologia, regulando a velocidade de administração da bomba e/ou a concentração de Lioresal Intratecal no reservatório. A dose diária pode igualmente ser reduzida 10 a 20 % se os doentes evidenciarem efeitos secundários.

Em doentes com espasticidade de origem cerebral, a dose de manutenção para perfusão contínua a longo termo, de Lioresal Intratecal varia entre 22 ug/dia e 1400 ug/dia, com uma dose média diária de 276 ug/dia aos 12 meses e 307 ug/dia aos 24 meses.

Os doentes pediátricos com menos de 12 anos de idade requerem, geralmente, doses mais baixas do que doentes mais idosos; a dose varia entre 24 a 1199 ug/dia, com uma dose média diária de 274 ug/dia.

A necessidade súbita de aumentar substancialmente a dose sugere a existência de uma complicação ao nível do cateter (i.e., cateter torcido ou deslocado) ou mau funcionamento da bomba.

No decurso do tratamento a longo prazo, aproximadamente 5 % dos doentes tornam-se refractários a doses crescentes. Isto pode dever-se a tolerância ou a uma falha de fornecimento do fármaco (ver secção “Interrupção do tratamento”). A experiência existente é insuficiente para estabelecer recomendações definitivas sobre o tratamento da tolerância; no entanto, esta “tolerância” tem sido tratada ocasionalmente, no hospital, mediante uma paragem temporária do fármaco (drug holiday) que consiste numa redução gradual de Lioresal Intratecal durante um período de 2 a 4 semanas e mudando para métodos alternativos de tratamento da espasticidade (por exemplo, terapêutica intratecal com sulfato de morfina isento de conservantes). A sensibilidade a Lioresal Intratecal pode ser recuperada decorridos alguns dias: o tratamento deve ser retomado com a dose de perfusão contínua inicial e seguido de uma fase de titulação para evitar acidentes de sobredosagem.

É indispensável efectuar exames clínicos regulares no decurso do tratamento, a fim de avaliar quais as doses correctas, o funcionamento do sistema de administração, bem como proceder ao despiste de possíveis reacções adversas ou sinais de infecção.

Descontinuação
Excepto no caso de emergências relacionadas com sobredosagem, o tratamento com Lioresal Intratecal deve ser sempre descontinuado gradualmente por reduções de dose sucessivas. Lioresal Intratecal não deve ser descontinuado repentinamente (ver secção 4.4. “Advertências e precauções especiais de utilização”).

Especificações de administração
As ampolas de Lioresal de 10 mg/5 ml e 10 mg/20 ml foram desenvolvidas, especificamente, para utilizar com bombas de perfusão.

A concentração específica a usar depende da dose diária total requerida bem como da velocidade de administração da bomba. Dever-se -á consultar o manual do fabricante no que se refere a recomendações específicas.

Regime de administração
Lioresal Intratecal é, na maioria dos casos, administrado por perfusão contínua imediatamente após o implante. Logo que se verifique estabilização do doente em termos de dose diária e do estado funcional e, desde que a bomba o permita, poder-se-á iniciar um modo de administração mais complexo a fim de optimizar o controlo da espasticidade em diferentes momentos do dia. Por exemplo, os doentes que sofrem agravamento dos espasmos durante a noite podem necessitar de elevar 20 % a velocidade de perfusão. As alterações do débito devem ser programadas de forma a começarem duas horas antes do início do efeito clínico desejado.

4.3 Contra-indicações

Hipersensibilidade ao baclofeno ou a qualquer um dos excipientes.
O fármaco não deve ser administrado por via intravenosa, intramuscular, subcutânea ou
epidural.

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Este medicamento contém sódio.
Assistência médica
O sistema de bomba só deve ser implantado após conveniente avaliação da resposta do doente à injecção de Lioresal Intratecal em bólus e/ou titulação da dose. Devido aos riscos associados à administração inicial e titulação de Lioresal Intratecal (depressão geral das funções do SNC, colapso cardiovascular e/ou depressão respiratória), estas operações devem ser realizadas num local devidamente equipado e sob vigilância médica, segundo as instruções descritas na secção “Posologia e modo de administração”. Deve-se dispor de equipamento de reanimação para uso imediato no caso de ocorrerem sintomas que ponham a vida em risco, ou de sobredosagem grave. Os médicos devem ser adequadamente treinados na terapêutica por perfusão intratecal crónica.

Monitorização dos doentes
A seguir à implantação cirúrgica da bomba, em particular durante as fases iniciais da sua utilização e sempre que se procede ao ajustamento do seu débito e/ou da concentração de baclofeno no reservatório, o doente deve ser submetido a um rigoroso controlo até se assegurar que a sua resposta à perfusão é satisfatória e razoavelmente estável.

É indispensável que o doente, os seus médicos responsáveis e todo o pessoal envolvido no seu tratamento se encontrem devidamente informados sobre os riscos deste tratamento. Todos os indivíduos responsáveis pelo tratamento e assistência ao doente devem estar familiarizados com os sinais e sintomas de sobredosagem, as medidas a adoptar em caso de sobredosagem e a conveniente assistência domiciliária da bomba e do local de inserção.

Determinação da dose eficaz
Durante a administração da dose teste inicial (fase de determinação da dose eficaz), é essencial proceder a uma cuidadosa monitorização das funções respiratória e cardiovascular, em especial nos doentes com patologias cardiopulmonares e fraqueza dos músculos respiratórios, bem como nos que estão a ser tratados concomitantemente com preparados do tipo das benzodiazepinas ou com opiáceos, que têm maior risco de sofrer depressão respiratória.

Antes do início do ensaio de determinação da dose eficaz com Lioresal Intratecal deve-se averiguar se o doente não é portador de nenhuma infecção sistémica, dado que esta pode interferir na avaliação da resposta ao bólus de Lioresal Intratecal .

Implantação da bomba
Antes de proceder à implantação da bomba, os doentes devem estar igualmente isentos de infecções, uma vez que a presença destas pode aumentar o risco de complicações cirúrgicas. Além disso, a ocorrência de infecções sistémicas pode complicar as tentativas de ajustamento da dose. Uma infecção local ou uma má colocação do cateter também podem levar a uma falha de administração que pode resultar numa interrupção repentina de Lioresal Intratecal com todos os sintomas associados (Ver “Interrupção do tratamento”).

Recarga do reservatório
A recarga do reservatório deve ser efectuada por pessoal devidamente treinado e qualificado de acordo com as instruções facultadas pelo fabricante da bomba. Os intervalos de recarga devem ser cuidadosamente calculados de modo a evitar a depleção do reservatório, que pode induzir recidiva da espasticidade grave ou potencial risco de vida devido a sintomas associados a uma interrupção repentina de Lioresal Intratecal (Ver “Interrupção do tratamento”).

É indispensável que o enchimento se processe em condições rigorosamente assépticas para evitar a contaminação microbiana e a ocorrência de infecções graves do SNC. Cada recarga ou manipulação do reservatório do fármaco deve ser seguida de um período de observação apropriado à situação clínica.
Deve-se usar da máxima precaução durante o processo de enchimento de uma bomba implantável equipada com um sistema injectável que permita o acesso directo ao cateter intratecal. A injecção directa no cateter através do orifício de acesso pode dar origem a uma sobredosagem susceptível de pôr a vida em risco.

Considerações adicionais referentes ao ajustamento posológico
A fim de evitar a ocorrência de fraqueza excessiva e quedas, Lioresal Intratecal deve ser usado com precaução nos casos em que é necessário manter a espasticidade para preservar a postura ortostática e o equilíbrio na locomoção, ou quando a espasticidade tenha que ser utilizada para obter capacidade funcional e cuidados óptimos.

Poderá ser importante manter um certo grau de tónus muscular e permitir que espasmos ocasionais preservem a função circulatória e, possivelmente, evitem a formação de tromboses venosas profundas.

Antes de iniciar a perfusão com Lioresal Intratecal, deve-se procurar suspender a medicação antiespástica oral concomitante, sob rigorosa vigilância médica, para evitar uma possível sobredosagem ou a ocorrência de interacções medicamentosas adversas. Dever-se -á, no entanto, evitar a redução ou suspensão súbita da administração concomitante de antiespásticos durante a terapêutica intratecal crónica com Lioresal Intratecal.

Precauções em doentes pediátricos
A bomba implantável para perfusão crónica só deve ser utilizada em crianças que sejam portadores de uma massa corporal suficiente para a acomodar, pelo que os dados clínicos do uso de Lioresal Intratecal em crianças com menos de 6 anos é muito limitado e não está estabelecido em crianças com menos de 4 anos.

Precauções em populações especiais de doentes
Nos doentes com fluxo de LCR anormal, a difusão do fármaco e, consequentemente, a distribuição da actividade antiespática podem ser insuficientes.

Os doentes que sofrem de perturbações psicóticas, esquizofrenia, estados de confusão ou doença de Parkinson devem ser tratados, com precaução, com Lioresal Intratecal e ser mantidos sob rigorosa vigilância médica, dado terem sido observados casos de exacerbação destas patologias durante a administração oral de Lioresal.

Deve-se prestar particular atenção aos doentes com história de epilepsia, uma vez que foi referida, ocasionalmente, a ocorrência de crises convulsivas durante a sobredosagem e suspensão do tratamento com Lioresal Intratecal, bem como em doentes submetidos a doses terapêuticas de Lioresal Intratecal.

Lioresal Intratecal deve ser usado, com precaução, em doentes com antecedentes de disreflexia autonómica. A presença de estímulos nociceptivos ou a suspensão abrupta de Lioresal Intratecal pode provocar uma crise disrefléxica autonómica.
Lioresal deve ser utilizado com precaução em doentes com insuficiência cerebrovascular ou respiratória, uma vez que estas patologias podem ser exacerbadas pelo baclofeno.

É improvável que se verifique interacção de Lioresal Intratecal com doenças subjacentes não relacionadas com o SNC, dado que a disponibilidade sistémica do fármaco após a administração intratecal é substancialmente menor que após a administração oral.

Contudo, as observações efectuadas após uma terapêutica com Lioresal oral sugerem que devem adoptar-se medidas de precaução nas seguintes situações: antecedentes de úlcera péptica, hipertonia esfincteriana pré-existente, insuficiência renal.

Em casos raros, foram referidos, durante a administração de Lioresal por via oral, níveis séricos elevados de TGO, fosfatase alcalina e glucose.

No decurso dos ensaios clínicos foram tratados com Lioresal Intratecal diversos doentes com mais de 65 anos de idade, sem que tenham ocorrido problemas específicos. Os doentes idosos podem ter mais tendência para sofrer efeitos adversos com Lioresal oral na fase de titulação, bem como com Lioresal Intratecal. No entanto, dado que a titulação das doses é individual, não é provável que surja qualquer problema específico durante o tratamento de doentes idosos.

Interrupção do tratamento
A suspensão abrupta de Lioresal Intratecal, independentemente da causa, manifestada pelo aumento da espasticidade, prurido, parestesia e hipotensão, resultou em sequelas incluindo estados de hiperactividade com espasmos rapidamente não controlados, hipertermia e sintomas consistentes com o síndrome maligno dos neurolépticos (SMN), como por exemplo, alteração do estado mental e rigidez muscular. Em casos raros avançou para convulsões/estados epilépticos, rabdomiólise, coagulopatia, insuficiência orgânica múltipla e morte. Todos os doentes a quem se administrou baclofeno intratecal, estão em risco potencial de interrupção do tratamento.
Algumas características clínicas associadas com a interrupção do tratamento com o baclofeno intratecal poderão assemelhar-se a disreflexia autonómica, infecção (sépsis), hipertermia maligna, síndrome maligno dos neurolépticos, ou com outras condições associadas a um estado hipermetabólico ou rabdomiólise generalizada.

Os doentes, e todo o pessoal envolvido, devem ser sensibilizados acerca da importância da manutenção das visitas marcadas para o recarregamento da bomba e devem ser informados acerca dos sinais e sintomas da interrupção do tratamento com baclofeno, particularmente os que aparecem precocemente no síndroma de interrupção.

Na maioria dos casos, os sintomas da interrupção do tratamento aparecem em horas a alguns dias após a interrupção da terapêutica com baclofeno. As razões comuns para a interrupção abrupta da terapêutica intratecal com baclofeno incluem mau funcionamento do cateter (principalmente desconexão), baixo volume no reservatório da bomba ou esgotamento da bateria da bomba; erro humano pode ser causa destes casos. A prevenção da desconexão abrupta da terapêutica intratecal de baclofeno requer atenção cuidada na programação e monitorização do sistema de infusão, procedimentos e planeamento da recarga e alarmes da bomba.

As instruções para implantação, programação e/ou recarga da bomba implantável são facultadas pelos respectivos fabricantes e devem ser rigorosamente cumpridas.

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

A experiência sistemática sobre o uso de Lioresal Intratecal em associação com outros medicamentos é insuficiente para permitir prever a ocorrência de interacções medicamentosas específicas.

O uso combinado de morfina e de baclofeno intratecal foi responsável pela ocorrência de hipotensão num doente. Não se pode excluir o potencial desta associação induzir dispneia ou outros sintomas a nível do SNC.

Não foi testada a administração concomitante de outros agentes intratecais com Lioresal Intratecal, desconhecendo-se a sua segurança.

Os efeitos depressivos ao nível do sistema nervoso central do álcool e de outros compostos que afectam o SNC podem ser aditivos aos efeitos de Lioresal.

Durante a administração de Lioresal por via oral, o tratamento concomitante com antidepressivos tricíclicos pode potenciar o efeito de Lioresal, dando origem a hipotonia muscular. Recomenda-se precaução quando Lioresal Intratecal é utilizado nesta associação.

Dado ser provável que o tratamento concomitante de Lioresal Intratecal com antihipertensores potencie uma possível diminuição da tensão arterial, poderá ser necessário controlar os valores da desta, ajustando, em conformidade, a dose da medicação antihipertensiva.

Em doentes com doença de Parkinson tratados com Lioresal e concomitantemente com levodopa associado a carbidopa, podem ocorrer episódios de alucinações, agitação e confusão mental.

4.6 Gravidez e aleitamento
Gravidez

Não foram realizados estudos adequados e bem controlados na mulher grávida.

Baclofeno atravessa a barreira placentária. Lioresal Intratecal não deve ser utilizado durante a gravidez a não ser que o seu potencial benefício compense o potencial risco para o feto. A administração de baclofeno por via oral demonstrou aumentar a incidência de onfalocelos (hérnias umbilicais) em fetos de ratos tratados com doses cerca de
13 vezes a dose oral máxima recomendada para uso humano (numa base de mg/kg).Esta alteração não foi observada no ratinho ou no coelho.

Lactação
Em mães submetidas a doses terapêuticas orais de Lioresal, a substância activa passa para o leite materno, embora em quantidades tão pequenas que não é previsível a ocorrência de efeitos indesejados no lactente.
Desconhece-se se o leite materno das mães lactantes tratadas com Lioresal Intratecal contém níveis detectáveis do fármaco.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Foram referidos casos de sonolência em alguns doentes tratados com Lioresal Intratecal. Os doentes devem ter precaução ao conduzir veículos ou utilizar máquinas , uma vez que a sua actividade pode ser afectada pela diminuição do estado de alerta.

4.8 Efeitos indesejáveis

Em muitos casos não é possível estabelecer, com segurança, uma relação causal entre os efeitos observados e a administração de baclofeno, visto saber-se que muitos dos efeitos indesejáveis referidos ocorrem em associação com as patologias subjacentes em tratamento. No entanto, algumas das reacções geralmente notificadas – torpor/sonolência, tonturas, cefaleias, náuseas, hipotensão, hipotonia – parecem estar relacionadas com o fármaco.

Alguns dos efeitos indesejáveis a seguir descritos foram relatados em doentes com espasticidade de origem espinhal mas podem também ocorrer em doentes com espasticidade de origem cerebral. Os efeitos indesejáveis mais frequentes nestas populações estão a seguir indicados.

Tabela 1
Os efeitos indesejáveis são apresentados por classe de frequência, usando a seguinte convenção: muito frequentes (> 1/10); frequentes (> 1/100, < 1/10); pouco frequentes (> 1/1000, < 1/100), raros (> 1/10000, < 1/1000); muito raros (< 1/10000), desconhecido (.não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis)

Doenças    do    sistema nervoso

Muito Frequentes:

Torpor/ sonolência

Frequentes:

Sedação, tonturas/sensação de “cabeça oca”, crises convulsivas, cefaleias, parestesias, perturbações de acomodação/visão turva/diplopia, discurso arrastado, letargia, astenia, depressão respiratória, insónia, confusão/desorientação, ansiedade/agitação, depressão.

Pouco: Frequentes:

Hipotermia, nistagmo, disfagia, ataxia, perda de memória,
ideação e tentativa de suicídio, euforia, disforia, alucinações,
paranóia.

Crises convulsivas e cefaleias ocorrem mais frequentemente em

doentes com espasticidade de origem cerebral do que em doentes com espasticidade de origem espinhal.
Cardiopatias
: Frequentes: Hipotensão
Pouco Frequentes: Hipertensão, bradicardia, trombose venosa profunda, rubor cutâneo, palidez.
Doenças     respiratórias, torácicas e do mediastino
Frequentes: Dispneia, bradipneia, pneumonia
Doenças gastrointestinais
: Frequentes: Náuseas/vómitos, obstipação, xerostomia, diarreia, diminuição de apetite, sialorreia.
Pouco Frequentes: Desidratação, íleo, diminuição do paladar. Náuseas e vómitos ocorrem mais frequentemente em doentes com espasticidade de origem cerebral do que em doentes com espasticidade de origem espinhal.
Afecções   dos   tecidos cutâneos e subcutâneas
: Frequentes: Urticária/prurido, edema facial/periférico.
Pouco Frequentes: Alopecia, diaforese.
Doenças      renais      e
urinárias
Frequentes: Incontinência urinária, retenção urinária.

A retenção urinária ocorre mais frequentemente em doentes com espasticidade de origem cerebral do que em doentes com espasticidade de origem espinhal.

Afecções

musculosqueléticas e dos

tecidos conjuntivos
MuitoFrequentes: Hipotonia muscular.
frequentes: Hipertonia muscular.
Doenças    dos    órgãos
genitais e da mama
Frequentes: Disfunção
Perturbações   gerais   e alterações no local de administração
Frequentes: Dor, febre/arrepios.
Raros: Sintomas de interrupção que põem a vida em risco devido a falha na administração (Ver “Interrupção do tratamento”).

Não estão incluídos os efeitos indesejáveis associados com o sistema de administração (por exemplo, deslocamento dos cateteres, infecção a nível da bolsa, meningite, sobredosagem por deficiente manipulação do sistema).

4.9 Sobredosagem

Deve-se prestar sempre particular atenção à identificação dos sinais e sintomas de sobredosagem, especialmente durante a fase inicial de “determinação da dose eficaz” e de “titulação da dose” do tratamento, bem como durante a reintrodução de Lioresal Intratecal, após um período de interrupção da terapêutica.

Os sinais de sobredosagem podem manifestar-se de modo súbito ou insidioso.

Sintomas de sobredosagem: hipotonia muscular excessiva, torpor, sensação de “cabeça oca”, tonturas, sonolência, crises convulsivas, perda de consciência, hipotermia, sialorreia, náuseas e vómitos.

A sobredosagem grave provoca depressão respiratória, apneia e coma.

Pode ocorrer sobredosagem grave, por exemplo, devido à administração inadvertida do conteúdo do cateter no decurso da análise para verificação do estado/posição do cateter. Outras causas possíveis de sobredosagem são erros na programação, aumentos excessivamente rápidos da dose e tratamento concomitante com Lioresal oral. Dever-se -á igualmente investigar se existe um eventual funcionamento deficiente da bomba.

Tratamento
Embora não exista um antídoto específico para o tratamento da sobredosagem de Lioresal Intratecal, devem ser geralmente adoptadas as seguintes medidas:
1. A solução residual de baclofeno deve ser removida da bomba logo que possível.
2. Os doentes com depressão respiratória devem ser entubados se necessário, até à eliminação do fármaco.

Existem referências não publicadas sugestivas de que a fisiostigmina endovenosa pode reverter os efeitos secundários a nível central, em especial, sonolência e depressão respiratória.

Dever-se -á, contudo, ter precaução ao administrar fisiostigmina por via endovenosa, uma vez que o seu uso tem sido associado à indução de crises convulsivas, bradicardia e perturbações do ritmo cardíaco.

Em doentes adultos, pode-se tentar administrar, por via endovenosa, uma dose total de 1 a 2 mg de fisiostigmina durante 5 a 10 minutos. Os doentes devem ser cuidadosamente monitorizados durante esse período. Se o doente evidencia uma resposta positiva, podem¬se administrar doses repetidas de 1 mg, a intervalos de 30 a 60 minutos, visando manter a respiração e estado de alerta adequados.

Em doentes pediátricos, pode-se tentar uma dose de 0,02 mg/kg de fisiostigmina, administrada por via intravenosa a não mais de 0,5 mg por minuto. A administração pode ser repetida em intervalos de 5 a 10 minutos até ser obtido um efeito terapêutico ou uma dose máxima de 2 mg.

A fisiostigmina pode não ser eficaz na reversão de casos graves de sobredosagem, podendo os doentes requerer suporte ventilatório.

Nos casos em que a punção lombar não está contra-indicada, deve-se considerar a hipótese de extrair 30 a 40 ml de LCR, numa fase precoce da intoxicação, para reduzir a concentração de baclofeno no LCR.

Devem ser adoptadas medidas de suporte das funções cardiovasculares. Na eventualidade de ocorrerem convulsões, deve-se administrar, cuidadosamente, diazepam por via intravenosa.

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO LIORESAL INTRATECAL
5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: 2.3.1 Sistema nervoso central. Relaxantes musculares. Acção central.
Código ATC: M03BX01 Mecanismo de acção
Baclofeno deprime tanto a transmissão reflexa monosináptica como polisináptica na medula espinhal, estimulando os receptores GABAft. O baclofeno é um análogo químico do neurotransmissor inibidor ácido gama-aminobutírico (GABA).

A transmissão neuromuscular não é afectada pelo baclofeno. Baclofeno exerce um efeito antinociceptivo. Nas doenças neurológicas associadas a espasmos da musculatura esquelética, os efeitos clínicos de Lioresal traduzem-se por uma acção benéfica sobre as contracções musculares reflexas e um acentuado alívio dos espasmos dolorosos, automatismo e clónus. Lioresal melhora a mobilidade do doente, permitindo-lhe movimentar-se sem auxílio e facilitando a fisioterapia.

Os benefícios importantes consequentes incluem uma melhor ambulação, prevenção e cura de úlceras de decúbito e melhores padrões de sono devido à eliminação dos espasmos musculares dolorosos. Além disso, os doentes evidenciam melhoria da função vesical e esfincteriana e maior facilidade de cateterização; todos estes efeitos representam melhorias significativas na qualidade de vida do doente.
O baclofeno demonstrou possuir propriedades depressoras gerais sobre o SNC, provocando sedação, sonolência e depressão respiratória e cardiovascular.

Lioresal Intratecal pode ser considerado uma alternativa a técnicas neurocirúrgicas invasivas.

Ao ser introduzido directamente no espaço intratecal, o baclofeno permite tratar eficazmente a espasticidade com doses pelo menos 100 vezes inferiores às utilizadas na administração oral.

Bólus intratecal
O início da acção ocorre geralmente meia a uma hora após a administração de uma dose intratecal única. O efeito espasmolítico máximo regista-se cerca de 4 horas após a administração, persistindo durante 4 a 8 horas. O início da acção, a resposta máxima e a duração da acção podem variar de indivíduo para indivíduo, dependendo da dose, da gravidade dos sintomas, do método e da velocidade de administração do fármaco.

Perfusão contínua
A acção antiespástica do baclofeno manifesta-se 6 a 8 horas após o início da perfusão contínua. A eficácia máxima observa-se decorridas 24 a 48 horas.

5.2 Propriedades farmacocinéticas

Os parâmetros cinéticos seguintes têm de ser interpretados à luz da administração intratecal associada a uma circulação lenta no LCR.

Absorção
A perfusão directa no espaço subaracnoideu espinhal evita os processos de absorção e permite uma exposição ao nível dos receptores no corno posterior da medula espinhal.

Distribuição
Após uma injecção única em bólus intratecal/perfusão de curta duração, o volume de distribuição, calculado a partir dos níveis de LCR, varia entre 22 e 157 ml.

A perfusão intratecal contínua de doses diárias de 50 a 1200 ug induz concentrações de baclofeno no LCR lombar que chegam a atingir 130 a 1240 ng/ml em estado de equilíbrio dinâmico. De acordo com a semivida determinada no LCR, as concentrações no estado de equilíbrio dinâmico, no LCR serão atingidas em 1 a 2 dias. Não estão disponíveis dados para os doentes pediátricos.

Durante a perfusão intratecal, as concentrações plasmáticas não excedem 5 ng/ml, confirmando que o baclofeno atravessa apenas lentamente a barreira hemato-encefálica. Nos doentes pediátricos, as respectivas concentrações plasmáticas são de 10 ng/ml ou abaixo desse valor.

Eliminação
A semi-vida de eliminação no LCR, após uma injecção única em bólus intratecal/perfusão de curta duração, de 50 a 136 ug de baclofeno varia entre 1 e 5 horas.

Não foi determinada a semivida de eliminação do baclofeno após atingir o estado de equilíbrio no LCR.

Tanto após uma injecção única em bólus como após perfusão subaracnoideia lombar crónica, utilizando sistemas de bomba implantáveis, a depuração média no LCR foi de aproximadamente 30 ml/h.

Em estado de equilíbrio dinâmico, durante uma perfusão intratecal contínua, forma-se um gradiente de concentração de baclofeno de 1,8:1 a 8,7:1 (média: 4:1) entre o LCR lombar e o cisternal. Esta observação é importante sob o ponto de vista clínico, na medida em que a espasticidade nos membros inferiores pode ser eficazmente tratada afectando apenas ligeiramente os membros superiores, e com menos reacções adversas a nível do SNC devidas a efeitos sobre os centros cerebrais.

5.3 Dados de segurança pré-clínica

Os estudos subagudos e subcrónicos com a perfusão contínua de baclofeno intratecal realizados em duas espécies (rato, cão) não revelaram, no exame histológico, sinais de irritação ou de inflamação local.

Um estudo de dois anos efectuado em ratos (administração oral), demonstrou que o baclofeno não é carcinogénico. No mesmo estudo foi observado um aumento, relacionado com a dose, da incidência de quistos ováricos e um aumento menos acentuado de hipertrofia e/ou hemorragia das glândulas supra-renais.

Foram detectados quistos ováricos, por palpação, em cerca de 5 % das doentes com esclerose múltipla que foram tratadas com Lioresal oral durante um período máximo de um ano. Na maioria dos casos estes quistos desapareceram espontaneamente enquanto as doentes continuavam a ser medicadas com o fármaco. Sabe-se que os quistos ováricos ocorrem espontaneamente numa percentagem da população feminina saudável. Os ensaios de mutagenicidade in vitro e in vivo não revelaram evidência de efeitos mutagénicos.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO LIORESAL INTRATECAL
6.1 Lista dos excipientes

Cloreto de sódio; água para injectáveis.

6.2 Incompatibilidades
Em regra, as ampolas de Lioresal para administração intratecal não devem ser misturadas com outras soluções injectáveis ou para perfusão.
A glucose demonstrou ser incompatível devido a uma reacção química com baclofeno.

6.3 Prazo de validade

Lioresal Intratecal, 0.05 mg/1ml, Solução injectável: 3 anos Lioresal Intratecal, 10 mg/5 ml, Solução injectável: 3 anos Lioresal Intratecal, 10 mg/20 ml, Solução injectável: 5 anos

6.4 Precauções especiais de conservação

Não conservar acima de 30°C.
Manter fora do alcance e da vista das crianças.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Ampolas de vidro incolor, vidro tipo I.
Uma ampola de Lioresal Intratecal de 1 ml contém 0,05 mg de baclofeno (0,05 mg/ml) Uma ampola de Lioresal Intratecal de 20 ml contém 10 mg de baclofeno (0,5 mg/ml). Uma ampola de Lioresal Intratecal de 5 ml contém 10 mg de baclofeno (2 mg/ml).

É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento

Lioresal Intratecal destina-se a ser administrado por injecção intratecal e perfusão intratecal contínua, de acordo com as especificações de administração do sistema de perfusão.

Cada ampola destina-se a ser utilizada apenas uma vez. Deve-se rejeitar o produto que não seja utilizado. Não congelar. Não submeter a esterilização por calor.

Estabilidade
Lioresal Intratecal demonstrou ser estável no Sistema de Perfusão Programável implantado SynchroMed durante 11 semanas.

Sempre que a solução e o recipiente o permitirem, os produtos para administração parentérica devem ser submetidos a exames para pesquisa de partículas estranhas e de alterações da cor antes de se proceder à sua administração.

Especificações de administração
A concentração específica a utilizar depende da dose diária total requerida bem como da taxa de administração da bomba. No que se refere a recomendações específicas, dever-se -á consultar o manual do fabricante.

Instruções para diluição
No caso de doentes que requeiram outras concentrações para além de 50 ug/ml, 500 ug/ml ou 2000 ug/ml, Lioresal Intratecal tem de ser diluído, em condições assépticas, com cloreto de sódio isento de conservantes para uso injectável.

Sistemas de administração do fármaco
Têm sido utilizados diversos sistemas de administração para a aplicação intratecal, a longo prazo, de Lioresal. Estes incluem o Sistema de Perfusão Programável Medtronic SynchroMed,que é um sistema de administração do fármaco implantável, com reservatórios recarregáveis, o qual, após anestesia geral ou local, é implantado numa bolsa subcutânea, geralmente na parede abdominal.

Este sistema é ligado a um cateter intratecal que passa por via subcutânea para o espaço subaracnoideu. Poder-se-ão solicitar pormenores sobre este sistema de administração ao fabricante:
Drug Administration Systems Medtronic, Inc.
Neurological, 710 Medtronic Parkway N.E.
Minneapolis, MN 55432.5604
EUA
Telefone: +1 763 505 5000 Fax: + 1 763 505 1000

Medtronic Europe S.A. Route du Molliau 31 1131 Tolochenaz, Suíça
Telefone: + 41 21 802 7000
Fax: + 41 21 802 7900

Antes de utilizar qualquer outro tipo de sistemas, dever-se -á confirmar se as especificações técnicas, incluindo a estabilidade química do baclofeno no reservatório, satisfazem os requisitos para a administração intratecal de Lioresal.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

NOVARTIS FARMA – Produtos Farmacêuticos, S.A. Rua do Centro Empresarial, Edifício 8 Quinta da Beloura
2710-444 Sintra Tel: 21 000 86 00

8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

N° de registo: 2506681 – 1 ampola de 1ml, 0,05 mg/1 ml, ampola de vidro incolor – tipo I.
N° de registo: 2506889 – 1 ampola de 5ml, 10 mg/5 ml, ampola de vidro incolor – tipo I. N° de registo: 2506780 – 1 ampola de 20ml, 10 mg/20 ml, ampola de vidro incolor – tipo I.

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO / RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

Lioresal Intratecal, 0.05 mg/1ml, Solução injectável Data da primeira autorização:30 Abril 1997 Data da última renovação: 31 Maio 2005

Lioresal Intratecal, 10 mg/5 ml, Solução injectável Data da primeira autorização: 30 Abril 1997 Data da última renovação: 31 Maio 2005

Lioresal Intratecal, 10 mg/20 ml, Solução injectável Data da primeira autorização:30 Abril 1997 Data da última renovação: 31 Maio 2005

10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
06-02-2009